No livro Rumo ao Futuro, o pastor Jere Patzer resume de forma clara a base sobre a qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi estabelecida e é sustentada: “Deus deu origem à nossa igreja profética inspirando sua teologia, a qual impulsiona nossa missão, tornada possível por sua organização” ([CPB, 2004], p. 13). Esses três elementos – teologia, organização e missão – não são acidentais nem independentes, mas estão intrinsecamente ligados. Como pastores, precisamos compreender bem cada um desses pilares:
Teologia. Deus nos deu uma teologia singular, unificada e preciosa. Como igreja, temos o compromisso de preservar as verdades sagradas das Escrituras (Is 58:12; Ap 14:6). Embora nossas doutrinas possam ser defendidas isoladamente, todas estão profundamente conectadas. Um fio de ouro entrelaça nossas 28 crenças fundamentais, conferindo harmonia, simetria e beleza à nossa mensagem.
Neste tempo de relativismo, não devemos ceder ao pluralismo teológico, que nos leva a escolher, como em um supermercado, quais doutrinas considerar relevantes. A Bíblia é nossa autoridade máxima, nossa única regra de fé e prática. Ellen White escreveu: “As Santas Escrituras devem ser aceitas como autorizada e infalível revelação de Sua vontade. Elas são a norma do caráter, o revelador das doutrinas, a pedra de toque da experiência religiosa” (O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 7).
Organização. Falar sobre instituições religiosas hoje é um desafio, em meio a uma era marcada pelo pós-denominacionalismo e por uma espiritualidade cada vez mais individualista e subjetiva. No entanto, a organização adventista continua a crescer, pois acreditamos que o mesmo Projetista que guiou o estabelecimento de nosso corpo doutrinário também tem conduzido nossa estrutura. Com quase 23 milhões de membros em 212 países, a Igreja Adventista do Sétimo Dia mantém a maior rede de educação evangélica do mundo, além de instituições sólidas nas áreas de saúde, alimentação, publicações e mídias.
Ao contrário do que alguns pensam, não podemos dispensar nossa Organização, pois ela é resultado de “muito estudo, orações, […] sacrifício e contrariedades”. Sob a mão divina, ela “há de ser firmemente estabelecida, robustecida e consolidada” (Ellen G. White, General Conference Bulletin, 10 de abril de 1903). Mesmo com falhas e defeitos – pois eu e você estamos nela – a igreja continua sendo “o único objeto ao qual Deus concede de maneira especial Sua suprema atenção” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 8).
Missão. Quando olhamos para a Igreja Adventista em 1863, ano da organização da Associação Geral, e a comparamos com nossa realidade atual, é evidente o grande crescimento do movimento. Naquela época, havia 3.500 membros em 125 congregações, e a folha de pagamento da igreja incluía 22 ministros ordenados e oito licenciados. Hoje, temos 95.297 igrejas e 72.975 grupos, além de contarmos com cerca de 21 mil pastores ordenados.
Diante disso, o que podemos dizer? Ellen White sugere: “Ao recapitular nossa história, revendo cada passo de nosso progresso até o momento atual, posso dizer: ‘Louvado seja Deus!’ […] Nada temos a temer com relação ao futuro, a menos que nos esqueçamos da maneira pela qual o Senhor tem nos conduzido e de Seus ensinos em nosso passado” (Mensagens Escolhidas [CPB, 2023], v. 3, p. 134).
Nesta edição, convido você a refletir sobre sua relação com as Escrituras, a igreja e a missão. Que tal manter um ministério equilibrado e alinhado com esses pilares?
Milton Andrade, editor da revista Ministério