Por que os adventistas não têm dado a devida atenção a estas palavras: “Por que deveriam os filhos e filhas de Deus ser tão relutantes em orar, quando a oração é a chave nas mãos da fé para abrir o celeiro do Céu, onde se acham armazenados os ilimitados recursos da Onipotência”? — Vereda de Cristo, pág. 92.

A Índia tem muitos poços abertos. Ouço um grito de socorro do fundo de um dêles. Achego-me, olho para dentro e vejo a cabeça de um cidadão movendo-se na água. Apressadamente procuro uma corda para descer até lá. Continuam os gritos de socorro, mas quando a corda o alcança, êle não a agarrra, mas prossegue gritando por socorro. Situação ridícula — direis. Certamente o é, porém é diferente de nossa própria situação? Estamos também clamando fervorosamente por auxílio. Por que Deus não responde? Já respondeu. “Antes que clamem, Eu responderei; estando êles ainda falando, Eu os ouvirei.” A Palavra de Deus está cheia de exemplos de respostas às nossas petições. Temos nos familiarizado com estas respostas em nossa vida. Então qual é a dificuldade? Não nos apoderamos de Sua Palavra para trazê-la em nossa própria experiência. Disse Jesus: “Aquêle que crê em Mim, fará também as obras que faço” (S. João 14:12). Notemos as seguintes passagens inspiradas de A Ciência do Bom Viver:

O mesmo poder exercido por Cristo enquanto andava visivelmente entre os homens, acha-se em Sua Palavra. Era por Sua palavra que Jesus curava a moléstia e expulsava os demônios; por Sua palavra, acalmava o mar, e ressuscitava os mortos; e o povo dava testemunho de que Sua palavra tinha autoridade. Êle falava a palavra de Deus, a mesma que falara a todos os profetas e mestres do Velho Testamento. Tôda a Biblia é uma manifestação de Cristo.

As Escrituras devem ser recebidas como a Palavra de Deus a nós, não meramente escrita, mas falada também. Quando os aflitos iam ter com Cristo, Êle os via não sòmente a êles que pediam auxílio, mas a todos quantos, através dos séculos, haviam de buscá-Lo com igual neces-sidade e idêntica fé. Quando disse ao paralítico: “Filho, tem bom ânimo; perdoados te são os teus pecados”; quando disse à mulher de Cafarnaum, “Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz”, dirigia-Se a outros sofredores, oprimidos do pecado, que haviam de ir ter com Êle em busca de auxilio. S. Mat. 9:2; S. Luc. 8:48.

O mesmo se dá quanto a tôdas as promessas da Palavra de Deus. Por meio delas, Êle nos está falando a nós, individualmente; falando tão diretamente, como se Lhe pudéssemos ouvir a voz. É por intermédio dessas promes-sas que Cristo nos comunica Sua graça e poder. Elas são fôlhas daquela árvore que é “para saúde das nações”. Apoc. 22:2. Recebidas, assimiladas, elas serão a fortaleza do caráter, a inspiração e o sustentáculo da vida. Nenhuma outra coisa pode possuir tal poder restaurador. Nada além delas pode comunicar o ânimo, e a fé que dá energia vital a todo o ser. — Págs. 98, 99 e 100.

Considerámos a fé nas promessas de Deus de um modo geral. Focalizemos agora nossa atenção na fé quando opera na arte de curar. Lemos ainda na A Ciência do Bom Viver:

No ministério da cura, o médico tem de ser um cooperador de Cristo. O Salvador assistia tanto à alma como ao corpo. O evangelho por Êle pregado era uma mensagem de vida espiritual e de restauração física. O libertamento do pecaDo e a cura da doença estavam ligados entre si. O mesmo ministério é confiado ao médico cristão. Êle se deve unir a Cristo no aliviar tanto as necessidades físicas como as espirituais de seus semelhantes. Cumpre-lhe ser para o entêrmo um mensageiro de misericórdia, levando-lhe um remédio ao corpo doente e à alma enfêrma de pecado.

