O mundo ocidental representa um formidável desafio para o evangelismo atual. Os enfoques tradicionais em geral têm produzido poucos resultados. Cada vez mais está se tomando difícil atrair grandes multidões. Métodos que foram produtivos no passado, hoje já não mostram a mesma eficácia. A propaganda que uma vez atraiu multidões é cada vez menos efetiva. Tudo isso nos leva a perguntar seriamente: Onde reside o poder do evangelho nesta época secularizada? É possível ainda ver cidades inteiras sacudidas para Deus, hoje, como acontecia nos dias do Novo Testamento? Como pode o evangelho penetrar na cultura secular? Que poderiamos fazer para influenciar as mentes secularizadas e ganhá-las para Cristo?

O problema do secularismo, o materialismo, e a falta de interesse nos assuntos espirituais, não é novo. O mundo do primeiro século revela assombrosos paralelismos com a sociedade humanista, atéia e sequiosa de prazer da atualidade. A sociedade estava dominada, em grande medida, pela filosofia grega, pelo materialismo romano, pelo tradicionalismo judeu e pelas superstições pagãs. No entanto, cheios do Espírito Santo, consagrados à tarefa do evangelismo mundial, os discípulos comoveram o mundo com o poder do evangelho.

No primeiro século

Ao relembrarmos rapidamente o secularismo do primeiro século, vamos notar a forma pela qual o Espírito Santo agiu. Will Durant, em sua obra César e Cristo, descreve a sociedade do Novo Testamento como moralmente decadente, na qual florescia a prostituição, o aborto era prática comum e a homossexualidade era desenfreada. Era uma sociedade estimulada pelos prazeres sensuais. Comentando a seu respeito, Sêneca, filósofo romano, disse que “eles vomitam para comer e comem para vomitar”. Teatros romanos superlotados deificavam os atores e atrizes favoritos das multidões. As estrelas do cenário eram os ídolos da sociedade. Os cantores e bailarinas, que existiam aos milhares, entretinham as multidões. Corridas de cavalos e outros eventos esportivos fascinavam o povo. O encanto hipnótico das competições atléticas cativava os cidadãos. A população romana, de aproximadamente um milhão de pessoas, considerava a vida humana com assombrosa indiferença. Quando Tito dedicou um templo em Roma, encenou grandes batalhas nas quais morreram milhares no que não era mais que um entretenimento desportivo. Os lutadores romanos que competiam por prêmios, com suas armas, não apenas nocauteavam uns aos outros, mas matavam-se barbaramente.

E as posses materiais eram verdadeiros deuses. Adquirir coisas tornara-se a única ambição da vida. Os manipuladores do pensamento filosófico minimizavam a realidade de Deus. Se o secularismo buscava os valores materiais na vida e diminuía a Deus no processo, Roma era, certamente, secular.

Não obstante, o evangelho penetrou na sociedade secular. Os corações honestos eram ganhos para o reino, uma vez que o secularismo não mais satisfazia suas mais profundas necessidades. O secularismo era absolutamente incapaz de suprir a fome íntima de amor, sentida pelo povo. Não dava significado nem propósito, não satisfazia o anelo interior pela eternidade, tampouco assegurava esperança após a morte.

A vitória da igreja

Jesus Cristo prometera a Seus discípulos porção extraordinária de poder espiritual a fim de que pudessem enfrentar o insólito desafio do secularismo romano: “Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis testemunhas em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da Terra” (Atos 1:8). E hoje, onde quer que sejam vistos desafios semelhantes, a promessa é a mesma. Onde quer que haja obstáculos para o evangelho, o poder prometido por Deus os supera.

Ao que parece, nosso enfoque está mais centralizado nos problemas do secularismo, do que no poder do Espírito. Tenho ouvido em reuniões de comissões e mesas administrativas, alguns expressarem a idéia de que sendo a sociedade mais e mais secularista, o evangelismo simplesmente não funciona. Está superado e obsoleto. Que tremendo engano! O evangelho é tão poderoso hoje como o foi dois mil anos atrás. O método de Deus para alcançar as massas é a poderosa pregação evangelística.

