Eis um assunto inesgotável, que bem pode ser considerado sob vários aspectos.
A esposa do pastor é responsável pelos dons que possui e conforme a irmã White opina, somos inclinados a pensar: que ser esposa de pastor é um talento em si, pois ela disse: “Repousa sobre a mulher do ministro uma responsabilidade a que ela não deve, nem pode levianamente eximir-se. Deus há de requerer dela o talento que lhe foi emprestado, com usura. Cumpre-lhe trabalhar fiel e zelosamente em conjunto com o marido para salvar almas. (Obreiros Evangélicos, pág. 198)
Uma esposa de pastor deve, portanto, proceder com cautela para descobrir qual é o seu lugar e quais as suas responsabilidades.
Conta-se que mais de um pastor já foi rejeitado, para assumir maiores responsabilidades, por causa de sua esposa. Se isto for verdade, então cada esposa deveria examinar-se a si mesma para saber se representa uma parte ativa ou passiva na vida de seu esposo.
“A esposa do ministro pode fazer muito, se quer. Se for dotada de espírito de sacrifício e tiver amor pelas almas, poderá fazer com ele outro tanto de bem.” (Obreiros Evangélicos, pág. 197)
Amparada pelo poder de Deus, ela serve de refrigério ao marido, fornecendo-lhe, dia a dia, o necessário estímulo para o trabalho. Se ele é o sacerdote da família, ela é sua coadjutora. Ela participa do labor pastoral, talvez encobertamente. Ela é vista em toda parte da igreja onde há alguma coisa a ser feita.
Lemos no excelente livro da irmã White, que está sendo traduzido,”The Adventist Home” — O Lar Adventista, na página 231, o seguinte: “A mulher devia preencher a posição que Deus originalmente designou para ela — igual a do marido .. . Podemos dizer, sem errar, que os deveres da mulher são mais sagrados, mais santos do que os do homem”. E na página 139 de Testemunhos Vol. I, “Elma esposa não santificada é a maior maldição que um ministro pode ter”. São palavras deveras duras, mas sendo que depende de nós sermos uma bênção ou uma maldição, vamos no temor de Deus nos esforçar e estudar como nos tornarmos uma bênção, cada vez maior, para o nosso marido, filhos e os demais que nos rodeiam.
A esposa do pastor deve reconhecer a grande influência que ela exerce sobre todos, e, particularmente, sobre o seu marido. Ela que reveste seu esposo de certo poder e prestígio. Também ela serve de molde para a igreja e ao mundo que a rodeia.
Disse alguém: “É difícil ser esposa de pastor”, entretanto sabemos que nada é difícil para quem se apoia em Deus.
Lemos em “Obreiros Evangélicos”, na página 198 e 199: “As esposas dos ministros devem viver uma vida devota e de oração. Se tão somente se apoiassem confiantemente em Deus e concentrassem em Jesus suas afeições, recebendo sua vida de Cristo, a videira viva, que soma de bem não poderiam elas realizar, que auxílio poderiam ser a outros, que apoio para seus maridos! E que recompensa não seria a sua afinal! Bem está serva boa e fiel, — havia de lhes soar qual música dulcíssima aos ouvidos. As palavras: ‘Entra no gozo do teu Senhor’ — Pagá-las-iam mil vezes de todos os sofrimentos e provações suportadas para salvar preciosas almas”.
“A esposa de pastor pode-lhe ser um grande auxílio em procurar tornar-lhe leves as responsabilidades” ao participar com ele nos trabalhos da igreja. A esposa do pastor deve saber fazer amizades. Ela não deve falar demais. Não expressar os seus desejos com ênfase, pois entrará em choque com outros. Não dar a impressão que domina seu esposo. Não dar opinião sem ser solicitada. Não contar o que lhe confiam quando vêm buscar seu conselho e sua ajuda. Não contar o que se passa em seu lar.
Deve animar o seu esposo quando ele se sente desanimado; consolá-lo quando abatido e encorajá-lo a levantar os olhos e confiar plenamente em Deus quando sua fé vacilar.
Deve ser tudo para todos e sentir-se bem, tanto em companhia de pessoas cultas, como de incultas; de ricos, como de pobres.
Deve lembrar-se de que não é a “grande dama da igreja” mas que foi posta ali para “servir e não para ser servida”.
Ela procura cultivar a paciência, o tato, o espírito de adaptabibdade e a hospitalidade, e acima de tudo, deve amar os membros da igreja.
A espôsa do pastor deve saber sacrificar seus desejos particulares, suas vontades, seus planos, seu conforto, finalmente, o seu próprio Eu. Mas a recompensa é grande também.
“Certo pastor, com sua família, estava por sair de uma cidade, onde havia sido seu primeiro campo de trabalho e foi despedir-se de uma irmã idosa.
— “Bem”, disse ela, “creio que logo vão arrumar suas malas”.
— “Oh! sim,” respondeu êle; “de fato, já empacotados quase tudo”.
— “Há uma coisa que o senhor não poderá empacotar, que há de deixar atrás quando fôr”, observou a anciã.
— “Que será?”
— “O senhor não poderá empacotar a sua boa influência”, apressou-se ela a dizer.
Verdadeiramente o pastor, sua espôsa e filhos exercem uma grande influência em suas relações com os coobreiros, os membros da igreja e os vizinhos do lugar onde moram. Quão cuidadosos devíamos ser para que a nossa influência sempre fôsse o que deveria ser.