Uma coisa é ser usado por Deus para ganhar almas, e outra ajudar o que foi ganho a manter-se em boas relações com Deus e também a crescer espiritualmente. Muita instrução tem sido provida nesta importante fase do trabalho. Do livro Evangelismo, pp. 351-353, temos algumas afirmações que transcrevemos:
“A igreja tem a especial responsabilidade de assistir as almas que seguem os primeiros raios de luz que receberam. (…) A pregação é uma parte pequena do trabalho a ser feito pela salvação de almas. (…) Deus requer de Sua igreja que alimente os que são jovens na fé e na experiência”. Novos conversos “necessitam de cuidados”, eles precisam de “nutrimento — vigilante atenção, ajuda e encorajamento (…), com eles tratando-se bondosamente, devendo ser visitados e com eles orar”. Este trabalho é-nos dito ser “de grande auxílio tanto aos que o fazem como àqueles pelos quais é feito”. Há, portanto, ainda uma grande obra a ser feita em favor de novos conversos, depois de haverem sido instruídos e batizados.
O nascimento espiritual pode ser comparado com o nascimento físico, como Jesus o fez (S. João 3). Quando uma criança nasce em nosso lar, jamais pensaríamos em dizer: “Bem, filho, nós estamos todos muito contentes, você é bem-vindo; mamãe e eu estamos bastante ocupados, embora o amemos muito. Esperamos que você se arranje, vá pessoalmente ao refrigerador, apanhe o seu leite, e você mesmo se sirva”. Não. O trabalho dos pais começa justamente quando o nenê entra na família. Com quanto carinho é ele cuidado! Banho, alimento, a roupinha, tudo enfim! A medida que ele cresce, o alimento é mudado para mais sólido. A instrução é que “deve haver mais pais e mães que tragam esses recém-nascidos na verdade junto ao seu coração, e os encoragem, e com eles orem, a fim de que sua fé não seja confundida”. — Id., p. 352. O plano do “guardador do irmão” tem a aprovação celestial.
O Plano
Não há dúvida de que muitos têm usado alguma espécie de plano para que os novos conversos sejam atendidos e mantidos na verdade à medida que vão recebendo mais instrução e solidez. Nada, porém, tem sido feito para criar-se um plano e pô-lo à disposição do ministério em geral. Este plano que aqui expomos é respeitosamente submetido a sua consideração. Temos imaginado um sistema de auxílio que consiste em incorporar na atividade membros leigos estáveis, para que sejam mães e pais espirituais. Reconhecendo o fato de que muitos que entram para a igreja, deixam mais tarde o corpo de crentes, não tanto por descrença na verdade, mas por falta de companheirismo, este plano pode ser considerado essencial. Os que vêm para unir-se com a família do remanescente de Deus, muitas vezes deixam para trás amigos e parentes. Separam-se do cuidado pastoral a que estavam antes acostumados, em muitos casos; ficam sozinhos. É aqui que os membros da igreja podem ser de grande auxílio e fazer um bom trabalho.
Durante a última semana da classe batismal o pastor, com o seu team (time), escolhe um membro firme, estável, como “guardador do irmão”, e escreve o seu nome em frente ao do novo converso do qual será ele um possível guardião. A escolha dos nomes far-se-á tendo em vista várias coisas: (a) localização geográfica em relação ao novo membro, (b) compatibilidade de idades, (c) interesse no novo membro, (d) habilidade para tratar com os problemas normais do novo membro, isto é, uma mulher, por exemplo, com lar dividido, pode estar em melhores condições de encorajar um novo membro com o mesmo problema. Dois homens que trabalhem na mesma atividade, ou na mesma espécie de trabalho, podem ser encorajadores mútuos, de modo que um pode ser escolhido como “guardador”. Em cada caso deve um homem ser designado para um homem, uma mulher para uma mulher, um jovem para um jovem. O escolhido deve ser um guarda espiritual, pedindo-se-lhe que aceite a incumbência de ser o “guardador” espiritual do irmão, e convidando-se o escolhido para que esteja presente ao serviço de dedicação na sexta-feira à noite.
