Olhando para trás — olhando para a frente — olhando para o alto

Tratava-se de um moço alto e belo, que fora encontrar-me no aeroporto de South Bend, Indiana, a fim de levar-me de carro para um compromisso na Universidade Andrews. Soube logo que ele era um aluno do último ano de teologia. Perguntou-me, então, qual era o meu trabalho. Ouviu-me polidamente, quando lhe disse que era secretário da Associação Ministerial da Conferência Geral. Então ele me jogou uma indireta: “Mas o que significa isto? O que faz uma associação ministerial?’’ É uma pergunta que merece resposta.

Seja o que for que façamos, estivemos fazendo desde 1922. Isto nos leva a 65 anos de duração este ano. Sessenta e cinco anos é um bom espaço de tempo para refletir e perguntar a você mesmo o que realizou. É, também, uma boa ocasião para se fazerem alguns planos novos, de maneira que as pessoas saibam que não nos aposentamos.

Procurarei responder à pergunta do estudante com respeito ao que faz uma associação ministerial. Aos 65, olharemos para trás, onde estivemos, e o que pudemos realizar — depois olharemos para a frente, para onde vamos.

Olhando Para Trás

A Associação Ministerial foi sancionada na Sessão da Conferência Geral de 26 de maio de 1922. O título sugere que seu objetivo era fortalecer o ministério do evangelho em três aspectos: reunir informações relacionadas com o trabalho e os problemas dos pastores, criar um meio de transmitir estas informações e estimular os jovens que se estavam preparando para o ministério.1

A. G. Daniells havia sido presidente da Conferência Geral por 21 anos. Era tempo de uma mudança, e ele não foi reeleito. Contudo, aos 64 anos, ele não estava nem um pouco disposto a aposentar-se. Dessa forma, em 25 de setembro de 1922, foi escolhido como o primeiro secretário ministerial, e nascia a Associação Ministerial.

A Justificação Pela Fé Converteu de Novo a Daniells

Quando presidente da Conferência Geral, de 1902 a 1922, Daniells dedicou-se a enfrentar a crise Kellog, transferindo o centro de atividades para Washington, DC, e expandindo grandemente nossa obra no estrangeiro. Ele serviu amplamente de meio para o desenvolvimento de nossa organização atual e a formação dos departamentos. Tornou-se “o senhor maquinaria’’.

Daniells admitiu mais tarde que as premências administrativas haviam feito com que ele negligenciasse sua própria experiência espiritual. A eficiência na administração havia ocupado o primeiro lugar. A desobrigação da presidência trouxe sentimentos de rejeição e a tentação de ser crítico da nova liderança. Ele achava que precisava reconquistar sua própria condição espiritual caso devesse prestar auxílio a nossos ministros. Durante 1923 e 1924 ele estudou e reestudou os princípios de a Mensagem do Advento.2

Daniells não havia estado na Conferência Geral de 1888 para ouvir o realce dado à Justificação pela Fé. Estava servindo como missionário na Nova Zelândia. Ele fala mais tarde com pesar de seu desconhecimento dos princípios que sustentam a Justificação pela Fé. Depois que ele estudou o assunto, um dos artigos preferidos passou a ser o escrito por Ellen White em Review de 22 de março de 1887, precisamente antes da conferência de 1888. Diz o artigo: “Um reavivamento da verdadeira piedade entre nós é a maior e mais urgente de todas as nossas necessidades. Buscá-lo deve ser nossa principal ocupação.” Mais adiante ele pergunta: “Fechais a porta ao bendito Salvador, porque estais despreparados para Sua presença?” Ele não permitiria isto em sua própria vida. Estudando as conclusões de 1888 detida e intensamente, sentiu-se gradualmente atraído de novo para seu Senhor. A Justificação pela Fé tornou-se para ele uma realidade gloriosa e uma experiência pessoal com Cristo.

