Entre as formas de mais êxito no evangelismo e na conquista de almas, continua ocupando um lugar preeminente a pregação do evangelho. Quando essa pregação é organizada para apresentar a verdade de maneira lógica e completa a um público não adventista, estamos falando de uma Campanha Evangelística ou Série de Conferências.

Na Divisão Interamericana estão sendo usados vários tipos de campanhas evangelísticas — algumas de forma tradicional e outras um tanto novas.

1. Campanha Evangelística Nacional

a) Descrição. É uma campanha unida, com temário, propaganda, materiais e datas comuns, e que abrange um país inteiro. Geralmente é dirigida por um evangelista de grande experiência, e a ele se unem na pregação dezenas de obreiros e pastores, e centenas de membros.

b) Lugares. A campanha ocorre em todas as igrejas e congregações do país, sendo usados todos os templos e capelas, e dezenas de lugares novos.

c) Organização. Em geral, o presidente do Campo local é o presidente da comissão executiva. Se o país tem vários Campos locais, o presidente da União é o dirigente principal. Cada Campo local tem sua própria comissão, como também cada igreja. O evangelista da União é o coordenador geral e os evangelistas dos Campos locais são os coordenadores em seu respectivo território. Cada igreja nomeia sua comissão, sendo as pessoas-chave um ancião encarregado do evangelismo, o pregador, o diretor dos carteiros missionários, o diretor de ação missionária e o instrutor das classes batismais.

Uma Campanha Nacional tem tanto trabalho de organização que é necessário prepará-la pelo mínimo com um ano de antecedência.

d) Vantagens. Unem-se todas as forças de obreiros e membros num gigantesco esforço comum em favor da evangelização. São mobilizados todos os obreiros, bem como todas as igrejas.

e) Batismos. Amiúde se organiza um gigantesco batismo unido, ou batismos regionais. Se o país é grande, ter-se-á de dedicar uma semana inteira para batizar os candidatos em todos os recantos do país.

f) A Primeira Campanha Nacional. Foi organizada no ano 1979, em El Salvador, sob a direção do presidente dessa Missão e do secretário ministerial da Divisão Interamericana. A campanha abrangeu 136 lugares de pregação, durou nove semanas e resultou no batismo de duas mil pessoas. Houve um batismo gigante de 1.350 candidatos, que foi presenciado por sete mil pessoas.

Cumpre mencionar que El Salvador repetiu a Campanha Nacional em 1980 e 1981, com resultados extraordinários. Em 1981 essa pequena Missão batizou cerca de 4.000 pessoas.

2. Campanha Evangelística Regional

a) Descrição. Segue o mesmo padrão que a Campanha Nacional, mas abrange um território mais reduzido, que pode ser um Estado ou um conjunto de distritos. É dirigida por um evangelista da União ou do Campo local, ajudado pelos pastores e membros da área.

b) Lugares. Templos, capelas e lugares novos.

c) Organização. Semelhante à da Campanha Nacional.

d) Vantagens. Todo um Estado ou conjunto de distritos é galvanizado pelo evangelismo.

e) Batismos. Geralmente se organiza uma cerimônia batismal unida.

f) Exemplos. Em 1980 ocorreu a Campanha Regional de Nuevo León, México, organizada pela Associação Norte-Mexicana. Abrangeu 25 lugares e foram batizadas 700 almas.

Em 1981 se organizou uma Campanha Regional na Associação Sul-Mexicana, sob a direção do evangelista Arcadio González. Abrangeu seis distritos com 115 lugares de pregação, e culminou com um grande batismo de 950 candidatos, na cidade de Tapachula.

3. Campanha Metropolitana Múltipla

a) Descrição. É uma campanha evangelística numa cidade importante e que abrange todas as igrejas e congregações dessa cidade, pregando o evangelista na igreja principal e os obreiros e pastores nas demais igrejas. O programa, o temário e os materiais são unificados.

b) Lugares. Templos, capelas e lugares novos.

c) Organização. A campanha é dirigida pelo presidente do Campo e pelo evangelista. Geralmente os obreiros participantes são organizados em equipes.

d) Vantagens. Todas as igrejas de uma cidade são beneficiadas pelo entusiasmo evangelístico, e a mensagem é levada aos bairros da cidade.

e) Batismos. Em geral se organiza um batismo unido de todas as igrejas da cidade.

f) Exemplo. Em 1980 foi realizada a Campanha Metropolitana Múltipla de Caracas, na qual participaram 17 igrejas. Foram batizadas cerca de 500 almas.