A classe batismal já terá sido completada na quarta-feira anterior, à noite, deixando-se então a sexta-feira à noite para que se faça uma reunião com os guardadores espirituais, informando-se-lhes o que deles se espera. Preparai uma fórmula de compromisso, tanto para o guardador como para o novo membro. Este compromisso será tudo para eles nessa noite. Em poucas palavras mostrai-lhes a responsabilidade e confiança que a igreja deposita neles. Há nesse compromisso dez pontos. (Estes aparecem no fim deste artigo.) Quando todas as perguntas ou itens tiverem sido respondidos, faz-se uma oração de dedicação e encerra-se a cerimônia. Sábado de manhã, depois de breve sermão, os candidatos ao batismo são chamados à frente. Permanecem de pé, voltados para a congregação. O guardador espiritual é convidado a vir à frente. Ele permanece de pé, de frente para o candidato. E assim continua até que cada candidato tenha diante de si o seu guardador espiritual. Quando uma família inteira está sendo batizada, outra família inteira pode agir como guarda espiritual. Então o compromisso é lido por um dos ministros para os novos membros. Este compromisso incorpora oito sugestões que os ajudarão a crescer espiritualmente. (Também estas são dadas no final deste artigo). O livreto (folha dobrada) contendo o compromisso, atado com uma fita vermelha, é entregue a cada candidato. A seguir é lido o compromisso do guardador espiritual. Este material ficou em poder do guardador na noite anterior, e como há alguns itens que devem ficar fora do conhecimento dos demais, somente parte dele deve ser lida. A cada um deles é entregue um livreto (folha dobrada) com o nome do portador no lado de fora, e dentro o nome do novo membro. Subentende-se que esta tarefa perdura por todo um ano. Os candidatos são então votados pela igreja, o guardador espiritual e o candidato abraçam-se, e o serviço batismal prossegue como usual.
Esta cerimônia traz muitos benefícios. Primeiro, tem o aval do Céu. Deus ordenou que os membros da igreja cuidem dos membros novos. Isto é alguma coisa que o membro da igreja pode fazer. Ele experimentará um sentimento de satisfação, sabendo que está sendo parte de um conjunto de recursos para salvação de almas. Este plano ajudará tanto os que o executam como aqueles para quem é feito. Segundo, permite ao Pastor sair para o seu trabalho sem o frustrado sentimento de que alguns de seus novos conversos podem estar enfraquecidos sem o seu conhecimento. Os seus membros passaram a ser seus auxiliares, com os seus esforços mutuamente unidos, e com os dos oficiais da igreja.
Este serviço, como o do casamento, adquire mais significado quando conduzido em público do que quando a responsabilidade é atribuída privadamente. Fará mais para que o membro sinta sua responsabilidade, e o ajudará a levá-la melhor. Outra vantagem desta cerimônia é que se um novo membro se desvia, como pode acon-tecer, o guardador poderá sentir-se mais responsável pessoalmente, achando que talvez tenha deixado de fazer tudo que podia, em vez de todos culparem o ministro. Muitas outras vantagens podem ser citadas.
Talvez Paulo tivesse com isto em mente quando escreveu aos hebreus: “Obedecei aos vossos pastores [a versão de margem diz ‘os que têm o encargo de guiar-vos]’”, Heb. 13:17.
Compromisso do Guardador Espiritual Nome: ……………………………………………..
Fostes escolhidos para realizar um trabalho da maior importância. Vossos irmãos depositaram grande confiança em vós, pois vos entregaram a sagrada responsabilidade de amar, instruir e encorajar o que é colocado sob vosso cuidado ao longo do caminho cristão. A vós, que tendes estado a experimentar o gozo do crescimento na vida cristã foi dado o privilégio de partilhar esta experiência com os que estão apenas começando sua caminhada na direção de maior luz. A experiência do crescimento é juncada de inúmeros perigos, dos quais o desânimo e a frustração não são os menores. O Céu está ansioso por usar-vos, a fim de tornar mais suave a jornada.
Como ministro do evangelho e companheiro na conquista de almas, eu vos encarrego de, nos próximos doze meses —
- 1. Ser em bondade e amor um amigo para aquele que vos é entregue.
- 2. Orar por ele em vossa devoção particular.
- 3. Tomar tempo para tratar com ele, convidan-do-o para o vosso lar, sempre que possível.
- 4. Cuidar dele nos serviços da igreja, sentando-vos com ele, e fazendo que ele se sinta bem.
- 5. Se ausente de alguma reunião, procurardes saber a causa, visitando-o ou telefonando-lhe, ou por outro meio qualquer.
