J. ARTUR BUCKWALTER

Texto: S. João 4:23 e 24

I. Os verdadeiros adoradores adoram a Deus em espírito e em verdade (S. João 4:23 e 24; Filip. 3:3; Êxo. 34:14).

A. O culto é a devoção do coração a Deus (Sal. 45:11; 27:8). O verdadeiro culto é o fruto do divino Espírito (O Desejado de Tôdas as Nações, pág. 133).

B. O culto é a mais íntima expressão de uma entrega completa a Deus (S. Mat. 22:37).

  • 1. “É a emoção da alma que presta culto aceitável a Deus.” — Lee’s Theology (1871), pág. 363.
  • 2. Um ato consciente da vontade e do entendimento prestado na sinceridade integral da mente (Isa. 1:18; Rom. 12: 1 e 2).
  • 3. A centralização de tôdas as afeições do coração em Deus em reverente adoração e jubiloso louvor (Sal. 9:1; Col. 3:2).

C. O culto é a entrada pessoal numa salvadora relação espiritual com Deus — uma apresentação de si próprio em sacrifício a Deus em resposta ao grande sacrifício de Deus pelo homem (Efés. 5:2; Rom. 12: 12; I S. Ped. 2:5). “A Ti que tudo deste por mim; eu me entrego inteiramente.” — R. E. Neighbor.

Todos quantos adoram a Deus em espírito:

  • 1. “Gloriam-se em Jesus Cristo” (Filip. 3:3).
  • 2. “Não confiam na carne” (Filip. 3:3).
  • 3. Buscam a purificação do pecado (Heb. 10:2, 12-14).
  • 4. A verdadeira adoração é um “companheirismo” com Deus Pai, com Seu Filho e com o povo de Deus (I S. João 1:3).

II. O culto público é a reunião de uma professa congregação cristã para o propósito de (a) adoração coletiva e louvor de Deus, expressos em oração e ações de graças; (b) recebimento de instrução religiosa da Palavra de Deus; e (c) para o propósito de animação mútua para o recíproco fortalecimento da fé (Heb. 10:22-25).

  • A. Nosso Senhor Jesus foi fiel na freqüência à igreja no sábado (S. Luc. 4:16).
  • B. A igreja primitiva esclarecida e seu leal ministério foram fiéis ao culto semanal do sábado (Atos 11:26; etc.).
  • C. Renderam êles culto a Deus, Pai, por Jesus Cristo (Efés. 3:13), e a Cristo como Filho de Deus (S. João 9:38; S. Mat. 14: 33; Heb. 1:6).
  • 1. “A palavra aramaica ‘abba’ parece ha-ver sido adotada pelos cristãos de língua grega como título peculiar para Deus nas igrejas” (ver Rom. 8:15).” — A Dictionary of the Bible (ed. de James Hastings, 1902-1904), Vol. IV, pág. 943.
  • 2. “Um efeito da ressurreição foi formar tão exaltado conceito de Cristo na igreja que a homenagem que não pode ser distinguida do culto veio a ser prestada a Êle.” — Ibidem.
  • 3. Um culto da Trindade (S. Mat. 28:19).

III. Forma do culto público: Nenhuma regra específica que determine as particularidades, mas princípios positivos de prática aceitável.

A. Elementos do verdadeiro culto.

  • 1. Reverência e adoração (Heb. 12:28; Lev. 19:30; Apoc. 5:11-14).
  • 2. Ordem e edificação (I Cor. 14:26 e 40; Sal. 107:31 e 32).
  • 3. Participação dos membros no culto de louvor e amor (Sal. 150:1 e 6; Sal. 26:8; 31:23; 40:16).

B. Procedimentos no culto apostólico.

  • 1. Oração (I Cor. 14:15).

“A oração era uma parte preponderante no culto da primitiva igreja, e deve sê-lo agora e sempre. O Dr. Mosheim diz que o culto das igrejas primitivas era iniciado com oração e eram feitas outras orações gerais, depois da lição de instrução, que consistia na leitura de uma porção das Escrituras e num discurso por algum orador presente.” — Lee’s Theology, pág. 365.

Formas de orações e orações escritas eram em geral usadas na igreja primitiva. As orações feitas eram “as efusões extemporâneas de uma mente abrasada do divino amor.” — Comentário, de Mo-sheim, Vol. I, pág. 185 (Grifo nosso.)

