V. Tentado em Todos os Pontos
Cristo somente teve experiência de todas as tristezas e tentações que recaem sobre os seres humanos. Jamais algum outro nascido de mulher foi tão terrivelmente assediado pela tentação; jamais algum outro arrostou com o fardo tão pesado dos pecados e das dores do mundo. Nunca houve algum outro cujas simpatias fossem tão amplas e ternas. Como participante em todas as experiências da humanidade, Ele podia não somente condoer-Se dos que se acham sobrecarregados, tentados e em lutas, mas partilhar-lhes os sofrimentos. — Educação, p. 78.
Deus estava em Cristo em forma humana, e suportou todas as tentações que perseguem o homem; em nosso favor Ele participou dos sofrimentos e provas da aflita natureza humana.— The Watchman, 10-12-1907.
Ele foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança”. Satanás estava a postos, para atacá-Lo a cada passo, lançando-Lhe as mais ferozes tentações; todavia, Ele “não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em Sua boca”. Ele “sofreu, tendo sido tentado”, sofreu em proporção à perfeição de Sua santidade. Mas o príncipe das trevas nada achou nEle; nem um único pensamento ou sentimento respondia à tentação. — Testimonies, Vol. 5, p. 422.
Oxalá compreendêssemos o sentido das palavras: “Cristo sofreu, tendo sido tentado”. Conquanto fosse livre de toda mancha do pecado, a delicada sensibilidade de Sua santa natureza tornavam-Lhe o contato com o mal indizivelmente doloroso. Contudo, arcando ao peso da natureza humana, defrontou o arqui-apóstata face a face, e sozinho resistiu ao adversário de Seu trono. Nem mesmo por um pensamento pôde Cristo ser levado a ceder ao poder da tentação. Satanás descobre nos corações humanos algum ponto onde pode firmar pé: algum desejo pecaminoso acariciado, por meio do qual suas tentações firmam seu poder. Mas Cristo declarou de Si mesmo: “Vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim”. As tempestades da tentação desabaram sobre Ele, mas não conseguiram levá-Lo a desviar-Se de Sua fidelidade a Deus. — The Review and Herald, 8-11-1887.
Percebo que há perigo em tratar de assuntos que falam da humanidade do Filho do Deus infinito. Humilhou-Se Ele quando Se viu em forma de homem, a fim de que pudesse compreender a força de todas as tentações que assaltam ao homem. (…) Em nem uma única ocasião atendeu Ele a suas múltiplas tentações. Vez nenhuma Cristo passou para o terreno de Satanás para lhe conceder qualquer vantagem. Satanás nEle nada encontrou que o animasse em seus ataques. — The SDA Bible Commentary, Vol. 5, p. 1129.
Pretendem muitos que era impossível Cristo ser vencido pela tentação. Neste caso, não teria sido colocado na posição de Adão; não poderia haver obtido a vitória que aquele deixara de alcançar. Se tivéssemos, em certo sentido, um mais probante conflito do que teve Cristo, então Ele não estaria habilitado a nos socorrer. Mas nosso Salvador revestiu-Se da humanidade com todas as contingências da mesma. Tomou a natureza do homem com a possibilidade de ceder à tentação. Não temos de suportar coisa nenhuma que Ele não tenha sofrido. (…) Cristo venceu em favor do homem, pela resistência à severíssima prova. Exerceu, por amor de nós, um domínio de Si mesmo mais forte que a fome e a morte. — O Desejado de Todas as Nações, pp. 82 e 83.
- VI. Carregou com o Pecado e a Culpa Imputados ao Mundo
Cristo arcou com a culpa dos pecados do mundo. Nossa suficiência encontra-se tão somente na encarnação e morte do Filho de Deus. (…) Ele pôde resistir porque não apresentava uma mancha de deslealdade ou pecado. — The Youth’s lnstructor, 4-8-1898.
[Cristo] tomou a natureza humana, e arrostou as fraquezas e degeneração do gênero humano. — The Review and Herald, 28-7-1874.
