Para que o culto do dia de sábado seja eficaz na vida dos crentes, é preciso seguir uma ordem fixa cada semana. Em muitas igrejas as coisas estão sendo feitas de improviso, resultando isso em caos e confusão. Quem, porém, fica mais prejudicado é o pregador, ao qual muitas vezes se rouba o tempo que lhe pertence para a pregação da Palavra de Deus.

Talvez o que mais prejudica as reuniões do dia de repouso sejam os anúncios, que tantas vezes se prolongam de tal modo, que apenas resta pouco tempo para o pregador transmitir a mensagem. Como ministros do evangelho, temos de reconhecer que o coração do culto divino do dia de sábado é a pregação, e não deveríamos permitir, de maneira alguma, que outra coisa, por mais importante e relevante que nos pareça ser no momento, roube sequer um minuto do tempo designado para ela.

É errado incorporar o período de anúncios à hora de culto. Seria muito melhor que o pastor ou ancião fizesse todos os que têm de ser feitos, antes que o mesmo começasse, imediatamente após os minutos missionários; isto é, a hora do culto não deve começar antes que todos os anúncios tenham terminado.

A publicação de um boletim ou folha de anúncios é vantajosa, e onde for possível, deve ser feita. Isso poupa tempo, pois evita fazer os anúncios verbalmente; se bem que, em se tendo um boletim, sempre seja necessário disputar sobre anúncios importantes ou urgentes, e, além disso, sempre haverá anúncios de última hora, tais como o pedido de algum enfermo, a modificação de um horário, etc.

Quer haja boletim, quer não, o importante é que se reserve bastante tempo para os anúncios antes de o ministro e os anciãos subirem à plataforma.

Aparece aqui uma inspiradora ordem de culto, a qual, diga-se de passagem, se achou ser muito satisfatória tanto para as igrejas grandes como para as pequenas:

Convite à adoração: Côro (Se não há côro, prelúdio de piano ou órgão)

Entrada do ministro e dos anciãos (Congregação de pé)

Doxologia (Adoração, n°. 193 do Hinário Adventista, ou qualquer outro hino apropriado)

Invocação

Dízimos e ofertas * Hino de abertura

Oração de intercessão (Todos de joelhos)

Música especial (Vocal ou instrumental)

Sermão

Hino de encerramento

Oração de despedida

Isto de a congregação se pôr de pé ao entrarem o pastor e os anciãos é facultativo; não obstante, é algo que caracteriza o culto e lhe aumenta a solenidade. Ademais, os irmãos estarão de pé, prontos para entoar a doxologia. Onde há côro, êste pode cantar um hino curto e apropriado depois da oração de intercessão. Na igreja de Hanforde, onde temos côro, usa-se o hino n°. 52 do nôvo hinário em espanhol — “Ó Deus, que ouves a oração!” Todos permanecemos ajoelhados até que êste belo canto termina. No fim do culto, após haver sido proferida a oração de despedida, todos permanecemos em silêncio enquanto o côro canta o hino n°. 51 do nôvo hinário em espanhol “Despede-nos com Tua Bênção”. Depois disto, as pessoas oficiantes descem ordenadamente da plataforma, e, ao chegarem à saída, os diáconos despedem a congregação fila após fila, a começar pela frente.

O salmista Davi escreveu: “Adorai ao Senhor na beleza de Sua santidade”. Salmo 96:9. Tudo aquilo que tem que ver com a adoração do Santo de Israel deve ser belo, solene e deve infundir reverência no coração daqueles que Lhe rendem culto no dia de repouso. Se tivéssemos pelo menos uma ideia vaga a respeito da santidade do infinito Criador do universo, seríamos muito mais cuidadosos aos sábados e procuraríamos fazer tudo “decentemente e com ordem”.

O receio ao formalismo e ritualismo da igreja romana e de algumas das igrejas protestantes populares, fêz com que em muitas de nossas igrejas os cultos sejam dirigidos de modo demasiado informal, irreverente e até indecoroso. Lembro-me ainda da ocasião, faz alguns anos, em que um pastor adventista teve de interromper o culto de sábado numa das igrejas de grande metrópole norte-americana, a fim de pedir publicamente a algumas mães que por favor abandonassem o costume inconveniente de estender as fraldas, que lavavam no porão da igreja, sôbre os canos de aquecimento do santuário. Talvez esta barbaridade e mil e uma outras que podem ser observadas nas igrejas de hoje sejam um indício de que nossa conduta na casa de Deus muitas vêzes carece de ordem, forma, decoro e solenidade.

É bom deixar que todos os que queiram refrescar-se um pouco saiam por uns instantes e regressem a tempo para o início do segundo período de culto. Faz-se isso especialmente em benefício dos pequenos que têm a tendência de ficarem irrequietos durante a pregação. Acho que concedendo-se êste intervalo à congregação, há menos movimento durante o culto.

Alguns talvez não dêem muita importância a estas advertências, mas quanto contribuem para a ordem e o bom andamento do culto!

Mais umas duas observações:

Devemos cuidar em não comercializar o dia de culto. Quantas coisas são vendidas na casa de Deus no santo sábado, com o pretexto de que “são para a obra do Senhor”! Os promotores de venda de nossas casas publicadoras que visitam as igrejas nunca deviam perder e vista que o propósito do culto de sábado é a adoração e não a venda de tantos números de revistas, por boas que sejam.

Durante a campanha da recolta, não profanemos o dia de repouso, tomando a maior parte do tempo para apresentar longas informações de caráter financeiro.

Com certeza, é necessário mencionar muitas destas coisas no sábado, pela simples razão de que é a única ocasião em que tôda a igreja está reunida, mas mesmo assim, “Santidade ao Senhor”! É o dia em que nos apresentamos espiritualmente ante o lugar santíssimo e, acima de tudo, vamos adorar a Deus. Não permitamos que nesse dia algo se interponha entre nós e o Santo de Israel.

“O Senhor, porém, está no Seu santo templo; cale-se diante dÊle tôda a Terra.” Hab. 2:20. Aprendamos a adorar a Deus na beleza da santidade.