Evangelista da União da Flórida TENHO assistido a reuniões de obreiros em que, um após outro, se levantavam e citavam palavras que atribuíam à pena da Sra. White: “Tão-sòmente lançai a semente, e Deus dará a colheita.” Como jovem, no início do ministério, eu cria implicitamente nessa afirmação. Posteriormente, porém, descobri que a Bíblia e o Espírito de Profecia não só impressionam o coração humano com a necessidade de lançar a semente, mas também acentuam a responsabilidade de ceifar a messe. Disse Jesus: “Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa.” S. Luc. 14:23. E a Sra. White, referindo-se a essa passagem, acrescenta: “Há a fazer nesse sentido uma obra que ainda não se fêz.” — Evangelismo, pág. 436. Diz ela ainda, nas págs. 442 e 443 do mesmo livro:

“Há necessidade de educação — o preparo de todo aquêle que entra no campo evangélico, não sòmente para usar a foice e cortar a messe, mas juntá-la, recolhê-la, cuidar dela devidamente. Êsse cortar tem sido feito em tôda parte, e montou a bem pouco, em virtude de haver sido feito tão pouco trabalho diligente mediante esfôrço pessoal para separar o grão da palha, e juntá-lo em molhos para o celeiro.”

Muitas igrejas estão a perecer por falta de um programa de colheita. E quando perecem, sem dúvida não faltará quem diga: “Bem, pelo menos esta cidade não poderá alegar que não os advertimos. Nós semeamos a semente.” Às vêzes, depois das reuniões nessas igrejas, tenho-me refugiado no meu carro e chorado. O potencial ali estava, capaz de abalar a cidade em favor de Cristo, mas dir-se-ia que não havia quem soubesse ceifar. Ensina-se aos ministros a arte de pregar, lançar a semente, casar e sepultar. . . . Quantos, porém, são ensinados a ceifar?

Sim, temos tido algum progresso. Quão pouco, porém, em comparação com o que poderia ter havido! Temos igrejas em que o número de membros não aumentou no período de 40 anos. Algumas delas nem ao menos construíram um tanque batismal, sob pretexto de que não teria uso suficiente para compensar a despesa. Estão tão-sòmente lançando a semente.

Vêde o que Acontece

Temos de abrir os olhos ao que está acontecendo em volta de nós. Vêde a obra de Herbert W. Armstrong. Encontro por tôda parte sua revista Plain Truth: no escritório do seguro de meu carro, no gabinete de meu médico fisioterápico, em lares adventistas e em outros lares, por tôda parte. Vi Plain Truth na Inglaterra, nas férias passadas. Vi-a nos lares que visitávamos em nossas reuniões evangelísticas em Belfast, Irlanda.

Porventura lêstes o último relatório de Armstrong, acêrca dos milhões de leitores de sua revista? Está êle agora fazendo anúncios de página inteira em revistas de vasta circulação, como Life, Look, Readers Digest, The London Sunday Times etc. No número de junho-julho de Plain Truth declara o Sr. Armstrong: “A revista Plain Truth está com a circulação aumentando na proporção de 30% ao ano.”

Insistir na Decisão

Não deveriamos estar fazendo mais, nós que fomos incumbidos da mensagem especial destinada a preparar um povo para a segunda vinda de Cristo? Com justa razão ficamos impressionados com as perspectivas das MISSÕES 72.* Afigura-se elegante dizer que havemos de celebrar reuniões evangelísticas em tôdas as igrejas, em data determinada. Mas devem ser ensinados homens a colhêr os benefícios. As pessoas que ouvem a mensagem mas não a aceitam, endurecem-se quanto a ela. Diz a Sra. White: “Se êles ficaram impressionados e convencidos, e não cederam a essa convicção, é mais difícil fazer impressão sobre sua mente do que era antes, e não os podereis alcançar de nôvo.” — Idem, pág. 293.

