Compreender o valor do exercício e descanso, e considerá-los uma prioridade na vida diária, terá grande impacto sobre a saúde do pastor e de cada membro da igreja. Acrescentará uma nova dimensão à vida, ativará e reforçará o poder intelectual e criativo, e manterá o organismo sadio, forte e vigoroso.

Umdois, três… Os anciãos e as anciãs seguem o ritmo do professor de ginástica, saltam, movem o tronco, os braços e as pernas, e o fazem com desembaraço, dando tono aos músculos flácidos.

Pelos caminhos, praças e calçadas, jovens trotam suarentos devido aos esforço, mas ágeis e leves. São seguidos por homens e mulheres adultos, e até por anciãos.

Nos ginásios tão populares hoje em dia, milhares de pessoas enfrentam e usam toda a espécie de instrumentos para exercitar os diversos membros do organismo.

Num congresso de temas intelectuais, anuncia-se um recreio para fazer exercícios calistêmicos. Todos participam para depois continuar mais descansados com as deliberações dos temas.

Sem dúvida, esta é uma nova era: a era do exercício. Nos programas altamente visíveis são anunciados os benefícios de um corpo em ação e movimento.

Compreender o valor do exercício e descanso, e considerá-los uma prioridade na vida diária, terá grande impacto sobre a saúde do pastor e de cada membro da igreja. Acrescentará uma nova dimensão à vida, ativará e reforçará o poder intelectual e criativo, e manterá o organismo sadio, forte e vigoroso.

A palavra exercício — “exercere” — em latim, se compõe do prefixo ex, que significa “sem”, e da palavra arcere, que significa “manter-se afastado”. A união dos dois vocábulos para formar a palavra exercício confere a esta última o significado de “sem manter-se afastado”, que bem podemos visualizar.

“Deus fez o homem reto”, disse o sábio Salomão, e em mais de um sentido. O homem é o único ser criado que possui duas mãos e dois pés e tem uma postura ereta ao caminhar. Os símios têm quatro mãos. O que permite o deslocamento vertical do ser humano ao caminhar é o sistema ósseo segmentado, com os músculos, tendões e nervos. É interessante estudar como um osso encaixa noutro e permite o movimento numa direção. Outros, como a coluna vertical, podem mover-se em várias direções, graças aos discos e sua estrutura. Os ossos dão estabilidade ao corpo humano.

Para formar a estrutura óssea e muscular necessitamos da matéria prima contida nos alimentos. Desde que a primeira célula inicia o processo da vida, torna-se necessária a presença dos nutrientes dos quais dependerá o crescimento e a manutenção do ser humano.

O cálcio, o fósforo e o magnésio participam na formação dos ossos e dos dentes, ajudados pelo sódio, potássio e flúor. Mais de 40 nutrientes fazem parte desse maravilhoso mecanismo humano, formando tecidos com proteínas, regulando as funções com vitaminas e minerais, e usando a energia de carboidratos e gorduras para exercer essas funções.

A alimentação é um fator essencial no crescimento e na manutenção da estrutura óssea que constantemente se desdobra e se reforma. Investigações descritivas encontraram uma diferença na densidade do tecido ósseo em pessoas de 50 a 89 anos de idade que usam uma alimentação onívora, em comparação com os da mesma idade que usam uma alimentação vegetal. As pessoas onívoras haviam perdido 35% da massa óssea, em comparação com a perda de 18% dos que usavam uma alimentação vegetal.

É interessante notar que noutras experiências, os que consumiam alimentos de elevado teor de proteína (140 gramas) excretavam mais cálcio na urina do que aqueles que consumiam uma quantidade menor (45 gramas). A densidade óssea era menor nas mulheres onívoras. Isto pode indicar maior incidência de osteoporose nas mulheres onívoras em idade avançada.

Tem-se declarado com certeza que “a ação é uma lei da vida”. Os efeitos fisiológicos são admiráveis. Sem fazer exercício, os músculos e os ossos perdem sua integridade e força. Este é um problema que tem de ser levado em conta nas viagens espaciais.

No sistema digestivo, o exercício tonifica os músculos que efetuam os movimentos peristálticos. Antes e depois de comer deve-se evitar os movimentos violentos. Mas os exercícios moderados, como andar, são benéficos. E o exercício não aumenta o apetite, como muitos pensam. A pessoa não é tentada a comer em excesso. Numa pesquisa, 50% dos esportistas que participavam em corridas não tinham apetite por um período de meia hora a uma hora e meia depois de correr.

Para evitar mal-estares ou acidentes, devemos começar a fazer exercício gradualmente, se não estamos acostumados. Calcula-se que antes de começar a trotear com regularidade, uma pessoa deve andar vigorosamente pelo menos meia hora diária, por um mês. O exercício violento e esporádico não cumpre sua finalidade.

Kenneth Cooper, que é um porta-voz de exercícios aeróbios e que tem entusiasmado milhões de pessoas a segui-los, declarou que os melhores exercícios são andar vigorosamente, trotear, a calistenia, nadar, e andar de bicicleta, além de esportes, como o tênis e outros. O mais eficaz e o mais fácil é caminhar vigorosamente, se for feito consistentemente.