4. Campanha Metropolitana Unida

a) Descrição. É uma campanha numa cidade importante, na qual todas as igrejas e congregações se unem num só lugar, onde prega um só evangelista, auxiliado por obreiros e membros que fazem a obra pessoal de visitação.

b) Lugar. Pode ser um teatro, um salão, uma tenda ou um grande templo.

c) Organização. Esta campanha é dirigida pelo evangelista. Os obreiros geralmente se organizam em equipes.

d) Vantagens. É um bom sistema quando se deseja inaugurar um novo templo, e também quando se deseja causar um forte impacto na cidade, ou quando se conseguiu um evangelista excepcional.

e) Batismos. De duas em duas semanas, ou terminando com um grande batismo.

f) Exemplos. As campanhas do Pastor Kenneth Cox, que tiveram até oito mil ouvintes, em grandes salões. É o tipo mais usual de séries de conferências.

5. Campanhas Evangelísticas Pastorais

a) Descrição. São as campanhas evangelísticas que cada pastor de igreja deve dirigir anualmente. Calculamos que na Divisão Interamericana cerca de 90% dos pastores dirigem uma campanha evangelística anual. Alguns dirigem até quatro por ano. Este evangelismo é de vital importância, pois a soma das campanhas dirigidas por todos os pastores é que pode dar os maiores resultados. Todo pastor tem o sagrado dever de fazer evangelismo cada ano.

b) Lugares. Templos, capelas, tendas e salões.

c) Organização. É dirigida pelo pastor, com a ajuda dos membros. Em geral, dura de 4 a 6 semanas.

d) Vantagens. Mantém o espírito evangelístico nas igrejas. A soma de todas as campanhas dá êxito ao Campo local.

e) Batismos. No mesmo local em que foram proferidas as conferências.

6. Campanhas Por Administradores e Departamentais

a) Descrição. São campanhas relativamente curtas, que cada ano dirigem os administradores e os departamentais do Campo local. Convém que os administradores e departamentais dêem o exemplo e inspirem os obreiros e os membros, realizando pelo menos uma campanha por ano.

b) Lugares. Nalguma das igrejas do Campo local.

c) Organização. Corre por conta do pregador, ajudado pelo pastor da igreja e os membros. Dura cerca de duas a quatro semanas.

d) Vantagens. O exemplo é contagioso. Há administradores e departamentais que são excelentes evangelistas e fazem um trabalho excepcional. As igrejas ficam reconfortadas e animadas.

e) Batismos. Cada campanha deve terminar com um batismo e um bom apelo.

f) Exemplos. Há muitos anos, o Pastor G. W. Brown, presidente da Divisão Interamericana, dirige uma campanha anual, com grande êxito. O Pastor Crowder, diretor de Mordomia da União das Índias Ocidentais, tem dirigido campanhas nas quais foram batizadas mais de quatrocentas pessoas. O Pastor M. V. Mcmillan, presidente de uma Associação, todos os anos realiza campanhas nas quais são batizadas centenas de almas.

7. Campanhas Pelos Membros

a) Descrição. São campanhas evangelísticas dirigidas por pregadores leigos. Nas campanhas nacionais e regionais centenas de leigos se unem aos obreiros e dirigem campanhas de muito êxito. Os membros também gostam de dirigir reuniões nos bairros e iniciar a obra em lugares novos.

b) Lugares. Templos, capelas, tendas, lares de adventistas e não adventistas, salões e todo lugar disponível.

c) Organização. Estas campanhas são organizadas pelas igrejas, com a supervisão do pastor.

d) Vantagens. Quanto mais campanhas dirigirem os nossos leigos, melhores resultados haverá. Por isso muitas Uniões e Campos locais estão invertendo importantes quantias de dinheiro no evangelismo dos membros.

8. Campanhas Pelos Jovens

a) Descrição. São campanhas evangelísticas dirigidas pelos jovens. Eles ajudam especialmente no Evangelismo da Semana Santa e nas campanhas nacionais. Na Divisão Interamericana há o projeto de evangelismo jovem chamado “Operação Natã”, no qual os jovens começam séries de conferências desde a primeira semana de oração até o mês de junho, o mês dos batismos juvenis.

b) Lugares. Especialmente em templos e capelas, e em qualquer outro lugar disponível.

c) Organização. Pela igreja local e pela sociedade de jovens. Assessoramento do pastor ou do ancião encarregado dos jovens.

d) Vantagens. Quando os jovens se interessam no evangelismo, não somente há maiores resultados em batismos, mas diminuem os problemas dos jovens na igreja.