Fui certa vez mandado a uma cidade onde o evangelista anterior havia atraído multidões, mas poucos foram batizados. Agora os que haviam ouvido a mensagem no ano anterior sorriam quando eu lhes batia à porta, mas não iam à reunião. Mediante a perseverança e um programa completo de visitação, foram afinal batizados vinte e cinco. Mas dentre êstes apenas alguns tinham assistido às conferências anteriores. Na última noite da série a pequena igreja estava apinhada, e muitos mais se mostraram à beira da decisão, mas tive de deixá-los porque estava escalado para outra série de reuniões. Quanto eu saiba, nenhuma daquelas pessoas que se achavam no vale da decisão, foi batizada após minha saída. Isto me ensinou uma lição. Mudei da série de três semanas para a série de cinco semanas, e às vêzes desejaria que tivesse seis. Com êsse aumento do prazo, temos oportunidade de aumentar o número de ouvintes e, uma vez aumentado, temos também tempo para levar à decisão os interessados. Assim, ao tempo de terminar as reuniões, temos batizado de 90 a 95% dos que assistiam.

Acabo de fazer uma série de reuniões na cidadezinha de Ocala, na Flórida. O número de membros, segundo o livro de registo, era de cêrca de 130. Difícil foi a tarefa. Dentre os presentes às reuniões, cêrca de 30% eram adventistas, e os não-adventistas um pouco mais. Ao escrever isto, 69 foram batizados, havendo outro batismo planejado para a próxima semana. Podeis ver que se deu importância a cada pessoa. Cultivou-se tôda centelha de interêsse. Quase cada um dos que ouviram a mensagem tomou a decisão e foi batizado. Cada um dos que se levantaram ao ser feito o apêlo para se aproximarem do altar, foi visitado e cuidado, até que se unisse à igreja.

Diz a Sra. White:

“Caso êle negligencie êsse trabalho — visitar o povo em suas casas — é um pastor infiel e está sob a repreensão de Deus. Seu trabalho não está nem metade feito. Houvesse êle feito trabalho pessoal, e teria sido efetuada uma grande obra, e muitas almas haveriam sido recolhidas. Deus não aceitará desculpas por negligenciar-se assim a parte mais importante do ministério, a qual é como que o apropriado remate da obra.” — Idem, pág. 440.

Não Deixar Apagar-se o Fogo

A maior necessidade dos jovens de nossos colégios, que se estão preparando para o ministério, e os que se encontram no seminário, é aprender a ciência de ganhar almas. Todavia alguns se diplomam sem conhecer as primeiras noções acêrca de levar à decisão uma pessoa. Infelizmente para alguns, o fogo do entusiasmo quanto a ganhar almas, extingue-se no decorrer dos seis longos anos de estudo. Por êste motivo alguns poucos abandonam o ministério.

Não faz muito, estive dirigindo reuniões no norte do Canadá. Foi derramado o Espírito Santo, e o número de membros duplicou. Assistia às reuniões um jovem adventista abastado, proprietário de grande serraria. Um dia levou-me em seu rico avião a Stewart, para mostrar-me outra serraria. Ao sobrevoarmos aquelas vastas florestas e montanhas nevadas, contou-me como fôra sua conversão. Pretendera ser ministro, mas os dias colegiais arrastavam-se sem que êle conquistasse uma alma, e o fogo foi diminuindo mais e mais, até que, na ocasião de receber o diploma se sentia tão desanimado que voltou à sua indústria. Nunca se esquecera completamente do desejo de ser ministro. Se tão-sòmente alguém o tivesse ajudado a ser um grande ganhador de almas!

Alguns meses atrás, depois de haver eu contado algumas maravilhosas experiências que Deus acabava de nos conceder, um jovem bem apessoado veio ter comigo e disse: “Acabo de deixar o ministério. Fiquei tão desanimado! Tentei ganhar almas, mas não houve fruto de meus trabalhos. Ninguém nunca me ensinou como levar os homens à decisão.”

Um jovem estagiário, auxiliar nosso em uma de nossas séries, havia poucas semanas antes realizado uma série por conta própria, mas sem que houvesse batismo algum. Estava muito desanimado. Um dia, ao estarmos juntos fazendo visitas, disse-me êle: “O senhor sabe, antes de vir realizar aqui estas reuniões, eu estava cogitando sèriamente em abandonar o ministério. Mas agora vejo que há possibilidade de ganhar almas.”

