O que Paulo queria dizer ao mencionar que um membro faltoso deveria ser “entregue a Satanás” 

Ao orientar os cristãos de Corinto quanto à solução de um grave problema, Paulo escreveu: “Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus,… entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor” (1Co 5:3-5). Essa passagem está repleta de dificuldades teológicas e exegéticas.1 O que significa “destruição da carne”? O que dizer de salvação do “espírito” no Dia do Senhor? Quais são as implicações desse texto para a disciplina da igreja?

Muito do debate sobre a passagem está centralizado no significado de carne e espírito.2 A discussão também trata com a natureza da sentença de Paulo. Diz respeito à disciplina meramente temporária,3 ou a algo mais permanente (exclusão e morte consequente)?4 Alguns eruditos compreendem a frase “entregue a Satanás para destruição da carne” no sentido físico: o incestuoso deveria sofrer alguma doença5 ou penalidade física que o levasse a morrer nas mãos de Satanás.6 Outros têm defendido uma interpretação envolvendo maldição/morte, com base em analogias dos escritos judaicos e papiros gregos sobre magia.7

Algumas variações dessas visões têm sustentado que Paulo pode ter recomendado a entrega do malfeitor às autoridades romanas,8 uma execução secreta,9 morte expiatória,11’ ou entrega ao purgatório.11 Em todo caso, essas interpretações consideram carne no sentido físico, ou seja, o corpo. Entretanto, há os que compreendem metaforicamente as palavras carne e espírito, abrangendo a totalidade do ser, não indicando dicotomia da pessoa.12 Alguns creem que Paulo se refere à expulsão do transgressor, e que isso levaria à “destruição” de sua natureza pecaminosa,13 e não do corpo físico.

Há também os que buscam identificar o incestuoso homem de 1Co 5:5 com o ofensor de 2Co 2:6-11, a quem Paulo diz que a igreja devia aceitar de volta.14 Ainda outros consideram essa expulsão como sendo a mortificação da carne e o sofrimento físico.15 Embora não haja consenso sobre os detalhes do texto, muitos eruditos concordam em que o propósito da sentença de Paulo é a salvação do “espírito” do homem.

Entretanto, alguns eruditos têm questionado se carne e espírito, nesse texto, não se referem a outra pessoa em lugar do incestuoso.16 Para Tertuliano e H. von Campenhausen,17 carne, aqui, se refere ao incestuoso; porém, enquanto o primeiro compreende espírito como espírito da igreja, o segundo o liga ao espírito de Deus. Dontfried liga carne à igreja e espírito a Deus.18 Barth Campbell, por sua vez, argumenta que as duas coisas se referem à igreja.19 De acordo com essas visões, Paulo focaliza a vida espiritual da igreja, não o homem incestuoso.

Finalmente, V. G. Shillington compreende 1 Coríntios 5:5 no contexto da expiação de Levítico 16.20 Assim, o transgressor, como o bode expiatório, devia levar os pecados da comunidade, de modo que o “espírito da comunidade” fosse salvo no dia do Senhor. Tão diferentes interpretações desse texto requerem análise mais cuidadosa.

O contexto

Corinto era conhecida, entre outras coisas, por sua corrupção sexual, de modo que a imoralidade fazia parte do estilo de vida pré-cristão dos coríntios (1Co 6:9, 10) e esse estilo de vida parece ter encontrado seu caminho na igreja (1Co 5:9; 6:12-20; 7:2; 10:8; cf. 2Co 12:21). O problema aqui tratado por Paulo não é apenas mais um caso de imoralidade sexual, mas um extraordinário caso de imoralidade, algo incomum mesmo entre os gentios. O apóstolo foi direto ao ponto: “Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai” (v 1).

