JURA POR Sl MESMO:

Em Gên. 22:16 lemos: “E disse: Por Mim mesmo, jurei, diz o Senhor (JHVH)…. “Mas se voltarmos um pouco na leitura veremos que Este Senhor é o que é chamado de o Anjo do Senhor (Anjo que é o Senhor). Sabe-se que por não haver outro acima dEle é que jura por Si mesmo. Repito: Quem jura é o “Anjo que é o Senhor,” não Deus o Pai, mas Aquele que séculos mais tarde ao tomar a natureza humana por meio de Maria, passou a ser chamado de Jesus!

JEOVÁ FALA A ADONAI:

Abramos as nossas Bíblias em Sal. 110:1. Que lemos? “Disse o Senhor ao meu Senhor….” Os unitaristas dizem: Ali estão, Jeová (referindo-se a Deus o Pai) e Jesus. Sim, está certo, dizemos nós; mas qual é Deus o Pai e qual é Deus o Filho? Não se trata de uma pergunta tola, como possa parecer. Isto porque na língua hebraica assim está: “Disse Jeová a Adonai. …” O Comentário Adventista diz: “De acordo com a declaração de Jesus (S. Mat. 22:41 e ref.), a conversação ocorreu entre Deus o Pai e Deus o Filho.” (Sevent-day Adventist Bible Commentary, Vol. 3, pág. 880). Sim, ali temos Deus, o Pai, e Deus, o Filho. Mas, voltamos a nossa pergunta: qual é Deus o Pai e qual é Deus o Filho? Um é chamado de JEOVÁ e o outro de ADONAI. Deus o Pai é Este chamado de Jeová (ainda que noutros passos Jesus também é chamado de Jeová, como já apresentamos). Jesus, portanto, neste texto é Este chamado Adonai (Meu Senhor).

Quem é Adonai? A palavra Adonai (meu Senhor) no Velho Testamento é aplicada tanto a Deus o Pai, como a Deus o Filho. Por exemplo: Em Gên. 15:1, 2 e 8, está escrito: “Depois destas coisas veio a palavra do Senhor (JHVH). . . . Então disse Abrão: Senhor Jeová (Adonai Jeová)…. E disse ele: Senhor Jeová (Adonai Jeová), como saberei que hei de herdá-la?”

Juizes 13:8: “Então Manoá orou instantemente ao Senhor (Jeová), e disse: Ah! Senhor (Adonai) meu. …”

Esdras 10:3: “Agora, pois, façamos concerto com o nosso Deus (Eloim) de que despediremos todas as mulheres, e tudo o que é nascido delas, conforme ao conselho do Senhor (Adonai). . . . ”

Este argumento não é nosso; Jesus o usou para provar a Sua divindade, quando citou este Salmo, para os fariseus de Seu tempo. Assim registra Mateus, as Suas palavras: “E, estando reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus, dizendo: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Eles disseram-lhe: de Davi. Disse-lhes Ele: Como é então que Davi, em espírito, lhe chama Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Se Davi pois lhe chama Senhor, como é seu filho? E ninguém podia responder-Lhe uma palavra: nem desde aquele dia ousou mais alguém interrogá-Lo.” (S. Mat. 22:41-46).

Nas páginas do Novo Testamento notamos que muitas vezes o Logos encarnado — agora Jesus — além de ser adorado (S. Mat. 8:2; 14: 33; 28:9; Heb. 1:6) é chamado de Deus: “Para apascentardes a igreja de Deus, que Ele comprou com o Seu próprio sangue.” Atos 20: 28. “Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.” Rom. 9: 5. “Mas do Filho, diz: Ó Deus, o Teu trono subsiste pelos séculos dos séculos.” Heb. 1:8. “Jesus Cristo, Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” I S. João 5:20.

O Novo Testamento mostra também Jesus possuindo os atributos de Deus: Vida (S. João 14:6); Santidade (S. Luc. 1:35); Eternidade (S. João 1:1); Onipresença (S. Mat. 28:20); Onipotência (S. Mat. 28:18). Mostra ainda que as obras de Deus são as de Jesus igualmente.

