Foi justamente depois de um especialmente bom sermão, apresentado por ele mesmo, que o Pastor Bob1 notou-a pela primeira vez. Embora ela fosse dona de um visual superior ao da média das outras mulheres, ele não teve pensamentos impróprios despertados a seu respeito. Mas seu coração bateu mais forte quando ela apertou sua mão, naquele dia, enquanto despedia a congregação. Ele sentiu ternura naquele toque. Olhando em seus olhos, ele descobriu uma mulher necessitada de alguma coisa.

Passados alguns dias, o Pastor Bob recebeu um bilhete: “Eu gostaria que você soubesse quão significativo foi, para mim, seu sermão na semana passada. Há algum tempo tenho sentido amargura contra Deus, e algumas das suas palavras fizeram-me desejar uma renovação do meu relacionamento com Ele. Com apreço, Beverly Bower.”

Aqui estava uma ovelha que tinha se afastado do aprisco e era o dever de Bob conduzi-la gentilmente de volta. Iniciaimente ele imaginou que tinha a divina responsabilidade de convidá-la ao seu escritório e estudar com ela. Então, lembrou-se de alguma coisa que lera anos atrás, sobre como um homem deve precaver-se ao aconselhar uma mulher. Bem, na verdade, ele não iria aconselhá-la; estaria, isto sim, atendendo sua necessidade espiritual. E para isso fora treinado.

“Este conselho é direcionado a pastores frágeis”, Bob pensou. “Já realizei entrevistas com tantas mulheres antes e nada aconteceu.” Estava seguro de que poderia controlar aquela situação. Depois de tudo, ali estava uma filhinha de Deus, necessitando de seu conselho e sua ajuda. Ele não calculou o alcance da tentação. Conhecia seu próprio coração e seu casamento era o melhor possível. Não que fosse perfeito, mas, recentemente, sua esposa Karen e ele chegaram até a comentar quão abençoados eram ao poderem manter um casamento “melhor que a média”. É claro que viveram, inicialmente, alguns tempos ásperos, mas depois de 15 anos juntos, tinham estabelecido um relacionamento confortável. Assistiram a alguns seminários matrimoniais e aprenderam como manter uma boa comunicação.

Na próxima quarta-feira à noite, após o culto de oração, Beverly apareceu de surpresa no escritório pastoral da igreja, onde Bob estava. Contou então a história de como a ira que ela uma vez sentira em relação a seu esposo foi transferida para Deus. “Meu marido tomou algumas decisões financeiras erradas”, ela confidenciou, “mas eu concluí que se eu tinha de viver com ele durante toda a vida, não poderia odiá-lo. Por conseguinte, direcionei a amargura para Deus, porque Ele poderia ter impedido que perdêssemos nossa casa e não o fez.”

Depois de ouvi-la, Bob falou de sua própria experiência espiritual e partilhou com ela muitos textos bíblicos e citações encorajadoras que poderiam capacitá-la a alcançar a Deus novamente. Bob voltou para casa naquela noite experimentando um verdadeiro sentido de realização. Beverly absorvera cada palavra que ele lhe dissera e parecia es-tar acordando do pesadelo. Indubitavelmente, essa era uma missão de Deus e ele era um verdadeiro pastor. O coração de Bob transbordava de compaixão e simpatia por aquela ovelha ferida, a qual ele estava conduzindo de volta ao aprisco do Bom Pastor.

Nas semanas que se seguiram as sessões de aconselhamento com Beverly tornaram-se regulares cada quarta-feira à noite. Ela começou construindo uma ponte de volta a Deus. Daí, começou a falar sobre a falta da proteção que deveria receber de seu marido. E Bob, finalmente, encontrou-se atraído àquela mulher que tanto necessitava dele. Num primeiro momento, durante alguns meses, ele realmente sentiu que estava ajudando a alguém com uma grande necessidade. Beverly apreciou todos os seus conselhos. Seus sentimentos altruístas em relação a ela não eram impróprios. Ou eram? Ele estava fazendo apenas aquilo para o que foi ordenado: restaurando uma ovelha perdida, através da nutrição espiritual.