Falando de um relacionamento íntimo com Cristo, ele escreveu a L. E. Froom em 1927: “Creio nele porque o tenho experimentado em minha própria vida. Ele me veio num bosque na Nova Zelândia, quando eu atravessava uma crise em meu trabalho ali. Ele permaneceu comigo durante anos e operou eficazmente nos corações de outros. Contudo, em anos administrativos posteriores as ocupações privaram-me daquele sentimento da presença permanente, de Cristo, e me transformaram em um formalista. Agora estou retornando àquele companheirismo com meu Senhor…

“Durante quarenta longo anos o Senhor esteve procurando levar-nos àquela experiência pentecostal, a fim de preparar-nos para a eficiência no evangelismo, mas temos caído numa armadilha após outra e assim invalidamos o propósito do Senhor. O institucionalismo, o administracionismo, o financialismo, o missionismo estrangeiro — um após o outro nos têm prendido de tal maneira que nunca chegamos ao batismo, o fim mais importante de todos.”3

A maior parte da liderança eleita na Conferência Geral de 1888, defendia a Justificação pela Fé. O. A. Olsen, que substituiu G. I. Butler como presidente, aceitou-a e a ensinava. Na década dos 90, ela recebeu realce considerável. Ellen White tomou posição ao lado dos jovens Waggoner e Jones, e viajava com eles para reuniões campais e das igrejas, pregando a Justificação pela Fé. Muitos que originalmente se opuseram, mudaram de idéia, ou enfraqueceram como líderes.

A nova chama bruxuleou, contudo, ao entrarmos no século XX e nos defrontarmos com conflitos internos impelentes. A reorganização era imperativa durante a presidência de Daniells. Mas se Daniells pode ser acusado de permitir que assuntos de organização empanassem o realce sobre a Justificação pela Fé nos anos 1900 e 1910, deve-se também creditar a ele o seu realce e o torná-la sua preocupação dominante quando deixou a presidência e se tornou secretário ministerial na década dos 20. A recém-nascida associação ministerial concedeu de maneira entusiástica principal prioridade à Justificação pela Fé.4

A ASSOCIAÇÃO NOS DIAS DE DANIELLS

Daniells iniciou seu trabalho em favor da Associação realizando reuniões ministeriais sobre Justificação Pela Fé. Ele viajou bastante durante 1923,1924 e 1925. As reuniões eram realizadas nas regiões Sudoeste, Oeste e Nordeste dos Estados Unidos. Em 1926, ele escreveu CRISTO JUSTIÇA NOSSA, o primeiro livro da Associação. O livro se tornou o compêndio para as reuniões realizadas em todo o mundo. O reavivamento acompanhou o despertar dessas reuniões. Homens como L. E. Froom, Meade MacGuire, Taylor Bunch e Carlyle B. Haynes apreenderam o espírito de reavivamento de Daniells, aceitaram-lhe a mensagem de Justificação pela Fé e, por meio de seu próprio ministério, multiplicaram-lhe o sucesso.5

Daniells foi convidado em 1922 para continuar os deveres administrativos por meio período, como secretário de campo da Conferência Geral, juntamente com seu trabalho como secretário ministerial. Em 1926, ele deixou o posto administrativo. A associação necessitava dele por tempo integral. L. E. Froom se uniu a ele em 1926 e Meade MacGuire logo depois, ambos como secretários. Em 1927 havia um secretário ministerial de divisão em cada divisão mundial.6

L. E. Froom estivera estudando e pregando sobre o Espírito Santo. Em 1928 a Associação publicou seu livro como o segundo. O título do livro era: THE COMING OF THE COMFORTER (A Vinda do Consolador).

As reuniões tinham suas limitações. Mesmo com três homens na Associação e os outros colaborando como conferencistas, não se podia cobrir o campo mundial. Tornava-se necessário um método de comunicação escrita.

A princípio, a Associação enviou uma série de boletins mimiografados. Estes, muitas vezes incluíam mensagens apresentadas nas reuniões. As diversas especialidades exigiam anúncios práticos e métodos bem-sucedidos em sua própria área. Listas separadas de inscrições e boletins foram preparados por pastores, evangelistas, evangelistas do canto, obreiros bíblicos, professores de Bíblia, capelães de sanatórios e outros.

