“Aquele que deu Eva a Adão por companheira, operou Seu primeiro milagre numa festa de bodas. Na sala festiva em que amigos e parentes juntos se alegravam, Cristo começou Seu ministério público. Sancionou assim o matrimônio, reconhecendo-o como instituição por Êle mesmo estabelecida. Ordenou que homens e mulheres se unissem em santo matrimônio, para constituir famílias cujos membros, coroados de honra, fôssem reconhecidos como membros da família celestial.
“Cristo honrou a relação matrimonial tornando-a também símbolo da união entre Êle e os remidos. Êle próprio é o Espôso; a espôsa é a igreja, da qual se diz: Tu és tôda formosa, amiga Minha, e em ti não há mancha”. . .
“O vínculo da família é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de todos na Terra. Foi designado a ser uma bênção à humanidade. E assim o é sempre que se entra para o pacto matrimonial inteligentemente, no temor de Deus, e tomando em devida consideração as suas responsabilidades. . . .
“Só em Cristo é que se pode com segurança entrar para a aliança matrimonial. O amor humano deve fazer derivar do amor divino os seus laços mais íntimos. Só onde Cristo reina é que pode haver afeição profunda, verdadeira e altruísta.
“É o amor um dom precioso, que recebemos de Jesus. A afeição pura e santa não é sentimento, mas princípio. Os que são movidos pelo amor verdadeiro, não são irrazoáveis nem cegos. Ensinados pelo Espírito Santo, amam a Deus supremamente e ao próximo como a si mesmos. . . .
“Por mais cuidadosa e sàbiamente que se tenha entrado no matrimônio, poucos casais se encontram completamente unidos ao realizar-se a cerimônia matrimonial. A real união dos dois em matrimônio é obra dos anos subseqüentes.
“Ao enfrentar o recém-casado par a vida com sua carga de perplexidade e cuidado, desaparece o romance com o qual tantas vêzes a imaginação reveste o matrimônio. Marido e mulher ficam conhecendo mùtuamente o caráter, como não lhes era possível conhecê-lo em sua associação anterior. É êste um período assaz crítico de sua vida. A felicidade e utilidade de tôda a sua vida futura dependem de seguirem agora o devido procedimento. Muitas vêzes descobrem no outro fraquezas e defeitos insuspei-tados; mas os corações que o amor uniu descobrurão também excelências até então desconhecidas. Que todos procurem descobrir as virtudes e não os defeitos. Muitas vêzes é nossa própria atitude, a atmosfera que nos rodeia, o que determina aquilo que o outro nos revelará. Muitos há que consideram a expressão de amor como uma fraqueza, e mantém uma reserva que repele aos outros. Êste espírito detém a corrente de simpatia. Sendo reprimidos os generosos impulsos sociais, êles mirram, e o coração torna-se desolado e frio. Devemos precaver-nos contra êste êrro. O amor não pode existir por muito tempo sem se exprimir. Não permitais que o coração do que se acha ligado convosco pereça à míngua de bondade e simpatia. . . .
“Procure cada um promover a felicidade do outro. Haja amor mútuo, mútua paciência. Então, o casamento, em vez de ser o fim do amor, será como que seu princípio. O calor da verdadeira amizade, o amor que liga coração a coração, é um antegozo das alegrias do Céu. …
“Lembrai-vos, porém, de que não encontrareis a felicidade encerrando-vos em vós mesmos, satisfeitos com entornar tôda a vossa afeição um sôbre o outro. Aproveitai tôda oportunidade de contribuir para a felicidade dos que vos rodeiam. Lembrai-vos de que a verdadeira alegria só se encontra no serviço desinteressado. . . .” — A Ciência do Bom Viver, págs. 307, 309, 310, 311, 312 e 313.
“A afeição poderá ser clara como cristal e formosa em sua pureza e, contudo, ser superficial, por não ter sido provada nem refinada. Fazei de Cristo em tudo o primeiro, o último e o melhor. Contemplai-O constantemente, e, à medida que se fôr submetendo à prova, vosso amor a Êle se tornará dia a dia mais profundo e mais forte. E ao crescer vosso amor a Êle, também vosso amor mútuo há de crescer, aprofundar-se e fortalecer-se”. . .
“Não procureis obrigar o outro a proceder como desejais. Não podereis fazer isso e ao mesmo tempo conservar o amor mútuo. Manifestações de vontade própria destroem a paz e a felicidade do lar”.— Test. Seletos (Ed. Mundial), Vol. 3, págs. 96 e 97.
“Homens e mulheres podem atingir o ideal de Deus a seu respeito, se tomarem a Cristo como seu ajudador. O que a sabedoria humana não pode fazer, Sua graça realizará pelos que a Êle se entregarem em amorosa confiança. Sua providência pode unir corações com laços de origem celestial. O amor não será mera troca de suaves e lisongeiras palavras. O tear do Céu tece com trama e urdidura mais fina, não obstante mais firme, do que se pode tecer nos teares da Terra. O resultado não é um tecido débil, mas sim capaz de resistir a fadigas e provas. Coração unirse-á a coração nos áureos vínculos de um amor que é perdurável”. — A Ciência do Bom Viver, pág. 313.