Perguntas feitas por Ken McFarland, nos anos 80,1 continuam intactas e ainda mais atuais, nesta era das comunicações: Onde andavam os órgãos televisivos de notícias, quando Jesus pregou o Sermão da Montanha? Por que a ressurreição de Lázaro não foi transmitida via satélite para o mundo? Por que os milagres de Jesus não foram gravados nem distribuídos em DVDs?

Ao analisarmos rápida e superficialmente o ministério de Cristo, talvez tenhamos a impressão de que Ele não obteve grande sucesso evangelístico. McFarland continua perguntando: Se alguém dispõe de apenas pouco mais de três anos para alcançar todo o mundo, não devia fazer todo o possível para conquistar o maior número de pessoas? Acaso Deus não poderia ter permitido o desenvolvimento da tecnologia, alguns séculos antes, para que Sua missão fosse conhecida por meio de modernos veículos de comunicação? Não teria desperdiçado Jesus cerca de três décadas trabalhando em uma carpintaria anônima, ou falando a uma só pessoa, enquanto o mundo esperava em agonia de morte?

É através da associação e contato pessoal que os homens são alcançados pelo poder salvador

Mesmo que essas perguntas pareçam lógicas, estou certo de que a maneira pela qual Cristo trabalhou para conquistar o mundo continua sendo a melhor. Deus nunca estabelece alvos limitados. Disse o Mestre: “Este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo” (Mt 24:14).

Não me entendam mal. Os alvos da igreja, o evangelismo via satélite, as campanhas de evangelismo público, a rede de televisão e outros meios são dignos de elogios. Porém, creio honestamente que podemos aprender muito sobre o método utilizado por Cristo para conquistar pessoas. “O Senhor deseja que Sua Palavra de misericórdia seja levada a toda pessoa. Isso deve ocorrer principalmente pelo serviço pessoal. Esse foi o método de Cristo. Sua obra consistia grandemente em entrevistas pessoais. Tinha fiel consideração pelo auditório de uma só pessoa. Por esse único ouvinte, a mensagem, muitas vezes, era proclamada a milhares” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 229).

“É através de associação e contato pessoal que os homens são alcançados pelo poder salvador do evangelho. Eles não são salvos como massas, mas como indivíduos” (Ellen G. White, Exaltai-O [MM 1992], p. 287).

Mesmo tendo Se dedicado por três anos e meio trabalhando em favor de doze homens, no momento mais crítico de Seu ministério terrestre, um deles O traiu, outro O negou, ainda outro O seguiu de longe e os demais fugiram pensando em salvar a própria vida. Apesar disso, quando o evangelho começou a arder no coração deles, produziu-se uma explosão que abalou o mundo inteiro.

De acordo com McFarland, “o Salvador conhecia o assombroso potencial de apenas um bom cristão de cuja vida o amor transborda. Ele sabia que, para originar uma reação em cadeia de estupendas dimensões, era desnecessária grande quantidade de matéria-prima. Sabia que, ao fazer um trabalho completo e cuidadoso com poucos indivíduos escolhidos, as multidões que esperavam logo também ouviriam o evangelho”. E Ellen G. White escreveu: “O êxito não depende da força nem dos números. Deus pode libertar com poucos ou com muitos. Uma igreja grande não é necessariamente uma igreja forte… Deus Se sente honrado, não tanto pelo grande número dos que O servem, mas pelo caráter que têm” (Signs of the Times, 30/06/1881).

Neste ano, a Igreja Adventista na América do Sul deseja reforçar o evangelismo da amizade, o evangelismo que tem pontes firmemente cimentadas no amor por Jesus. Convido você, caríssimo pastor, a somar esforços junto aos membros de suas igrejas em favor desse projeto. O impacto exercido no mundo por 17 milhões de membros meio convertidos e consagrados não é comparável ao impacto causado por uma dezena de seguidores de Cristo, completamente comprometidos e cheios do Espírito Santo!