Uma Estratégia Para Enfrentar o Problema da Apostasia
Introdução
O autor do Livro Basic Evangelism faz a seguinte declaração: “O evangelismo incompleto é o fracasso mais dispendioso da Igreja. Que ele quer dizer com “evangelismo incompleto”? Eis a sua resposta: “O evangelismo que se detém na conversão é incompleto e não cumpriu o inteiro propósito a que se destinava.
Por que semelhante evangelismo é um fracasso? Ele se assemelha ao pescador que, depois de lutar com as ondas e o mar, abandona os peixes na praia; ou ao lavrador que colhe os cereais, mas deixa que apodreçam ao relento. Tal evangelismo significa perder os resultados de todos os esforços feitos no próprio momento em que o fruto mais justifica esses esforços. Consideremos algumas estatísticas:
Adesões e Deserções da Igreja ASD em 1976-78
Divisão Norte-Americana:
Ano | Batismos | Óbitos | Apostasias |
Prof, de Fé | M. Desapar. | ||
1976 | 30.422 | 4.996 | 12.589 |
1977 | 32.785 | 5.073 | 13.563 |
1978 | 32.232 | 5.073 | 12.337 |
Totais | 95.439 | 38.489 | |
40,3% |
Campo Mundial:
Ano | Batismos Prof, de Fé | Apostasias M. Desapar. |
197619771978 | 250.608243.735235.169 | 65.36080.52672.746 |
Totais | 729.512 | 218.63230% |
Por que o evangelismo incompleto é o fracasso mais dispendioso? Esta questão tem dois aspectos. Consideremos primeiro o aspecto material. A conquista de almas envolve um grande investimento de dinheiro. As almas são para a igreja o que os peixes são para o pescador ou os cereais para o agricultor. Por conseguinte, todos os investimentos feitos num ano por uma igreja, associação, união, divisão ou pela Associação Geral, divididos pelo número de novos membros, nos dão o custo per capita da adesão dos membros. A quantia é grande, mas também há uma perda nas entradas possíveis. Por exemplo, o dízimo per capita na América do Norte foi de 374,36 dólares em 1978. A perda de 12.589 membros pode significar 4.712.818 dólares de dízimo não recebido. Assim, o evangelismo incompleto é um fracasso dispendioso.
Em segundo lugar, pensemos no aspecto espiritual envolvido. O que foi dito acima apenas constitui uma ilustração, pois as alma nunca podem ser comparadas com o dinheiro. A única coisa importante é o valor eterno de uma alma. É-nos declarado que “a morte do Filho de Deus no Calvário é a medida do seu valor ”,2 e que “somente à luz do Calvário pode o verdadeiro valor da alma humana ser avaliado”. 3 Quanto valor o Céu confere a uma só pessoa salva! Quanto pesar essas 218.000 almas perdidas produziram no Céu! Por outro lado, a pessoa que abandona a mensagem não está perdendo apenas cinqüenta, cem ou mil anos de felicidade e glória, mas uma eternidade! Que perda terrível!
O evangelismo incompleto é, realmente, o fracasso mais dispendioso da Igreja. Portanto, creio firmemente que a compreensão da apostasia e a procura de soluções deveriam ser para a Associação Ministerial e toda a Igreja uma prioridade tão grande como o batismo e, naturalmente, muito mais importante do que qualquer outro problema que a Igreja possa enfrentar.
Compreendendo Toda a Questão
Certos pontos correlatos precisam ser compreendidos se quisermos enfrentar o problema da apostasia de modo inteligente e bem sucedido.
A Natureza da Igreja
A Igreja é ao mesmo tempo um organismo divino e uma organização huma-na. Como corpo de Cristo, como noiva para o Noivo, como edifício divino, a Igreja é perfeita, “raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus” (I S. Ped. 2:9), a “menina do Seu olho” (Zac. 2: 8). Mas, como organização formada e guiada por seres humanos, ela às vezes é como Laodicéia, “infeliz, sim, miserável, pobre, cega e nu” (Apoc. 3:17). O corpo acaba ficando doente, o edifício se deteriora, a noiva dedica suas afeições a outros pretendentes. Embora os membros da Igreja sejam “santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos” (I Cor. 1:2), pelo fato de serem humanos e viverem num mundo pecaminoso a natureza carnal amiúde se impõe à natureza espiritual e santa.