Atrás da cena

Se as cortinas da percepção humana pu-dessem ser descerradas neste momento, o Pastor Bob certamente ouviria Satanás esclarecer sua trama a algum de seus comparsas: “Belo trabalho, amigo. Eu mesmo não o teria feito melhor se estivesse em seu lugar. Você escolheu sabiamente a vítima. Este homem é um candidato natural para ser lançado nas malhas do adultério. E somente uma questão de tempo, até que ele se afaste um pouco do seu Deus e esteja completamente do nosso lado ao cometer um pecado imperdoável, no que diz respeito à avaliação da liderança da sua igreja.

“Lembro-me dele muito bem, no seminário. Tentei derrubá-lo naquela época. Ele era um bom orador e muito admirado. Pensei que talvez conseguisse derrotá-lo se pudesse enchê-lo de orgulho e arrogância; mas ele se relacionava muito bem com o seu Deus. É por isso que o deixei sob seus cuidados. Eu sabia que levaria tempo, mas isso não tem muita importância. Afinal, podemos conseguir uma grande vitória se, de uma tacada só, pudermos destruir a carreira de um homem, sua família e ainda abalar a fé de uma congregação inteira.

“Voltemos a considerar este caso e definir o perfil da personalidade mais susceptível de violar o sétimo mandamento. Vejamos o que o atraiu à garota com a qual ele se casou. Sim, ela também era uma alma espiritualmente necessitada naquele tempo. E ele era muitíssimo apreciado. O líder religioso do campus. Era um auxiliar perfeitamente incapaz de fazer alguma coisa pela metade. E sempre fazia tudo de modo competente. Naquela menina ele viu alguém que realmente necessitava dele. Investiu muitas horas dialogando, conversando, fitando seus olhos e embebedando-se de sua beleza.

“Enquanto preenchia sua necessidade de ajudar a alguém espiritualmente, encontrou-a necessitada de alguém que pudesse ouvi-la e protegê-la. E ela literalmemte absorveu todos os seus conselhos, e de boa vontade harmonizou-se ao seu ideal.

“Finalmente, o casamento e o trabalho. Ele, com seu perfeccionismo, sempre realizou um trabalho de primeira classe para o seu chefe – Deus, nosso inimigo o qual ele imaginava requerer-lhe não apenas seus dias, mas muitas noites e finais de semana. Vieram as crianças. Karen tornou-se muito ocupada com elas, e ele sentiu-se algo como que inútil. Não vendo seu instinto ajudador ser apreciado no lar, atirou-se mais e mais entusiasticamente em seu trabalho, ajudando a resgatar ovelhas perdidas. Com o passar dos anos vieram a ordenação, a liderança de grandes igrejas, mais tempo atendendo a desajudados, e, agora, quase o temos em nossas mãos.

“Agora, ouça: mantenha fixa em sua mente a idéia que esta linda ovelha necessita dele desesperadamente; quão desajudada e frágil ela é sem seus conselhos. Por todos os meios mantenha-o alheio ao processo de enlaçamento. Ele aprendeu a importância de olhar uma pessoa nos olhos. Certifique-se de que seus conselhos estejam influenciando no apressamento da sua própria queda. Enquanto ela o fita em reverência e admiração, mantenha os olhares perdidos um no outro. Os obreiros têm sido avisados sobre o perigo de toques indiscretos, de modo que ele não falhará aqui – pelo menos no início. Mas eles ignoram que os olhos são a janela da alma. Um olhar prolongado pode dizer mais que palavras. E o Pastor Bob pensa que prolongado contato olho a olho é uma boa prática de aconselhamento. Os pastores têm suficiente teoria de aconselhamento para tomar isto perigoso.

“Agora, amigo, tente multiplicar suas oportunidades para conversação – conversação privada. Anteriormente, ela já lhe escreveu um bilhete. Isto é bom. Muito bom. Verifique se ele guarda esse bilhete na pasta, para lê-lo quando os pensamentos acerca dela aflorarem. Trabalhe para aumentar o amontoado de lembranças. Acima de tudo, faça com que toda comunicação dela para ele o alcance sem a interferência da esposa ou da secretária. O segredo também trabalha a nosso favor. Certifique-se de que ele deixa seus apontamentos de aconselhamento e fecha a porta quando a conversa entre ambos toma-se sensitiva. Providencie ocasionalmente um defeito no carro dela, pois isso o forçará a dar-lhe uma carona de vez em quando, levando-a para casa após as reuniões. Se você conseguir indicá-la para alguma comissão na igreja, esta será uma desculpa legítima para eles tomarem um lanche juntos algumas vezes.