9. Evangelismo Infantil

a) Descrição. Freqüentemente, em conexão com as campanhas evangelísticas para adultos e jovens, funciona uma seção de evangelismo infantil que costuma dar bons frutos em batismos.

10. Campanhas Curtas e Intensivas

a) Descrição. São campanhas de duas ou três semanas de duração, com conferências todas as noites. Essencialmente, são campanhas de colheita, e devem ser precedidas por cuidadosa preparação do terreno.

b) Lugares. Essencialmente templos.

c) Organização. O evangelista e a igreja local.

d) Vantagens. Certos evangelistas, para dar forte impulso à evangelização e aos batismos numa União ou num Campo local, preferem realizar várias destas campanhas em lugar de uma mais ampla a dispendiosa. Várias destas campanhas podem produzir centenas de batismos.

11. Campanhas Tipo Reavivamento

a) Descrição. Reuniões especialmente designadas para produzir um reavivamento, na igreja e às quais os irmãos convidam seus interessados. Outras vezes é a semana de oração da igreja, para a qual também se convidam interessados. Podem ser semanas de Mordomia, do Lar ou de Saúde.

b) Vantagens. Não somente há benefícios para os membros da igreja, mas por meio da evangelização se ganham preciosas almas para Cristo.

12. Semanas de Oração nos Colégios

a) Descrição. Todos os nossos colégios celebram duas semanas de oração que podem ser magníficas ocasiões para evangelizar e preparar para o batismo os alunos que não são adventistas.

b) Batismo. Em geral as semanas de oração terminam com um batismo.

13. Evangelismo nas Missões Experimentais

a) Descrição. Há vários anos, nos colégios da América do Sul, funciona a Missão Experimental, que tem dado magníficos resultados na preparação dos alunos e também no evangelismo e na conquista de almas.

b) Vantagens. Os alunos de Teologia praticam a obra pastoral e o evangelismo numa situação real. As campanhas dirigidas no contexto dessa Missão têm sido muito frutíferas.

14. Campanhas Tipo Penetração

a) Descrição. São campanhas em lugares novos, com o objetivo de estabelecer uma congregação ou igreja.

b) Lugares. Cidades ou povoações em que a obra ainda não foi estabelecida. Comumente se aluga um salão ou se compra e se adapta uma casa.

c) Organização. Estas campanhas são dirigidas por um evangelista. Ou podem constituir o projeto missionário de uma igreja grande.

d) Vantagens. São campanhas utilíssimas para estender a obra a lugares novos.

15. Campanhas de Semana Santa

a) Descrição. É o evangelismo que se faz aproveitando a disposição religiosa do público durante o tempo da Semana Santa. Nas Divisões Sul-Americana e Interamericana tem sido adotado este tipo de evangelismo, e está dando excelentes resultados.

b) Lugares. Todos os templos, capelas, escolas, salões, etc.

c) Organização. Espera-se que todos os obreiros e todas as igrejas façam evangelismo de Semana Santa. Os pregadores serão os obreiros, centenas de membros e pregadores jovens. Cada igreja organiza o programa. Em nossa Divisão, o evangelismo da Semana Santa dura três semanas e cada ano é provido um livro com 21 assuntos.

d) Vantagens. Na Semana Santa o povo é mais suscetível às coisas espirituais. Os resultados têm sido magníficos. Mobiliza toda a igreja.

e) Batismos. Sempre se finaliza com grandes batismos.

16. Campanhas do Dia de Finados

a) Descrição. Principalmente na América do Sul, costuma-se realizar uma semana de conferências em torno do dia de finados, apresentando mensagens de esperança e verdade sobre este assunto.

b) Vantagens. É aproveitado um momento psicológico apropriado para oferecer consolo diante do doloroso assunto da morte.

17. Campanha de Natal

a) Descrição. Na América do Sul também se costuma aproveitar a época do Natal para apresentar belos programas, filmes e mensagens oportunas.

18. Campanhas Combinando Programas de Saúde e Evangelismo

a) Descrição. Une aspectos da mensagem de saúde com os assuntos evangelísticos. Se há pessoal capacitado, podem-se oferecer certos exames e provas como atração. Combinar planos de cinco dias para deixar de fumar com o começo de uma série de conferências.

Conclusão

Há uma diversidade de formas de encarar uma campanha evangelística. O evangelista decidirá qual é a mais adequada para o lugar e a ocasião. Em todo caso, convém que o evangelista esteja familiarizado com várias maneiras de encarar as campanhas, para aplicar a que for mais adequada e também para recomendá-la aos obreiros novos e aos membros.

CARLOS E. AESCHLIMANN, coordenador mundial do programa Grande Colheita 90, Associação Geral