JEOVÁ FALA A ADONAI:

Pessoas há que citam textos que falam da subordinação de Jesus, inferindo daí a Sua inferioridade junto ao Pai e, neste caso, Conseqüentemente deduzir a Sua criação. Mas o Comandante das hostes celestes é um ser suis generis em todo o Universo, combinando em Si divindade e humanidade. NEle vemos dois estados: o estado de exaltação (quando no Céu, antes de Sua encarnação), e o Seu estado de humilhação (quando tomou a natureza humana, nalgum sentido ficando limitado a certas contingências desta natureza.) Assim é que alguém pode ter diante de si um texto que fale de Cristo no Seu estado de humilhação,- como S. Mat. 24:36 (onde Seu conhecimento é limitado) o que poderia causar dificuldades.

Explicitamente exposta nas Escrituras do Novo Testamento, a doutrina da Trindade é também perfeitamente perceptível nos Escritos do Velho Testamento.

“Ao Se revestir da natureza humana, assumindo a forma de um homem, Jesus Cristo renunciou por certo espaço de tempo — enquanto tabernaculou entre os homens — o Seu “modo” de existência divina, não a Sua natureza divina.” — (Sabatini Lalli, em O Logos Eterno, pág. 48).

Sobre tal assunto já o apóstolo Paulo se referiu ao escrever aos filipenses: “Que sendo em forma de Deus não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-Se semelhante aos homens, e achado na forma de homem, aniquilou-Se a Si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fil. 2:6-8.

“Ao dizer que Cristo Se aniquilou, Paulo não está dizendo que Ele renunciou a Sua natureza divina, mas que renunciou apenas à forma ou o modo de Sua existência como Deus. Como ‘Logos ásarkós’ (Verbo não encarnado), Cristo é Deus, existindo na forma ou no modo de existência divina; como ‘Logos énsarkós’ (Verbo encarnado), Cristo é Deus, existindo na forma, isto é, na essência ou substância da natureza humana.” — Idem, pág. 38.

Sabatini Lalli ainda diz: “A expressão, ‘que sendo ou subsistindo na forma de Deus,’ revela que, na mente lúcida de Paulo, como também no texto grego — pois o apóstolo se expressa com clareza e segurança — está contida a afirmação da preexistência eterna do Logos Divino. Em sua segunda carta aos Coríntios, 8:9, Paulo afirma: ‘Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis.’ A mesma força verbal que se encerra na frase ‘sendo ou subsistindo na forma de Deus,’ de Fil. 2:6, é evidente e irredutível na expressão ‘sendo rico,’ de II Cor. 8:9. Cotejando estas duas passagens, concluímos que, além de o Logos, como Pessoa, ter existência eterna, conforme S. João 1:1, possuía também as riquezas próprias do Seu estado de Divindade. Para o apóstolo, o Logos não ‘era’ pobre, mas ‘tornou-Se’ pobre, ‘fez-Se’ pobre. O verbo grego ‘ptochéuo’ — que significa ‘tornar-se pobre,’ ‘fazer-se pobre’ ou ‘empobrecer’ — é empregado por Paulo na terceira pessoa singular do Indicativo Aoristo (éptócheusen) e indica uma ação passada, que se realizou em certo tempo. Este tempo é referido por Paulo em Gál. 4:4, e na carta aos Heb. 1:1. A riqueza que o Logos Divino renunciou, quando assumiu a forma ou a natureza humana, foi a Sua glória, o Seu domínio e a Sua bem-aventurança. Na Sua pobreza, o Logos identificou-Se com a raça humana na sua miséria e, por meio desta identificação, enriqueceu-a com a suprema dádiva da Justificação, da Iluminação, da Santificação, da Paz, da Alegria, da Certeza da Vida eterna, presentes de valor infinito que a raça recebeu em virtude da encarnação do Logos.” — O Logos Eterno, pág. 39.

O ESPÍRITO SANTO:

Agora resta-nos saber o que a Santa Escritura fala a respeito do Terceiro membro da Trindade — o Espírito Santo.

Foram os Montanistas (grupo reacionário que surgiu contra o afrouxamento moral da igreja, durante o segundo século) que primeiro — fora dos escritores bíblicos — definiram o Espírito Santo como sendo uma Pessoa.

Hoje muitos crêem ser o Espírito Santo uma influência divina, ou “força ativa” de Deus, pelo fato de a palavra ESPÍRITO em grego PNEUMA, ser neutra. Porém estes se esquecem de que o Novo Testamento freqüentemente usa o pronome masculino EKEINOS para Ele, o Espírito Santo. (Cont. no próximo número)