  • 2. Cântico de louvor (I Cor. 14:15; Sal. 149:1).
    • (а) Jesus e Seus discípulos usavam hinos (S. Mat. 26:30).
    • (b) Antífonas e hinos compõem uma parte das Escrituras. Exemplo: “Glória a Deus nas Alturas” (S. Luc. 2:14); o “cântico novo” dos vinte e quatro anciãos (Apoc. 5:8-10) ; o cântico de Moisés e do Cordeiro, que os santos remidos cantarão (Apoc. 15:3 e 4) ; o glorioso Côro de Aleluia final (Apoc. 19: 1, 6 e 7), e as bodas do Cordeiro e da noiva.
    • (c) A palavra-chave do livro de Salmos é “adoração”. É o livro de devoção de tôdas as épocas. “Aí cada corda do coração é tangida e sintonizada com a melodia Santa.” — A. T. Pierson. “O título grego ‘Salmos’ significa cantos musicados; o título hebraico é ‘Louvores’, .. . com louvor começa e finda o livro.” — A. T. Pierson, em Keys to the Word, pág. 43. Louvor, penitência e oração permeiam os relatos da criação, providência, graça, os atributos morais de Deus, a divindade e a humanidade de Cristo, a graça perdoadora e purificadora do evangelho, e atingem seu climax nos Salmos de aleluia.
  • 3. Lições da divina Palavra inspirada.
    • (а) Eram lidas as palavras dos profe-tas (Atos 13:27).
    • (b) Citavam-se textos de comprovação na pregação (Atos 13:33-37).
    • (c) Paulo esperava que suas epístolas fôssem lidas na igreja (Col. 4:16; I Tess. 5:27).
  • 4. A manifestação dos dons do Espírito, com ênfase na profecia (I Cor. 14:1, 24 e 25). Mas tudo deve ser feito com ordem e entendimento (I Cor. 14:29; I Tess. 5:20 e 21).
  • 5. Deve ser trazida oferta — “Trazei oferendas e entrai nos Seus átrios” (Sal. 96:8; I Crô. 16:29; Deut. 26:10).
  • 6. A bênção (II Cor. 13:14; I Tim. 1:17; Efés. 3:20 e 21).

IV A Atitude dos Verdadeiros Adoradores.

A. Para com Deus.

  • 1. Espírito crente (S. João 9:38; Atos 24:14).
  • 2. Coração aberto (S. Luc. 16:14 e 15).
  • 3. Boa disposição (S. João 9:31; 7:17).
  • 4. Acercar-se de Deus com certeza de fé (Heb. 10:22) e com dedicação de coração (Sal. 27:8).

B. Para com o Culto.

  • 1. “Em Teu temor” (Sal. 5:7).
  • 2. “Na beleza da santidade” (Sal. 29:2).
  • 3. “Receberam a palavra de Deus” (I Tess. 2:13; 1:6; 2:1 e 3).
  • 4. “Em espírito e em verdade” (S. João 4:23 e 24; 8:32).

C. Para consigo mesmo.

  • 1. “Nenhuma confiança na carne” (Filip. 3:3).
  • 2. Tristeza e confissão de pecado (II Cor. 7:10; I S. João 1:9; Nee. 9:3).
  • 3. Nenhuma transigência com o mal (II Cor. 6:15 e 16).
  • 4. A determinação de viver e adorar de maneira tal que outros reconheçam que o verdadeiro Deus Se manifesta no homem.” Adorará a Deus, publicando que Deus está verdadeiramente entre vós” (I Cor. 14:25; comparar com I S. Ped. 2:9).

D. Para com Outros.

  • 1. Os irmãos: Amor e companheirismo (S. João 13:34; I S. João 1:7).
  • 2. Os perdidos: Amor e serviço (Efés. 4: 15; II Cor. 5:17-20; S. Mat. 22:39; 5:46 e 47).

* Espera-se que êstes esboços combinados “O Culto Verdadeiro” e “Culto Falso” sejam proveitosos para compilar e organizar referências bíblicas adicionais e material para uso em estudos sôbre o assunto do culto. Existem mais textos e material do que é possível usar em uma apresentação; tem assim o obreiro provisão ampla para escolha múltipla.

O Culto Doméstico

“SE já houve tempo em que tôda casa deveria ser uma casa de oração, agora é êsse tempo. Prevalecem a incredulidade e o ceticismo. Predomina a iniqüidade. A corrução penetra nas correntes vitais da alma, e irrompe na vida a rebelião contra Deus. Escravas do pecado, as faculdades morais estão sob a tirania de Satanás. A alma torna-se o joguete de suas tentações; e a menos que se estenda um braço poderoso para o salvar, o homem passa a ser dirigido pelo arqui-rebelde.” — Test. Sel., [Ed. mundial], Vol. III, pág. 91.