Quando Jesus volveu aos Céus, confiou a um pequeno grupo de seguidores um vasto programa de ação missionária que abrangia todos os quadrantes da Terra. As boas novas da redenção deviam ser proclamadas aos 230 milhões de habitantes dispersos sôbre a face da Terra. Sem embargo, êles revelavam pouca disposição, precária coragem e mui acanhada compreensão do Mestre e de Sua obra.

No cumprimento dessa difícil tarefa era evidente a ausência de um equipamento eficaz para a obra de fazer discípulos de tôdas as nações. Êles careciam de colégios, hospitais, casas editoras, templos e organização que lhes ajudassem no esfôrço por ganhar o mundo para Cristo.

Mas, diz o Sagrado Livro: “E, ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente veio do céu um ruído como de um vento impetuoso, que encheu tôda a casa onde estavam sentados. Todos ficaram cheios do Espírito Santo…” Atos 2:1-4. Era o derramamento do Poder prometido, anunciando a alvorada radiosa de uma época de evangelismo triunfante.

Na gloriosa experiência do Pentecostes os discípulos cobraram ânimo e se tornaram quais tochas ardentes, incendiando as multidões com as labaredas do cristianismo. Como resultado, a idolatria foi perturbada, os templos pagãos se esvaziaram e milhares de conversos surgiram por tôda parte.

“Sem escolas — escreve L. E. Froom — êles confundiram os eruditos rabinos; sem poder político ou social êles se provaram mais fortes que o Sinédrio; sem um sacerdócio desafiaram o sacerdote e o templo; e sem um soldado foram mais poderosos que as legiões de Roma. E dêste modo, sôbre a águia romana, plantaram a cruz.” — The Coming of the Comforter, pág. 127.

Com efeito, um nôvo capítulo se abriu na história eclesiástica. Após o Pentecostes já não mais haveria portas fechadas para a Igreja. Em vez de se esconderem de seus inimigos, aquêles galileus, outrora tímidos e vacilantes, lançaram-se intrépidos e impávidos à conquista de seus inimigos. Os açoites, prisões e martírios que se inspiravam no ódio e intolerância não foram suficientes para desviá-los da obra para a qual foram comissionados. Dispersos pela perseguição, êles saíram por todos os caminhos do mundo, proclamando o poder redentor do Evangelho. Eram como labaredas humanas iluminando as nações com a fulgurante luz da verdade.

A experiência do Pentecostes foi o cumprimento da promessa: “Recebereis Poder.” Com efeito, o Espírito Santo veio como um poderoso sôpro sôbre homens sem poder, enchendo-os de energia celestial. E que obra admirável realizaram êles! Tangidos por irresistível impulso interior, anunciaram com ousadia a graça salvadora de Cristo. A inclemente espada de César e as constantes ameaças do Sinédrio, em Jerusalém, não foram suficientes para silenciar aquela plêiade de homens, cujas línguas foram tocadas pelo fogo sagrado.

Pedro, em seu histórico sermão no dia de Pentecostes, esforçando-se por explicar o derramamento do Espírito Santo, declarou: “Mas isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do Meu Espírito derramarei sôbre tôda a carne.” Atos 2:16 e 17. E, concluindo êsse sermão, afirmou o apóstolo: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar.” Atos 2:39. Que promessa era essa? A plenitude do Espírito Santo para viver e servir.

A nossa grande necessidade hoje, como ministros, é a unção do Espírito Santo. A condição de muitos pregadores em nossos dias poder-se-ia resumir nas palavras da parábola de Jesus: “Um meu amigo, chegou a minha casa, vindo de caminho, e não tenho que apresentar-lhe.” S. Luc. 11:6. São pregadores de despensa vazia. Têm a verdade, porém carecem de poder; são defensores do Evangelho, mas impotentes na pregação!

A solução para êste problema no-lo apresenta o Senhor: “Se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedirem?” S. Luc. 11:3.

Há alguns anos passados, um ministro, sentindo-se derrotado, desanimado em sua experiência pastoral, demitiu-se de sua igreja; cria que não seria honesto para com o rebanho se continuasse como pastor.

No dia seguinte partiu da cidade onde ministrava e viajou para um Estado distante, para assistir a um Instituto Bíblico. O pregador que inaugurou os trabalhos daquele Instituto apresentou o tema: “A Plenitude do Espírito Santo.” Ao desenvolver êste assunto, mostrou como um ministério estéril se podia transformar em um ministério abundante e fecundo. Naquela mesma noite o desalentado ministro prometeu ao Senhor que, se lhe desse uma nova oportunidade, revestindo-o do poder do Espírito Santo, tornar-se-ia o ministro que devia ser. Da reunião foi diretamente à agência telegráfica e enviou à pequena igreja uma mensagem, informando que um nôvo pastor estaria no púlpito, na semana seguinte, e animando-os a não deixarem de ouvi-lo.

Na semana seguinte, com grande surprêsa a congregação viu subir ao púlpito o mesmo desalentado ministro, que na semana anterior havia renunciado o seu pastorado. Entretanto, em seu telegrama havia dito a verdade: era um novo pastor! Não era mais um homem vencido; pregava com renovado entusiasmo, ousadia e poder, e sob a influência de seu ministério a igreja prosperou em forma surpreendente e extraordinária.

“E para vós é a promessa,” declarou Pedro, o audaz legionário da cruz. Conceda-nos Deus esta maravilhosa graça, o Seu Espírito, capacitando-nos para a grande obra de anunciar aos homens a intervenção divina nos destinos do mundo!