Recentemente li a seguinte citação de Ellen White: “A razão por que nossos pregadores realizam tão pouco é que eles não andam com Deus. O Senhor está a um dia de viagem na frente da maioria deles” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 384). Fui impactado com essa afirmação. A realidade é que, se negligenciarmos nossa comunhão com Deus, Ele irá adiante de nós, deixando-nos para trás, com nossa própria sabedoria.
Muitas vezes nos esforçamos por implementar técnicas psicológicas, métodos organizacionais e liderança motivadora em nosso ministério. Contudo, isso será inútil se estivermos longe do Senhor. Frequentemente não nos damos conta de que o verdadeiro poder no ministério pastoral brota da espiritualidade que, por sua vez, é resultado de um encontro pessoal com Cristo.
Mas, o que é espiritualidade? É uma resposta à iniciativa divina, um movimento de todo nosso ser em direção ao Deus que nos amou primeiro. É o desejo profundo da alma de nos concentrarmos Nele e nos submetermos totalmente à Sua vontade. Pode parecer simples, mas esse tipo de espiritualidade é o que o inimigo mais teme. Por isso, ele se esforça para colocar todas as barreiras possíveis a fim de evitar que os ministros de Cristo a obtenham. Por exemplo:
1. Manter-nos ocupados. Devemos reconhecer que vivemos em um período de grandes demandas. Pode ser muito fácil envolver-se intensamente no ministério ou em outras ocupações da vida e não dedicar tempo para Deus. “À medida que aumenta a atividade e as pessoas são bem-sucedidas em realizar alguma obra para Deus, há risco de confiar em planos e métodos humanos. Surge a tendência de orar menos e ter menos fé. […] Embora devamos trabalhar ativamente pela salvação dos perdidos, precisamos também dedicar tempo à meditação, à oração e ao estudo da Palavra de Deus. Somente o trabalho realizado com muita oração e santificado pelos méritos de Cristo mostrará, no final das contas, ter sido eficaz” (O Desejado de Todas as Nações, p. 285).
2. Desconhecimento da espiritualidade. Outra barreira é ignorar os ingredientes e as dimensões da espiritualidade. Devemos enfrentar a trágica realidade de que não desenvolvemos muitas formas de encontrar intencionalmente a intimidade com Cristo. Às vezes não nos damos conta de que podemos fazer algumas coisas para promover uma experiência mais profunda com Ele. Supomos que isso acontecerá sem nenhum esforço da nossa parte. Integrar uma vida de oração, jejum, leitura devocional da Bíblia e outras práticas espirituais pode revolucionar nosso relacionamento com Deus.
3. Preguiça e falta de constância. É necessário um esforço intencional e contínuo para alcançar o crescimento espiritual constante. Muitas vezes, nossa caminhada espiritual é cheia de altos e baixos.
A subida ao topo da montanha pode parecer penosa, e a queda às profundezas, demasiadamente brusca e rápida. É fácil desanimar depois de um revés e não se esforçar para voltar ao caminho. No entanto, a luta pela espiritualidade constante não pode ser ganha de uma vez por todas. Devemos lutar a batalha diariamente.
Assim, quando chegarmos ao topo e provarmos um pouco dos raios de luz do Sol da Justiça, nossa alma sentirá um anseio profundo de estar cada vez mais perto do Salvador. Devemos nos esforçar para alimentar nossa fome de Deus. Ele promete nos satisfazer: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5:6). Quando nosso coração tiver fome Dele mais do que de qualquer outra coisa, nós O encontraremos. Ele deseja preencher nossa vida com Sua presença.