Três fundamentos indispensáveis ao êxito de nossa pregação
Não importa a atividade; se ela merece ser realizada, são sempre valiosos o tempo e a energia investidos para assegurar-nos de que estamos operando de acordo com o que é básico para ela. Se tal avaliação do que é essencial em uma tarefa tem a ver com nosso casamento, nossa saúde, a manutenção do automóvel ou nossa pregação, é indiferente. Sempre é valioso estarmos seguros de que nos conservamos em consonância com o que é fundamental.
O que é básico quando nos referimos ao evangelismo cristão, ao evangelismo adventista do sétimo dia? Quero mencionar três aspectos que me inquietam de modo especial.
Em primeiro lugar, a essência do evangelismo adventista é que ele é clara e distintivamente cristão. Antes e acima de tudo, tem a ver com o próprio Cristo. O definitivo e apaixonado clamor de Paulo é o clamor do evangelho autêntico: “mas nós pregamos a Cristo crucificado…” (I Cor. 1:23). O contexto dessa afirmação é marcantemente valioso. Os judeus pediam sinais e milagres; e os gregos buscavam sabedoria (v. 22). Mas a despeito de nosso conhecimento dessas preferências, pregamos a Cristo crucificado.
Muitas vezes pode ser tentador pregar sobre qualquer outra coisa. Mas é Cristo crucificado o tema da nossa mensagem. Embora a cruz possa parecer escândalo para uns, e loucura para outros (v. 23), devemos pregar a Cristo crucificado. Vamos conservar Cristo crucificado e ressurreto absolutamente firme em nosso coração e nossas mãos, à medida que O proclamamos em palavras e atos através deste ano especial de evangelismo.
O segundo aspecto básico do evangelismo, no sentido de testemunhar para o mundo inteiro, “em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da Terra” (Atos 1:8), é que ele é um trabalho profundamente espiritual. Ou seja, em última instância, o evangelis-mo é uma atividade do Espírito Santo.
Esse é um fundamento crucial e que é facilmente desconsiderado no meio da corrida pelos alvos batismais, na alimentação do ego pastoral e na premência que alguém sente ao fazer evangelismo. O fato a ser compreendido é que, de acordo com Atos 1:8, ao nos chamar, Jesus prometeu poder para sermos Suas testemunhas. E nós recebemos esse poder quando o Espírito Santo vem a nós.
Somos tendentes a alimentar o pensamento de que o poder ou a força de nosso testemunho reside no método ou na estratégia evangelística que empregamos. Precisamos desfazer esse mito. Se você observar desapaixonadamente a maneira como fazemos evangelismo, ou o que escrevemos a respeito dele, você acabará concluindo que o emprego desta ou daquela estratégia é mais importante do que a “intangível” capacitação do Espírito Santo.
A obra que fomos chamados a fazer é altamente espiritual. E é absolutamente fundamental que tenhamos isso na mente e no coração, durante este ano especial de evangelismo.
Em terceiro lugar, é básico compreendermos que somos evangelistas adventistas do sétimo dia. Isso significa que nossa proclamação de Cristo e do evangelho, no poder do Espírito Santo, é feita no contexto único das três mensagens angélicas de Apocalipse 14. Os adventis-tas são especialmente chamados a evangelizar em face da aproximação do escaton.
Tendo isso em mente, durante este ano e sempre, como adventistas proclamaremos o “evangelho eterno” (Apoc. 14:6) em “grande voz” (v. 7), “a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (v. 6). Isso implica uma proclamação fundamentalmente escatológica no seu âmago. Está inescapavelmente relacionada com a segunda vinda de Jesus, o julgamento final, o fim do mundo e da humanidade pecadora.
A proclamação do evangelho no contexto do juízo final possui uma força especial, um sentido de urgência e efetividade nunca vistos em qualquer outro contexto ou ocasião. Especialmente se os pregadores estiverem cheios do Espírito Santo.
Na medida em que enfrentamos os desafios do Ano da Evangelização Mundial, vamos nos colocar sobre a sólida plataforma desses três fundamentos básicos. Eles não apenas nos outorgam foco evangelístico e energia, mas nos infundem coragem e poder para realizar alguma coisa especial para nosso Senhor, nossas congregações e nossa comunidade.
Willmore Eva, Editor de Ministry