A mensagem que como Igreja pregamos e anunciamos ao mundo, constitui-se no mais importante movimento que existe hoje sobre a face da Terra.

Nós, os pastores, somos parte desse movimento e, como tal, somos instados a levar avante a Obra e a concluí-la ainda nesta geração. Isto se aplica, especialmente, ao pastor de distrito ou de igreja local, pois é de sua responsabilidade organizar suas igrejas para o trabalho missionário ativo, executando as resoluções de sua Associação, da União e da Associação Geral.

Estamos, porém, defrontando nestes últimos tempos com um fenômeno que está preocupando, e muito, a liderança da Obra em todos os seus escalões. A nossa experiência denominacional parece estar perdendo o seu sabor e o espírito dos pioneiros desse Movimento, daqueles que “trabalharam com grande entusiasmo na formação desta valiosa herança” está-se apagando na mente de muitos que têm sob sua responsabilidade a última mensagem de advertência. Existe entre um bom número de obreiros pouco fervor denominacional ; falta-lhes entusiasmo e parecem ter perdido de vista os objetivos de sua vocação ministerial.

Convém, entretanto, que aqueles que estão nesta situação caiam em si e se lembrem de que o ministério evangélico é a obra mais importante jamais confiada aos homens, e que cada, ministro tem o dever de manter a dignidade de sua alta vocação em todas as suas relações, tanto dentro da igreja como na comunidade em geral e no meio do corpo ministerial.

Desejo apresentar aqui algumas normas que, colocadas em prática, ajudarão alguns a se recomporem e a serem mais eficientes, produtivos, leais e denominacionais. Ei-las:

* Estando os pastores mais diretamente ligados à irmandade, mantendo com ela constante contato, sua permanente fidelidade e vigilância são requeridas na defesa e manutenção dos princípios denominacionais.

* Cada pastor, por força de sua sagrada investidura, tem o dever de desenvolver “o senso de responsabilidade na conclusão da Obra, confiança nas praxes que regem a administração em seus territórios”, bem como promover a confiança dos membros e oficiais nos líderes escolhidos para dirigi-la. Jamais deveriam unir-se a elementos subversivos que de quando em quando têm surgido nos arraiais da Obra, leigos ou mesmo obreiros, que procuram conspirar contra a unidade que deve caracterizar todas as nossas atividades.

* O obreiro consciente de sua grande responsabilidade, procura seguir a linha doutrinária denominacional expressando “a unidade e coesão das nossas organizações que formam a Associação Geral mundial”, empregando todos os meios disponíveis para promover a unidade da Obra em cada Campo e conscientizando todos os seus membros sobre o princípio de harmonia que caracteriza a obra mundial.

* É reconhecido como princípio fundamental, que os obreiros consultem juntos os planos e praxes da Obra em todas as nossas organizações e que seja aceito como plano geral de trabalho o consenso ou opinião da maioria. A unidade de esforço é mais importante na salvação de almas do que planos exatos e perfeitos”. (1)

* Deve o ministro guardar escrupulosamente consigo todas as informações confidenciais e oficiais. Sendo membro de qualquer comissão, deve manter sigilo sobre assuntos ali ventilados, especialmente quando estão envolvidos nomes de pessoas.

* Nenhum pastor deve ser desviado de sua linha de conduta por tagarelices da comunidade e muito menos tomar partido com facções que às vezes surgem nas igrejas.

* O pastor deve alimentar sua vida espiritual e esforçar-se no crescimento profissional e na eficiência de sua devoção particular.

* Cada ministro adventista deve ser um exemplo de conduta moral perante o rebanho, não propiciando nenhum motivo que venha a pôr em descrédito o ministério.

* O pastor deve dedicar todo o seu tempo ao serviço espiritual dos membros de seu distrito, visitando-os periodicamente em seus lares.

* Não fica bem para um pastor imiscuir-se nos negócios de uma igreja ou de um distrito depois de ter sido transferido para um outro lugar, continuando a manter contatos pessoalmente ou por cartas com membros daquela comunidade, o que sempre cria dificuldades ao novo pastor de captar o coração e a confiança de seus novos paroquianos. Quando um pastor deixa uma igreja, deve deixá-la de fato.

* Não recomenda bem a um pastor falar mal de um colega especialmente sendo seu predecessor ou sucessor. Neste ponto é uma verdadeira lástima o que vem acontecendo com alguns. A igreja deve honrar o ministério como vocação elevada e santa que é, mas às vezes tem sido decepcionada pela atitude de alguns pastores que têm criticado seus colegas de ministério, entre outras coisas, procurando diminuir seu trabalho.

* “Os homens de Deus precisam ser diligentes no estudo, esforçados na aquisição de conhecimentos, e nunca desperdiçar uma hora”. (2)

* O pastor deve preparar bem o seu sermão. Deve alimentar bem o rebanho. “A razão por que tantos de nossos ministros pregam sermões fracos, sem vida, é deixarem que uma porção de coisas de natureza mundana lhes ocupem o tempo e a atenção”. (3)

Sem dúvida, há outras normas que poderiam ser acrescentadas aqui e a lista seria muito grande. Entretanto, achamos que por agora é o suficiente, uma vez que desejamos encerrar com algumas exortações mais do Espírito de Profecia.

A fórmula do sucesso de cada pastor adventista é apresentada de maneira enfática nestas palavras de real significado:

“Seu êxito (do obreiro de Deus) será proporcional ao grau de consagração e abnegação com que o serviço for feito… Estudo e trabalho árduo são exigidos para tornar um ministro bem sucedido, ou dar a um obreiro êxito em qualquer ramo da causa de Deus”. (4)

“Eu vos admoesto a buscar conselho de Deus. Buscai-o de todo o coração, e ‘fazei tudo quanto Ele vos disser’. (S. João 2:5)”. (5)

Referências:

1. Livro de Praxes da DSA, p. 35.

2. Obreiros Evangélicos, pp. 274 e 275.

3. Idem, p. 269.

4. Idem, p. 68.5. Testimonies, Vol. VI, p. 415.

Pastor W. Sarli, presidente da Associação Paulista da IASD