Cristo é a verdadeira cabeça da profissão médica. O Médico-chefe acha-Se ao lado de todo clínico que trabalha para aliviar os sofrimentos humanos. Ao mesmo tempo que emprega remédios naturais para a moléstia física, o médico deve encaminhar seus doentes Àquele que pode aliviar tanto os males da alma como os do corpo. Aquilo que os médicos só podem ajudar a fazer, é realizado por Cristo. Êles se esforçam por auxiliar a operação da Natureza na cura; quem cura é o próprio Cristo. O médico busca conservar a vida; Jesus a comunica. — Pág. 89.

O médico deve ensinar a seus pacientes que devem cooperar com Deus na obra de restauração. O médico tem uma compreensão sempre crescente de que a enfermidade é o resultado do pecado. Sabe que as leis da Natureza são tão verdadeiramente divinas como os preceitos do decálogo, e que unicamente na obediência às mesmas se pode conservar ou recuperar a saúde.

Êle vê sofrendo muitos em resultado de práticas nocivas, os quais poderiam ser restituídos à saúde, caso fizessem o que poderiam fazer em benefício de sua própria cura.- Precisam que se lhes ensine que tôda prática destrutiva das energias físicas, mentais ou espirituais, é pecado, e que a saúde tem de ser garantida por meio da obediência às leis estabelecidas por Deus para o bem da humanidade. . . .

Deus deseja que alcancemos a norma de perfeição que o dom de Cristo nos tomou possível. Êle nos convida a fazer nossa escolha do direito, para nos ligarmos com os instrumentos celestes, adotarmos princípios que hão de restaurar em nós a imagem divina. Na Palavra escrita e no grande livro da Natureza, Êle revelou os princípios da vida. Ê nossa obra obter conhecimento dêstes princípios e, pela obediência, cooperar com Êle na restauração da saúde do corpo bem como da alma. — Págs. 91 e 92.

Continuando a leitura do mesmo livro, encontramos estas palavras, à pág. 93:

As palavras de nosso Salvador: “Vinde a Mim, … e Eu vos aliviarei”, (S. Mat. 11:28, são uma receita, para a cura dos males físicos, mentais e espirituais. Embora os homens hajam trazido sôbre si o sofrimento por causa de seus malfeitos, Êle os olha com piedade. NÊle podem encontrar socorro. Grandes coisas fará por aquêles que nÊle confiam.

Citando ainda A Ciência do Bom Viver:

Se os sêres humanos abrissem as janelas da alma em direção ao Céu, apreciando as divinas dádivas, por elas penetraria uma onda de restauradora virtude. — Pág. 93.

Maravilhosas são as oportunidades oferecidas aos guardiões dos enfermos. Em tudo quanto se faz para a restauração dos doentes, faça-se com que êles compreendam estar o médico procurando ajudá-los a cooperar com Deus no combate à moléstia. Levai-os a sentir que, em cada passo dado em harmonia com as leis de Deus, êles po-dem esperar o auxílio do poder divino. — Págs. 95 e 96.

Novo Exame no Propósito Divino em Curar

Se há alguns que mantêm o pensamento de que nossa obra médica se destina a ganhar amigos para que ouçam o evangelho, espero que façam novo exame e vejam os graciosos propósitos de Deus em desejar que façamos de todo ato de curar um testemunho do gracioso trato de Deus com Seus filhos. Quando nossos pacientes dessa forma apanham um vislumbre do amor e da misericórdia de Deus, ficam famintos por conhecerem mais. Notemos estas palavras extraídas de Counsels on Health, dando instruções a respeito da influência e da obra de médicos e enfermeiras cristãos:

Os doentes necessitam que se lhes falem palavras sábias. As entermeiras devem estudar diàriamente a Biblia, para que sejam capazes de proferir palavras que iluminem e ajudem os sofredores. Anjos de Deus acham-se nos quartos onde êstes pacientes são atendidos, e a atmosfera que envolve a alma de quem proporciona o tratamento deve ser pura e fragrante.