Não funcionou muito bem. Na verdade, a Associação não havia esperado que funcionasse. Cada especialidade queria saber o que estava sendo dito às demais. Tornava-se urgente a publicação de um jornal. Este era o sonho da Associação.

A princípio os dirigentes da Conferência Geral pareciam ver isto mais como um pesadelo. “Não possuímos recursos para publicar outro jornal’’, argumentavam eles, “alguns boletins e uma ou duas páginas na Review seriam suficientes.” Como, porém, aumentou a demanda pelos boletins, estes se tornaram dispendiosos. Além disso, o campo queria um jornal. Foi autorizado THE MINISTRY, e foi publicado o primeiro exemplar, número um, em janeiro de 1928. Em 1930, estava por volta de 2.500 exemplares.

Froom fazia a maior parte da edição. Daniells era como um pai para ele. Na verdade, Daniells muitas vezes assinava as cartas a ele enviadas, usando a palavra “Pai”. Daniells deixou a Associação em 1931, com 73 anos de idade. Os dois continuaram ligados intimamente até a morte de Daniells quatro anos mais tarde.

Froom manteve erguida a tocha de seus conselheiros. Ele escreveu o seguinte, no primeiro artigo do primeiro número de MINISTRY: “Em 1888 atingimos uma nova época neste movimento. Chegara a hora para que se anunciasse uma verdade negligenciada — a mensagem da ‘justificação pela fé’, na moldura da tríplice mensagem. Era-nos dito que essa mensagem culminante, com a experiência requerida que a acompanha, era que dava início ao alto clamor. Ela devia ser ouvida. Ela constitui aquilo que deve coroar e completar a nossa obra. Débil a princípio, deve ela crescer até retumbar com a intensidade do trovão, para que penetre em cada ouvido humano.

‘“A Justificação pela Fé’ não é um lema nem uma frase de efeito. Não é apenas uma doutrina para se obter aprovação mental. É uma experiência viva, que deve tornar-se uma realidade pessoal em todos os que hão de triunfar com o movimento. Não é algo separado do movimento; é sua própria essência — ‘na verdade, a mensagem do terceiro anjo’. Ela não minimiza as verdades características que nos tornam um povo separado; clarifica-as e as intensifica numa época de apostasia, e as faz refulgir com a radiante luz do Céu. Comunica-lhes poder espiritual. Reveste o movimento e sua mensagem com seu poder culminante.’’7

A ASSOCIAÇÃO EM ANOS MAIS RECENTES

Nos 65 anos de sua existência, houve apenas seis secretários da Associação Ministerial da Conferência Geral: A. G. Daniells (1922-31), I. H. Evans (1931-41), L. E. Froom (1941-50), R. A. Anderson (1950-66), N. R. Dower (1966-80), J. R. Spangler (1980-85), W. F. Bresee (1985 até o presente).8

Quando Daniells morreu, havia na Associação um secretário e dois secretários-associados para servirem a 2.355 ministros, uma média de 1 para 785. Em 1985 havia um secretário, três secretários-associados, um secretário-assistente e dois editores-assistentes. Há um pouco menos de cinco orçamentos de viagem para atender aos 15.685 ministros, numa média de 1 para cada 3.137.9 O pessoal da CG não está aumentando tanto como o número de ministros do campo — nem precisa.

Embora os secretários ministeriais da divisão já venham sendo escolhidos desde o início da Associação, foi somente em 1942 que Oliver Montgomery disse: “Não há nenhum secretário de união ou de associação local, mas os contatos são feitos diretamente com as associações, uniões e com o próprio obreiro.’’10 Uma vez que quase todas as associações e uniões têm agora secretários ministeriais que executam seus próprios programas, e desde quando existem seis vezes mais ministros do que quando a associação começou, não é nem possível nem conveniente que a Associação Ministerial da CG receba o impacto que recebeu no passado por meio das conferências. Agora o Instituto de Pesquisa Bíblica dá preponderância ao estudo e defesa de nossas doutrinas, mais do que o faz a Associação Ministerial.

