Faltavam apenas cinco dias para a cerimônia de posse. John Fitzgerald Kennedy aguardava, na mansão de seu pai no interior da Flórida, o momento em que assumiria um dos mais poderosos cargos da Terra: presidente dos Estados Unidos da América. Diante das gigantescas responsabilidades que o aguardavam, poderia estar acompanhado de assessores e estadistas, a fim de dar os últimos retoques em seu plano de governo, ou de algum especialista na redação de discursos, talvez algum artista para que aliviasse as tensões. Escolheu, no entanto, outra companhia.
Caminhando ao seu lado em direção ao automóvel Lincoln, de cor bege que os esperava para levá-los ao Seminole Golf Course, estava um pastor. Em poucos minutos, encontravam-se lado a lado, na poltrona dianteira do veículo, duas dentre as mais carismáticas figuras mundiais. Com gesto reflexivo e com uma séria solicitude, John Kennedy virou-se, fitou Billy Graham, e comentou: “Billy, porque não me falas da segunda vinda de Jesus Cristo? Não sei muito a respeito desse assunto.”
Enquanto o automóvel avançava lentamente por aquela estrada da Flórida, o evangelista pôde apresentar a seu amigo vários textos bíblicos que respondiam à indagação. Mas o jovem presidente, o primeiro católico a assumir o posto máximo da nação americana, tinha outra pergunta: “E o que a minha igreja ensina sobre a segunda vinda de Cristo?”
Não sei os detalhes da resposta de Billy Graham. Mas, 46 meses depois, o cardeal Cushing, diante de uma nação estatelada pela dor, frente às câmeras de televisão de um mundo perplexo e ao lado do esquife onde repousava o corpo do presidente assassinado, lia as palavras do apóstolo Paulo: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em Sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras” (I Tess. 4:13-18).
Essa é a grande esperança que, através dos séculos tem acalentado o coração dos cristãos. É o sol que fulge no horizonte das expectativas cristãs, configurando uma alvorada que dissipa a longa noite do pecado e suas conseqüências. Amando essa bendita esperança, fiel ao propósito de mantê-la cada vez mais viva e de contribuir para que seja inteligentemente anunciada por vales e montanhas, caminhos e vaiados, cidades e vilas, Ministério faz dela o tema central da sua última edição neste milênio. Desprovido de sensacionalismo, sem malabarismos numéricos direcionados à marcação de datas para seu cumprimento. Mas crendo que o presente está cheio de significado divino e confiante no futuro, que pertence a Deus. Vivemos no limiar da eternidade.
Estamos no tempo de espera, aguardando o retorno de nosso Salvador Jesus Cristo. No Antigo Testamento, lemos que os filhos de Issacar eram “conhecedores da época” (I Crôn. 12:32). Jesus censurou os líderes religiosos de Seus dias porque eles não discerniam os sinais dos tempos (Mat. 16:1-3). E quanto a nós? Estamos atentos à marcha dos acontecimentos? Estão nossas prioridades de vida, trabalho e missão identificadas com a bendita esperança? São nossos ideais coerentes com a nossa pregação sobre a volta de Jesus?
É oportuno refletir sobre o conselho de Paulo: “Deixemos, pois, as obras das trevas, e revistamo-nos das armas da luz. Andemos dignamente, como em pleno dia…” (Rom. 13:12 e 13).
A propósito de ser esta a última edição do milênio, informamos que, a partir do próximo bimestre, Ministério trará mudanças, com o objetivo de lhe prestar melhor serviço. Para que algumas dessas mudanças funcionem bem, será necessária a sua participação, enviando cartas, e-mails, ou telefonando para opinar, sugerir, comentar alguma matéria publicada, etc. Seus artigos também serão bem-vindos. Lembre-se de mandar junto sua fotografia. Envie notícias de suas realizações evangelísticas, na igreja ou no seu Campo. Na medida do possível, tudo será aproveitado. – Zinaldo A. Santos