Mil novecentos e noventa e quatro foi designado pela Organização das Nações Unidas, ONU, o Ano Internacional da Família. A maioria dos governos, instituições e outros setores da sociedade terão seus olhos voltados para o tema da família, durante este ano. A instituição familiar será objeto de seminários, palestras, simpósios, leis e discursos. As empresas estarão dispostas a colaborar financeiramente para projetos que têm a ver com a família. Nas escolas e nos colégios, o tema será debatido com o objetivo de conscientizar os alunos sobre a importância da família. As igrejas, sem dúvida nenhuma, também aproveitarão a oportunidade para tratar o assunto dentro do ponto de vista religioso.

E a Igreja Adventista? Qual é o papel que a Igreja Adventista desempenha nesse contexto? O profeta Malaquias, ao descrever a vinda de Deus e os acontecimentos prévios, diz: “Eis que envio o profeta Elias antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais.” (Mal. 4:5 e 6).

A Igreja Adventista é sem dúvida nenhuma o movimento profético levantado “no espírito de Elias” para dar a última advertência de Deus ao mundo. Essa última advertência está registrada nas mensagens angélicas de Apocalipse 14:6 a 12, mas o profeta Malaquias enfatiza que o resultado dessa advertência final será, entre outros, que “pais e filhos façam as pazes”, segundo a versão da Bíblia na Linguagem de Hoje.

Ao longo da história humana, a família foi objeto do ataque incessante do inimigo. No Jardim do Éden, ele criou desconfiança entre marido e mulher. Após o nascimento dos primeiros filhos, o inimigo entrou no coração de Caim, para matar Abel, seu irmão. Na época terrível que precedeu o dilúvio, a instituição familiar estava caindo aos pedaços. Os homens levavam o casamento na brincadeira, “casando-se e dando-se em casamento”. Entre as razões pelas quais Jesus veio à Terra estava a santificação da instituição familiar. Mostrou isso ao nascer no seio de uma família bem estabelecida.

Infelizmente, hoje vivemos num tempo quando a instituição sagrada da família atravessa a pior crise de sua história. Nos Estados Unidos, país das estatísticas, de cada 100 casamentos, 60 acabam em divórcio. Dos 40 restantes, 35 não se separam porque os cônjuges envolvidos não têm coragem. Preferem permanecer juntos, devido a pressões sociais, econômicas, familiares ou religiosas. Dos cinco que ainda restam, três são mais ou menos felizes. Apenas dois desfrutam de autêntica felicidade.

Esses dados mudam um pouco na América Latina, onde ainda temos países conservadores, mas ultimamente vemos, quase aterrorizados, como a instituição familiar e o casamento estão sendo levados sem a seriedade que merecem e, às vezes, até sendo vistos como algo obsoleto e que contribui para a rotina, a monotonia e infelicidade em que alguns casais vivem.

Qual é o papel da Igreja Adventista nesse contexto? Para ser mais específico, qual é o papel da igreja que você dirige? Que atividades incluiu no seu programa de trabalho deste ano, tendo em vista ajudar as famílias a desfrutarem da “vida abundante” que Cristo oferece? Como você pensa direcionar as famílias de sua igreja para o cumprimento da missão?

Lembre-se de que, da mesma forma como a chuva é feita de gotas, e cruzeiros são feitos de centavos, a igreja e a sociedade são compostas de famílias. Tais as famílias, tais a igreja e a sociedade. Os princípios cristãos que regem as famílias, e sua conseqüente solidez espiritual, terão seus reflexos na igreja e na sociedade.

Famílias espiritualmente fortes significam igrejas sadias, vibrantes e comprometidas com a missão. Famílias espiritualmente decaídas, são prenúncio de igrejas enlanguescidas, frias, sem brilho, problemáticas, apáticas.

Pense nisso, caro pastor. 

Alejandro Bullón.