Enquanto ela se torna cada vez menos realista ou necessária para servir o ministro individualmente através do trabalho do campo desde a sede mundial, torna-se mais e mais importante e necessário que nossa obra do campo se concentre em preparar secretários de divisão, de união e locais que possam servir diretamente o ministro individualmente. Uma coisa é certa, o ministro precisa tanto de ajuda no reavivamento de seu relacionamento pessoal com Cristo hoje em dia, como necessitava quando a Associação começou com seu realce convincente sobre Cristo, Justiça nossa. Essa necessidade deve ser satisfeita pela Associação Ministerial em algum nível, e por outros métodos eficazes.

A sessão da Conferência Geral de 1941 recomendava que um dos três secretários da Associação Ministerial fosse “um evangelista experiente e bem-sucedido”, e que o outro fosse “um obreiro bíblico qualificado e experiente”. Se os primeiros anos da Associação foram assinalados por um realce primário sobre a Justificação pela Fé e um realce secundário sobre o evangelismo, os anos mais recentes talvez sejam assinalados por um realce primário sobre o evangelismo e um realce secundário sobre a Justificação pela Fé.11

OLHANDO PARA A FRENTE

O que está fazendo agora a Associação Ministerial? No começo deste qüinqüênio, o pessoal da Associação ministerial da Conferência Geral passou muitos dias trabalhando com um grupo, discutindo juntos os planos e objetivos para 1985-1990. Permiti-me contar-lhes alguns dos nossos planos e preocupações:

Colheita 90. O evangelismo ainda tem a primazia. Neste qüinqüênio, esse realce se concentra na liderança da Associação sobre a Colheita 90. No fim de 1986, depois dos primeiros seis dos possíveis 20 trimestres, ultrapassamos nosso alvo de batismo em 22,5% do alvo total de dois milhões de almas. Na verdade, batizamos 607.162, ou seja, 157.162 além do nosso alvo. Estamos instando com cada pastor para que dirija pelo menos uma série evangelística de alguma espécie cada ano, e cada pessoa do escritório que porta uma credencial de ministro ou de licenciado, para que se envolva em duas ou mais séries evangelísticas durante o qüinqüênio.

Estamos crescendo agora tão rapidamente como o fizemos 65 anos atrás? No começo de 1922 tínhamos 198.088 membros. No final, havia 208.771, um crescimento de 1.683 — 5,39%. No início de 1986 tínhamos 4.716.859 membros. No término daquele ano, havia 5.033.062, um crescimento de 316.203 — 6,70%. Agora estamos crescendo muito mais do que naquele tempo!

A Revista Ministry. Os primeiros números de Ministry foram enviados a 2.500 leitores. Hoje, cada novo número é um sermão e é enviado a 230.000 ministros de todas as fés.

Na coluna “Agora” abaixo, está indicada a porcentagem de artigos que pretendemos publicar atualmente sobre cada assunto no decorrer do ano. A coluna “Antes”, compara estes com os artigos de página inteira do primeiro número da revista, em janeiro de 1928:

AssuntoAntesAgora
Vida Espiritual do Ministro17%20%
Relacionamento Familiar do Ministro0%10%
Esposa do Ministro6%10%
Teologia17%20%
Habilidades   Profissionais39%20%
Problemas Comuns5%10%
Diálogo11 %5%
Miscelânea5%5%
100%100%

Surpreendentemente, “Antes” e “Agora” são semelhantes. Pelo menos no primeiro número, Ministry falou menos sobre família e mais sobre habilidades profissionais e diálogo do que o fazemos agora. Livro Doutrinário. Desde o seu início, a Associação tem publicado de tempos em tempos, livros destinados aos ministros e outras pessoas profissionais, tanto dentro como fora da Igreja. Estes livros não se destinam às pessoas sem cultura, por um lado, ou aos teólogos por outro, mas àqueles que estão em algum estágio entre eles. Esperamos que ele seja útil especialmente aos ministros não adventistas que se tornaram interessados no Adventismo por meio da leitura de nossa revista ou assistindo a um dos aproximadamente 100 seminários PREGUE que realizamos para eles anualmente. 