“Precisamos levar Bob a pensar que a auto-revelação realmente fará bem a sua ovelhinha perdida. Assim ele providenciará um ambiente apropriado e seguro para que ela abra o coração, partilhando emoções negativas.

“Induza-o a partilhar assuntos do seu próprio casamento. Iniciaimente ele será precavido. Mas, depois, quando perceber o interesse da ouvinte despertado, e sentir sua resposta alimentando suas próprias emoções, ele abrirá mais e mais a sua vida pessoal para continuar obtendo a mesma intensidade de resposta. Quanto mais íntima for a conversa, maior o enlaçamento. E eles pensam que o único culpado é o toque…

“Ela está segura para responder com riqueza de detalhes a respeito de sua vida sombria, e quanto mais eles conversarem, mais encontrarão pontos em comum, e mais sentirão dependerem um do outro. Imagine tudo isso escondido sob a capa de espiritualidade. De certa forma já o levamos a ferir o primeiro mandamento. Agora, vamos induzi-lo a violar o sétimo. A repercussão entre o rebanho de Deus é sempre muito grande quando o assunto é adultério.

“Para fazer as coisas parecerem apropriadas, ele necessitará fazer com que a esposa convide a outra para o jantar. Isto lhe dará a oportunidade de fazer comparações entre as duas. Uma vez que ele perceba a diferença entre uma esposa que não necessita muito dele e a irresistível resposta da nossa tentadora – ‘eu não consigo ir longe sem você’ estará quase preparado para cometer adultério. Então, deixe sua esposa sentir uma ponta de inveja ou ciúme, assim ele se posicionará na defensiva. Com a esposa retraída, ele sentirá a necessidade de alguém que o compreenda. No ato seguinte ele partilhará suas próprias mágoas. Um simpático e prolongado toque, um aparentemente imperceptível e inocente ‘eu te amo’, e a ovelhinha que tenta confortá-lo. Então, a vitória é nossa!”2

A história continua

Com o passar dos dias, Bob percebeu que seus pensamentos estavam continuamente ligados a Beverly, onde quer que ele fosse. Em qualquer coisa que ele visse, ouvisse ou lesse, ela estava presente. Mesmo durante seus momentos de devoção pessoal, ele surpreendia-se a si mesmo pensando em Beverly. Durante todo o dia ele mencionava seu nome em oração. Sua própria vida espiritual pareceu adquirir um novo e profundo significado enquanto ela estava girando em tomo de Beverly e suas necessidades espirituais.

Semanalmente, ele partilharia suas novas conclusões espirituais e sentimentos com Beverly. Ela, por sua vez, estava desenvolvendo uma fervente comunhão com Deus e também falaria sobre sua devoção pessoal, sempre crescente. Aparentemente não tinham todo o tempo que gostariam para conversar, durante a breve visita semanal. Assim sendo, Bob sugeriu que escrevessem seus pensamentos num pequeno boletim e o trocassem entre si, semanalmente. Beverly, claro, mais que depressa, concordou.

Bob logo compreendeu que havia comunicado sentimentos e pensamentos íntimos a Beverly, os quais jamais partilhara com sua esposa. Novamente seu pensamento piscou e ele pôde ver o aviso que havia descartado antes. No entanto, mais uma vez, Bob racionalizou que ele não sentia nada imoral em relação a Beverly. Admitiu estar algo como atraído a ela – que possuía de fato um bom visual -, mas, espiritualmente. Sentia-se atraído à sua mente, sua espiritualidade. Certamente, tal atração não era desejo sexual. Ele não tinham qualquer intenção física, imoral. Eram apenas bons amigos e ir-mãos. Nada mais que isso. Amigos e irmãos que haviam descoberto uma porção em comum, cujo elemento chave era um profundo desejo de alcançar a Deus. Orando juntos cada vez em que se encontravam, era como planejavam consegui-lo. Como poderia haver qualquer coisa errada com isto?