Teria sido uma quase infinita humilhação para o Filho de Deus, revestir-Se da natureza humana mesmo quando Adão permanecia em seu estado de inocência, no Éden. Mas Jesus aceitou a humanidade quando a raça havia sido enfraquecida por quatro mil anos de pecado. Como qualquer filho de Adão, aceitou os resultados da operação da grande lei da hereditariedade. O que estes resultados foram, manifesta-se na história de Seus ancestrais terrestres. Veio com essa hereditariedade para partilhar de nossas dores e tentações, e dar-nos o exemplo de uma vida impecável.
Satanás aborrecera a Cristo no Céu, por causa de Sua posição nas cortes de Deus. Mais O aborreceu ainda quando se sentiu ele próprio destronado. Odiou Aquele que Se empenhou em redimir uma raça de pecadores. Não obstante, ao mundo em que Satanás pretendia domínio, permitiu Deus que viesse Seu Filho, impotente criancinha, sujeito às fraquezas da humanidade. Permitiu que enfrentasse os perigos da vida em comum com toda alma humana, combatesse o combate como qualquer filho da humanidade o tem de fazer, com risco de fracasso e ruína eterna. — O Desejado de Todas as Nações, pp. 33 e 34.
Maravilhosa combinação entre o homem e Deus! Ele podia ter ajudado Sua natureza humana a resistir às incursões da doença, fazendo dimanar de Sua natureza divina, para a humana, vitalidade e vigor perene. Mas humilhou-Se, baixando à natureza humana. (…) Deus tornou-Se homem! — The Review and Herald, 4-9-1900.
Cristo devia redimir, em nossa humanidade, a falha de Adão. Quando este fora vencido pelo tentador, entretanto, não tinha sobre si nenhum dos efeitos do pecado. Encontrava-se na pujança da perfeita varonilidade, possuindo o pleno vigor da mente e do corpo. Achava-se circundado pelas glórias do Éden, e em comunicação diária com seres celestiais. Não assim quanto a Jesus, quando penetrou no deserto para medir-Se com Satanás. Por quatro mil anos estivera a raça a decrescer em forças físicas, vigor mental e valor moral; e Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada. Unicamente assim podia salvar o homem das profundezas de sua degradação. — O Desejado de Todas as Nações, p. 82.
Revestido das roupagens da humanidade, o Filho de Deus desceu ao nível daqueles a quem desejava salvar. NEle não havia o engano do pecado; era sempre puro e imaculado; no entanto tomou sobre Si nossa natureza pecaminosa. Revestindo de humanidade Sua divindade, para que Se pudesse associar com a humanidade caída, procurou reaver para o homem aquilo que, pela desobediência, Adão perdera para si e para o mundo. Em Seu próprio caráter expôs Ele ao mundo o caráter de Deus. — The Review and Herald, 15-12-1896.
Ele por amor de nós pôs de lado Suas vestes reais, desceu do trono do Céu, e condescendeu em revestir de humildade Sua divindade, e tornou-Se semelhante a um de nós, mas sem pecado, para que Sua vida e caráter servissem de modelo para ser imitado por todos, a fim de que tivessem o precioso dom da vida eterna. — The Youth’s lnstructor, 20-10-1886.
Ele nasceu sem uma mancha de pecado, mas veio ao mundo da mesma forma que a família humana. — Carta 97, 1898.
Inocente e incontaminado andava Ele entre os irrefletidos, os rudes, os descorteses. — O Desejado de Todas as Nações, p. 63.
Cristo, que desconhecia a menor mancha de pecado ou contaminação, tomou nossa natureza em seu estado deteriorado. Isto foi uma humilhação tão grande que o finito homem não compreende. Deus Se manifestou na carne. Humilhou-Se. Que assunto para reflexão, para contemplação profunda, fervorosa! Tão infinitamente grande que Ele era a Majestade dos Céus, e no entanto Se rebaixou tanto, sem perder um átomo de Sua dignidade e glória! Desceu à pobreza e à mais profunda humilhação entre os homens.— The Signs of the Times, 9-6-1898.
Não obstante os pecados de um mundo criminoso serem postos sobre Cristo, não obstante a humilhação de tomar sobre Si nossa decaída natureza, a voz do Céu declarou ser Ele o Filho do Eterno. — O Desejado de Todas as Nações, p. 78.