Em 1 Coríntios 3:16,17, ele diz que a igreja de Corinto é o templo de Deus e quem o destruir será destruído por Deus. Isso serve como base para compreendermos 5:1-13.21 Tendo sido informado sobre o relacionamento incestuoso, Paulo aconselhou que a igreja afastasse o transgressor (v 2). Esse conselho é repetido outras vezes no capítulo (v 4, 5, 7,13), indicando a gravidade do assunto. Os versos 3-5 estabelecem como e por que a igreja devia realizar o julgamento, e os versos 6-8 fornecem a base teológica para tal ação. Nos versos 9-13, Paulo denunciou a atitude relapsa da igreja e parece ter sugerido que os irmãos deviam ter agido com base na carta anterior.22 Esse contexto provê os parâmetros para a compreensão da sentença no verso 5.

O texto

Nesta altura, podemos fazer uma análise léxico-semântica das seguintes palavras ou frases dentro do contexto geral dos escritos paulinos: paradounai, “ceder” ou “entregar”; eis olethron tés sarkos, “destruição da carne”; e hina to pneuma sóthé, “a fim de que o espírito seja salvo”.

“Ceder”. O apóstolo diz que, quando a igreja estivesse reunida em assembleia, em nome do Senhor, deveria paradounai, “ceder” o incestuoso a Satanás. Na Septuaginta, a raiz paradidómi (tradução do hebraico beyádeká = “em sua mão”) é usada para se referir a Deus como tendo cedido Jó a Satanás (Jó 2:6; cf 1:12) para aflição física. A palavra também é usada no sentido de rejeição ou abandono de Deus do Seu povo como forma de julgamento (Jr 33:24, 25). Nos evangelhos, paradidómi é usada em referência à traição de Jesus por Judas (Mc 14:10) e cessão de Cristo a Pilatos (Mc 15:1) que, por sua vez, O cedeu para o povo (Lc 23:18-25). A palavra também denota julgamento de Deus sobre pecadores (At 7:42); Rm 1:24-28). De tudo isso, é claro que paradidómi pode ser a entrega literal, física, de alguém para punição, ou figurativa: rejeição, condenação ou abandono de alguém.

No contexto de 1 Coríntios 5:5, a compreensão figurativa de paradidómi parece ser a melhor opção. Nesse capítulo, Paulo usa várias metáforas. Por exemplo, “velho fermento”, “Cristo, nosso Cordeiro pascal” (v 7, 8). O verso 5 pode ser assim compreendido. Além disso, em vários contextos, paradidómi implica rejeição e abandono (Rm 1:24; Ef 4:19) ou entrega (Jo 19:30; 1Co 13:3; 2Co 4:11; Ef 5:25). Em 1 Timóteo 1:20, a palavra implica abandono.23 Aqui, Paulo diz que alguns crentes, Himeneu e Alexandre, tinham naufragado na fé e que tinham por ele sido “cedidos” a Satanás, para que aprendessem a não blasfemar.

Assim compreendida, em 1 Coríntios 5:5, paradidounai não se refere a maldição, decreto jurídico, execução secreta, nem morte expiatória. Podemos tomar o verso 2 como veredito básico de Paulo. O restante do capítulo (incluindo os ditos figurativos dos versos 5 e 7) serve apenas para reforçar esse veredito. Notemos também que o verso 13 forma um adendo ao verso 2, ou seja: o que os versos 2 e 13 estabelecem literalmente os versos 5 e 7 o fazem figurativamente.24 Em todo caso, o incestuoso devia ser removido da comunhão. Se o transgressor é excluído da comunidade de fé, automaticamente, se encontra na esfera de operação do inimigo.25

“Destruição da carne.” A frase eis olethron tés sarkos significa literalmente “destruição da carne”. A palavra olethros geralmente denota destruição física. Na Versão Septuaginta, o substantivo olethros ou o verbo olethreuó pode denotar destruição (Êx 12:23) ou julgamento (Jr 5:6; 48:3; Ez 6:14). No Novo Testamento, olethros tem o sentido mais geral de destruição espiritual ou escatológica lTs 5:3; 2Ts 1:9; lTm 6:9). Embora olethros possa ter significado físico, o sentido figurativo de 1 Coríntios 5:5, 7 (conforme os versos 2 e 13) parece sugerir que, como paradounai, o termo olethron deve ser considerado no sentido figurativo. Isso deve também advertir contra uma interpretação estritamente literal do texto.

