Quem dentre nós não gostaria de poder investir no desenvolvimento da nossa equipe de auxiliares? Provavelmente, algumas vezes até já pensamos em preparar uma proposta para a Mesa Administrativa do Campo e, impacientemente, aguardar alguma liberação de fundos que nos permitissem a aquisição de recursos para o crescimento da equipe pastoral.
Como a probabilidade disso acontecer é mínima, permita-me apresentar algumas ideias que considero realísticas, práticas, para desenvolver as habilidades de sua equipe, sem apelar para fundos extras da União, Associação ou Missão, e ainda cumprir de um modo que você jamais pensou ser possível, o seu ministério, utilizando mais efetivamente sua liderança voluntária – anciãos, diáconos, diaconisas, etc.
De fato, muitos anciãos de igreja, em virtude de viverem por longo tempo junto à comunidade de crentes, têm melhor compreensão sobre como ministrar as necessidades de sua respectiva congregação do que um membro novato da equipe poderia ter. Depois de tudo, a autoridade espiritual que lhes é garantida tanto pelo Manual da Igreja, como pela eleição feita pelos membros locais, provêm uma oportunidade única e poder para ministrar de modo efetivo.
Jamais encontrei um pastor que não seja atarefado. Na verdade, muitos pastores estão sempre muito ocupados com múltiplos requerimentos e uma relação infindável de detalhes esperando sua atenção pessoal. Além disso, quanto mais você trabalhar pastoreando, maior será sua lista de “coisas para fazer” em suas expectativas de crescimento. O bom trabalho pastoral gera mais trabalho pastoral. Se você realizar uma visita num hospital, provavelmente encontrará outros parentes e amigos da pessoa a quem foi visitar, que também precisam dos benefícios do seu ministério.
Se estiver envolvido num projeto comunitário, você também poderá expandir o círculo daquelas pessoas que procurarão aconselhar-se com você, em busca de alguma contribuição para solucionar um problema. Ao partilhar um estudo bíblico com um membro em perspectiva, frequentemente você acabará aumentando a lista daqueles que esperam receber um estudo semelhante.
Como enfrentar essa situação? Você realmente necessita de ajuda. Então considere os seguintes conselhos:
Redefinição de papéis. Com muita frequência, temos contribuído para que nossa liderança leiga de um modo geral, e nossos anciãos especialmente, concluam ser o ministério uma atividade de um pastor profissional, e que sua tarefa limita-se apenas a organizar a plataforma de culto, arrecadar ofertas ou contabilizar fundos na tesouraria. Caso seus anciãos tenham essa concepção a respeito da tarefa para a qual foram chamados, uma redefinição do seu papel é urgentemente necessária. Comece colocando nas mãos de cada um deles uma cópia do Manual da Igreja, do Guia do Ancião ou exemplares da Revista do Ancião. Então realize cursos, usando o currículo constante nesses materiais, com aplicações específicas para a congregação local.
Extensão do pastor. Utilize seus anciãos como uma extensão da sua pessoa e suas atividades ministeriais. Você poderia dar-lhes alguns dos seus próprios cartões de apresentação, comissionando-os a atender compromissos em seu nome. Por exemplo, num hospital, o ancião apresentaria o seu cartão dizendo algo como: “o pastor pediu-me para vir aqui e orar por você”; ou, numa visita a um interessado: “o pastor enviou-me para visitá-lo, entregar-lhe este folheto e convidá-lo para assistir à próxima classe bíblica.”
Apresentando-se em seu nome, com seu cartão de visitas, o ancião identifica claramente a tarefa que lhe foi designada com o papel pastoral, e assegura ao anfitrião que suas necessidades estão sendo notadas e consideradas vitais pela equipe pastoral. Também reafirma aos anciãos que eles estão ministrando por uma designação específica do pastor, em vez de estarem seguindo uma agenda própria.
Amplie sua base de apoio. Talvez você tenha um pequeno grupo de anciãos de líderes leigos que ajudam apenas em alguns projetos, mas não em tudo o que você necessita. Talvez você tenha alguns anciãos que não funcionam tão bem como você deseja; cujo serviço é limitado aos padrões rotineiramente estabelecidos. Recrute novos anciãos para preencher aspectos específicos do trabalho que você deseja realizar; mostre as necessidades para determinadas funções ministeriais. De maneira nenhuma tente excluir ou remover um líder ineficiente. Você até pode ganhar na votação, mas perder amigos e colaboradores em outras áreas. Em lugar disso, amplie seu grupo disponível de ministério leigo recrutando novos líderes e adicionando-os aos já existentes.