Os médicos e enfermeiras devem acariciar os princípios de Cristo. Em seu viver Suas virtudes devem manifestar-se. Então, pelo que fizerem e disserem, atrairão o enfêrmo ao Salvador.

A enfermeira cristã, ao ministrar o tratamento para a recuperação da saúde, atrairá, com prazer e com êxito, a mente do paciente a Cristo, o médico tanto da alma como do corpo. Os pensamentos apresentados, um pouco aqui e um pouco ali, exercerão sua influência. As enfermeiras mais idosas não devem perder a oportunidade de chamar a atenção do doente para Cristo. Devem mesmo estar em condições de misturar a cura espiritual com a física.

Da maneira mais delicada e amável as enfermeiras devem ensinar que aquêle que será curado deve cessar de transgredir a lei de Deus. Deve cessar de preferir a vida de pecado. Deus não pode abençoar quem continua trazendo sôbre si doença e sofrimento pela deliberada violação das leis do Céu. Cristo, porém, através do Espírito Santo, vem como um poder curador sôbre aquêles que cessam de fazer o mal e aprenderam a fazer o bem. — Pág. 406.

Lemos em Counsels on Health:

O jovem médico tem acesso ao Deus de Daniel. Pelo poder e graça divinos, pode tornar-se tão eficiente em seu chamado como foi Daniel em sua posição exaltada. É contudo um engano considerar o preparo científico a coisa mais importante, enquanto os princípios religiosos, que constituem a própria base de uma prática bem sucedida, são negligenciados. Muitos são enaltecidos como homens habilidosos em sua profissão, e que zombam da idéia de que necessitam confiar em Jesus para terem sabedoria em seu trabalho. Contudo se êstes homens que confiam em seu conhecimento científico fôssem iluminados pela luz do Céu, quanto maior excelência podiam alcançar! Quão mais vigorosas seriam suas faculdades, com muito mais confiança garantiríam casos difíceis! O homem que se acha intimamente ligado ao Grande Médico da alma e do corpo, tem à sua disposição os recursos do Céu e da Terra, e pode trabalhar com uma sabedoria, uma precisão infalível, que o homem ímpio não pode possuir.

Aquêles a quem se confiou o cuidado do doente, quer como médicos ou enfermeiras, devem lembrar-se de que sua obra tem que estar à obesrvação do olhar penetrante de Jeová. Não há nenhum campo missionário mais importante do que aquêle ocupado pelo médico fiel e temente a Deus. Não nenhum campo em que o homem possa realizar maior bem, ou ganhar mais jóias a brilhar na coroa de seu júbilo. Pode levar a graça de Cristo, como doce perfume, dentro de todos os quartos de doentes em que entra; pode levar o verdadeiro bálsamo curativo à alma enfêrma pelo pecado. Pode apontar o doente e moribundo para o Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo. Não deve ouvir a sugestão de que é perigoso falar de assuntos eternos aos que têm a vida em perigo, para que não piorem; porém em nove casos em dez o conhecimento de um Salvador que perdoa os faz melhorar tanto na alma como no corpo. Jesus pode limitar o poder de Satanás. Êle é o Médico em quem o doente pelo pecado pode confiar a fim de ser curado das moléstias tanto do corpo como da alma. — Págs. 329 e 330.

O médico deve saber orar. Em muitos casos êle se vê forçado a aumentar o sofrimento a fim de salvar a vida; e quer o paciente seja ou não cristão, sente maior segurança ao saber que seu médico teme a Deus. A oração dará ao doente confiança permanente; e muitas vêzes se seu caso é levado ao Grande Médico em confiança humilde, isto fará mais do que tôdas as drogas que se possam ministrar. — Pág. 324.

Em conclusão, desejo deixar convosco uma alta nota de ânimo extraída de Parábolas de Jesus:

Colaborando a vontade do homem com a de Deus, ela se toma onipotente. Tudo que deve ser feito a Seu mando pode ser cumprido por Seu poder. Tôdas as Suas ordens são promessas habilitadoras. — Pág. 333.