Então sua mente fez uma viagem de volta no tempo, a alguns meses antes, quando Beverly tinha aparecido solicitando ajuda, em seu escritório. Naquela ocasião, ele aproximou-se dela e, gentilmente, colocou os confortadores braços sobre seu ombro. O que havia de errado nesse gesto? As pessoas o repetem todo o tempo, mesmo na igreja. O simples fato de duas pessoas estabelecerem um inocente e bem-intencionado contato físico não significa que estejam envolvidos em adultério. Aí, a mente de Bob acabara de usar a palavra “abominável”. Adultério? De modo nenhum. Adultério é quando duas pessoas vão a um quarto de motel e fazem o que a Bíblia especificamente estabelece ser reservado para o leito conjugal. Não. Bob não havia, definitivamente, cometido adultério. Aconselhar Beverly e outras pessoas -homens e mulheres – tão necessitadas quanto ela, era seu ministério designado. Ele es-tava ajudando alguém a encontrar o caminho de volta ao Senhor. Que diferença fazia se desta vez era uma linda mulher?

Todavia, o pensamento de adultério continuou a angustiá-lo. Bob decidiu checar seus inquietantes pensamentos com Beverly. Na próxima quarta-feira em que se encontraram, à noite, eles discutiram os sentimentos que nutriam um pelo outro e decidiram que não tinham a menor intenção de abandonar seus respectivos lares. Eles não estavam envolvidos num relacionamento imoral. Beverly concordou que eles eram apenas bons amigos. Nada mais que isso. Amigos que, de qualquer forma, sentiam entre si o mesmo que Jesus e Maria Madalena deveriam ter sentido mutuamente: um amor espiritual, não humano. Naquela noite eles firmaram um propósito de que não chegariam aos limites do adultério. Seu relacionamento permanecería em um nível espiritual. Jamais físico.

Por um ano Bob e Beverly continuaram a manter sua “amizade”. Ao partilharem senti-mentos e pensamentos espirituais próprios, eles acabaram envolvidos emocionalmente, embora jamais transgredissem o sétimo mandamento, no sentido físico. Mas o estrago, entretanto, era igualmente real. A “amizade” cresceu ao ponto em que outras pessoas, especialmente os respectivos cônjuges, começaram a notar a “eletricidade” no ar todas as vezes em que Bob e Beverly estavam no mesmo lugar, em algum encontro social ou mesmo na igreja. Era impossível não ver o faiscar dos seus olhos. Um dos anciãos da igreja dirigiu-se a Bob, certo dia, e expressou sua preocupação.

No outro dia, Bob se deparou com um texto que acertou-lhe em cheio: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas…” (Jer. 17:9). Estaria ele vivendo em erro? Estaria, porventura, sua “conversa” com Beverly errada? Não estaria ele racionalizando com base em algo espiritualmente correto? Deveria ele abandonar aquela amizade? Mas como poderia abandonar a ovelha perdida que Deus colocou em seu caminho? Como poderia ele negligenciar a missão que recebera de Deus, especialmente quando eles sentiam estar tão próximos – ele, Beverly e Deus? Um outro texto veio então a sua mente: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas ao cabo dá em caminhos de morte” (Prov. 14:12).

Bob continuou a ler. De fato, os primeiros sete capítulos de Provérbios fizeram-no sentir algo parecido a um martelo golpeando o profundo de sua alma. Finalmente ele decidiu levantar os olhos da citação que constantemente o atormentava:

“Na luta contra a corrupção interior e as tentações do exterior, mesmo o sábio e poderoso Salomão foi vencido. Não é seguro permitir o mínimo desvio da mais estrita integridade. ‘Abstende-vos de toda a aparência do mal’ (I Tes. 5:22). Se uma mulher relata a outro homem suas dificuldades de família, ou se queixa do esposo, ela transgride seus votos matrimoniais; desonra seu esposo e derriba o muro erguido para preservar a santidade da ligação matrimonial; abre de par em par a porta e convida Satanás a entrar com suas tentações insidiosas. Isto é exatamente o que Satanás deseja. Se uma mulher vai ter com um irmão cristão para lhe narrar suas mágoas, decepções e provas, dever-lhe-ia ele aconselhar – se é que ela precisa confiar a alguém suas dificuldades – a escolher irmãs como confidentes suas, e então não haverá aparência do mal, por cujo meio a causa de Deus possa sofrer opróbrio.”3

Resolução

Bob sabia que devia falar a alguém a respeito de sua “amizade”. Ele decidiu procurar um conselheiro profissional. Depois de algumas semanas de aconselhamento, Bob determinou cortar seu relacionamento com Beverly. Totalmente. Intelectualmente ele sabia que este era o caminho correto, mas, emocionalmente, sentia ser uma crueldade ter que fazê-lo. E mais, vivendo impossibilitado de comunicar-se com Beverly, depois de haverem sido duas verdadeiras “almas gêmeas”, parecia algo como ter-se suicidado emocionalmente. Na verdade, aquele relacionamento mudara inteiramente o foco espiritual, emocional e mental de Bob. Ele compreendeu que essencialmente havia trocado seu relacionamento com Deus pela relação com outro ser humano. Beverly ocupara o lugar que tinha sido anteriormente reservado para Deus em seu coração. Seus pensamentos, atenção e afeição passaram a ser dela.

Em agonia, Bob chegou à conclusão que ao tentar guardar-se de transgredir o sétimo mandamento, ele estivera radicalmente violando o primeiro. E entendeu que isto era mútuo – Beverly experimentara a mesma “conexão de almas” que aconteceu quando ela também colocou Bob no pedestal de Deus, erguido em seu coração. Isso explica por que cortar o relacionamento mantido entre eles foi algo mais difícil do que se houvessem experimentado união física. O ato de colocar um ponto final naquela amizade pareceu a ambos como se estivessem destruindo seu relacionamento com Deus. Como era possível que algo aparentemente tão correto fosse, de fato tão errado?

Durante dois anos Bob lutou terrivelmente para erradicar Beverly de sua memória. Cada vez que ele abria sua Bíblia, pensava nela. Cada vez que tentava orar, surgiam pensamentos a respeito dela novamente. Ele chorou por seus pecados. Confessou-os repetidamente e, então, resolveu aquietar-se para ouvir Deus falar a sua alma. Era-lhe muito difícil eliminar a forma e a voz de Beverly de seu coração e recolocar Deus em seu lugar. As cicatrizes daquele caso estavam sempre presentes. É possível perdoar, mas não esquecer, dentro da esfera da capacidade humana. Não é possível mudar a mente humana da mesma forma como se muda o disquete de um computador.

Era necessário que Bob fosse perdoado não apenas por Deus, mas por sua esposa Karen. Bob aprendeu que um caso emocional ou espiritual pode ser mais danoso a uma esposa do que a materialização do adultério. Partilhar o marido seu corpo com alguém deve ser menos devastador a uma esposa do que partilhar a intimidade de sua alma com uma outra mulher.

Atualmente, o casamento de Bob e Karen caminha através de um processo saudável. Mais de uma vez eles questionaram se isto foi o preço da luta pelo afastamento de Beverly. A despeito de seus sentimentos, eles conheceram a vontade de Deus para suas vidas.

Bob credita ao infalível amor e apoio de Karen o fato de estarem juntos hoje. Se ele não tivesse casado com alguém tão forte em Deus e tão comprometida com ideais cristãos, como Karen, provavelmente tivessem divorciado. Felizmente ela viu nele algum valor pelo qual deveria lutar.

Beverly e seu esposo, infelizmente, não tiveram a mesma sorte. Eles se divorciaram pouco depois da “amizade” acabar. Bob limita-se a orar para que ambos encontrem algo saudável na vida.

Referências:

  • 1. Todos os nomes de pessoas neste artigo foram trocados.
  • 2. Adaptação da apologia Cartas do Inferno, de C. S. Lewis.
  • 3. Ellen G. White, Testemunhos Seletos, vol. 2; CASA. Santo André, SP, 1985, pág. 240.