O exercício aumenta o intercâmbio de gases nos pulmões, expelindo o anídrido carbônico e absorvendo o oxigênio no sangue para levá-lo aos tecidos. A respiração nas células é mais completa e o oxigênio está disponível para os processos metabólicos, a fim de usar melhor as calorias dos alimentos. O número de respirações aumenta, como também as batidas do coração.

A circulação do sangue torna-se mais vigorosa com o exercício. O coração acelera as pulsações, o que impele o sangue mais completamente através de todo o corpo. Isto abre os vasos sanguíneos colaterais para alimentar eficazmente todas as áreas do organismo. Ajuda a fortalecer os músculos do coração, o qual pode expulsar mais sangue em cada pulsação. Os músculos das pernas exercem um movimento de “ordenha” sobre as veias, que podem então devolver o sangue ao coração contra a força da gravidade.

Lemos em A Ciência do Bom Viver, páginas 236-240: “A atividade é uma lei de nosso ser…. A inatividade é prolifera causa de moléstias…. Aqueles cujos hábitos são sedentários devem, quando o tempo permitir, fazer exercício ao ar livre todos os dias, de verão e de inverno…. Tal exercício seria, em muitos casos, melhor para a saúde, do que medicamentos.”

Para baixar o peso, o exercício em si não tem sido tão eficaz. No entanto, em experiências realizadas na Universidade de Loma Linda, o exercício e uma alimentação hipocalórica combinados demonstraram ser mais eficazes para baixar o peso do que só a alimentação.

As pessoas que combinavam a alimentação e o exercício tinham menos apetite, desenvolviam uma atitude mais positiva para com a vida, e, como um grupo, perderam dois quilos mais, em termo médio por pessoa, do que o grupo que não fazia exercício. Algumas pessoas no grupo normalizaram a tolerância à glicose durante esse período.

Investigou-se em camundongos o efeito do exercício e da restrição calórica sobre uma droga que provoca infartos do miocárdio. A restrição calórica e o exercício em programas separados ou combinados protegiam o animal dos efeitos da droga.

Não se deve começar um programa de exercício vigoroso se não se fez exercício anteriormente. O médico poderá dizer-lhe se tem um coração sadio e pressão normal. Deve começar a exercitar-se pouco a pouco, dia a dia. Mas faça exercício. Ao começar a andar vigorosamente e a trotear, tome o pulso. Siga estas instruções.

1. Tome o pulso ao levantar-se. Este se chama pulso de descanso, e varia de 40 e 80 pulsações, normalmente.

2. Subtraia de 200 os anos acima de vinte, que você tem. Este é o pulso máximo. Se você tem 45 anos, subtraia 25 de 200; é igual a 175.

3. Subtraia de 175 seu pulso ao levantar-se. 175-64 = 111.

4. Multiplique 111 por 0,6 = 66 (0,6 é uma constante).

5. Some seu pulso ao levantar-se: 64 + 66 = 130.

Esse pulso de 130 batidas por minuto é o máximo que você, em sua idade, pode alcançar ao fazer exercício vigoroso, como trotear, correr, andar de bicicleta, e outros.

Como se pode despertar mais entusiasmo na igreja para fazer exercício e conservar melhor a saúde?

1. Entusiasme com seu exemplo os membros da igreja. Faça um programa de exercício para você e sua família.

2. Promova aulas de exercícios.

a. Calistenia ou ginástica para maior bem-estar físico.

b. Aulas para trotear e corridas.

c. Correr uma maratona.

d. Outros esportes sadios.

3. Desenvolva um clube de saúde entre os jovens, e também entre os adultos. Se não têm um ginásio ou campo de esportes, procurem um lugar onde possam fazer exercício e brincar.

A responsabilidade desses clubes é prover diferentes atividades para seu grupo e para a igreja.

a. Exame regular de saúde para a igreja e a comunidade. Aprendam os jovens a tomar o pulso, a tomar a pressão do sangue, a pesar e medir a estatura, e a ver a condição física.

b. Planejar acampamentos para jovens e suas atividades.

c. Passeios para o sábado à tarde, ou aos domingos.

d. Marchas, tênis em cancha ou de mesa.

e. Natação; passeios de barco.

f. Passeios de bicicleta.

g. Passeios à montanha, para andar longas distâncias.

4. Introduza outras atividades, como hortas caseiras, jardinagem, aulas de arte culinária, e aulas de saúde.

5. Se há profissionais na igreja, como médicos, dentistas, enfermeiras, nutricionistas, planeje cursos de primeiros socorros, anatomia e fisiologia, aulas de fisiologia do exercício, e programas para a comunidade.

6. Planeje com a igreja uma feira de saúde, com diversas atividades para o público, como medir alguns parâmetros físicos, filmes, diapositivos, exposições, demonstrações, etc. Eduque a igreja para fazê-lo.

Disse Ellen G. White: “Ministros, professores, alunos, e outros obreiros intelectuais, sofrem freqüentemente doenças provenientes de pesado esforço mental não atenuado pelo exercício físico. O que essas pessoas precisam é de uma vida mais ativa. Hábitos de estrita temperança no viver, ao lado do conveniente exercício, assegurariam vigor tanto físico como mental, dando capacidade de resistência a todos os obreiros que trabalham com o cérebro.”

Comece hoje a era do exercício em sua vida! Você não está só. Milhões o seguem.

DRA. IRMA B. DE VYHMEISTER, diretora-associada do Departamento de Saúde e Temperança da Associação Geral