Embora não tivesse em Seu caráter uma mancha de pecado, consentiu em ligar nossa caída natureza humana à Sua divindade. Assumindo assim a humanidade, honrou Ele a humanidade. Assumindo nossa natureza caída, mostrou o que poderia ela tomar-se, aceitando as amplas providências por Ele tomadas, e tornando-se participante da natureza divina. — Instruções Especiais Relativas ao Escritório da Review and Herald, e à Obra em Battle Creek, 26-5-1896, p. 13.
Ele [Paulo] dirige a mente primeiro à posição que Cristo ocupava no Céu, no seio de Seu Pai; revela-O depois como desvestindo-Se de Sua glória, sujeitando-Se voluntariamente a todas as humilhantes condições da natureza humana, assumindo as responsabilidades de servo, e sendo obediente até à morte — e esta, a mais ignominiosa e revoltante, a mais vergonhosa, a mais agoniante — morte de cruz. — Testimonies, Vol. 4, p. 458.
Os anjos prostraram-se diante dEle. Ofereceram suas vidas. Jesus lhes disse que por Sua morte salvaria a muitos; que a vida de um anjo não poderia pagar a dívida. Sua vida unicamente poderia ser aceita por Seu Pai como resgate pelo homem. Jesus também lhes disse que teriam uma parte a desempenhar — estar com Ele, e O fortalecer em várias ocasiões. Que Ele tomaria a natureza decaída do homem, e Sua força não seria nem mesmo igual à deles. E seriam testemunhas de Sua humilhação e grandes sofrimentos. — Primeiros Escritos, p. 150.
Em meio à impureza, Cristo manteve a pureza. Satanás não a pôde manchar nem corromper. Seu caráter revelou perfeito ódio ao pecado. Foi Sua santidade o que instigava contra Ele toda a paixão de um mundo dissoluto; pois, por Sua vida perfeita lançou ao mundo uma perpétua exprobração, tornando manifesto o contraste entre a transgressão e a pura, imaculada justiça de Alguém que não conhecia pecado. — The SDA Bible Commentary, Vol. 5, p. 1142.
- VII. A Perfeita Pureza da Natureza Humana de Cristo
Não devemos ter dúvidas quanto à perfeita pureza da natureza humana de Cristo. Nossa fé tem de ser uma fé inteligente, olhando para Jesus com confiança perfeita, com plena e inteira fé no sacrifício expiatório. Isto é necessário, para que a alma não seja envolta em trevas. Este santo substituto é capaz de salvar totalmente, pois apresentou ao Universo maravilhado, em Seu caráter humano, uma perfeita e completa humildade, e perfeita obediência a todas as reivindicações divinas. — The Signs of the Times, 9-6-1898.
Com Seu braço humano, Cristo enlaçou a raça humana, enquanto com Seu braço divino, alcançou o trono do Infinito, unindo ao infinito Deus o homem finito. Lançou uma ponte através do abismo que o pecado rasgara, ligando a Terra ao Céu. Em Sua natureza humana manteve Ele a pureza de Seu caráter divino. — The Youth’s lnstructor, 2-6-1898.
Ele era incontaminado pela corrupção, estranho ao pecado; todavia orava, e isto muitas vezes, com forte clamor e lágrimas. Orava por Seus discípulos e por Si mesmo, identificando-se assim com as nossas necessidades, nossas fraquezas e deficiências, tão comuns à humanidade. Era Ele um suplicante poderoso, não possuindo as paixões de nossa caída natureza humana, mas compadecido de semelhantes fraquezas, tentado em todos os pontos como nós o somos. Jesus sofreu agonias que precisavam de auxílio e apoio do Pai. — Testimonies, Vol. 2, p. 508.
Ele é um irmão em nossas fraquezas, mas não possuindo as mesmas paixões. Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal. Sofreu lutas e tortura de alma num mundo de pecado. Sua humanidade tornava a oração uma necessidade e privilégio. Ele precisava do forte apoio e conforto divinos que o Pai estava disposto a Lhe comunicar, a Ele que, em benefício do homem, deixara a felicidade do Céu, preferindo habitar num mundo frio e ingrato. — Ibidem.
