Desprendimento é a palavra que define o espírito missionário na história da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A esse respeito, escreveu Ellen G. White: “Entre os habitantes do mundo, espalhados por toda a Terra, há os que não têm dobrado os joelhos a Baal. Como as estrelas do céu, que aparecem à noite, esses fiéis brilharão quando as trevas cobrirem a Terra, e densa escuridão os povos. Na África pagã, nas terras católicas da Europa e da América do Sul, na China, na Índia, nas ilhas do mar e em todos os escuros recantos da Terra, Deus tem em reserva um firmamento de escolhidos que brilharão em meio às trevas, revelando claramente a este mundo apóstata o poder transformador da obediência à Sua lei”
(Evangelismo, p. 706, 707).
O continente sul-americano recebeu missionários adventistas que, deixando suas respectivas pátrias, formaram um “firmamento de escolhidos” e deram origem à Divisão Sul-Americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, estabelecida em 1916. Hoje, essa Divisão, uma das maiores do mundo, tem condições de retribuir o benefício do desprendimento a ela demonstrado. Por isso, em 2015, a Divisão Sul-Americana estará enviando 25 famílias, dentro do projeto “Missionários para o mundo”, com duração de cinco anos, com recursos provenientes da Igreja e suas instituições.
“É plano divino que todos os segmentos da igreja sejam liberais em ajudar os campos estrangeiros difíceis para o evangelismo”
Este é nosso dever: “Mostrar um espírito liberal, abnegado para com o êxito das missões estrangeiras, é um meio seguro de fazer avançar a obra missionária na pátria; pois a prosperidade da obra nacional depende grandemente, abaixo de Deus, da influência reflexa da obra evangélica feita nos países afastados. Trabalhando para prover às necessidades de outros, pomos a nós mesmos em contato com a Fonte de todo o poder” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 465, 466).
Os desafios ainda são imensos. Na chamada “Janela 10/40”, por exemplo, temos o seguinte quadro: 3,6 bilhões de habitantes; 30% a 40% são crianças com até 15 anos. Isso representa mais da metade da população mundial, com 84% de pobres. Há 1,1 bilhão de muçulmanos, 1 bilhão de hindus, 600 milhões de budistas, 1% de cristãos e 0,001% de adventistas do sétimo dia.
A Divisão Sul-Americana tem feito sua parte no cumprimento da missão mundial. Os esforços incluem orações, ofertas missionárias, envio de estudantes no projeto “Valdenses” que, em interação com as universidades, realizam o trabalho de pregação, o que também é feito nos Centros de Influência prestadores de serviços às comunidades, em parceria com a Agência Adventista de Recursos Assistenciais, Adra. Também há o ministério com publicações e utilização de mídias diversas.
No próximo ano, o plano prevê a participação de 30 famílias pastorais vivendo longe de sua pátria, cumprindo a missão descrita na Palavra de Deus: “E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim” (Mt 24:14). Cada um de nós tem uma parte a desempenhar, no âmbito pessoal. Como líderes, também devemos inspirar, motivar e capacitar os membros da igreja, discipulando-os para que se tornem missionários longe ou perto.
“O Senhor tem observado todos os aspectos do zelo missionário manifestado por Seu povo em favor dos campos estrangeiros. É Seu desígnio que, em todo lar, em toda igreja, e em todos os centros da obra, se manifeste um espírito de liberalidade no enviar auxílio aos campos estrangeiros, onde os obreiros estão lutando contra grandes desvantagens para comunicar a luz da verdade aos que se acham assentados em trevas” (Ibid., p. 466).