A Igreja existe porque há um mundo pecaminoso a ser salvo. No entanto, o mundo é o pior inimigo da Igreja. O barco existe por causa da água. Ao mesmo tempo, porém, a água pode ser o pior inimigo do barco. Uma fenda pode permitir que a água penetre nele e o afunde. Semelhantemente, a Igreja precisa travar uma luta constante para manter-se separada do mundo. O cris-tão individual também enfrenta essa mesma luta.
Apostasia
Quando aparece uma fenda na vida de uma pessoa, o hábito da oração sofre um declínio, a freqüência aos cultos divinos toma-se mais formal e menos regular, e outros conflitos começam a manifestar-se. Estes mesmos sintomas são visíveis quando o mundo invade a Igre-ja. Valores e prioridades são modificados consciente ou inconscientemente, e, como resultado, a paixão pelas almas se extingue, a instituição preocupa-se mais com orçamentos do que com pessoas. Há uma parada no crescimento e, finalmente, um declínio.
Uma igreja em tal condição ou se torna uma estrutura sem portas — auto-suficiente e inativa — cujos membros gradualmente ficarão asfixiados, ou um edifício com duas portas — uma na frente, pela qual se processam as adesões, e outra nos fundos, a qual é responsável pelas apostasias.
Algumas igrejas carecem da bem aberta porta da frente: o evangelismo. Seu crescimento é impossível. O decréscimo no número de membros e na vitalidade espiritual é o inevitável resultado, a menos que essa porta seja reaberta. Outras igrejas deixam a porta dos fundos aberta em resultado de evangelismo incompleto. Durante 1976 a 1978, 218.632 membros ao redor do mundo usaram essa porta. Isto equivale a mil igrejas de 218 membros cada uma, ou mais de uma vez e meia o número de membros de toda a Divisão Australasiana.
Avivamento e Reforma
Os remédios para as doenças das duas espécies de igrejas mencionadas são bem conhecidos: Avivamento e Reforma, sob a orientação e o poder do Espírito Santo. O avivamento abrirá uma grande porta que permita a entrada de ar fresco e luz para o organismo agonizante. Ele traz nova vida, nova alegria e novo cântico ao coração dos santos debilitados. Semelhante experiência não pode ser mantida em segredo; tem de ser partilhada com outros que, por sua vez, passarão a desfrutar essa mesma bênção. Decisões para Cristo e batismos serão o resultado.
Há algumas coisas que obstruem a porta da frente. Ellen G. White fala de “membros da igreja que nunca se converteram, e dos que uma vez se converteram mas se extraviaram”,4 como obstáculos no processo de Deus para trazer novos membros à Igreja. Ela também fala de “cisco trazido para a frente por professos crentes em Cristo, cisco este que obstrui o caminho para a cruz”’ e insta com a Igreja para “limpar a estrada do Rei”.6
Então há outras coisas que ampliam a porta da frente. Ellen G. White fala de vinte conversos em lugar de um só quando a Igreja é purificada,7 e cem onde agora só temos um, “se nos humilhássemos diante de Deus, e fôssemos bondosos e corteses e compassivos e piedosos”.8
Reforma é o remédio para a igreja de duas portas. As pessoas abandonam a igreja quando não experimentam na vida real, dentro da congregação, o que lhes foi oferecido pela teoria da verdade. Uma pesquisa efetuada entre mais de mil apóstatas na Divisão Sul-Americana, anos atrás, revelou que as pessoas não abandonam a Igreja devido as divergências doutrinárias. Com efeito, 93% não se haviam unido a outra denominação; a maioria deles continuava defendendo as doutrinas. A maior parte das razões apresentadas para o afastamento da Igreja relacionava-se com alguma situação dentro da congregação que tendia a repeli-los ou prejudicar o desenvolvimento normal.