Atos 2 descreve como a pregação cheia do Espírito supriu as necessidades dos corações profanos e deu lugar ao batismo de três mil pessoas.

Atos 4:4 registra que “muitos, porém, dos que ouviam a palavra a aceitaram, subindo o número de homens a quase cinco mil”. O capítulo seis assinala o rápido crescimento da igreja e uma reorganização para facilitar o avanço. “Crescia a palavra de Deus e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.” (v. 7).

Em Atos 8 é visto um crescimento intercultural. Felipe, imbuído do Espírito Santo, tocou o coração de um viajante etíope. E Deus abriu a porta do continente africano. Nos capítulos 10 e 11, o crescimento intercultural prossegue quando Pedro prega a Cornélio, e outra porta foi aberta para o evangelho.

Andando no livro de Atos, chegamos ao capítulo 17, quando a mensagem penetrou em todas as partes, tocando corações e vidas, aos milhares. E os discípulos transtornavam o mundo (v. 6). Atos 20:20-23 assinala que eles estavam tão motivados pelo Espírito, que ensinavam “publicamente e também de casa em casa”. As barreiras que reprimiam o evangelho ruíram. A mensagem cristã foi levada de cidade em cidade, país em país, de continente em continente. Segundo Atos 21:20, milhares de judeus creram em poucos anos. O capítulo 22:21 assegura que o evangelho foi levado a todo o mundo gentio.

Em rápidos 30 anos, o evangelho venceu. Uma sociedade totalmente secularizada foi atingida num período de tempo relativamente curto.

Razões do crescimento

Como explicar o rápido crescimento da Igreja primitiva? Primeiramente, consideremos as pessoas que estavam por trás da proclamação. Os próprios discípulos foram conduzidos a um genuíno arrependimento, um reavivamento espiritual e a uma reforma correspondente. Tinham um propósito em comum e o objetivo único de conquistar perdidos para Cristo. Estavam permanentemente conscientes da necessidade de oração intercessória. Em segundo lugar, pensemos em como o Espírito Santo dirigiu o poder de pensamento dos discípulos, capacitando-os a abrir possibilidades interculturais para o evangelismo. Como resultado, pregavam a Palavra tanto em público como em particular, e seu ministério era acompanhado de sinais sobrenaturais, maravilhas e milagres. Eles criam que Deus os chamara para pregar Sua mensagem em todas as partes, e nenhum poder da Terra podia detê-los. Centravam sua fé no poder divino, para fazer frente aos obstáculos humanos.

Sem o retomo do poder pentecostal, não existe forma possível de alcançar homens e mulheres hoje. Por outro lado, necessitamos compreender a sociedade secular e sua mentalidade a fim de nos aproximarmos dela com sabedoria. Entender a mentalidade secular nos ajudará a desenvolver melhores métodos para alcançá-la e aplicá-los evangelisticamente nas situações reais da vida

Compreendendo o secularismo

Para entender a mentalidade secular, consideremos rapidamente as filosofias que têm formado o pensamento nos últimos duzentos anos. A questão básica da vida é tríplice: De onde venho? Por que estou aqui? Para onde vou? Essas perguntas têm a ver com a origem, o propósito e o destino da existência humana.

Os formadores do pensamento moderno crêem que descendemos de um princípio impessoal. A teoria da evolução de Darwin tem permeado todos os aspectos da vida moderna. Jacques Monod resumiu o ponto de vista das origens da evolução com estas palavras: “Unicamente o acaso é a fonte de toda inovação, de toda criação na biosfera. O simples acaso, absolutamente livre, porém cego, está no princípio do estupendo edifício da evolução.”1 Jean Paul Sartre, filósofo, novelista e dramaturgo francês, acrescenta que “toda existência nasce sem razão, prolonga-se a si mesma a partir da debilidade, e morre por casualidade”.2

Tudo isso requer uma cuidadosa reflexão. Se realmente é certo que a vida é simples-mente produto de causas fortuitas, então os seres humanos são nada menos que moléculas de proteínas que aumentaram de tamanho. Esse ponto de vista minimiza o pensa-mento de que fomos criados por um Deus pessoal, infinito e amante. Uma idéia confusa sobre as origens conduz a uma idéia também confusa a respeito do significado da vida.