Um olhar cuidadoso no grego da frase “para a destruição da carne” parece indicar justaposição a “entregue a Satanás”. As duas frases têm conotação condenatória e sua justaposição aqui sugere que ambas tenham a mesma referência. Se é assim, isso significa que a frase “o autor de tal infâmia seja … entregue a Satanás” iguala, ou pelo menos é explicada por “para a destruição da carne”. Desde que a cláusula hina (“a fim de que”) tem o incestuoso em vista e sintaticamente se relaciona com a cláusula principal (“seja… entregue a Satanás”), ela expressa o pretendido resultado da ação na principal cláusula. Em outras palavras, aqui, o resultado dê paradounai é a salvação do espírito do homem incestuoso.26

Tendo tomado olethros no sentido metafórico, o significado de sarx necessita ser determinado. Em primeiro lugar, devemos notar que Paulo não tem visão dualística ou dicotômica do ser humano. Isso quer dizer que não devemos dividir o ser humano em “carne” e “espírito”. Ou seja, nenhum desses elementos se refere à pessoa como um todo. Assim, quando Paulo diz, em 1 Coríntios 5:3, 4, que seu espírito estará presente quando a congregação se reunir para cumprir a sentença, simplesmente quer dizer que ele apoia plenamente a ação.

De acordo com A. Sand, o termo sarx é usado em três formas: 1) substância corporal (1Co 6:16; 15:39); 2) existência natural, mundana e terrestre (1Co 1:26; 9:11; 2Co 1:17); e 3) sujeição do ser humano ao poder do pecado (Rm 7:5-8:10; Gl 5:13-6:8). O contexto de 1 Coríntios 5 parece sugerir que sarx deve ser compreendida como natureza humana pecaminosa.27Sarx se refere ao homem incestuoso, não à inclinação secular da igreja. Isso se torna claro mesmo numa leitura superficial dos versos 3-5: “Eu, na verdade, ainda que ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus, nosso Senhor, entregue a Satanás para a destruição da carne, a fim de que o espírito seja salvo no Dia do Senhor.”

Essa compreensão de sarx concorda com o sentido figurativo de olethros. O incestuoso deve ser removido da igreja (1Co 5:2, 7, 13), ação esta que possivelmente o levará à destruição de sua natureza pecaminosa. Consequentemente, em vez de destruição física ou morte, olethros implica o abandono da natureza pecaminosa do transgressor, isto é, o desviar-se do seu atual modo carnal de viver, marcado por imoralidade tão grosseira. Embora olethros seja uma palavra forte para destruição, todas as referências paulinas à sub-jugação da carne indicam que seu uso com referência à carne em 1 Coríntios 5:5 não deve surpreender nem requer interpretação literal.

Por exemplo, o apóstolo diz que aqueles que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne (G1 5:24). Diz também que os fiéis devem mortificar tudo o que pertence à natureza terrena (Cl 3:5). Em nenhum desses casos, ele se refere à crucifixão ou morte literal da carne, e não devemos compreender a expressão olethron sarkos, nesse texto, de outra maneira. O mesmo é verdadeiro quanto a 1 Timóteo 1:19, 20 que, no Novo Testamento, é a única passagem paralela a 1 Coríntios 5:5. Paulo não considera a morte como significando a disciplina eclesiástica, desde que essa disciplina é redentora (2Co 2:5-11).

“A fim de que o espírito seja salvo.” Finalmente, como devemos compreender a frase de Paulo: hina to pneuma sóthé (a fim de que o espírito seja salvo)? Como já foi argumentado, sarx se refere à pessoa completa, à natureza pecaminosa ou atual estilo de vida pecaminoso do incestuoso coríntio. Considerando que, no contexto dessa passagem, pneuma (espírito) é antônimo de sarx, isso permite que pneuma seja compreendido como a nova natureza do homem em Cristo, resultante da destruição de sarx. Os dois termos são figurativos, cada um deles se referindo à unidade indivisível do ser. Também correspondem à antítese da velha e nova natureza, conforme Paulo (2Co 5:17; Ef 4:22). Notemos a declaração de Rosner: “Quando Paulo contrasta carne e espírito, como aqui no verso 5, quase sem exceção, carne se refere ao contraste entre as boas e más tendências, como em Romanos 8:5-17 e Gálatas 5:16-24.” Então, “carne” se refere à pessoa orientada para longe de Deus, e “espírito” à pessoa orientada para Deus.28