Educação Contínua. Este programa foi reforçado pelos ministros adventistas mediante uma ação tomada no Concilio Anual do Rio de Janeiro de 1986. Os empregadores são obrigados agora a fornecer contínua instrução disponível a seus ministros. Quando as licenças ministeriais são renovadas, a comissão encarregada deve verificar o registro de instrução contínua do ministro. Se o ministro não se mantém à altura de sua profissão, produzindo em média ao menos 20 horas de instrução contínua por ano, o administrador que emprega deve ajudá-lo a conseguir alcançar.

Centro de Abastecimento Ministerial. Este novo centro possui agora séries de filmes “As Boas Novas Para Hoje” e Produções Multivisuais. Eles ajudam os campos locais a adaptarem as projeções luminosas a suas línguas e culturas. Uma divisão está trabalhando atualmente em seis dessas adaptações. Enviamos projetores econômicos, úteis em especial em áreas remotas do mundo. Outros implementos para o ministério incluem Ordenação Ministerial, Batismo e Certificados de Profissão de Fé.

O manuscrito foi concluído para ser um novo manual de batismo. Baseia-se em todas as 27 Crenças Fundamentais da Igreja, conforme se encontram no Manual da Igreja. Ele estará logo disponível através do Centro de Abastecimento Ministerial, juntamente com um resumo do folheto Let’s Get Acquainted, que insere os novos membros na organização, programas e convívio da Igreja.

O realce geral da Igreja sobre o desenvolvimento de uma estratégia global para atingir o mundo inteiro com nossa mensagem, requererá que alguém coordene a criação de meios usados através de normas da divisão e em todo o mundo. Supomos que o Centro de Abastecimento Ministerial ajudará a atender esta necessidade. Estágio. Com todo o nosso realce digno de louvor, em anos recentes, sobre treinamento acadêmico avançado para o ministério, temos negligenciado um dos melhores programas educativos disponíveis ao ministro iniciante — o estágio ministerial. Pode-se aprender melhor algumas coisas numa sala de aulas; qualquer espécie de habilidade, porém, seja pregar ou tocar piano, aprende-se melhor fazendo. Somos injustos ao criticar nossas escolas por não ensinarem bastante prática. O fato é que se aprendem melhor as práticas por meio da experiência do campo, ensinadas por um professor-modelo num ambiente de pessoa para pessoa. Isto se chama estágio.

Esperamos preparar um curso que deve ser tomado por supervisores de estagiários, que os ajude a se tornarem professores-modelo mais eficientes. Pretendemos preparar também uma série de minicursos em videocassete, destinada a tornar o estagiário conhecido do ministério. Esta pode ser tomada pelo próprio estagiário, pelo estagiário e seu supervisor, ou por um grupo de estagiários liderados por seu secretário ministerial.

Valorizar o Trabalho do Pastor. O pastor deve tornar-se mais respeitado como parte significativa do processo de tomar decisões na Igreja. Mesmo o melhor administrador ou diretor de departamento, que não tenha sido pastor por 20, 30 ou 40 anos, está em séria desvantagem quando tenta pregar como uma autoridade na igreja local e como esta pode ser mais produtiva. Na verdade, ele pode aconselhar melhor se já foi pastor de igreja. Estando ali por muito tempo, tem a tendência de achar que conhece bem a congregação local, quando na realidade sabe apenas o que ela era décadas atrás.

A Igreja está usando pessoas leigas cada vez com maior freqüência em conselhos e comissões, e isto é muito bom; a menos que, como ocorre muitas vezes, indique isto que um número de pastores cada vez menor está pregando em seus foros. Quando a igreja local é vista mais firmemente como o centro das atividades da denominação e dos esforços evangelísticos, o pastor, como cabeça da entidade, deveria ser mais ouvido e respeitado.

