Entre muitos aspectos singularmente admiráveis da vida e do ministério do apóstolo Paulo, está sua maestria na contextualização dos métodos para evangelizar em todas as situações. Em certa ocasião ele disse: “Embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas. Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da Lei, tornei-me como se estivesse sujeito à Lei (embora eu mesmo não esteja debaixo da Lei), a fim de ganhar os que estão debaixo da Lei. Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei (embora não esteja livre da lei de Deus, e sim sob a lei de Cristo), a fim de ganhar os que não têm a lei. Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser coparticipante dele” (1Co 9:19-23).
Em Atenas, argumentando a partir da religiosidade distorcida dos gregos, ele emudeceu os intelectuais locais, reunidos no Areópago, quando lhes apresentou o verdadeiro Deus: “Atenienses! Vejo que em todos os aspectos vocês são muito religiosos, pois, andando pela cidade, observei cuidadosamente seus objetos de culto e encontrei até um altar com esta inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. Ora, o que vocês adoram, apesar de não conhecerem, eu lhes anuncio” (At 17:23, 23).
Também não podemos nos esquecer do Mestre por excelência na estratégia para alcançar pessoas: Jesus Cristo. Com Suas ilustrações, Ele sabia como chegar ao coração de intelectuais e indoutos, agricultores, pescadores, donas de casa, crianças, jovens e adultos.
Depois de uma noite de pescaria frustrada, no alvorecer do dia, um grupo de discípulos foi surpreendido pela presença dEle na praia. “Ele lhes perguntou: ‘Filhos, vocês têm algo para comer?’ Eles responderam que não. Ele disse: ‘Lancem a rede do lado direito do barco e vocês encontrarão’. Eles a lançaram, e não conseguiam recolher a rede, tal era a quantidade de peixes” (Jo 21:5, 6). É preciso saber dEle onde e como lançar a rede do evangelismo. “Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito à tarefa de se aproximar do povo. O Salvador Se misturava com as pessoas como alguém que lhes desejava o bem. Ele compadecia-Se delas, atendia-lhes às necessidades e ganhava-lhes a confiança. Ordenava, então: ‘Sigam-Me’.” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 143).
É importante destacar que misturar-Se com o povo não era tudo. Era apenas uma estratégia com o propósito de atrair as pessoas. Devemos ter isso em mente, neste ano do “Evangelismo da Amizade”, quando temos a oportunidade áurea de, por preceito e exemplo, inspirar e motivar os membros da igreja a encaminhar amigos ao Salvador.
Zinaldo A. Santos