Nos escritos paulinos, a salvação pode ser presente (Rm 11:14; 1Co 9:22) ou escatológica (1Co 1:18, 21; 3:15; 2Co 2:15). O significado de sóthé (seja salvo), na passagem em apreço, raramente é debatido. Entretanto, a referência à salvação do espírito “no Dia do Senhor” apresenta alguma dificuldade. Acaso, devemos construir a ideia de salvação aqui no sentido escatológico, por causa do complemento “no Dia do Senhor”? Por outro lado, se Paulo previa a volta do homem, depois da destruição da carne, deveria ele situar a salvação do espírito do homem apenas no fim da História?

“A disciplina eclesiástica é corretiva e purificadora”

Gordon Fee indica que “o dia do Senhor Jesus” é “uma das costumeiras expressões [de Paulo] para salvação” (cf 1Co 3:15; 4:5).29 Assim compreendido, Paulo pode não ter necessariamente vinculado significado temporal a essa frase. Em muitos lugares, ele menciona o dia do Senhor num contexto de iminência (1Co 1:7, 8; 7:26, 27; 15:51, 52; Fp 1:6, 10; lTs 4:17; 5:4). Contudo, nada no contexto de 1 Coríntios 5 argumenta contra a compreensão do “Dia do Senhor” no sentido escatológico. No texto paralelo de 1Tm 1:19,20, o apóstolo parece esperar o arrependimento de Himeneu e Alexandre, quando diz que os havia entregado a Satanás para que aprendessem a não blasfemar. Semelhantemente, em 1 Coríntios 5:5, ele parece assumir o arrependimento do homem. Nessa base, ele anuncia a salvação escatológica do incestuoso arrependido. Em todo caso, seu veredito parece redentivo.

Embora a interpretação de 1 Coríntios 5:5 apresentada aqui não seja inteiramente nova, ela fornece uma base para a visão de “expulsão”. Embora alguns eruditos defendam essa interpretação, baseados na analogia dos sofrimentos de Jó (Jó 1:12; 2:6) e o espinho na carne de Paulo (2Co 12:7),30 eles parecem antever o envolvimento de Satanás na destruição física da “carne” do homem.

Esse estudo argumentou sobre a compreensão simbólica da injunção de Paulo no texto em consideração. Satanás não desempenha papel nenhum nessa destruição não literal da carne. Se a expressão “para a destruição da carne” é um aposto à frase “que o autor de tal infâmia seja… entregue a Satanás”, então, a dificuldade desaparece. Ao entregar figurativamente o homem a Satanás, isto é, ao removê-lo da comunhão da igreja, em vista do sofrimento e desgraça experimentados, esse homem deve recuperar sua razão, arrepender-se de seu pecado, abandoná-lo e ser aceito de volta na comunhão da igreja.

Implicações

1 Coríntios 5 tem grandes implicações para a disciplina eclesiástica. O texto nos possibilita os seguintes ensinamentos:

Entre outras coisas, a imoralidade sexual de um crente contamina não apenas a pessoa, mas também a igreja, o templo de Deus (v. 6-8). Portanto, a igreja não deve ser condescendente com tal pessoa (v 9-11).

Quando um pecado tão grave se torna conhecido da igreja, a atitude apropriada deve ser tomada imediatamente. Isso inclui a remoção da pessoa envolvida (v 2, 5,13).

A disciplina eclesiástica é, primariamente, corretiva. A ideia não é expulsar para sempre o transgressor da igreja. Ao contrário, com a remoção, ele deve ser levado a compreender a gravidade do pecado e se arrepender.