A causa real das apostasias não se encontra, portanto, nas crenças da Igreja, mas na maneira como os seus membros vivem o que crêem. Ellen G. White declara: “O mundo não será tão convencido pelo que o púlpito ensina, como pelo que a igreja vive. O pregador anuncia a teoria do evangelho, mas a piedade prática da igreja demonstra-lhe o poder.”9 Portanto, a solução para a apostasia e para o evangelismo bem sucedido é a reforma na vida da Igreja.
A esta altura, convém fazer, porém, algumas perguntas: 1) Quando ocorrerá esta experiência, e onde? 2) Como irá começar? 3) Quem deve tomar a iniciativa para suscitá-la? 4) Quais serão os resultados na vida da Igreja? e 5) Como podemos saber se determinada experiência é genuína ou espúria? Co-mo não é possível responder a cada uma dessas perguntas, consideremo-las como um todo.
Um cego estava sentado ao lado da estrada. Ouvindo que Jesus Se aproximava, ele começou a clamar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Este pedido era muito vago, e Jesus solicitou-lhe que fosse mais específico: “Que queres que Eu te faça?” Por que Jesus fez esta pergunta? Ele não sabia qual era o problema? João declara que Jesus “não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque Ele mesmo sabia o que era a natureza humana” (S. João 2:25). Jesus queria ouvir um claro reconhecimento do problema ou necessidade pessoal enfrentado por esse homem.
Muitas vezes nossas orações por avivamento e reforma são tão vagas como o pedido do cego. Dizemos: “Senhor, envia um avivamento. ” Então Jesus chega mais perto e pergunta: “Que quereis que Eu vos faça?” Ele conhece tudo a nosso respeito, mas deseja que reconheçamos nossas necessidades. Isto é uma espécie de iniciativa humana que deve acompanhar a iniciativa divina.
Deus quer um avivamento em Sua Igreja. O poder do Espírito Santo que pode produzir tal avivamento está à nossa disposição. Um importante requisito prévio é a prontidão da Igreja para fazer sua parte em preparar o caminho para a operação do Espírito San-to. Deus produz as plantas e o fruto, mas o homem ara a terra, lança a se-mente e cuida de todo o processo. Deus não faz com que as laranjas sejam produzidas em toda a parte, mas somente onde os homens plantaram laranjeiras. Seu poder opera tanto no campo abandonado como num belo pomar. O poder de Deus está sempre em atividade na Igreja. No entanto, uma igreja pode experimentá-lo, ao passo que uma igreja vizinha se acha destituída desse poder. Talvez esta última tenha falta de iniciativa humana que prepare o caminho para a operação do Santo Espírito de Deus. A falta não está com Deus, e, sim, com o homem.
Portanto, a abertura de uma porta necessária e o fechamento de uma porta prejudicial é algo que os homens precisam iniciar depois de ouvir o chama-do de Deus para fazê-lo. Como isto pode ser efetuado na vida real de uma congregação? Durante os últimos anos temos labutado num programa com essa finalidade. Vejamos o que aconteceu em determinada igreja local.
Primeiro Passo. Todo membro da igreja analisa sua presente situação pessoal por meio de um formulário no qual catorze aspectos de sua relação com a igreja, a família e a comunidade são avaliados de acordo com uma escala que vai de 0 a 10. A análise de todos os membros provê um notável perfil dos altos e baixos da igreja.
Segundo Passo. São visitados os ex-membros, não simplesmente para estimulá-los a voltarem à igreja, mas para pedir sua opinião sobre certos aspectos que necessitam ser melhorados. Cada um deles preenche um questionário no qual é expressa abertamente sua avaliação da igreja segundo é vista do lado de fora. É imperativo que a igreja abra os olhos e os ouvidos às idéias e opiniões dos outros. Algumas dessas avaliações estarão repletas de amargura, mas até mesmo delas a igreja pode aprender lições que a ajudem a abrir uma porta e fechar outra. Entretanto, a maioria das observações conterá idéias valiosas.
