Textos:

Marcos 15:27 e 32 úp.

Lucas 23:39-43 (trad. Trinitária)

I —A CENA DO CALVÁRIO

Fora dos muros de Jerusalém, situava-se o local da crucifixão.

Por que “calvário”? Do latim “calvarium”, caveira. Nos evangelhos está “golgotha”, com o mesmo significado.

Duas suposições: a) de que o local era um pequeno monte que, à distância, assemelhava-se a um crâneo humano; b) o local não era um monte, mas sim apenas o lugar das execuções, existindo nas imediações ossos e crâneos de executados insepultos.

Na ocasião ali se encontrava Jesus, cravejado no madeiro infamante.

“Com Êle dois malfeitores”. A Bíblia não lhes dá o nome. Há um documento antigo, chamado “Acta Pilati” (Atos de Pôncio Pilatos) e nêle se afirma que o malfeitor crucificado à direita de Jesus, chamava-se “Dimas” (o penitente) ao qual a tradição chama de “bom ladrão”; e o malfeitor à esquerda de Cristo chamava-se “Gestas” (o impenitente) que a tradição averba de “mau ladrão”. Além dêstes dois, havia outro que estêve detido em Jerusalém, que devia ser executado nessa mesma ocasião e ocupar a cruz do centro, precisamente a cruz de Jesus. Êsse outro malfeitor era Barrabás. Deveria ser executado, não fôsse o incidente conhecido. Quando Pilatos propôs ao povo soltar um prisioneiro, na Festa, foi preferido Barrabás e por isso Jesus foi mandado à cruz.

Barrabás, segundo se acredita, era o chefe da quadrilha a que pertenciam Dimas e Gestas. Naqueles tempos, a Judéia era infestada por ladrões audazes que chegavam até a oferecer combate aos soldados romanos que iam ao encalço dêles. Crê-se que numa dessas sortidas policiais foram presos Barrabás, Dimas e Gestas.

Jesus, na parábola do Bom Samaritano, aludiu à infestação de ladrões nas estradas da Judéia.

A multidão ali zombava e escarnecia de Jesus. Os principais dos sacerdotes, a plebe e os soldados. Os próprios malfeitores também mofavam do Filho de Deus. Tal era a cena do Calvário.

II-NUMA CRUZ, UM HOMEM MORRIA NO PECADO

Era Gestas, o “mau ladrão”, o impenitente. Fazendo côro à plebe e à soldadesca sedenta de frivolidades e de carnavalismo, êste homem, em meio das dores da cruz em que estava amarrado, injuriava o Mestre. Não se abalou com a atitude serena do Homem do centro. Morreu endurecido. Não se impressionou com as palavras de perdão que o Mestre proferia contra os Seus algozes. Rejeitou a oportunidade . . . Adormeceu, selando o seu destino na destruição eterna.

Consideremos o que vem a ser morrer NO PECADO.

Morrer no pecado, é o homem rejeitar os apelos do Espírito Santo, rejeitar as oportunidades, rejeitar a graça e permanecer nas práticas pecaminosas. É endurecer-se. Citar um exemplo.

Apêlo para que isto não aconteça a nenhum dos presentes.

III- NUMA CRUZ, UM HOMEM MORRIA PARA O PECADO

Era Dimas, o malfeitor arrependido. Também era perverso, injuriava ao Senhor, fazendo côro com a turba e com o seu colega. Mas, ao atentar melhor para a figura excelsa de Jesus, ao ouvir as palavras de perdão em favor dos algozes, cedeu, abriu o coração, não resistiu, aceitou, converteu-se. Embora sem oportunidade de uma vida de serviço cristão, morreu para o pecado. Transformou-se. Nasceu de novo.

(Historiar o diálogo de Jesus, na versão trinitária)

Foi-lhe assegurada a salvação. Quando Jesus vier em Seu reino, lá estará êste nosso irmão Dimas.

Consideremos o que vem a ser morrer para o pecado. É abandonar o mundo, suas ilusões, seus enganos, volver para Deus, guardar os Seus mandamentos, etc. Uma vida de obediência.

Apêlo para que todos possam morrer para o pecado.

IV- NUMA CRUZ, UM HOMEM MORRIA PELO PECADO

Era Jesus, nosso Salvador. Por quê? Porque o homem havia sido destituído da glória original da Criação, pelo pecado, pela transgressão da Lei de Deus. O salário do pecado é a morte. Devia morrer o homem. Mas Deus proveu um meio de escape, de recuperação, de redenção, uma forma de ser êle, o homem, restituído à glória perdida. Para isso fôra prometido Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Tal o fato que O levou à cruz. Na antiguidade, era Êle representado por meio de símbolos, prefigurações e tipos da lei cerimonial, rio ritual do Santuário, nas ofertas e holocaustos. Mas, ali no Calvário esta a GRANDE REALIDADE: Cristo morrendo pelo pecado.

Não te impressionas com isto, caro ouvinte?

Apêlo para que todos aceitem a Cristo como Salvador, e procurem servi-Lo, guardando os mandamentos de Deus.

Resumo: 1. Numa cruz, um homem morria NO pecado.

2. Noutra cruz, um homem morria PARA o pecado.

3. Finalmente, noutra cruz um Homem morria PELO pecado.

V — CONCLUSÃO

Esta é a mensagem da cruz. Consideremos as atitudes dos malfeitores. Por que duas pessoas, nas mesmas circunstâncias, tendo as mesmas oportunidades, têm reações diferentes? Por que ouvindo o mesmo sermão, uma permanece indiferente, e outra volta convertida para a sua casa? Por que uns aceitam e outros rejeitam?

É uma questão de ABRIR o coração a Deus . . . e não endurecer.

Sempre haverá estas duas classes de pessoas. A qual delas pertences?

Ilustração. Verificou-se que, na misteriosa flora submarina, nas profundezas abissais do oceano, medra estranha flor. De um mesmo “caule”, que se bifurca em duas “hastes”, e nas extremidades destas surge a flor. São aparentemente iguais. Crescem e desenvolvem-se paralelamente.  Uma delas se desprende da “haste”, solta-se, vai subindo, subindo, varando a imensa massa líquida do Oceano até atingir lá em cima a superfície e receber o beijo ardente do Sol. No entanto a outra flor, sua companheira, não se despreende da haste. Ali fica, desmancha-se, dilui-se, vira nada . . . Assim são as pessoas em relação a Jesus. Uma se eleva, rompe o pecado, sobe na vida cristã, atinge as alturas e alcança a salvação. Outra perece nas baixezas do pecado e da miséria. As duas atitudes, como as dos dois malfeitores . . .

Oxalá, ninguém dos presentes, venha a morrer no pecado, mas venha a morrer para o pecado, confiando nAquêle que morreu pelo pecado.

A. B. C.