Sua doutrina gotejava qual chuva; Suas palavras destilavam como orvalho. No caráter de Cristo uniam-se uma majestade qual nunca fora por Deus revelada ao homem caído, e uma mansidão que o homem jamais adquirira. Nunca dantes andara entre os homens alguém tão nobre, tão puro, tão benevolente, tão cônscio de Sua natureza divina, e no entanto tão simples, tão possuído de planos e propósitos de fazer bem à humanidade. Conquanto aborrecesse o pecado, chorava Ele, compadecido do pecador. Não Se agradava a Si mesmo. A Majestade do Céu revestiu-Se da humildade de uma criança. Tal é o caráter de Cristo. — Idem, Vol. 5, p. 422.
A vida de Jesus estava em harmonia com Deus. Enquanto criança, pensava e falava como criança; mas nenhum traço de pecado desfigurava nEle a imagem divina. Não ficou, no entanto, isento de tentação. (…) Jesus foi colocado num lugar em que Seu caráter devia ser provado. Era-Lhe necessário estar sempre em guarda, a fim de conservar Sua pureza. Estava sujeito a todos os conflitos que nós outros temos de enfrentar, para que nos pudesse servir de exemplo na infância, na juventude, na idade varonil.— O Desejado de Todas as Nações, p. 71.
Tomando sobre Si a natureza humana em seu estado decaído, Cristo não participou, no mínimo que fosse, de seu pecado. Era sujeito às enfermidades e fraquezas que sitiam o homem, “para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades, e levou as nossas doenças”. Ele Se compadeceu das nossas fraquezas, e em tudo foi tentado, como nós o somos. E no entanto “não cometeu pecado”. Era o Cordeiro “imaculado e incontaminado”. (…) Não devemos ter dúvidas quanto à perfeita pureza da natureza humana de Cristo. — The Signs of the Times, 9-6-1898.
Cristo, apenas, podia abrir o caminho, fazendo uma oferta à altura das reivindicações da lei divina. Ele era perfeito, e incontaminado pelo pecado. Era sem defeito e sem mácula. A extensão das terríveis conseqüências do pecado nunca se teria tornado conhecida, não fosse de valor infinito o remédio provido. A salvação do homem caído foi conseguida a tão imenso custo que os anjos se maravilharam, não podendo compreender plenamente o mistério divino de que a Majestade do Céu, igual a Deus, morresse em favor da raça rebelde. — The Spirit of Prophecy, Vol. 2, pp. 11 e 12.
O mesmo se dá quanto à lepra do pecado — profundamente arraigada, mortal e impossível de ser purificada por poder humano. “Toda a cabeça está enferma e todo o coração fraco. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços, e chagas podres”. Isa. 1: 5 e 6. Mas Jesus, vindo habitar na humanidade, não recebe nenhuma contaminação. Sua presença tem virtude que cura o pecador. — O Desejado de Todas as Nações, p. 193.
Jesus contemplou um momento a cena: a trêmula vítima em sua vergonha, os mal encarados dignitários, destituídos da própria simpatia humana. Seu espírito de imaculada pureza recuou do espetáculo. Bem sabia para que fim Lhe fora levado esse caso. Lia o coração, e conhecia o caráter e a história da vida de cada um dos que se achavam em Sua presença. (…) Os acusadores haviam sido derrotados. Então, rotas as vestes da pretendida santidade, ficaram, culpados e condenados, em presença da infinita Pureza. — Idem, p. 346.
- VIII. Cristo Retém Para Sempre a Natureza Humana
Baixando a tomar sobre Si a humanidade, Cristo revelou um caráter exatamente oposto ao de Satanás. (…) Ao tomar a nossa natureza, o Salvador ligou-Se à humanidade por um laço que jamais se partirá. Ele nos estará ligado por toda a eternidade. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito”. Não O deu somente para levar os nossos pecados e morrer em sacrifício por nós; deu-O à raça caída. Para nos assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho unigênito a fim de que Se tornasse membro da família humana, retendo para sempre nossa natureza. Esse é o penhor de que Deus cumprirá Sua palavra. “Um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; e o principado está sobre os Seus ombros”. Deus adotou a natureza humana na pessoa de Seu Filho, levando a mesma ao mais alto Céu. — Idem, p. 17.