O movimento adventista surgiu no momento certo, indicado pelas profecias bíblicas. Seu início foi marcado pela humildade e simplicidade. Neste ano de 1994, quando contabilizamos 150 anos de sua existência, podemos dizer que ele tem cumprido suas sagradas e solenes responsabilidades.

É muitíssimo alentador, quando estudamos os vários estágios da trajetória desse movimento, verificarmos a atuação divina nos momentos mais decisivos. Anima-nos a observação da maneira pela qual homens e mulheres deixaram-se guiar por Deus, ao mesmo tempo em que enveredavam pelos maravilhosos caminhos abertos pela Sua providência. Foi essa direção que propiciou àqueles pioneiros envolvidos na causa sacrossanta a realização dos grandes anelos evangelísticos.

Indubitavelmente, o estudo da história da Igreja é fonte de inspiração e força para todos quantos amam esta causa. Ele nos revela uma força superior impulsionando-a na direção de conquistas cada vez mais gloriosas.

Evidentemente, ao longo destes 150 anos, o caminho nem sempre se mostrou coberto de pétalas. Como Igreja, experimentamos momentos em que os mais pessimistas imaginavam que a embarcação adventista iria soçobrar; todavia, como o piloto da nau é Cristo, ela prossegue singrando mares. Graças a Deus, e pela ação permanente do Espírito Santo, Sua Igreja chega ao ano 1994. Ao olharmos para o passado, somente podemos ser levados a exclamar: “Louvado seja Deus!” Pois a existência deste movi-mento é um milagre da graça divina.

Os 150 anos de história trazem no seu bojo a irrefutável realidade de que este é o povo de Deus. É o povo da profecia. É o povo sobre o qual pesa a responsabilidade de advertir o mundo dos perigos iminentes, e levar a todos o convite de salvação.

Após essas considerações iniciais, que nos levam de volta ao passado vitorioso da Igreja Adventista, e levando-se em conta que anelamos a conclusão da tarefa que lhe foi confiada, surge a significativa pergunta: O que deve ser feito para terminar a Obra da pregação do evangelho?

A resposta a essa indagação retrata quatro grandes necessidades do povo que deseja a volta de Cristo: avivar a missão, ampliar a visão, aprofundar a paixão e aumentar a participação.

Analisemos cada um desses itens:

1. Avivar a missão

A Igreja deste final de século e de milênio não pode perder de vista a consciência de que ela foi estabelecida por Deus para realizar uma obra de salvação. Noutras palavras, buscar e salvar os perdidos. Salvar pecadores é o grande negócio da Igreja.

Ellen White definiu de maneira bem clara a missão da Igreja: “A Igreja é o instrumento apontado por Deus para a salvação dos homens. Foi organizada para servir e sua missão é levar o evangelho ao mundo.”

No documento intitulado Evangelismo e Terminação da Obra, preparado pela Associação Geral, em 1976, somos exortados no sentido de que nos mantenhamos em permanente vigilância, para não perdermos de vista a nossa missão.

2. Ampliar a visão

A visão consagrada e devidamente ampliada, fará com que a Igreja divise novas possibilidades. Novos métodos. Os que mantêm viva a chama da missão em sua mente e no coração oram constantemente a Deus, pela posse de uma visão cada vez mais ampla dos desafios evangelísticos. Por uma compreensão mais cabal e profunda das crises dos povos, das necessidades dos corações. Pensam elevado e estabelecem metas arrojadas, que induzem a igreja à compreensão da necessidade de empreender mais, muito mais, para Deus.

O programa da Missão Global tem colocado diante da Igreja a sua real condição em termos demográficos e geográficos. E a tem desafiado a olhar os lugares ainda não atingidos pela mensagem do advento. Por conseguinte, ela deve trabalhar para alcançá-los, ou fortalecer sua presença nas regiões onde essa presença ainda é fraca. Precisamos ampliar nossa visão.

3. Aprofundar a paixão

Ao ensejo do sesquicentenário do surgimento do adventismo, é possível perceber que, não obstante os esforços envidados, ainda existe, nitidamente, em nosso meio, uma premente necessidade de que cada membro desta grande família sinta no recôndito da alma uma ardente paixão.

Muitos têm falado da carência de paixão pelas almas, que ainda não foi suprida. A paixão pelas almas é conseqüência de outras paixões, como por exemplo: a paixão por Cristo, a paixão pela verdade, a paixão pela própria Igreja e seu programa de evangelização. A paixão pela família de Deus. Na realidade, deveriamos implorar a Deus que aprofunde a paixão em cada um de nós.

4. Aumentar a participação

Um dos maiores desafios do momento é descobrir mecanismos eficazes, através de programas, materiais e métodos, que entusiasmem os irmãos e os levem à participação efetiva nas atividades de conquista de almas. Cada pastor deveria preocupar-se com esta grande questão: como envolver os irmãos na atividade missionária? O crescimento da Igreja, nesta fase de sua gloriosa história, será em grande parte proporcional à sua participação na tarefa de evangelizar.

Diz Ellen G. White: “A obra não será terminada enquanto os membros não se unirem em serviço” (Obreiros Evangélicos, pág. 352).

Conclusão

Deus tem operado maravilhas através de Sua Igreja, durante os 150 anos passados de sua história. Todavia, ainda há uma tarefa gigantesca a ser realizada por aqueles que realmente desejam ver o Senhor em Sua glória. Todos precisamos buscar intensamente, e pela graça de Deus, que a Igreja atual avive a missão, amplie a vi-são, aprofunde a paixão e aumente a participação.