Mais do que Lançar a Semente

Tomei minha decisão em favor desta mensagem, depois de servir ao Exército. Estava inflamado do desejo de ganhar almas. Mas através de tôda a vida colegial ninguém me ensinara a fazê-lo. Fiquei desanimado e voltei à vasta fazenda de meu pai, de criação de gado, em Montana. Mas o chamado ao ministério perseguia minha alma, e depois de alguns meses voltei ao colégio. Todavia, ninguém me ensinou a ganhar almas. Fui para o Seminário, onde a experiência foi a mesma. Tive oportunidade de trabalhar numa escola campal de evangelização, com um de nossos melhores evangelistas. Nunca, porém, tive ocasião de visitar com êle os lares do povo.

Para meu estágio aceitei um chamado a Montana. Estabeleceram-me numa localidade atrasada, onde eu devia tratar de suscitar uma igreja. Eu estava resolvido a ganhar almas. Ou isso, ou voltar para a fazenda de meu pai. Dependurei um cartaz num edifício velho. O princípio foi duro. A temperatura caiu a quatro e meio graus abaixo de zero. Soprava o vento e caía a neve. Algumas noites tive que fechar a porta e ir para casa, sem realizar a reunião, porque não vinha ninguém. Algumas pessoas que vinham faziam-me perguntas da Bíblia a que eu não sabia responder, e trabalhava até tarde da noite, em busca das respostas, e preparando-me para a primeira série de conferências. Houve muitos momentos solitários e probantes. Minha esposa chorou muitas vêzes. Mas, afinal, nove almas estavam prontas para o batismo. Continuei pregando. Logo, mais dezessete foram batizados. Achamos que devíamos construir uma igreja. Um dos homens que assistia as reuniões doou quatro lotes. Não tínhamos dinheiro nenhum mas tínhamos fé de que o Senhor queria que a obra prosseguisse. Demos início à construção da igreja sem saber de onde viria o dinheiro, e nossa fé foi recompensada. Fizemos nós mesmos o trabalho, e dedicamos a igreja livre de dívidas, com quarenta e dois membros.

Foi um incidente comovedor voltar àquela igrejinha de Selbi, Montana, dois anos atrás, pela primeira vez depois de dez anos. Ali, sentado nos degraus e regando o gramado, estava o velho e querido casal Myers. Tinham participado daquele primeiro batismo de nove pessoas. A irmã Myer fôra Testemunha de Jeová e o espôso pertencera à Igreja de Dunkard. Êles foram parte da alegria da colheita de almas.

Se eu não tivesse almas a relatar no fim do ano, arrumaria hoje mesmo as malas e voltaria à fazenda de meu pai. Deixar essa fazenda não fôra fácil. Ùnicamente o chamado de Deus me conserva no ministério. Ainda no ano passado meu velho pai me levou através da invernada, onde pastava o gado, e disse: “Dale, a fazenda ainda está aqui, para você.” Papai está envelhecendo; eu também estou envelhecendo. Estou me tornando impaciente. Temos de ceifar a colheita agora. Disse a serva do Senhor:

“Se tivermos o interêsse que João Knox teve quando pleiteou perante Deus em favor da Escócia, teremos êxito. Êle clamou: ‘Dá-me a Escócia, Senhor, ou morro!’ E se nos lançarmos à obra e lutarmos com Deus, dizendo: ‘Eu preciso conquistar almas; jamais desistirei da luta!’, veremos que Deus considerará com favor nossos esforços.” — Evangelismo, pág. 294.

Plano de Evangelização que começará em tôda a Divisão Norte-Americana em 4 de março de 72.

Eu te agradeço

JÔNATAS BRAGA

Senhor, eu Te agradeço a vida que me deste, o ar que respiro, o Sol e o céu cheio de estrêlas, os pássaros que estão cantando, alegres, pelas campinas a florir, no mundo que fizeste.

Eu Te agradeço a luz que os píncaros reveste de cores que ninguém pudera concebê-las, e as fontes de cristal que sempre sonho vê-las sussurrando canções que Tu lhes compuseste.

Eu Te agradeço o riso inocente das crianças, que semeiam na Terra alegres esperanças, enchendo os corações de cânticos de amor. . . .

Eu Te agradeço a paz que me consola e anima, e tudo quanto é bom e que me vem de cima, de onde me vês aqui, por onde quer que eu fôr.