É a função e não a forma que determina o número de anciãos. O ministério dos anciãos deve ser determinado pelas necessidades da congregação, não pelas tradições de uma ou duas pessoas. Muitos pastores se surpreendem de que haja congregações com 30 ou mais anciãos eleitos e ordenados, servindo na equipe ministerial. Por exemplo, uma igreja pode considerar a possibilidade de eleger um ancião para cada dez famílias. E então, designar famílias específicas que serão nutridas por determinados anciãos, num programa de assistência pastoral.
Não se esqueça de incluir anciãos jovens na equipe.
Enfatize o evangelismo. Inculque nos anciãos a convicção de que seu ministério não deve ser limitado aos membros da congregação. A comissão evangélica compele a igreja a lançar-se ao mundo com a mensagem de salvação. Recrute, motive, inspire, treine e capacite anciãos com habilidades especiais para atividades como visitar interessados, dar estudos bíblicos, dirigir classes batismais, conduzir programas de saúde e orientação familiar para a comunidade, seminários de evangelismo, e representar a igreja diante das autoridades governamentais.
Quando um ancião leva uma pessoa a aceitar a Cristo como seu Salvador e ao batismo, inclua-o no processo de recepção desse novo crente como membro da igreja. Quanto mais a congregação crescer dessa forma, mais anciãos serão necessários para recrutar, treinar e apropriadamente cuidar dos novos crentes.
Ensine através da prática. Melhor do que esperar que seus anciãos automaticamente saibam como servir, convide-os para que estejam ao seu lado e vejam como se faz o trabalho que você deseja que eles façam. Entretanto, não superestime a teoria. Muitos líderes leigos têm recebido tanta teoria e pouca prática, que acabam paralizados pelo conceito errado de que o ministério é tão complexo que somente pastores profissionais podem desempenhá-lo.
Certa vez, num programa de treinamento para anciãos, utilizamos pouco tempo para orientações teóricas, e saímos em seguida para visitar os membros inativos da localidade. No sábado seguinte, quase vinte pessoas, dentre as que foram visitadas, assistiram ao serviço de culto.
Libere os anciãos para o serviço. Muito frequentemente, os pastores pensam que eles devem acumular poder para si mesmos, mantendo controle sobre as várias atividades ministeriais. De fato, corre-se algum risco quando se libera os anciãos para ministrar. Isto é, o risco de que eles não realizem o papel ministerial tão bem como você pode fazer. Mas eu creio que aí existe um risco fantástico: o de eles ministrarem melhor do que você. Lembre-se de que sua autoridade pastoral será ampliada enquanto você ajuda seus anciãos a se tornarem ministros efetivos.
Use os anciãos para resolver problemas. Um das maiores bênçãos que os anciãos da minha última igreja providenciaram para mim foi quando eles formaram uma comissão especial para ouvir questões que pudessem surgir entre os membros, ou queixas relacionadas à equipe pastoral. Esse pequeno grupo de cinco anciãos era o primeiro ponto de referência para os membros que estavam em conflito. Cada lado era ouvido com interesse e imparcialidade; ambos poderiam concordar em aceitar o conselho ou enfrentar a disciplina da igreja.
Essa comissão liberava o pastor de ficar julgando conflitos entre membros que, por outro lado, poderiam se sentir injustiçados se a decisão do pastor fosse vista como tendo favorecido um lado. Os anciãos tornavam-se advogados para a resolução do conflito e uma defesa da liderança da igreja, caso surgissem queixas.
Partilhe seus recursos. Se você descobrir um livro, uma revista, um artigo, um método de ensino ou de trabalho, qualquer outro efetivo instrumento para o ministério, partilhe sua descoberta com seus líderes. Melhor que guardar todas as técnicas para você mesmo, será partilhar tudo o que aprendeu. Você descobrirá que aprende mais partilhando, além de tornar mais fácil sua tarefa, equipando o seu time pastoral.
JAMES A CRESS, Secretário ministerial da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia