PERGUNTA 10

Não são o conteúdo espiritual e a ênfase evangélica de vosso programa radiofônico “A Voz da Profecia” e do programa de televisão “Fé para Hoje” um contraste com o âmago doutrinário e legal do Adventismo? Não são antes um convite à boa vontade, e uma sutil tentativa de atrair os que se matriculam em vossa Escola Radiopostal para que aceitem paulatinamente o âmago doutrinário e legal do Adventismo? Esta ênfase doutrinária e legalista é um reflexo dos conselhos de Ellen G. White?

NAS atividades evangelísticas dos adventistas do sétimo dia, quer por meio de programas, radiofônicos, pregação publica ou literatura, não há nenhuma tentativa sutil ou esfôrço com o objetivo de enganar. O centro da mensagem adventista é Cristo e Êle crucificado.

Podemos dizer com tôda a sinceridade que os adventistas sustentam ser o cristianismo não apenas um assentimento intelectual a um corpo de doutrinas, não importa quão verdadeiras ou ortodoxas possam ser. Cremos que cristianismo é uma experiência real com Cristo. Cristianismo é uma relação com uma Pessoa — nosso bendito Senhor e Salvador Jesus Cristo. É possível conhecer-se milhares de coisas acêrca de Cristo, e contudo não O conhecer. Esta situação, naturalmente, deixa o professo cristão tão distante de Deus como o está o perdido pecador.

Como adventistas, cremos claramente em doutrina. Sustentamos um corpo unificado de verdades bíblicas. Contudo o que salva é unicamente a graça, por meio da fé no Cristo vivo. E do mesmo modo o que justifica é sua graça gratuita e bendita. Cremos, do mesmo modo, em obras, e na plena obediência à vontade e aos mandamentos de Deus. Contudo as obras nas quais cremos, e que procuramos realizar, são o resultado, o fruto da salvação, e nunca um meio de salvação, no todo ou em parte. E a obediência que prestamos é a reação amorável de uma vida salva pela graça. A salvação jamais é ganha; é um dom de Deus através de Jesus Cristo. Por outro lado, conquanto sincero o esfôrço feito, as obras frustram a graça de Deus (Gál. 2:21).

Cremos também que uma mensagem específica é devida hoje ao mundo, e que somos chamados à existência para têrmos uma parte na proclamação dela. Além disso, esta mensagem é simplesmente o evangelho eterno no plano da grande hora do juízo de Deus, da iminente segunda vinda de nosso Senhor, e do preparo dos homens para se encontrarem com Deus. O que, porém, prepara os homens para se encontrarem com Deus não é apenas uma mensagem de advertência, mas um evangelho que salva. Esta grande verdade fundamental está constantemente diante de nós, em nosso coração e em nossos esforços.

Repetimos que esta ênfase evangélica não é nenhuma sutileza, como se dá a entender na pergunta. Não é um engôdo, um truque ou um chamariz. Ao contrário, constitui sério esfôrço para pôr as primeiras coisas definitivamente em primeiro lugar em nossas apresentações públicas da mensagem, e para que o mundo veja, ouça e conheça que a preocupação central do Adventismo é Cristo e Sua salvação.

Quanto aos conselhos de Ellen G. White sôbre êste assunto, suas mensagens por mais de meio século foram coerentemente invocadas para exaltar a Cristo e dar ênfase primordial na plena salvação nÊle. Citamos alguns trechos de seus escritos:

De todos os professos cristãos, devem os adventistas do sétimo dia ser os primeiros a exaltar a Cristo perante o mundo. … O grande centro de atração, Cristo Jesus, não deve ser deixado à parte. Na cruz de Cristo é que a misericórdia e a verdade se encontram, e a justiça e a paz se beijam. — Obreiros Evangélicos, pág. 156.

Exaltai a Jesus, vós que ensinais o povo, exaltai-O nos sermões, em cânticos, em oração. Que tôdas as vossas fôrças convirjam para dirigir ao “Cordeiro de Deus” almas confusas, transviadas, perdidas. . .. Seja a ciência da salvação o tema central de todo sermão, de todo hino. Seja êle manifestado em tôda súplica. Não introduzais em vossas pregações coisa alguma que seja um suplemento a Cristo, a sabedoria e o poder de Deus. — Idem, pág. 160.

Apresentai a verdade como ela é em Jesus, tomando claras as exigências da lei do evangelho. Apresentai a Cristo o caminho, a verdade e a vida, e falai de Seu poder de salvar a todos quantos a Êle se chegam. — Idem, pág. 154.

Cristo crucificado pelos nossos pecados, Cristo ressuscitado dos mortos, Cristo elevado às alturas constitui a ciência da salvação que devemos aprender e ensinar. . . . É por meio do dom de Cristo que recebemos tôdas as bênçãos. — Testimonies for the Church, Vol. 8, págs. 287 e 288.

Nunca se deve pregar um sermão sem apresentar como a base do evangelho a Cristo, e Êle crucificado. Os ministros alcançariam mais corações, se salientassem mais a piedade prática. — Obreiros Evangélicos, págs. 158 e 159.

Cristo e Sua justiça — seja isto a nossa plataforma, a própria vida de nossa fé. — The Review and Herald, 31 de agôsto de 1905.

Sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em tôrno da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, tôda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. — Obreiros Evangélicos, pág. 315.

A mensagem do evangelho de Sua graça deveria ser apresentada à igreja em linhas claras e distintas, para que o mundo não mais diga que os adventistas do sétimo dia só falam da lei, e não ensinam ou crêem em Cristo. — Testimonies to Ministers, pág. 92.

Destas citações apropriadas é evidente que os adventistas não podem extrair lógicamente qualquer ênfase legalística de Ellen G. White, e jamais o fizeram.