- 6. Mostrardes-lhe sempre genuíno interesse, tendo o cuidado de nunca vos intrometerdes em seus negócios pessoais.
- 7. Ser-lhe sempre um exemplo em tudo, animando-o a olhar para Jesus como o exemplo máximo na carreira cristã.
- 8. Apresentá-lo a outros membros da igreja, ajudando-o a integrar-se na vida de nossa igreja.
- 9. Ajudá-lo sempre que possível em seus problemas, tendo o cuidado de aconselhar-vos com vosso Pastor em questões de maior monta.
- 10. Se precisardes mudar dentro dos próximos doze meses, informar o vosso Pastor, para que ele possa arranjar alguém que vos substitua.
Compromisso do Novo Membro
Fostes recebido na igreja adventista do sétimo dia por meio do batismo, e vos tornastes membros de uma “família” que envolve a Terra. Assim vos haveis identificado com um povo que aguarda a iminente volta de Jesus e se prepara para encontrá-Lo. Tomastes sobre vós o nome de um povo que está procurando manter elevada a norma de sua profissão espiritual — povo que é peregrino na Terra, aguardando uma pátria melhor. Como um “recém-nascido” na igreja, ireis crescendo dia a dia, conhecendo cada vez mais da vontade de Deus a vosso respeito e em vossa vida. Todo o Céu se rejubila de que participais agora dos que “guardam os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus Cristo” (Apoc. 12:17).
Como ministro do evangelho, e representante desta organização, eu vos lembro o dever de: —
- 1. Estimar sempre vossa qualidade de membro da igreja, reconhecendo-vos como participantes da família de Deus.
- 2. Dispor cada dia de tempo para oração, com estudo da Bíblia e devoção pessoal.
- 3. Estabelecer em vosso lar o altar da família, realizando o vosso culto matutino e vespertino.
- 4. Decidir manter vosso constante crescimento cristão, estando presente às reuniões regulares da igreja.
- 5. Tomar parte nas atividades da igreja, utilizando vosso tempo e talentos como obreiro na causa de Deus.
- 6. Ter o cuidado de representar corretamente a igreja em todas as vossas atividades, lembrando-vos de que sois representantes de Deus em tudo que fazeis.
- 7. Quando necessitardes de ajuda, procurar vosso guardador espiritual e com ele falar sobre os vossos problemas. Se o desejardes, consultai o vosso Pastor; ele estará sempre pronto a auxiliar-vos.
- 8. Terdes fé em Deus, confiando sempre em Seu poder para socorrer o que nEle confia, sabendo que “Aquele que em vós começou a boa obra” vos ajudará e “vos aperfeiçoará” até “o dia de Jesus Cristo”. (Fil. 1:6.) ▼
Voto Tomado Pela Divisão Sul-Americana na Comissão Médio-Anual (74-330)
PLANO DE ESTUDO DE APOSTASIAS
CONSIDERANDO as elevadas perdas de membros que vêm experimentando a Igreja nos últimos anos; e CONSIDERANDO que é nosso dever tratar de manter a vida espiritual dos novos irmãos, ao mesmo tempo que recuperar a quantos seja possível trazer de volta ao redil; foi
VOTADO,
- 1. Fazer um diligente estudo do problema da apostasia, que consistirá em visitar o maior número possível de irmãos afastados da igreja a fim de obter informações que nos ajudem a reconhecer as causas mais comuns do afastamento da igreja.
- a) A fim de ter uma visão geral e o mais abarcante possível, realizar o referido estudo em todos os campos dá Divisão, incluindo os diferentes ambientes nos quais a obra se desenvolve.
- b) Comprovar e comparar a incidência de apostasias depois das grandes campanhas de evangelização, trabalho leigo, evangelismo pastoral, etc. … .
- c) Verificar até que grau influem a falta de preparo pré-batismal, a deficiente atenção pastoral posterior, a pregação, promoção, etc.
- d) Que cada visitador leve formulários confidenciais, que conterão os pontos que mais interessa conhecer, a fim de que os preencha, depois da entrevista.
- e) Realizar o estudo e a avaliação dos resultados durante os primeiros seis meses de 1975. Com base nas conclusões obtidas, iniciar uma campanha decidida, para a recuperação de quantos seja possível trazer de volta à igreja.
- 2. Corajosamente encarar os fatos que produzem apostasias e procurar resolvê-los.