Numa sociedade baseada na cultura evolucionista, a auto-estima será, por natureza, baixa. Não admira que o suicídio seja causa número um de morte entre estudantes universitários. Como a existência pode ter significado se não estou aqui mais que por um acidente? O terreno para o surgimento do secularismo encontra-se no fracasso em compreender a origem do homem e o verdadeiro propósito da vida. Para os secularistas, a vida não tem significado, exceto o aqui e o agora. A idéia de um destino eterno é idiotice.

Mensagem para a cultura secular

Possui o adventismo uma mensagem para os milhões que têm abraçado esse ponto de vista secular? Possuímos algo relevante, numa era quando o pessimismo impregnou a cultura de desespero? Podemos falar com profundo sentido àqueles que estão se afogando na abundância?

O adventismo responde às perguntas básicas da vida: Quem sou?

De onde venho? Para onde vou?

Os adventistas do sétimo dia crêem que Deus criou o mundo. Cremos que a ordem e o desígnio vistos indicam a existência de um criador, e que o acaso é incapaz de explicar a complexidade do Universo. Mas, além de tudo isto, afirmamos que a vida pessoal inteligente sobre o planeta Terra não poderia ter sido produzida pelo impessoal e desprovido de inteligência. Portanto, cremos que o mundo foi feito por um Deus que é o ideal de inteligência, a essência do amor, e o grande Arquiteto; um Deus que é infinito, e pessoal. Isso diz aos homens e mulheres desesperados que eles valem muito.

Os quadros de Leonardo da Vinci e as esculturas de Miguel Ângelo são apreciáveis porque cada uma delas é única. Do mesmo modo que cada floco de neve é uma configuração única, assim cada vida humana é diferente de toda outra vida humana. Cada ser humano é precioso, valioso, digno. Os adventistas dizem ao secularista moderno: “você foi criado como um ser único e singular, à imagem de Deus. Você é uma pessoa que possui muito valor; é valiosa porque é única. Ninguém é igual a você. Você é insubstituível. Tão valiosa que, quando os seres humanos afastaram-se de Deus, Ele deu Seu filho Jesus Cristo, para resgatá-los.”

A fé cristã não é simplesmente um sistema de valores éticos e filosofia moral. É a crença de que Deus Se lançou na arena do desespero humano, para morrer pelos homens e mulheres a fim de redimi-los. E mais, com nossa doutrina do advento que inspira esperança, dizemos confiantemente a um mundo angustiado: “A esperança existe!” Cristo breve virá para dar fim ao pecado. O sofrimento, a enfermidade e a morte se renderão ante uma gloriosa manhã. De modo que o adventismo é claramente relevante para a sociedade contemporânea. Fala às necessidades de nosso tempo. Responde às três perguntas básicas da vida.

Ademais, é importante considerar a forma como o sábado supre a necessidade humana de descanso, segurança e um lar nos braços de Deus. Pensemos na forma em que o conceito bíblico de vida saudável supre a necessidade secular de integridade física, mental e espiritual.

Da teoria à prática

Como podemos traduzir em ação esta mensagem adventista que supre às necessidades? Quais são algumas das possíveis formas de aproximação da mentalidade secular? Não pretendemos ter todas as respostas para alcançar o secularista, mas existem alguns princípios que utilizamos na Europa ocidental, nos bastidores do secularismo como Copenhague, Estocolmo e Londres; no Leste europeu, onde o comunismo e o ateísmo reinaram durante muitas décadas; e nos grandes centros metropolitanos dos Estados Unidos.

