Paulo de pé diante do rei Agripa, disse-lhe:

“Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial”, 1

Aquêle apóstolo cria plenamente no evangelismo. Tivera uma visão da tarefa que se estendia diante dêle. A salvação de almas era a preocupação mais importante de sua vida. Não fôra desobediente à visão celestial.

O evangelismo é a obra mais importante para nós, que há no mundo. Nada nos deve desviar dessa grande tarefa que nos é imposta. O maior objetivo de nossa vida deve ser levar almas ao conhecimento da verdade.

O ganho de almas é o grande objetivo do amor do Pai. “Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquêle que nÊle crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. 2

Foi o motivo da morte do eterno Filho de Deus. 3

O Espírito Santo, os anjos e todo o Céu estão em atividade tornando o ganho de almas seu grande objetivo no que refere à Terra, e há alegria no Céu quando um pecador se arrepende. 4

Acima de tudo, a conquista de almas é a mais elevada e mais santa obra de que Deus incumbiu ou podia incumbir Suas criaturas.

Quem descobrisse uma cura infalível para o câncer ou para as moléstias cardíacas seria aclamado como grande benfeitor da humanidade. Podia acrescentar vários anos na vida de muitas pessoas. O evangelismo faz mais do que isso. Êle não acrescenta exatamente algumas poucas décadas à vida de alguém. Com a graça divina, abriu-se o caminho para milhares não apenas viverem alguns anos mais, mas para sempre! Que privilégio glorioso e emocionante o nosso. Que outra obra nos deveria absorver a atenção?

O espírito de profecia expressa bem a estima em que Deus tem o evangelismo:

A conversão de almas a Deus é a obra maior e mais nobre de que os sêres humanos podem participar. 5

A maior obra que os sêres humanos podem aspirar, é a de ganhar homens do pecado para a santidade. 6

A maior obra e o mais nobre trabalho em que o homem pode empenhar-se, é apontar o Cordeiro de Deus aos pecadores. 7

O mundo emerge na insignificância em comparação com o valor de uma alma. 8

Nada se deve permitir que embarace esta obra. É a obra mais importante para o tempo; deve ser tôda-abrangente como a eternidade.9

Destas poucas declarações, compreendemos fàcilmente a tarefa que há diante de nós. Nada se deve permitir obstacular esta obra.

Foi o próprio Cristo quem delineou nosso trabalho, ao dizer: “Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho.”13 O evangelismo deve constituir-se na suprema missão da igreja, e a atividade primacial de cada discípulo. É a obra distintiva que nos foi designada por Cristo. Podemos fundar colégios, sanatórios e hospitais, mas êles sòmente terão êxito à medida que as almas são ganhas para a ver-dade. Quando uma igreja, missão, associação, ou qualquer organização de nossa Obra, não mantém seu escopo evangelístico, são como uma casa-de-fôrça sem fôrça, um navio a vapor sem vapor, ou uma fábrica de automóveis que não produza nenhum carro. O evangelismo deve ter a posição de primazia em nossa vida!

O evangelismo é a única atividade cujos ganhos sobreviverão à ira que impende sôbre êste assunto. Há no mundo muitas profissões respeitáveis: arquitetura, medicina, advocacia, odontologia, arte, agricultura, engenharia, etc., mas a maior parte delas tem sua recompensa nesta vida. O ganhador de almas constrói para a eternidade. A serva do Senhor representou isto vividamente desta maneira:

Todo empreendimento dêste mundo é de importância mínima comparado à obra de salvar almas. As coisas terrenas não são duráveis, embora custem tanto. Uma alma salva, porém, brilhará no reino do Céu através das eras eternas. 11

Quando Jesus vier, tudo neste mundo passará, menos aquêles que O aceitaram. Sòmente sobrevivem os verdadeiros frutos evangelísticos. Não deveria isto fazer que nos devotássemos mais do que antes à salvação de almas — fazer disto nossa atividade principal?

Grande atividade evangelística caracterizará o espírito dos últimos dias. A luz da verdade se difundirá em tôda a parte. Que coisa maravilhosa nos é ter parte importante a desempenhar no grande drama dêstes últimos dias.

Por tôda a América Central nossos ministros e membros leigos estão desempenhando fielmente sua parte. Penso no espírito da Associação do Panamá. Seu “slogan” dêste ano é: “Cada um buscando um”. Os ministros e membros leigos estão unindo fôrças numa grande cruzada evangelística. Há algumas noites atrás, tive o privilégio de visitar o grande local de reuniões onde se efetua um trabalho de reavivamento em Colon, Panamá. Mais de 1.500 almas ouviam ansiosamente o evangelista O. U. Holness expor a mensagem para êstes últimos dias. Estamos certos de que êste ano, na República do Panamá, centenas de homens e mulheres aceitarão a verdade.

Na grande cidade de Guatemala, está em curso também uma campanha conjugada com ministros e leigos. Tôdas as semanas os membros visitam os bairros e vilas próximos ao centro. O pastor Efraim Murillo, obreiro distrital ali, escreve que numa pequena cidade chamada Sinaca, dois rapazes, chamados respectivamente Fritz Foldvary e Carlos Morales demonstraram tão grande interêsse a ponto de pessoas do local os ameaçarem com pedras se continuassem pregando no lar de uma família interessada.

Durante a última assembléia em San Salvador, El Salvador, fui apresentado a um jovem por nome Napoleão Cruz. Fôra batizado há quatorze anos. Mas não foi senão há cêrca de quatro anos que sentiu que devia apresentar a mensagem a outros. Com a Bíblia na mão ia de lugar em lugar ensinando a verdade. Pregou pela primeira vez a verdade em Rinconada, El Salvador, e ergueu uma igreja com vinte e nove membros. Presentemente êle é o ancião da igreja. Nos últimos dois anos e meio, sessenta e três almas foram batizadas ali. Hoje mais dezesseis estão na classe batismal.

Sabendo que êle é lavrador com oito filhos, perguntei-lhe como achava tempo para tão intensa atividade missionária. Disse-me que não podia fazer outra coisa, porque o Senhor muito cedo vem. Pratica a agricultura para sustentar a família e a si próprio, ao mesmo tempo que faz a obra mais importante, a que consiste em pregar a verdade de Deus.

Há algum tempo, dois ministros de outra denominação lhe pediram para deixar a cidadezinha em que êle estava trabalhando. Disseram que estavam lá antes dêle, e que causava muita perturbação entre o povo. Respondeu: “Deus não limitou meu território para pregar. Êle disse ‘Ide por todo o mundo’”. Êste é o espírito de nossos ministros e obreiros leigos na União Central Americana. Convidamos-vos também a vos unirdes à grande cruzada evangelística, não permitindo que nada absorva vossa atenção.

Que Deus nos possa dar uma visão real de nossa posição no mundo, e de nosso privilégio. Que Deus nos ajude para que também não sejamos desobedientes à visão celestial!

  • 1. Atos 26:19 
  • 2. S. João 3:16
  • 3. S. Lucas 19:10
  • 4. S. Lucas 15:10
  • 5. Test. for the Church, vol. 7, pág. 52
  • 6. A Ciência do Bom Viver, pág. 398
  • 7. Obreiros Evangélicos, pág. 18
  • 8. Test, for the Church, vol. 5, pág. 614
  • 9. Idem, pág. 456
  • 10. S. Marcos 16:15
  • 11. Test, for the Church, vol. 2, pág. 336