Cento e cinqüenta anos se passaram desde que a Igreja começou a pregar a Tríplice Mensagem Angélica, e Cristo ainda não voltou. Por que não o fez? Como podemos entender a tardan­ça de Jesus? Quanto tempo teremos ainda de esperar o cumprimento de Sua promessa – “Volta­ rei e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estou estejais vós também”? (João 14:3).

O apóstolo São Pedro, no capítulo três de sua terceira epístola, ajuda-nos a esclarecer o assunto: “O Senhor não retarda a Sua promessa, ainda que alguns a tenham por tardia”, diz ele, no verso nove. No versículo anterior, o apóstolo explica que “um dia para o Senhor é como mil anos”. Porventura isto significa que os seis mil anos de pecado que atormentavam o mundo são apenas seis dias para Deus? Onde está, então, a tardança?

Em certa ocasião, diante do desejo que Seus discípulos manifestaram de saber o tempo exato do fim de todas as coisas, Jesus afirmou que “daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do Céu, nem o Filho, mas unicamente o Pai” (Mat. 24:36).

Segundo esse verso, no cronograma divino já estão registrados o dia e a hora do retorno de Jesus. E mais, devemos lembrar-nos que o Pai é um Deus infalível, pontual, porque “vin­do a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher” (Gál. 4:4).

Por que então Cristo disse a Seus discípulos que “este evangelho do reino será pregado em todo o mundo … e então virá o fim”? (Mat. 24:14).

A volta de Cristo estaria, por acaso, dependendo de nós? Como encaixar esses dois pensamentos?

Bem, vamos imaginar que você tenha um encontro marcado com um amigo, num determi­nado lugar. Esse amigo retarda cinco horas e você simplesmente não tem nada para fazer. Não acha você que a espera se torna tediosa no início e, depois, até enervante e desesperadora?

Mas, imagine que o amigo que marcou o encontro com você lhe pediu para distribuir uma caixa de folhetos, um a um, a todas as pessoas que passam pelo lugar onde o está esperando. Mais ainda, você tem que contar para cada uma delas como o conteúdo desses folhetos o ajudou na sua experiência, ou seja, tem que dar testemunho. Você não acha que a espera se fará menos tediosa? O tempo voará e, de repente, quando você perceber, o amigo já estará ali ao seu lado, bem perto de você.

Entende o raciocínio? Deus nos confiou a missão de pregar o evangelho a todo o mundo para que a espera não se tomasse sufocante. Sendo que o nosso tempo é curto, em comparação com a eternidade de Deus, talvez descansemos em Cristo no cumprimento da missão, mas quando acordarmos na manhã da ressurreição, com certeza, nós O veremos ao nosso lado.

Na realidade, só sente que Jesus está demorando quem não participa da missão.

Aguardar a volta de Cristo de braços cruzados, ou, na melhor das hipóteses, sentado na arquibancada, pode ser motivo de tédio e sonolência. Desânimo e até desespero.

Aguardar a bendita esperança, comprometido com a missão, dá à vida um sentido missio­lógico que toma a espera curta e cheia de significado.

Enquanto aguardamos que nosso grande amigo Jesus Cristo concretize a bendita esperança cristã – Sua volta à Terra -, empenhemo-nos na divulgação do Seu amor. Inspiremos nossas igrejas a es­ tarem envolvidas na ditosa tarefa de testemunhar. Dessa forma, outros serão alcançados e se rende­ rão a Ele, enfileirando-se lado a lado com aqueles aos quais virá buscar e introduzir em Sua glória.

Cento e cinqüenta anos se passaram desde quando um fervoroso grupo de crentes começou a eloqüente divulgação da breve volta de Jesus Cristo. Muita coisa aconteceu daquele início até nossos dias. Logo a esperança será doce realidade. Nosso Deus jamais falhou. Nunca falhará.

Jesus está demorando? Perguntemos ao autor do livro Aos Hebreus e ele nos responderá: “Ainda um pouquinho de tempo e o que há de vir, virá e não tardará” (Heb. 10:37).

Alejandro Bullón.