A disciplina eclesiástica também purifica a igreja como templo de Deus e a protege contra a contaminação (v 6-8).

A igreja deve disciplinar responsavelmente o crente errante (v 2-5,13).

A disciplina eclesiástica deve ser executada por toda a congregação sob a liderança do Espírito Santo (v 4, 5). Desse modo, os sentimentos pessoais são resguardados.

Esses pontos sugerem que a disciplina eclesiástica não ficou limitada apenas aos cristãos do primeiro século, mas é para cristãos de todos os tempos. Atualmente, parece que algumas congregações se esqueceram desse dever. No outro extremo, algumas parecem enfatizar tanto a disciplina que ela perde seu significado. Quaisquer que sejam as razões para essa bifurcação de atitudes, a mensagem de Paulo deve ser atendida.

Referências:

  • 1 Gordon D. Fee, The First Epistle to the Corinthians, The New International Commentary on the New Testament (Grand Rapids: Eerdmans, 1987), p. 209.
  • 2 Barth Campbell, Journal of the Evangelical Theological Society 36,1993, p. 331.
  • 3 F. F. Bruce, 1 and 2 Corinthians (Londres: Oliphants, 1971), p. 55.
  • 4 R. Bultmann, Theology of the New Testament (Nova York: Scribners, 1951-1955), v. 1, p. 233.
  • 5 H. Olshausen, A Commentary on Paul’s First and Second Epistles to the Corinthians (Mineápolis, MN: Klock and Klock, 1984), p. 90.
  • 6 R. Bultmann, Ibid.
  • 7 A. Deissmann, Light from the Ancient East (Nova York: Hodder &. Stoughton, 1911), p. 302, 303.
  • 8 H. Olshausen, Ibid.
  • 9 J. Klausner, From Jesus to Paul, (Londres: Allen and Unwin, 1946), p. 553.
  • 10 Barth Campbell, Op. Cit., p. 332.
  • 11 E. Stauffer, New Testament Theology (Nova York: Macmillan, 1955), p. 212, 312, 313.
  • 12 W. Larry Richards, 1 Corinthians: The Essentials and Nonessentials of Christian Living, “The Abundant Life Bible Amplifier” (Nampa, ID: Pacific Press, 1997), p. 98.
  • 13 F. W. Grosheide, New International Commentary on the New Testament (Grand Rapids: Eerdmans, 1963), p. 123.
  • 14 Collin G. Kruse, Evangelical Quarterly 60, 1988, p. 129-139.
  • 15 A. T. Robertson and A. Plummer, International Criticai Commentary (Nova York: Scribner’s, 1916), p. 99.
  • 16 Barth Campbell, Op. Cit., p. 333; Tertuliano, De Pudicitia 13, Ante-Nicene Fathers, v. 4, p. 87, 88.
  • 17 H. von Campenhausen, Ecclesiastical Authority and Spiritual Power in the Church of the First Three Centuries (Stanford: Stanford University Press, 1969), p, 134,135.
  • 18 K. P. Donfried, Interpretation 30,1976, p.

150,151.

  • 19 Barth Campbell, Op. Cit., p. 333-342.
  • 20 V. George Shillington, Journal for the Study of the New Testament 71,1998, p. 29-50.
  • 21 Brian S. Rosner, Tyndale Bulletin 42,1991, p. 137-145.
  • 22 Craig L. Bloomberg, 1 Corinthians, NIV Application Commentary (Grand Rapids: Zondervan, 1994), p. 104.
  • 23 Gordon Fee, Op. Cit., p. 208.
  • 24 Brian S. Rosner, Evangelical Quarterly 71, 1999, p. 32.
  • 25 Gordon Fee, Op. Cit., p. 209.
  • 26 Ibid., p. 210.
  • 27 Charles Edwards, A Commentary on the First Epistle to the Corinthians (Mineápolis, MN: Klock and Klock, 1979), p. 127.
  • 28 Brian S. Rosner, Ibid., 32, 33.
  • 29 Gordon Fee, Op. Cit., p. 213.
  • 30 Ibid., p. 212.