Princípios não são métodos fixos, que tenham seguro de êxito para alcançar mentes seculares. São enfoques que temos forjado no crisol do evangelismo citadino durante os últimos 25 anos.

Comecemos com o óbvio. O evangelismo pessoal é a melhor forma de ganhar o secularista. Pessoas são necessárias para ganhar pessoas. Os programas não ganham as pessoas; um indivíduo amante é quem desenvolve relações com outros indivíduos, generosamente. Em geral, o povo responde à bondade. A amizade genuína desfaz preconceitos. Uma coisa é certa: você não ganhará os secularistas para Cristo, discutindo com eles.

Todo ser humano sente necessidade de algo. Essas carências sensíveis são áreas onde o indivíduo pre-cisa de ajuda. Elas podem incluir uma melhor saúde, ajuda para deixar de fumar, dieta pobre em gorduras, redução de estresse, felicidade no casamento, satisfação profissional, amizade, perdão, liberdade do senti-mento de culpa, ou paz interior.

Conheço isso muito bem. Se os membros da igreja forem sensíveis, amistosos, interessados no bem-estar alheio, e cavadores de oportunidade para ajudar a suprir necessidades de seus amigos, o muro do preconceito cairá. As mentes fechadas se abrirão. As oportunidades se apresentarão para que partilhemos o evangelho.

Fazer amizade é a melhor forma de ganhar um secularista para Cristo.

Segundo o livro A Summary of Qualitative Research of the Unchurched,3 o secularista tem quatro atitudes negativas básicas diante da igreja. Em primeiro lugar, sente que a igreja é demasiado materialista, e que se converteu num próspero negócio comercial. É como as grandes empresas comerciais. Segundo, consideram que a igreja é um tipo de poder dominante, tratando de manipular o pensamento. Tolhe a liberdade de expressão. Arroga-se o direito de dizer como o povo deve viver.

Em terceiro lugar, a igreja é hipócrita. O abismo entre o que ensina e o que vive é demasiado grande para ser atravessado. Há uma discrepância entre as palavras e as ações. Para muitos, a igreja é semelhante a um clube do qual não desejam tornar-se sócios.

E quarto, os secularistas crêem que a igreja não é relevante, não acompanha as mudanças do mundo; não consegue ser parte da vida real. Serviços religiosos lhes causam aborrecimento.

Porém, surpreendentemente, o mesmo estudo indica que muitos considerariam a possibilidade de assistir à igreja se pudessem discutir suas dúvidas religiosas abertamente com alguém. Se eles vissem que a igreja é uma instituição seriamente interessada em trabalhar pelo melhoramento da sociedade, se descobrissem uma igreja onde a pregação espiritual supre as necessidades, a freqüentariam sem a menor dúvida.

Um programa de educação religiosa, sólido e efetivo, para implantar valores morais nos jovens e nas crianças, é extremamente importante. Os membros secularistas da geração de pais modernos estão retomando à igreja aos milhares, porque estão preocupa-dos com seus filhos.

Quando consideramos a estratégia de Cristo para alcançar a mente secularizada de Seu tempo, notamos que Ele começava onde o povo estava e não onde Ele estava. Jesus sem-pre iniciava ministrando com amor às necessidades daqueles com os quais entrava em contato. Na verdade, o livro de João é um estudo de casos nos quais o Senhor supriu necessidades espirituais. No início de Seu ministério, Jesus notou que dois homens O seguiam, e lhes fez a seguinte pergunta: “Que buscais?” (João 1:38). Parece que Ele sempre faz a mesma pergunta. Que estás buscando? O que de mais profundo existe em teu coração? O que desejas, realmente?

Através de todo o Evangelho de João Cristo responde a essa pergunta – “Que buscais?” Preocupa-se em descobrir as necessidades do povo e então age no sentido de supri-las. Nas bodas de Caná, o anfitrião da festa estava a ponto de sofrer uma catástrofe social. Jesus supriu uma necessidade de caráter social, ao transformar a água em vinho. As necessidades de Nicodemos, sem embargo, eram espirituais. A religião formal não as satisfazia, e Cristo as supriu, partilhando com ele a necessidade de um novo nascimento espiritual (João 3).

