As mães não são deuses, ou deusas. Temo que os cristãos, por certo inconscientemente, tenham tomado dos antigos gregos o costume de adorar as mães. Vemos que muitos transformam o Dia das Mães numa ocasião carregada de sentimentalismo, em que se convertem as mães em semi-deusas. Tal idealização não honra as mães, já que é uma mentira piedosa.

Pouco a pouco estamos nos tornando mais realistas em nossa celebração, ao reconhecer que o Dia das Mães é uma festa familiar; a mãe vive em interdependência com os demais membros da família. Sua singular posição reclama reconhecimento e honra, mas o fundamento é a unidade familiar. O Dia das Mães não só é uma oportunidade para que se saúdem as mães do passado e do presente, mas é também uma ocasião para considerarem as responsabilidades dos pais, que tocam aspectos fundamentais da vida familiar.

1. Começarás Educando-te a ti Mesmo

Estava eu em visita ao diretor de uma escola quando entrou uma professora. Um menino em sua classe de primeiro grau havia dito a uma colega uma palavra má. Ao corrigi-lo, ele pareceu desconcertado e disse: “Mas minha mãe diz essa palavra todo o tempo?” Os pais que pretendem ensinar a seus filhos bons costumes sem que eles mesmos os pratiquem, estão travando uma batalha perdida de antemão. As crianças não aprendem meramente pelo que se lhes diz; aprendem o que se lhes mostra; o exemplo produz as impressões mais profundas e duradouras. As crianças são capazes de detectar o fingimento e a insinceridade. Não espere que seu filho seja melhor do que você é.

  • 2. Mostrar-te-ás Mais Interessado em Teus Filhos do que em Regras

A lei não é a última palavra da vida. Jesus cria que as leis deviam basear-se no que é bom para o homem. Se uma lei não ajuda o homem a desenvolver-se plenamente, em harmonia com o que Deus planejou para ele, é uma lei má, e devia ser mudada. O mesmo sucede com a família; todas as regras deviam submeter-se a esta pergunta: “Esta regra ajuda a criança a cultivar uma relação satisfatória com Deus e com o próximo?” Os pais necessitam interessar-se mais em fomentar relações saudáveis entre eles e seus filhos. Se a criança sabe que é amada e respeitada como pessoa, é menos provável que se rebele contra as normas morais. A criança que está insegura de ser amada quebra as regras, porque se sente depreciada e reage com hostilidade.

  • 3. Partilharás Tua Fé

Quantos pais não têm esquecido este mandamento! Cabe-lhes a responsabilidade básica de prover educação religiosa. Esta é uma responsabilidade intransferível. Um humorista disse: “Um grama de mãe vale mais do que um quilo de clérigo”. A igreja apenas pode ajudar os pais, nunca substituí-los. Nenhuma quantidade de estudo da Bíblia na escola da igreja pode substituir o estudo que se faça deste Livro no lar. O mesmo pode dizer-se da oração e do culto de adoração. Se a fé cristã não for real na família, não o será em parte alguma.

  • 4. Aprenderás a Escutar

Escutar é uma arte. Achamos sempre ser mais fácil falar. Escutar outra pessoa significa reconhecer o seu valor como pessoa, respeitá-la e procurar compreender o seu ponto de vista. Só podemos conhecer outra pessoa na medida em que a escutamos. Uma queixa comum dos adolescentes, é: “Meus pais nunca me escutam”. Por meio do amor que sabe escutar poderia ser coberto o abismo de gerações que separa dos filhos os seus pais.

  • 5. Dedicarás Tempo a Teus Filhos

Certa vez a esposa de um ministro religioso depositou na sacola de ofertas um bilhete em que pedia uma visita do Pastor: seu próprio esposo! Em nossa cultura de incessante movimento, é cada vez mais difícil deter-se e desfrutar a vida como uma família. Mas devemos fazer um esforço para tanto. As crianças necessitam de seus pais para brincar com eles, para ler-lhes diferentes livros, que os levem a passeios ou façam caminhadas com eles. Os anos passam rapidamente, e as oportunidades para estar em família, juntos, logo ficarão no passado. Aproveitem os pais todas as ocasiões para partilhar com os filhos momentos de lazer.

  • 6. Reconhecerás Teus Pecados Como Pai ou Mãe

Nunca conseguiremos fazer tudo que é necessário, seja por nós mesmos ou por nossos filhos. A família depende da graça de Deus para sua existência. Os pais que se negam a admitir seus pecados, terminam sempre por repreender os filhos ou culpá-los pelas insuficiências deles, os pais. O Dr. Reuel L. Howe conta de um grupo de pais que haviam chegado à conclusão de que seus filhos necessitavam mais amor do que lhes podiam dar. Enfrentaram sua insuficiência e, milagre dos milagres, a vida familiar mudou.

  • 7. Manterás Teu Senso de Humor

Nossa família estava assistindo a um programa no televisor. A protagonista narrava um chiste divertido, e minha esposa e eu começamos a rir. Nosso filho pequeno, que nada entendia em seus três anos de idade, achou que nosso riso era divertido, e assim começou ele também a rir. Logo estávamos rindo de nosso próprio riso. Não nos levemos demasiado a sério. Precisamos aprender a rir de nossos erros e limitações. O riso alivia a angústia reprimida e elimina a hostilidade.

  • 8. Amarás a Todos os Filhos por Igual

Não há nenhuma criança igual ao primogênito, ou ao segundo ou ao terceiro. Cada um tem sua própria personalidade: Extrovertida, brilhante, apagada. Não se deve comparar uma criança com outra. Ela deve ser amada pelo que é, não pelo que esperamos que ela chegue a ser. Um bom pai ama apesar das imperfeições. Em favor de cada criança seja esta nossa oração: “Graças a Deus, o Criador, por este dom todo especial que me concede”.

  • 9. Usarás a Disciplina

Um agudo observador da família norte-americana disse que a respectiva cultura está centrada na criança. Em vez de os pais disciplinarem seus filhos, os filhos disciplinam os pais! A disciplina pode incluir castigo, mas não devemos pensar que este tenha um caráter antes de tudo negativo. A disciplina deve proporcionar uma estrutura para o desenvolvimento da criança, o que incluirá a proteção e a orientação. Haverá muitos “Sim” (aprovação da conduta construtiva) e também muitos “Não” (desaprovação da conduta destrutiva). A disciplina está estreitamente relacionada com o amor e a aceitação.

  • 10. Saberás Quando Deixá-los Ir

Este é o último mandamento, mas não o último em importância. Os pais desejam naturalmente sentir-se necessários tanto tempo quanto seja possível. Este desejo faz que se tornem superprotetores de seus filhos. Estar preso ao avental da mamãe é como ter um laço em tomo do pescoço. Os bons pais aceitam a mudança de seu papel, e desejam que seus filhos se vejam livres da dependência emocional com respeito a seus progenitores. Nada é mais patético do que um adulto que age como criança porque seus pais não tiveram a sabedoria de deixá-lo ir.