Terceiro Passo. Os membros presentes têm então a oportunidade de expressar abertamente suas próprias opiniões acerca da igreja, de sua vida e dos setores em que deveria haver modificações. Um formulário semelhante ao usado no segundo passo é preenchido por eles, no qual avaliam as atividades e os programas da igreja, seus cultos, pregações, programa de extensão e sua própria atitude ou participação nesses itens. Também expressam o que mais apreciam na igreja e identificam algumas coisas de que não gostam. Os resultados dessa pesquisa apresentam um perfil da igreja sob outro aspecto — como entidade organizada que contém ao mesmo tempo pontos fortes e fracos. São revelados alguns setores em que Deus talvez deseje produzir avivamento ou reforma. Depois desta análise, os membros da igreja conseguirão responder à pergunta de Jesus: “Que quereis que Eu vos faça?” Agora eles sabem qual é sua doença.
Quarto Passo. A igreja, como um grupo, empenha-se na procura de possíveis soluções. Diversos problemas são isolados e grupos de estudo fazem um diagnóstico da situação local, e propõem novos alvos e possíveis maneiras de alcançá-los. Na igreja a que nos referimos isto foi efetuado em três sessões noturnas. As conclusões e as sugestões de cada grupo de estudo foram apresentadas e debatidas. As idéias foram ampliadas, eliminadas ou modificadas de acordo com as conclusões gerais.
Os membros apresentaram então a Jesus os problemas específicos de sua igreja, suplicando com fé sabedoria e força para realizar o que fosse necessário para cumprirem sua missão. Todo membro individual dedicou-se à consecução desses alvos.
Se houver normas e práticas na vida da congregação que têm contribuído para a perda de membros, a igreja com a ajuda de Deus procura remodelá-las de tal maneira que sejam evitados os danos desnecessários. “Limpai a estrada do Rei”, recomenda Ellen G. White. Se uma aranha está formando teias no coração da igreja, esta não orará para que o Senhor as elimine, mas procurará apanhar a aranha e desvencilhar-se dela. Avivamento e reforma com vistas ao evangelismo e à devida nutrição que cure a apostasia equivalem à matança de todas as aranhas nocivas. O Senhor nos ajudará quando estivermos dispostos a cooperar com Ele.
Isto abrange mais do que modificar apenas o que está errado; também significa cultivar o que é bom. Deus disse à Igreja por intermédio de Isaías: “Cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem” (Cap. 1:16 e 17). A cortesia e bondade que tornarão possível centuplicar as adesões à Igreja precisam ser cultivadas pelo poder de Deus que sempre está à nossa disposição.
“Deixei1 a igreja porque ela era muito fria” constitui o argumento de muitos ex-membros. Só há um meio de solucionar este problema: cultivar o amor e o companheirismo. Mas o amor não virá como um miraculoso dom de Deus sem a nossa participação; ele precisa ser cultivado por nós da mesma maneira que um jardim, a fim de preparar o caminho para o poder de Deus realizar os milagres.
A igreja mencionada anteriormente e que foi envolvida por esse processo de avaliação pessoal, identificou certos aspectos que precisavam ser estudados e analisados em busca de aperfeiçoamento. Alguns destes aspectos eram os seguintes: 1) companheirismo na igreja;
- 2) espírito de reverência e adoração;
- 3) pregação; 4) programa de extensão;
- 5) o culto de oração às quartas-feiras;
- 6) a igreja e o dinheiro; 7) o edifício e suas dependências; 8) a igreja e a comunidade; 9) os jovens da igreja. Como resultado dessa análise foram propostas algumas medidas práticas. Por exemplo, 52 % dos que responderam ao questionário avaliaram a atenção dispensada aos visitantes como sendo deficiente; 24% como aceitável; 13% como boa e 3% como excelente. Para fazer com que os visitantes continuassem a assistir aos cultos, a igreja elaborou um pro-grama completo, e ainda mais: o desejo e vontade de produzir um novo espírito dentro da igreja. E o que realmente apelou para eles era que este plano não lhes foi imposto de fora; era o seu plano, o fruto de suas correções, a cura de sua enfermidade.
Noutra igreja de 180 membros, verificou-se que a freqüência era escassa no culto de oração às quartas-feiras. Ao fazer um diagnóstico da situação, os membros depararam com a pergunta: Você assiste ao culto de oração? Em caso afirmativo, por quê? Se não, por que não? Todo o grupo empenhou-se então numa interessantíssima procura de meios para revitalizar essa importante reunião. Eles apresentaram sugestões práticas quanto ao tipo de reunião que desejavam ter: pregação, mais participação congregacional para benefício de todo o culto, etc. Também elaboraram uma campanha de propaganda para aumentar a assistência, melhorar a qualidade das reuniões e aumentar as bênçãos e o poder que a igreja iria receber da comunhão com Deus e uns com os outros. Na quarta-feira seguinte a assistência foi extraordinária. Os membros estavam agora cientes de suas necessidades e das consideráveis bênçãos disponíveis mediante a comunhão com Deus. Se as reuniões e sua mensagem, o espírito de companheirismo e adoração, e a certeza da presença de Deus os impressionarem e suprirem suas necessidades, eles continuarão a vir. No entanto, um culto mal pre-parado e sem vida, pregação insípida e um ambiente impregnado da mornidão laodiceana só estimularão o ato de assistir à TV em casa, e não a freqüência ao culto de oração. Quando a televisão substitui a oração, a doença da apostasia está batendo à porta.
Talvez a maioria das 218.000 pessoas que abandonaram a Igreja no período de três anos sob consideração ainda estariam conosco se houvessem sido feitas sinceras e meticulosas análises de nos-sos cultos de oração, do espírito de reverência e adoração, de nossas maneiras de lidar com as questões financeiras na igreja, com as nossas pregações e com o nosso espírito de companheirismo. Isto deve ser efetuado com o sincero desejo de tirar os pregos dos sapatos dos membros a fim de evitar o sofrimento desnecessário que acaba resultando em deserções da fé.
Sumário das Descobertas no Estudo da Apostasia
- I. A apostasia é um velho problema e tomará a aparecer com freqüência, a despeito das medidas tomadas. Mas sua incidência poderá ser reduzida.
- II. CAUSAS
- A. A principal causa não é a divergência doutrinária. A instrução que antecede é necessária, mas não constitui um fator decisivo contra a apostasia.
- 1) Pode estar arraigada em errôneos conceitos teológicos sobre: A natureza de Deus, o significado e o propósito do culto, a salvação, a natureza da Igreja, a oração e seu significado, e o que significa ser membro da Igreja.
- 2) Pode ser produzida por controvérsias teológicas.
- B. É suscitada pela qualidade da atmosfera interna da igreja (a congregação ou a denominação).
- 1) Falta de companheirismo ou solicitude pelos indivíduos.
- 2) Falta de vitalidade espiritual nos cultos (rotina, feita de reverência, formalismo, espírito de clube ou sociedade).
- 3) Pregações que não atingem os setores de vital interesse para apresentar as soluções necessárias, inspiração, estímulo, etc.
- 4) Falta de cuidado pastoral, especial-mente durante as crises (casamento, família, trabalho ou estudos aos sábados, doenças, etc.).
- C. Um grande número devido a problemas com o mesmo indivíduo. A maioria delas, entretanto, poderiam ser curadas por um ambiente salutar.
- III. SOLUÇÕES (só uma): Melhorar a qualidade de vida da congregação.
Primeiro Passo: Descobrir a verdadeira realidade, procurando as deficiências.
Segundo Passo: Buscar o aperfeiçoamento.
Melhorando a qualidade dos cultos, as pessoas sentirão o poder da comunhão com Deus.
