Em nossa época de alta tecnologia, o uso de equipamento audiovisual é um recurso muito útil para o sucesso do evangelismo. Milhares de famílias que não são suficientemente motivadas para assistir a uma série evangelística, ao vivo, podem ver a mesma coisa em seus lares. O vídeo pode estimular o apetite pela verdade, em alguém que antes não o possuía. Isso representa uma abertura sem precedentes para o evangelismo.
Tal como outras formas de testemunhar, o evangelismo através de vídeo pode requerer algum investimento. Não se trata apenas de uma forma atraente e fácil de apresentar mensagens duras ou estudos bíblicos. Na verdade, em muitos casos, o evangelismo eletrônico é uma ponte entre o primeiro contato e o estudo bíblico. Se nossa tarefa de evangelizar depender somente dos métodos da mídia, os resultados podem ser inexpressivos.
Evangelismo de vídeo promete um alto retomo ao investimento de tempo feito pelo pastor. Eu posso estudar a Bíblia apenas com um número limitado de pessoas, mas posso enviar fitas de vídeo para muitas outras, contando ainda com a ajuda dos leigos no acompanhamento desses casos. Por exemplo, coloquei um pequeno anúncio em um jornal, oferecendo a série Dimensões da Profecia, em vídeo. Foram gastos 40 dólares e recebi 13 pedidos. Dessa forma, várias famílias assistiram à série inteira e se tomaram interessadas na mensagem. Além disso, foi muito importante para alguns membros a feliz oportunidade de envolvimento, ao visitarem os interessados.
Numa geração acostumada ao entretenimento sensacionalista, qualquer coisa mais que surpreendente chama a atenção. Alguns de nossos trabalhos em vídeo têm essa capacidade. Eles são produzidos profissionalmente, dotados de efeitos especiais para segurar o espectador. Em minha experiência, descobri que, sob a influência do Espírito Santo, a curiosidade casual freqüentemente se transforma em real desejo de ver toda a série de estudos.
Em se tratando de uma sociedade materialística e secular, como é a nossa nos dias atuais, poucas pessoas aceitarão o oferecimento de um estudo bíblico sem um amaciante prévio, especialmente se você for um desconhecido. Entretanto, a experiência tem mostrado que mais de 50% das pessoas, mesmo sendo abordadas por um estranho, aceitam a mensagem do vídeo após um contato casual.
Recentemente, ao estabelecer residência em um novo local de trabalho, tive a alegria de ver um médico, um empresário do ramo automobilístico, o meu mecânico, um advogado e alguns funcionários públicos aceitarem meu convite para assistir à série profética em vídeo. E o fizeram até o final. E mais: emprestaram as fitas a familiares e colegas de trabalho ou profissão.
Posso afirmar que aproximadamente 15% daquelas pessoas que aceitam ver a primeira fita são batizadas. Imagine o que poderia acontecer se um grupo bem treinado de leigos aceitasse empregar este método de trabalho, juntamente com as técnicas básicas de evangelização.
Suponhamos que membros devidamente treinados enviem fitas de videocassete a 100 lares, e 200 espectadores vejam a primeira fita. Desses, aproximadamente 50 terão interesse em acompanhar a série inteira. Pelo menos 15 pessoas finalmente se unirão a Cristo e Sua Igreja. Mesmo que os leigos envolvidos no trabalho sejam inexperientes e levem poucas pessoas, ou nenhuma, ao batismo, não será difícil enviá-las a um Seminário do Apocalipse, que, seguramente, deixará um bom número em ponto de batismo.
Houve o caso de uma pequena igreja, na conservadora Nova Zelândia, com poucos membros dedicados ao trabalho. Todavia, eles conseguiram cinco jogos das fitas Dimensões da Profecia, de Kenneth Cox, e três aparelhos de videocassete. A utilização constante desse material contribuiu bastante para o batismo de muitas pessoas, em poucos meses, enquanto outras ainda estão sendo visitadas. Estudos em fitas de vídeo possuem também a habilidade de consolidar o ensinamento. Costumo deixar com as famílias às quais dou estudos bíblicos, uma fita sobre o assunto estudado a fim de que possam recapitulá-lo posteriormente.
- 1. Escolher a série. O melhor é que seja conseguida uma gravação original. Cópias são ilegais e, geralmente, de má qualidade. Além disso, dificulta a produção de novos trabalhos, por falta de meios.
- 2. Recrutar pessoas. Não espere que um anúncio ou promoção, feitos durante o serviço de culto sábado pela manhã convença os membros a sair. A melhor aproximação é aliar à promoção geral o contato pessoal com alguns irmãos entusiastas, e tomá-los consigo individualmente. Depois de realizarem algumas visitas com você, eles adquirirão sufi-ciente confiança para fazer o trabalho sozinhos. Tampouco espere que os espectadores assistam toda a série e imediatamente tomem uma decisão. Não é assim. A decisão deve ser conseguida numa estratégia paulatina, durante o processo. Para isso, será necessário ganhar confiança e desenvolver amizade.