Se a congregação local é o sangue vital da Igreja, se não há nenhum chamado mais importante do que o pastorado, não cremos que aqueles que estão escolhendo deixar suas congregações pelo trabalho de escritório devam receber um aumento de salário por fazê-lo.

Descrição do Trabalho do Secretário Ministerial. Preparamos uma descrição do trabalho recomendado para o secretário ministerial e ainda a estamos aperfeiçoando, para nos certificarmos de que ela abrange todo o campo mundial. O plano é elaborar um MANUAL DO SECRETARIO MINISTERIAL, para que o secretário local e seus administradores tenham prontas sugestões disponíveis quando fizerem planos quanto à maneira em que o secretário pode melhor servir o seu campo.

A descrição do trabalho sugere: “Espera-se que o secretário ministerial local seja o pastor, advogado e amigo do ministro. O secretário ministerial representa seu presidente junto aos ministros do campo local. Mais importante ainda, ele representa os ministros junto a seu presidente. Não lhe compete interferir na disciplina de um ministro, se necessária, nem defender os erros do ministro. Todavia, o moral de um campo é levantado e os ministros preservados para o ministério, se puderem sentir-se livres para ir ao secretário ministerial e saber se ele sempre os defenderia como pessoas, não importa o problema. Se possível, o secretário ministerial deve ser outro que não o presidente. O interesse pastoral do presidente por seus obreiros é louvável, mas o empregador não pode servir de ligação entre empregado e empregador.”

Este é um assunto muito delicado, e só tomamos posição depois de procurarmos aconselhar-nos amplamente. O secretário ministerial não deve agir em oposição a seu presidente. Sua responsabilidade é defendê-lo e cooperar com ele. Ao mesmo tempo, uma de suas principais responsabilidades é defender o ministro individualmente. Ele é um elo de ligação entre o presidente e o pastor. O secretário ministerial mantém um pé na sala do presidente e o outro no escritório do pastor, fazendo o melhor para coordenar o programa um do outro. Muitos pastores vêem seu secretário ministerial como estando com ambos os pés na sala do presidente, apontando o dedo para o pastor. Viagens ao Estrangeiro. Pretendemos aumentar continuamente as viagens ao estrangeiro até que pelo menos 60% de nosso tempo sejam gastos fora da América do. Norte, no final do qüinqüênio. Em 1986 chegamos apenas a 39%.

Por causa das despesas com viagem, uma excursão a países estrangeiros deveria incluir um período de várias semanas, e isso geralmente significa compromissos em vários campos. Isto requer muito planejamento, em geral em nível de divisão, de maneira que não conhecemos muito essas solicitações.

Por serem menos dispendiosas, as viagens domésticas podem ser para um acontecimento patrocinado pelo próprio campo. Estas são muito mais fáceis de se providenciar, e recebemos literalmente centenas de pedidos dessa espécie cada ano. Temos, porém, fortes pressentimentos de que não é justo gastar 61 % de nosso tempo de viagem numa divisão que tem 14% dos membros.

Concílios Mundiais de Ministros. Na tentativa da liderança de diminuir as despesas da Conferência Geral em 1985, o Pastor Neal Wilson reuniu todo o grupo e nos incentivou a apresentar sugestões de redução de gastos. Um empregado sugeriu: “À luz dos milhões de dólares que ela representa para a Igreja, por que não suprimir nossa Sessão da Conferência Geral?’’ A resposta do Pastor Wilson foi algo mais ou menos assim: ‘‘Por dispendiosa que possa ser, é totalmente necessário que os representantes da Igreja como um todo se reúnam cada dois anos para chegar a consenso sobre a administração de nossa Igreja, se desejamos continuar sendo uma igreja mundial.”

Estou convencido de que ele estava certo. Também estou convencido de que é igualmente necessário que os representantes da igreja mundial se reúnam a cada poucos anos para reafirmar nossas crenças doutrinárias básicas, se quisermos continuar sendo uma igreja universal. Por essa razão, estamos planejando o Concilio Mundial de Ministros para 1990, não como um pequeno acréscimo à Sessão da CG, mas como uma oportunidade para levar nossa liderança mundial a assentar-se aos pés de nossos mais dedicados estudiosos da Bíblia e reafirmar-lhes a confiança nas doutrinas que nos unem como um povo.

