Disse certa vez um veterano ganhador de almas que não batizamos mais pessoas porque não pedimos mais Àquele que prometeu: “Pedi, e dar-se-vos-á”; e não pedimos mais porque não cremos o suficiente. E é triste que, por não termos essa “fé como um grão de mostarda”, também não nos entusiasmamos por trabalhar no evangelismo com esse ritmo de terminadores da obra.
Essa era a opinião de um homem que podia estar certo, ou não. Seja como for, não estaria errado meditar e orar sobre esse assunto. Mas, o que começa a dar-nos uma nota de otimismo cristão é o plano traçado pela Igreja mundial que evidentemente demonstra uma reação saudável e positiva ao propor-se a batizar mil almas cada dia dos Mil Dias anteriores à próxima Assembléia da Associação Geral (desde 2 de outubro de 1982 até 29 de junho de 1985). Isto significa que nesse espaço de tempo nos propomos a batizar, pela graça de Deus, um milhão de almas como testemunho do amor redentor de nosso Senhor.
Qual tem sido a reação das Divisões de língua portuguesa e espanhola? As Divisões Interamericana e Sul-Americana aceitaram o desafio de contribuir, a primeira delas com 20% do alvo mundial, e a segunda com um alvo básico de 17% e um alvo ideal igual ao de sua Divisão irmã. Isto quer dizer que estamos orando e trabalhando para batizar de 37 a 40% do milhão de almas para Cristo até a próxima assembléia mundial.
Esta é realmente uma tarefa gigantesca, a qual transcende os limites da capacidade humana; cremos, porém, que encontramos o caminho para esta e outras realizações maiores ainda. Tal caminho pode ser expresso em pelo menos três pontos básicos:
- 1. Temos a filosofia: Por Seu Espírito, semear, colher e conservar. Sempre foi assim, só que Laodicéia deve despertar para a orientação indicada por Deus desde a antigüidade: “Não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos.” Zac. 4:6.
- 2. Temos um objetivo específico: Mil almas batizadas por dia durante os mil dias de colheita. O importante é que, além dos alvos adotados pela Divisão, pelas Uniões e pelas Associações e Missões, cada distrito, cada igreja, cada pastor e cada crente ore e aceite sua parte neste objetivo evangelizador, fixando seu alvo de fé neste projeto.
- 3. Temos meios: O Módulo Semanal, formado pelas reuniões regulares da igreja, as quais foram estabelecidas para semear, colher e conservar. Organizemos as reuniões; demos a cada crente algo para fazer, algo que justifique assistir às reuniões, e façamos funcionar sabiamente todo o mecanismo missionário, desde a comissão de evangelismo e as unidades evangelizadoras até o evangelismo público e pessoal dos leigos e dos obreiros.
Perdoem-me, meus irmãos e conservos, que intercale aqui um segredo satânico que pode parecer anacrônico com o espirito destas reflexões. Refiro-me à receita para o fracasso que consiste em deixar a evangelização e a responsabilidade de alcançar os alvos em mãos do clero adventista, e mais especificamente ainda com aqueles considerados como profissionais da pregação, conhecidos entre nós com o título de evangelista. Se optarmos por esse caminho, não alcançaremos este alvo nem terminaremos a obra, porque no plano de Deus a evangelização deve tornar-se um assunto pessoal de todo crente. “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo.” Efé. 4:11 e 12. Num ato de Sua sabedoria e de Sua misericórdia, Deus decidiu entregar o ministério da reconciliação a cada crente, leigo ou obreiro. Queira Deus ajudar-nos a decidir de uma vez por todas realizar bem as coisas, constituindo-nos em parte vivente e ativa do corpo de Cristo, o qual “veio buscar e salvar o perdido” (S. Luc. 19:10), e que por Seu Espírito nos integremos com todo o vigor neste bom programa dos Mil Dias de Colheita.