Melhorando a qualidade das pregações, as pessoas serão alimentadas pela Palavra de Deus, e não por prelecionadores.
Melhorando o espírito de companheirismo, elas sentirão que não há um outro lugar no mundo como a Igreja, e não a deixarão. (O amor é a melhor demonstração da realidade da religião.)
Conclusão
O que a Igreja faz é importante. Mais importante, porém, é o que a Igreja é.
Em Atos 2 é apresentado o correto processo de crescimento: 1) “Deu testemunho, e exortava-os (pregando).” V. 40; 2) como resultado, as pessoas foram batizadas (v. 41); 3) os novos membros permaneciam firmes na fé (v. 42). Em resumo, 1) pregar sem decisões e batismos é evangelismo incompleto; 2) batismos sem nutrição e confirmação é evangelismo incompleto; 3) uma igreja sem portas é evangelismo incompleto; 4) uma igreja com uma porta na frente e outra nos fundos é evangelismo incompleto; e 5) evangelismo incompleto é o fracasso mais dispendioso da Igreja.
Os textos seguintes, no mesmo capítulo, descrevem o que é evangelismo completo:
- 1. Uma igreja unida: “Todos os que creram estavam juntos. ” V. 44.
- 2. Uma igreja generosa: “Tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o pro-duto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. ” Vs. 44 e 45.
Quando aparece uma fenda na vida de uma pessoa, o hábito da oração sofre um declínio, a freqüência aos cultos divinos torna-se mais formal e menos regular, e outros conflitos começam a manifestar-se. - 3. Freqüência assídua aos cultos “Diariamente perseveravam unânimes no templo. ” V. 46.
- 4. Religião no lar, e não apenas na igreja: “Partiam pão de cada em casa, e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus. ” Vs. 46 e 47.
- 5) Bom testemunho por meio de uma vida cristã: “Contando com a simpatia de todo o povo. ” V. 47.
Finalmente, os resultados de tais vidas são apresentados nestas palavras: “Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” V. 47. A maioria desses crentes primitivos enfrentou uma vida de privação e perseguição, mas eles permaneceram fiéis. Como poderiam abandonar tão precioso companheirismo?
Hoje em dia, o segredo de evangelismo fecundo e para evitar as deserções da fé continua sendo o mesmo: uma igreja com uma preciosa mensagem e vivendo em valioso companheirismo. Unicamente o Senhor é capaz de produzir isto. Mas as Suas mãos estão atadas quando não preparamos o caminho para que Ele realize Sua obra.
Apelo para que todo delegado pre-sente a esta solene reunião não somente se ocupe com o evangelismo, mas zele também para que ele venha a ser completo. Qualquer que seja a nossa responsabilidade ou profissão, sintamos a nescessidade de abrir portas e fechar portas. Coloco sobre os vossos ombros o fardo dessas 218.000 almas perdidas durante os últimos três anos. E não somente isso. Temos hoje em dia milhares de membros que são prováveis candidatos à apostasia. Quantos deles nos abandonarão nos próximos três anos? Isto depende de nós. Também coloco sobre os vossos ombros o encargo de fechar a porta dos fundos mediante uma reforma de vida de nossas congregações. Oxalá sejamos usados pelo Senhor para trazer de volta os que se foram e salvá-los para o reino. Oxalá o Senhor envie o Seu Espírito para proporcionar músculos, nervos e sangue quente a cada um dos membros de nossas congregações, habilitando-nos assim para terminar a obra.
- 1. G. E. Autrey, Basic Evangelism (Grand Rapids: Zondervan, 1959), pág. 142.
- 2. Ellen G. White, Testimonies for the Church, vol. 8, págs. 28 e 29.
- 3. Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, pág. 273.
- 4. Ellen G. White, Evangelismo, pág. 110.
- 5. Ibidem.
- 6. Idem, pág. 111.
- 7. Idem, pág. 110.
- 8. Ellen G. White, Beneficência Social, pág. 86.
- 9. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 498.