A mulher junto ao poço tinha carências emocionais, e Jesus lhe disse que o amor do Pai poderia satisfazê-las. O homem junto ao tanque de Betesda necessitava de cura física e a multidão faminta precisava alimentar-se. Jesus satisfez a todos.

Ao suprir necessidades, Jesus rompeu todos os preconceitos da sociedade de Seu tempo. Enquanto as barreiras da oposição iam sendo derrubadas, os corações e as mentes se abriam ao evangelho. A declaração de Ellen White, freqüentemente citada, continua sendo verdadeira: “Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito no aproximar-se do povo. O Salvador aproximava-Se das pessoas como alguém que lhes desejava o bem. Mostrava-lhes simpatia, atendia a suas necessidades e ganhava sua confiança. Então lhes dizia: ‘Segue-Me.’”4

A igreja é o povo de Deus preparado para servir, que supre amorosamente as necessidades da vida diária em nome de Jesus. A igreja é o corpo de Cristo, e cada membro possui dons repartidos pelo Espírito Santo para servir. Cada membro do corpo tem mui-to valor. E Deus deu a cada membro dons que devem ser usados em Seu serviço. Quando os membros da igreja compreenderem isso, poderão fazer planos para satisfazer as necessidades de amigos e vizinhos. Então haverá uma explosão de interesse no evangelho. Sensibilidade ante o sofrimento, preocupação pelos outros, demonstração de genuíno interesse pelas necessidades do próximo são meios utilizados por Deus para ganhar corações. E, como membros da igreja, possuidores dos dons particulares que Ele nos tem outorgado, para trabalhar por amigos e vizinhos, temos a garantia de que haverá resultados.

Corações e mentes secularizados têm fome do amor revelado pela cruz do Calvário.

Particularmente, tenho achado muito útil o simples fato de partilhar o plano da salvação no contexto da minha própria experiência. Falar do amor de Cristo, reduz preconceitos e ganha corações. Transforma vidas. A cruz é o argumento mais forte em favor do cristianismo. Corações e mentes secularizados têm fome do amor revelado pela cruz.

Tenho testemunhado como o Espírito Santo comove corações humanistas, secularizados e endurecidos, por meio de uma simples apresentação do plano de salvação. Um espírito combativo apela ao espírito de debate. Os argumentos das mentes intelectuais se encontram com a resistência das mentes céticas. Porém uma mensagem da graça de Deus, que brota de um coração cheio de amor, tocará corações.

Todavia, nenhum plano ou enfoque é traçado para alcançar todos os indivíduos. Há pessoas que, em princípio, respondem melhor a uma estratégia alternativa. Muitos acham que a Bíblia carece de substância intelectual. Quase desconfiam de sua integridade. Partilhar com essas pessoas algumas das grandes profecias bíblicas, que demonstrem a confiabilidade e a veracidade das Escrituras, em algum momento tocará seus corações.

As profecias de Daniel foram particularmente traçadas por Deus para desenvolver a confiança na veracidade das Escrituras. As profecias do Velho Testamento, concernentes a Jesus como o Messias, são especialmente comoventes. Seu nascimento virginal em Belém (Isa. 7:14; Miquéias 5:2), a origem e linhagem de Jesus (Gên. 49:10), as-sim como os eventos da crucifixão esboçados em Zacarias 13, Salmo 22, e outras passagens, produzem a grande certeza de que Ele é mais que um homem bom, mais que um filósofo moralista; sim, que é o divino Filho de Deus.

