Vossas pregações conquistam almas? Após uma série de conferências perguntaram ao evangelista sôbre os resultados. “Adverti três mil almas”, foi a resposta orgulhosa. Percebendo que uma pergunta a mais podia resultar em embaraços, o interlocutor foi bondoso em não fazer outras perguntas.
Jonas estava provavelmente contente por pregar, mas fêz mais, sua pregação conquistou uma cidade! Seu temor ao ser bem sucedido em pôr uma cidade de joelhos desafia análises à luz do pensamento moderno. Verdadeiramente êle mantém o recorde de séries de conferências de seis semanas, bem sucedidas!
Produzir cristãos que sustentem a igreja e sejam tementes a Deus, é o objetivo de todo o nosso ministério. Somos chamados para um propósito mais alto do que meramente pregar como trovões os juízos de Deus. Dentre tôdas as pessoas, devemos ser mensageiros da Sua graça.
A mensageira do Senhor insistiu em que devemos ser os vanguardeiros da cristandade, arautos de Cristo e de Sua redenção:
“De todos os professos cristãos, devem os adventistas do sétimo dia ser os primeiros a levantar a Cristo perante o mundo … O grande centro de atração, Cristo Jesus, não deve ser deixado à parte.” — Obreiros Evangélicos, pág. 152.
Pela bondade de Deus, pela revelação de Sua amorável benignidade e terna misericórdia, é que os homens são levados ao arrependimento (Rom. 2:4). Então, tudo que Jonas pregou acêrca do juízo, deve ter sido um apêlo. Repetidas vêzes, no diário de João Wesley, lemos expressões tais como: “Hoje à noite ofereci Cristo ao povo”. Diz Paulo: “Assim que, sabendo o temor que se deve ao Se-nhor, persuadimos os homens.” Não diz atemorizamos, mas persuadimos. O sermão que descreve a justiça de Deus e revela Seu amor é a pregação que conquista almas. — Earl E. Cleveland.
Um Plano Equilibrado
SÃO Paulo deixou muitas instruções interessantes para o jovem ministro Timóteo. No capítulo 4, versículo 5 de sua segunda epístola ao jovem amigo, expressa êle o seguinte: “Mas tu sê sóbrio em tudo .. . cumpre o teu ministério.”
Segundo entendo, com estas palavras, e de ma-neira apropriada, o apóstolo São Paulo fêz ver a Timóteo sua missão. Disse-lhe que em sua qualidade de obreiro cristão, se quisesse cumprir bem o seu ministério, devia ser vigilante em tudo.
Ao estudarmos cuidadosamente a vida de São Paulo, notamos que o grande apóstolo dos gentios exerceu esta vigilância em todos os ramos de seu trabalho. Em II Cor. 11, depois de descrever seus trabalhos, termina êle dizendo, no versículo 28: “além das coisas exteriores … o cuidado de tôdas as igrejas.” São Paulo foi obreiro cristão que seguiu um plano de trabalho bastante equilibrado. Suas epístolas revelam-lhe o interêsse por tôdas as atividades das igrejas.
Ao examinarmos o ministério do Senhor Jesus, encontramos que também Êle está impregnado do mesmo principio. O Salvador dedicou Sua atenção a uma grande variedade de assuntos e a diversas atividades. Seu ministério caracterizou-se por Seus ensinos, pregação e curas. Jesus prestou a devida atenção a todos os aspectos da obra. Não descuidou ramo algum pouco desejável em troca de outro que Lhe atraísse as preferências.
O obreiro cristão de hoje também deve ter um plano de trabalho bem equilibrado. Entretanto, alguns se interessam apenas pela obra pastoral e descuidam o evangelismo. Nossos ministros devem dar lugar, em seu plano de trabalho, para todos os ramos da obra. É êrro da parte de um ministro ter interêsse apenas pelo evangelismo ou pela obra pastoral, sem cooperar também com o ministério dos Departamentos. Existem obreiros que há muito não animam um irmão da igreja para ingressar na Colportagem. Em nossas igrejas, há jovens que precisam ser aconselhados a freqüentarem nossos colégios e prepararem-se para o ministério. Ao fazerem-se um plano de trabalho equilibrado, cumpram nossos ministros com a recomendação de São Paulo, de serem vigilantes em tudo e cumprirem bem o seu ministério.
(Domo obreiros cristãos devemos, também, prestar atenção ao nosso plano de estudo. Às vêzes nos sentimos inclinados para a história e descuidamos as demais disciplinas do saber. Há quem diga: “Aprecio muito a arqueologia” ao passo que seguem um plano de estudos que exclui a História Natural, matéria utilíssima para a preparação dos sermões. Por outra parte, alguns enchem seus sermões de argumentos e idéias, sem pensarem em espiritualizar as lições da Bíblia. Também existe o perigo de furtar tempo à meditação. Tenhamos presente, ministros e obreiros cristãos, que nosso plano de trabalho deve ser equilibrado.
Em nossa vida privada também há muita margem para o equilíbrio. Às vêzes dedicamos todo o nosso tempo ao ministério e descuidamos a família.
Outras vêzes não tomamos tempo para as relações sociais. As reuniões de sociedade, em que se conversa em diferentes assuntos da vida, enriquecem as relações dos sêres humanos. Conquanto estejamos muito ocupados, dediquemos tempo para estas atividades que são edificantes em muitos sentidos.
Nossos ministros e obreiros devem ter também o senso equilibrado da necessidade do progresso da obra noutros campos, Uniões e Divisões. Certa vez passei três semanas num país, assistindo a uma série de reuniões. Durante a minha estada ali me chamou grandemente a atenção a circunstância de que nas orações feitas nessas reuniões nunca foi pedido a Deus que abençoasse a obra do Evangelho noutro lugar que não êsse país. Não devemos limitar nossas orações em prol da obra de Deus a um único campo nem a uma só igreja. Doutrina aceita por tôdas as denominações é que o Evangelho deve ser pregado em todo o mundo. Tenhamos, pois, equilíbrio também em nosso conceito da importância da pregação da mensagem da salvação em todo o mundo, além de em nosso próprio campo ou pátria. “Mas tu sê sóbrio em tudo . . . cumpre o teu ministério”. —W. E. M.