Que torna grande o pregador — A eloquência, o conhecimento, a pregação, a técnica administrativa, ou a piedade?
Aqui aparece uma breve exposição da necessidade de constante renovação espiritual, a qual é a única que pode controlar, dirigir e tornar frutífera tôda a nossa experiência missionária.
Através dos anos, em nossas instituições evangelísticas tem-se dado muita ênfase a métodos, implementos e técnicas. Salientamos os importantes tópicos: Organizar para maior eficiência, escolher a melhor localização evangelística, a propaganda, como conseguir maior assistência, a importância da música etc.
Todos êstes são pontos de importância capital, e todo evangelista de êxito procurará assenhorear-se dêles e de outros bons métodos e técnicas que concorram para facilitar o sempre crescente programa de evangelização. Entretanto, chegou o tempo de que, em acréscimo a tôdas essas coisas, um reavivamento espiritual como nunca se aposse do ministério.
Elma grande e solene verdade foi confiada aos embaixadores de Deus. Êles precisam ser revestidos do poder do Espírito Santo para cumprir adequadamente com esta responsabilidade.
Muitos preocupam-se com a eloqüência, elaborando esmerados discursos, que manifestam o eu mas não engrandecem a Cristo. E grande parte da verdade fica perdida e é ineficaz para transformar vidas, devido a estar faltando o poder do Espírito de Deus. Diz Ellen G. White: “A teoria da verdade sem vital piedade não pode remover as trevas morais que envolvem a alma”. — Testimonies, Vol. 4, pág. 134. Há algo que é muito mais essencial do que um cabal conhecimento da mensagem e do que possuir inata habilidade para falar com invulgar erudição.
“Cristo apresentava a verdade em sua simplicidade; e Êle alcançava não só os homens mais elevados, mas também os mais humildes da Terra. O ministro que é embaixador de Deus e representante de Cristo na Terra, que se humilha para que Deus seja exaltado, possuirá a genuína qualidade da eloqüência. Verdadeira piedade, íntima comunhão com Deus, e uma diária e viva experiência no conhecimento de Cristo, tornarão eloqüente até mesmo a língua que gagueja.” — Ibidem.
Muitos de nós deveriam pois encorajar-se. Embora não tenhamos o dom da oratória ou a fluência de linguagem que alguns outros possuem, se mantivermos íntima comunhão com Deus, se possuirmos verdadeira piedade e uma diária e viva experiência no conhecimento de Deus, estará ao nosso alcance uma genuína espécie de eloqüência que pode ser vista pelos homens, mesmo que não a ouçam.
“A comunhão vital com o Pastor-chefe tornará o subpastor um vivo representante de Cristo, uma autêntica luz ao mundo. A compreensão de todos os pontos de nossa fé é deveras essencial, mas é muito mais importante que o ministro seja santificado pela verdade que êle apresenta com o objetivo de iluminar a consciência de seus ouvintes. . . .
“Precisamos de um ministério convertido; do contrário as igrejas levantadas por seus esforços, não possuindo raiz em si mesmas, não serão capazes de permanecer em pé sozinhas.” — Idem, pág. 315.
Cristo, Aquêle que escolheu o ministro; Aquêle “que conhece o coração de todos os homens, dar-lhe-á língua e expressão, para que possa proferir, no momento certo e com poder, as palavras que deve proferir. E aquêles que ficam verdadeiramente convictos do pecado, e encantados com o Caminho, a Verdade e a Vida, terão o suficiente que fazer para não elogiar e enaltecer a habilidade do ministro. Cristo e Seu amor serão exaltados acima de qualquer instrumento humano. O homem será perdido de vista porque Cristo é engrandecido e constitui o tema de reflexão.” — Idem, pág. 316.
As aptidões e qualificações que os homens possuem por si sós não ganham almas. Se o fizessem, muitos que agora se regozijam na luz da verdade ainda estariam nas trevas do êrro.
Os homens que Cristo escolheu não eram todos indivíduos de grande talento ou oradores eloqüentes. Eram homens humildes. Estavam dispostos a submeter-se a Cristo e almejavam uma diária e viva experiência nas coisas de Deus. E tornaram-se eloqüentes ganhadores de almas.
O mundo hoje necessita de homens que estejam dispostos a consagrar a vida e os talentos a Deus. Homens que se humilharão a si mesmos para que Deus possa ser exaltado e êles possam ser dotados desta genuína espécie de eloqüência. Então nos tornaremos poderosos instrumentos nas mãos de Deus para a terminação de Sua obra.
Permita Deus que cada um de nós receba esta grande bênção!