A compreensão de algumas das profecias concernentes ao surgimento e queda das nações através de todo o Velho Testamento é uma evidência convincente para muitas mentes seculares. Profecias como as de Ciro, imperador persa nomeado 150 anos antes de seu nascimento (Isa. 44:28; 45:1 e 2), a destruição de Tiro e Sidom (Ezeq. 26:1-4, 19-21), e a desolação do Egito (Ezeq. 19:1-9), todas estabelecem a confiança nas Escrituras como um documento divinamente inspirado.

Tenho visto muitas pessoas chegarem às reuniões evangelísticas e mudarem do ceticismo à fé, depois de ouvirem as profecias. Em Chicago, um casal jovem, formado pela Universidade de Illinois, foi conduzido do secularismo para a salvação, ao assistir a um dos seminários sobre Daniel. Um radialista de Niles, Michigan, depois de ouvir as profecias de Daniel e as evidências arqueológicas da Bíblia, foi tocado pelo evangelho.

Enfrentando o mito da evolução

Muitas pessoas crêem que a evolução é um fato cientificamente provado. Concluem que uma crença na Bíblia nega os assim chamados fatos da ciência. É quase impossível aceitar um cristianismo que a mente rechaça como não sendo genuíno. Eles arrazoam que “se o registro do Gênesis está enganado, como posso confiar em qualquer outra porção da Escritura? Se a raça humana está evoluindo para estágios mais elevados de desenvolvimento, por que necessitamos de um Salvador? Não é fato que a religão somente produz neurose de culpa?” Descobri que é útil aproximarmo-nos de tais indivíduos, a partir de uma abordagem científica. Há três leis científicas que questionam totalmente a Teoria da Evolução.

A evolução afirma que se houver tempo necessário e condições corretas, os seres inanimados produzirão seres viventes. Porém, não existe, absolutamente, nenhuma evidência no mundo natural de que isso possa acontecer. É uma lei fundamental da ciência, que só vida produz vida. A ciência declara também que semelhantes produzem semelhantes. A evolução também diz que existem laços entre as classes e as espécies de animais. No entanto, não existe evidência concreta para sustentar tal afirmação. Declaram os evolucionistas que quando sozinhas, sob determinadas condições, as mutações tendem a melhorar. No mundo natural, as mutações são nada menos que deformações genéticas, não melhoras genéticas.

Quando é apresentado aos materialistas seculares o pensamento de que a evolução atéia é uma teoria e não um fato, cuja aceitação requer mais dose de fé do que o criacionismo, começarão a pensar seriamente nas suposições sobre as quais tal pensamento é fundamentado.

Resposta segura

Somente a Bíblia pode dar significado às grandes questões da existência. A Bíblia revela um Cristo amoroso, que nos formou e que guia pessoalmente nossa vida. NEle podemos estar seguros. Nosso futuro eterno está em Suas mãos. Ao tratar com pessoas secularizadas, mostremos a elas que não existe esperança sem Deus.

O Senhor deseja ganhar todos os perdidos. O poder do Espírito Santo é muito maior que todas as forças do inferno que possam opor-se ao evangelho da salvação. Cheio do Espírito Santo, empunhando as armas espirituais da oração, a Palavra, e o amor genuíno pelos perdidos, o remanescente da última geração presenciará um novo Pentecoste; e numa medida mais abundante. Milhares se converterão. A luz do evangelho iluminará os mais negros e obscuros rincões da Terra. Alguns dos corações mais duros do mundo, cederão ao evangelho. Milhares de vozes proclamarão o evangelho eterno. Através da página impressa, por meio do rádio e da televisão, a Palavra de Deus encherá a Terra. A Obra do Senhor triunfará de maneira gloriosa.

Que esse dia não demore.

Referências:

  • 1. Jacques Monod, Chance and Necessity, Nova Iorque; Vintage Books, 1971. pág. 112.
  • 2. Jean Paul Sartre, Nausea, Nova Iorque; New Direc-tions, 1959, pág. 126.
  • 3. A Summary of Qualitative Research of the Unchurched, Nova Iorque; Religion in American Life, Inc.
  • 4. Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, São Paulo; Casa Publicadora Brasileira, 1990, pág. 143.