- 3. Seguir a seqüência. Normalmente as fitas devem ser utilizadas em sua seqüência original. Entretanto, pode haver exceções. Certa vez, encontrei um homem abatido numa garagem, a quem cumprimentei e perguntei como estava. Ele respondeu: “Não vou bem; tenho um câncer no pulmão.” Logo pensei em oferecer-lhe uma fita que continha uma mensagem sobre o Céu, embora essa fosse a quarta da série. Depois de assistir à fita, com a esperança renovada, ele quis ver toda a série, começando da primeira. A estratégia eficaz para levar pessoas à decisão deve ser construída numa seqüência, levando-se em conta cada doutrina apresentada. Qualquer desvio disso reduz o impacto. Por essa razão é melhor não se discutir um assunto sem que o interessado tenha visto o vídeo correspondente.
4 Fazer contatos. Fitas de vídeo com material religioso podem ser oferecidas a qualquer pessoa – amigos ou aqueles indivíduos com os quais nos encontramos durante o dia, na rua, em viagem, em repartições públicas -, mesmo depois de um rápido contato. Simplesmente diga-lhe que você tem uma fita muito boa sobre profecias ou qual-quer outro assunto da Bíblia, e lhe ofereça emprestada por uma semana. Inicialmente, não fale da série toda, para não despertar certo desencorajamento com a idéia de um compromisso longo. Estabeleça um tempo para uso da fita e não extrapole esse período. Do contrário, a demora poderá enfraquecer as convicções sobre a verdade, ou a pessoa se tomará um espectador casual, não sabendo quando você vai chegar.
No segundo contato, pergunte-lhe sobre o que achou da fita. Se a resposta for positiva, ofereça a próxima, descrevendo brevemente o tema. Se por acaso a primeira fita ainda não tiver sido vista, dê-lhe uma nova oportunidade. Depois de algumas visitas, quando a outra pessoa demonstrar sentir-se à vontade com sua presença, é uma boa idéia assistirem juntos ao vídeo, particularmente durante os temas de decisão, a fim de que possa encorajá-la enquanto a verdade está fresquinha no coração.
Durante as primeiras visitas, não entre em qualquer discussão mais profunda, sobre qualquer assunto, a não ser que o interessado induza a isso. Deixe o Espírito Santo despertar o interesse. Entretanto, é importante conseguir alguma resposta em cada visita, sem dar a impressão de que você a esteja suscitando. A idéia é fazer o interessado falar sobre o que viu. Suas reações positivas aprofundarão suas convicções e prepararão para tomar decisões vitais. Ouvi-lo falar também é oportuno para que você se certifique de como ele se sente diante do que assistiu, e do grau de interesse que possui.
- 5. Levar à decisão. Uma boa série em vídeo mostrará a salvação em Jesus, antes das doutrinas distintivas serem apresentadas. As pessoas necessitam dar a Cristo o coração antes de testemunhar verdades tais como o sábado e o dízimo. É somente quando o evangelho é apresentado a partir de diferentes ângulos, e o Salvador é levantado, que os corações são atraídos a Ele. Espere até que as pessoas tenham pelo menos expressado algum desejo de aceitar a Cristo em algumas ocasiões, antes de chamá-las a tomar uma decisão pessoal.
Somos relutantes em fazer apelos porque sentimos ser isso arriscado, ou pensamos que seremos tidos como muito inconvenientes. Todavia, apelar para uma decisão é par-te essencial da tarefa evangelística. “Quando as pessoas que estão sob convicção não são chamadas a fazer uma decisão o mais breve possível, há o perigo de que essa convicção gradualmente esmoreça”, diz Ellen White.
As decisões ao lado de Cristo são tomadas num misto de emoção e razão. Usualmente as pessoas não respondem a uma pessoa a quem não conhecem ou em quem não confiam o bastante. Portanto, é importante construir uma amizade natural com elas.
- 6. Mostrar a verdade. Se, por exemplo, você apresenta o sábado a alguém que não aceitou a Cristo, essa pessoa será levada a vê-lo como um fardo a ser rejeitado, ou será levada a guardá-lo legalisticamente. O sábado tem uma grande relevância apenas para as pessoas que aceitaram a Cristo como Salvador e Senhor. Melhor que apelar diretamente para a guarda do sábado, é perguntar diplomaticamente se o interessado teria algum problema em colocar isso em prática. Para qualquer dificuldade que for expressa devem ser apresentadas sugestões de resolução. Se não for mencionado nenhum problema, é sinal de que as portas estão abertas. Encorage-o a tomar a decisão.
- 7. Consolidar a decisão. Como qualquer série evangelística em vídeo, o melhor mo-mento para convidar o interessado a unir-se à Igreja, se já não declarou antes essa intenção, é depois de ele ter feito decisões a respeito das principais verdades distintivas como o evangelho, o sábado, princípios de saúde, etc. Tornar-se membro da Igreja é apenas uma extensão do caminho que eles já escolheram trilhar.
A estratégia para levar pessoas a Cristo, apresentada aqui, não é exclusiva do trabalho evangelístico através de vídeo. Os princípios se aplicam a todas as alternativas missionárias. Entretanto, aplicados ao profissionalismo dos vídeos modernos, formam uma combinação irresistível.