O dia 8 de maio de 1945 ficou conhecido na Europa como o Dia da Vitória, pois marcou o encerramento da Segunda Guerra Mundial. O mundo que havia mergulhado no horror, sofrimento e miséria causados por essa guerra sangrenta, agora celebrava na Champs-Élysées, em Paris, e em muitos outros lugares do planeta o fim da dor provocada pela loucura humana. Em 20 de novembro do mesmo ano, começou o julgamento de vários nazistas que promoveram atrocidades durante a guerra, o qual ficou conhecido como o Tribunal de Nuremberg. Esse tribunal condenou várias pessoas com penas que vão desde a reclusão por dez anos até a pena de morte.
A conclusão desse julgamento trouxe alegria generalizada por todo o mundo, ao mesmo tempo em que resultou em tristeza e condenação para aqueles que cometeram os crimes de guerra. Isso me faz refletir que uma mesma mensagem pode trazer resultados completamente diferentes e provocar as mais diversas reações – tudo depende da nossa atitude diante dela.
Em Apocalipse 14:6 a 12, as mensagens dos três anjos parecem apontar nessa direção, pois seu conteúdo pode nos trazer a mais absoluta certeza da salvação em Cristo ou a condenação para aqueles que são indiferentes à voz divina. Por um lado, encontra-se a mensagem poderosa do evangelho eterno em Apocalipse 14:6 e, por outro, a condenação de quem adora a besta e a sua imagem apresentada em Apocalipse 14:9. De acordo com o Tratado de Teologia, o evangelho eterno não está separado do juízo, mas ambos caminham lado a lado (p. 965). Há uma passagem em Isaías que parece ecoar esse conceito: “Assim diz o Senhor: ‘Mantenham o direito e pratiquem a justiça, porque a Minha salvação está prestes a vir, e a Minha justiça está prestes a se manifestar” (Is 56:1).
Cristo – e somente Cristo nos oferece a verdadeira esperança e nos dá a garantia de salvação.
As mensagens dos três anjos podem ser resumidas na justiça perfeita de Cristo. Certa vez, indagada sobre qual seria o conteúdo principal da terceira mensagem angélica, Ellen White respondeu: “Várias pessoas me escreveram, perguntando se a mensagem da justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e tenho respondido: ‘É a mensagem do terceiro anjo, com certeza’” (Eventos Finais [CPB, 2021], p. 123). Sem dúvida, isso nos leva a descansar em Cristo e confiar que Seus méritos são suficientes para nos salvar, não importa quão longe fomos nem o peso dos nossos pecados. Cristo – e somente Cristo – nos oferece a verdadeira esperança e nos dá a garantia de salvação. Em resumo, o que seria isso? Ellen White explica: “Quando o pecador penitente, contrito diante de Deus, reconhece a expiação de Cristo em seu favor e aceita essa expiação como sua única esperança nesta vida e na vida futura, seus pecados são perdoados. Isso é justificação pela fé” (Fé e Obras [CPB, 2018], p. 83). Essa justiça é a que nos salva!
No entanto, é importante frisar que o mesmo evangelho que salva também traz juízo. Isso fica claro na mensagem do terceiro anjo. Hans K. LaRondelle costumava dizer em suas aulas sobre doutrina da salvação que a justiça que salva, também condena. Mas, devemos procurar abordar esse tema de forma equilibrada, integral e positiva, não esquecendo que “Cristo deve ser pregado, não em forma de controvérsia, mas de maneira positiva”. “Exaltem cada vez mais o Homem do Calvário. Há poder na exaltação da cruz de Cristo” (Evangelismo [CPB, 2023], p. 131).
LUCAS ALVES secretário ministerial para a Igreja Adventist