(Conclusão)

PERGUNTA 40

Volvendo ao Novo Testamento, veremos que a palavra “espírito” é traduzida 2 vezes da palavra grega phantasma, e 288 vezes de pneuma. A palavra grega pneuma é traduzida 381 vezes como “espírito,” uma vez como “vida,” uma vez “vento,” e uma vez “espiritual.” [Refere-se à Bíblia inglesa.]

Pneuma é usado (1) referindo-se a ar em movimento, tal como “vento” em S. João 3:8, e “espírito” em Apoc. 11:11; (2) ao princípio de vida, como em S. Luc. 8:55; (3) ao estado de ânimo, disposição, influência ou atitudes que governam o homem, a base de seu caráter, como em I Cor. 4:21; II Cor. 12:18; (4) a seres incorpóreos, tais como anjos (Heb. 1:14), demônios, ou espíritos maus (S. Mat. 8:16); (5) ao Espírito Santo, como em S. Mat. 1:18 etc. Há também outros matizes de sentido relacionados com as aplicações aqui citadas.

Não existe, inerente à palavra pneuma, coisa alguma que lhe pudesse dar o sentido de alguma suposta entidade consciente do homem, capaz de existir independente do corpo, nem o uso da palavra com respeito ao homem, no Novo Testamento, implica de qualquer modo em semelhante conceito.

É Imortal a Alma? É Imortal o Espírito?

No que respeita à Bíblia, a palavra “imortal” só se emprega com referência a Deus: “Assim, ao Rei eterno, imortal, invisível, Deus único, honra e glória pelos séculos dos séculos.” I Tim. 1:17. Esta é a única vez que ocorre a palavra nas Escrituras. A imortalidade inata só é atribuída à Divindade: “Exorto-te perante Deus,. . . único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade.” I Tim. 6:13-16. O dom da imortalidade é prometido ao homem, e ele é instado a buscá-lo (Rom. 2:7). Com efeito, é prometido aos fiéis, por ocasião da segunda vinda de Cristo: “Nem todos dormiremos [morreremos], mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar d’olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade.” I Cor. 15:51-53. Em I Tess. 4:16 o apóstolo toma claro que a “última trambeta” e a ressurreição dos mortos se darão por ocasião do segundo advento.

Se o homem é aconselhado a buscar a imortalidade, é claro que não a possui agora. Quando da criação do homem, no princípio, foi-lhe apresentada a morte como resultado certo da desobediência: “No dia em que dela comeres [do fruto da árvore proibida], certamente morrerás.” Gên. 2:17. É óbvio que o homem não foi criado impossibilitado de morrer. É igualmente claro, da narrativa da queda, que o homem teria vivido para sempre se tivesse continuado a participar da árvore da vida. Depois do pecado de Adão, disse Deus: “Assim, para que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente…. ” Gên. 3:22. É simples deduzir, da narrativa da criação e da queda do homem, que Deus prometeu a este vida eterna sob condição de obediência, e a morte no caso de desobedecer.

Se formos levados a pensar que o uso que o Novo Testamento faz de expressões como “corpo e alma,” e “corpo, alma e espírito,” possam indicar que o homem realmente se compõe de três partes componentes, divisíveis, e que pelo menos uma delas é imortal, temos de considerar o seguinte:

  • 1. Cristo declarou que tanto o corpo como a alma podem ser destruídos no inferno: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes Aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.” S. Mat. 10:28.
  • 2. O cuidadoso estudo de todos os adjetivos empregados na Escritura para qualificar a palavra “espírito,” como se aplicando ao homem, indica que nem um, mesmo remotamente, se aproxima da idéia de imortalidade como uma das qualidades do “espírito” humano.
  • 3. O Espírito de Deus é o único espírito que tem o qualificativo “eterno.” Heb. 9:14.

Os adventistas do sétimo dia não crêem que o homem, todo ou qualquer parte sua, seja inerentemente imortal. Cremos no quadro bíblico de que o homem é uma criatura sujeita à morte, com a possibilidade de vida eterna, unicamente por isso que Cristo pagou a penalidade do pecado e oferece ao pecador arrependido a Sua vida. Jesus Cristo “não só destruiu a morte, como trouxe à luz a vida e a imortalidade, mediante o evangelho.” II Tim. 1:10. NEle está nossa esperança — nossa única esperança. — Questions on Doctrine, págs. 511-519.

Exame para um Pastor

À luz de minha consciência, diante de Deus e sem equívocos, como respondo a estas cinco perguntas?

  • 1. Sou veraz? Há circunstâncias nas quais eu diria, ou disse, uma mentira? Pode-se confiar em que direi sempre a verdade, não importa o preço?
  • 2. Sou honrado? No que respeita a questões de dinheiro, pode-se confiar em mim de forma absoluta? Em meu trabalho, respeito a reputação de outras pessoas?
  • 3. Sou puro em minhas relações com pessoas de outro sexo? Sou puro em meus pensamentos e hábitos?
  • 4. Ofendo-me com facilidade? Posso perdoar generosamente? Perco a paciência com facilidade? É minha vida a de quem ama tanto que se recusa sentir-se ofendido pelos demais?
  • 5. Sou egoísta ou altruísta? Sou consagrado? Estou vivendo para Deus ou para obter dinheiro, poder e alta posição? Estão todas as minhas faculdades ao serviço da humanidade e do reino de Deus? Em resumo, vivo para mim mesmo ou para os outros?