Ao assumir uma nova igreja, certo pastor reuniu a diretoria de jovens a fim de planejar o trabalho do ano. Quando, seguindo a agenda, o grupo chegou ao item “semana de oração”, o pastor sugeriu que convidassem um visitante para oficiá-la. Sendo ele recém-chegado à comunidade, desconhecido, teve a sugestão aceita e logo o nome de um colega foi aprovado. No ano seguinte, o processo se repetiu. Porém, ao fazer o pastor a mesma sugestão do ano anterior quanto à semana de oração, conhecendo-o melhor, um dos líderes respondeu: “Queremos que o senhor seja o pregador”. O pastor insistiu em convidar um colega, argumentando em favor dos benefícios de ter alguém diferente na igreja, programação com novidades e o poder de atração que isso representava. Mas o grupo insistiu para que ele fosse o pregador e, encerrando a discussão, alguém justificou: “Quando o senhor fala, parece adivinhar o que todos nós necessitamos”.
Tenho a convicção de que essa observação deve ter sido recebida como valioso troféu por aquele pregador. Ele não era vidente; mas, sendo visitador sistemático do seu rebanho, aprendeu a conhecer as necessidades de todos. Unindo a essa prática profundo estudo da Bíblia, oração e exaltação de Cristo, estava pronta a receita para sermões eficazes, relevantes e espiritualmente nutritivos.
Em meio às muitas atividades importantes que precisa realizar, todo pastor deve estar consciente da grandeza da pregação. “É um trabalho divino”, diz Roy Allan Anderson (O Pastor Evangelista, p. 284); e ele, o pregador, “se torna um arauto de esperança, um portador de boas-novas, que leva a mensagem do Rei. Não meramente fala acerca do Rei, fala pelo Rei. Fala aos homens por Deus, e fala a Deus pelos homens. Como embaixador dos Céus, fala com autoridade. É ‘em lugar de Cristo’ que ele torna conhecido o propósito eterno de Deus”.
Como vaso do qual Deus transborda, o pregador é um conduto através do qual o fluxo do Espírito Santo é percebido. Ele é chamado por Deus e deve se apresentar humilde, despojado de toda pretensão humana, a não ser a disponibilidade e boa vontade para desempenhar a tarefa. Seus ouvintes não estão interessados nos títulos que talvez possua, no status nem no poderio que eventualmente detenha. Mas, perguntam a si mesmos todas as vezes que chegam para ouvi-lo: “Há alguma palavra do Senhor?” (Jr 37:17).
O sermão é preparado por um ser humano, mas está cheio de implicações eternas. Por isso, nenhum pastor tem o direito de minimizar a importância da pregação. De fato, de acordo com Andrew Blackwood, ela “devia ser considerada a mais nobre tarefa que existe na Terra” (A Preparação de Sermões, p. 15). Esta edição especial de Ministério foi elaborada com o objetivo de ajudar você a aprimorá-la.
Zinaldo A. Santos