OLHANDO PARA O ALTO

Temos olhado para trás e para a frente, mas em nosso 65? aniversário a Associação Ministerial deseja colocar acima de tudo o nosso desejo de ajudar cada ministro adventista a se manter olhando para o alto.

L. E. Froom, editor de MINISTRY, foi enviado a Glendale, Califórnia, pela Conferência Geral, para passar as últimas seis semanas da vida de Daniells ao lado do idoso homem. Juntos eles terminaram o livro O PERMANENTE DOM DE PROFECIA. Dez dias antes da morte de Daniells, Froom perguntou se ele gostaria de enviar uma mensagem através das páginas do MINISTRY como sua exortação de despedida ao ministério adventista. Daniells resumiu o que ele gostaria de dizer, e Froom levou para sua sala e deu forma final. Em 21 de março de 1935 Froom o trouxe de volta para aprovação, mas Daniells estava muito fraco. Parecia uma imposição até mesmo lê-la, mas Daniells quis ouvir. Na metade de sua leitura, Froom olhou de relance e viu lágrimas correrem pela face do idoso patriarca. Froom terminou a exortação, que acabava com um “Amém”. Daniells respondeu com todo o entusiasmo que seu velho coração cansado pôde reunir: ‘‘Amém” e AMÉM!” Apropriado na ocasião e agora, Froom acrescentou o segundo “Amém” ao manuscrito, e é assim que ele aparece no MINISTRY. Daniells morreu em 22 de março.12

Terminamos com trechos daquela exortação:

‘‘Exorto solenemente a todos, diante de Deus, a que sejais fiéis a vossa responsabilidade ministerial, fiéis à expectativa de vosso Deus e fiéis às grandes verdades do movimento do advento… São necessários na Igreja grandes avanços, e sois aqueles que deveríeis realizá-los… Deus requer um reavivamento espiritual e uma reforma espiritual em vossas fileiras, e estes devem vir mediante um ministério espiritual verdadeiro…

‘‘Vou para o meu descanso, firme na bendita esperança que me tem fortalecido através dos anos. Meus Deus conhece o meu coração. Minha confiança está firmada nEle. Comprometamo-nos nesta hora solene a nos encontrar no reino de nosso bendito Senhor prestes a vir. Amém e amém.”13

PASTOR FLOYD BRESEE, presidente da Associação Ministerial da Conferência Geral

Referências:

1. “Establishment and Charter”. THE MINISTRY, janeiro de 1928, pág. 32

2. L. E. Froom, MOVEMENT OF DESTINY (Washington, DC: Review and Herald, 1971). pág 377.

3. A. G. Daniells, carta a L. E. Froom, Arquivos da C. G., Washington, 13 de março de 1927.

4. Froom, págs. 375-408

5. Idem, pág. 395.

6. L. E. Froom, carta a A. G. Daniells, Arquivos da C. G., Washington, DC, 7 de janeiro de 1927.

7. ”Irresistible Power — in a Movement Whose Time Has Come”, THE MINISTRY, janeiro de 1928, pág 5.

8. De relatórios da comissão de nomeação da sessão da Conferência Geral, Arquivos da C. G., Washington, DC.

9. 123º Relatório Estatístico Anual, 1985 — Compilado pelos funcionários dos Arquivos e Estatísticas, Conferência Geral dos ASD, Washington, DC.

10. Oliver Montgomery, CHURCH ORGANIZATION AND ADMINISTRATION (Washington, DC: Review and Herald, 1942), pág. 232.

11 SEVENTH-DAY ADVENTIST ENCYCLOPEDIA (Washington, DC: Review and Herald, 1966), pág. 799

12. “Intimate Story of the ‘Charge’, THE MINISTRY, maio de 1935, pág. 2.

13. “Farewell Charge to the Advent Ministry”, THE MINISTRY, maio de 1935, pág. 1.