“A obra médico-missionária não deve em hipótese alguma ser divorciada do ministério evangélico. O Senhor declarou que os dois se acham tão intimamente ligados como o está o braço ao corpo”
Numa visão concedida a Ellen White, em 06/06/1863, na cidade de Otsego, Michigan, o Senhor tornou conhecidos os princípios de saúde que deviam ser adotados pela Igreja Adventista. Pouco mais de dois anos depois, em Rochester, no dia 25/12/1865, ela recebeu outra visão na qual, entre outras coisas, lhe foram dadas informações mais explícitas sobre a maneira pela qual a igreja devia coordenar a reforma de saúde com a mensagem do evangelho. Dessa última visão, brotou o entendimento de que Deus chamava a jovem igreja para avançar e estabelecer uma instituição adventista de saúde.
Havia riscos no caminho desse empreendimento e, de acordo com Herbert Douglass, alguns pioneiros chegaram a ponderar: “Como podemos, com nossos recursos limitados, adquirir e administrar uma instituição de saúde?… A comissão… orou a respeito do assunto e disse: Assumiremos o empreendimento, aventurando a fazer o que diz o testemunho, embora nos pareça uma carga pesada para erguermos’” (Mensageira do Senhor, p. 303, 304).
Superados os temores e apreensões iniciais, e em resposta ao veemente apelo de Ellen White, num sermão apresentado no sábado da assembléia da Associação Geral, em 19/05/1866, a liderança decidiu criar a instituição, que começou a funcionar no dia 5 de setembro, com o nome de Instituto Ocidental da Reforma de Saúde. Ainda de acordo com Douglass, basicamente, a instituição devia ser financeiramente independente, embora seu objetivo não fosse o lucro, devia ser um centro de restauração emocional, manter elevados padrões espirituais e encaminhar os pacientes para “apreciar mais claramente as coisas eternas” (Ibid., p. 304).
Dado aquele primeiro passo, atualmente a Igreja Adventista tem na promoção da saúde integral parte fundamental de sua mensagem, fazendo isso a partir do púlpito, no trabalho pessoal e nas instituições médicas espalhadas pelo mundo.
Missão inalterada
Desde então, o mundo mudou consideravelmente; a ciência progrediu atingindo níveis talvez nunca imaginados. Há excelentes perspectivas relacionadas ao futuro. Apesar disso, a missão das instituições médicas adventistas continua a mesma: primordialmente, aliviar o sofrimento e curar o ser humano, procurando resgatá-lo para o reino de Deus. E é certo que, ao priorizarem a salvação de homens e mulheres que procuram alívio para dores físicas e emocionais, essas instituições serão plenamente envolvidas pela bênção de Deus.
Ellen White é clara quanto à missão das instituições adventistas de saúde: “Toda instituição estabelecida pelos adventistas do sétimo dia deve ser para o mundo o que foi José para o Egito, e o que Daniel e seus companheiros foram para Babilônia… Cumpria-lhes ser representantes de Jeová… Igualmente devem as instituições estabelecidas pelo povo de Deus glorificar-Lhe o nome. O único modo pelo qual podemos satisfazer-Lhe a expectativa é ser representantes da verdade para este tempo. Deus deve ser reconhecido nas instituições estabelecidas pelos adventistas do sétimo dia. Por meio delas, a verdade para este tempo deve ser apresentada perante o mundo com poder convincente” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 219, 220).
E mais: “A obra médico-missioná-ria não deve em hipótese alguma ser divorciada do ministério evangélico. O Senhor declarou que os dois se acham tão intimamente ligados como o está o braço ao corpo. Sem essa união, parte alguma da obra é completa. A obra médico-missionária é o evangelho ilustrado” (Conselhos Sobre Saúde, p. 524).
“Cumpre-nos trabalhar tanto pela saúde física, como pela salvação da pessoa. Nossa missão é a mesma de nosso Mestre, de quem está escrito que andou fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo. Acerca de Sua própria obra, diz Ele: ‘O Espírito do Senhor Jeová está sobre Mim, porque o Senhor Me ungiu para pregar boas novas aos mansos.’ ‘Enviou-Me a curar os quebranta-dos de coração, a apregoar liberdade aos cativos, e dar vista aos cegos; a pôr em liberdade os oprimidos.’ Ao seguirmos o exemplo de Cristo, de trabalhar pelo bem dos outros, despertaremos o interesse deles no Deus a quem amamos e servimos” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 225).
“Temos de animar os doentes e sofredores a olharem a Jesus, e viver. Mantenham os obreiros a Cristo, o grande Médico, constantemente diante daqueles a quem a doença física e espiritual levou ao desânimo. Encaminhai-os Àquele que é capaz de curar tanto a doença do corpo como a da alma. Falai-lhes dAquele que Se comove diante de suas enfermidades. Animai-os a se colocarem sob o cuidado do que deu Sua vida a fim de tornar possível que eles tenham a vida eterna. Falai de Seu amor; falai de Seu poder para salvar” (A Ciência do Bom Viver, p. 144).
“Na providência do Senhor posso ver que a obra médico-missionária deve ser uma grande cunha de penetração por meio da qual a pessoa enferma pode ser alcançada” (Conselhos Sobre Saúde, p. 535).
Operação impacto
Esse propósito tem impulsionado as instituições de saúde no território da Divisão Sul-Americana, tornando marcante a participação delas no “Projeto Esperança”. Rotineiramente, equipes formadas por médicos, enfermeiros e capelães dessas instituições realizam atividades tais como visitas em apartamentos, com o objetivo de levar conforto e esperança aos pacientes e familiares, ou eventos como semanas de prevenção de acidentes, orientação familiar, qualidade de vida, entre outros temas, buscando alcançar fornecedores, amigos da instituição, familiares e seus pacientes. É importante ressaltar que há um aparelho de TV em cada aposento, através do qual é possível sintonizar a Rede Novo Tempo com suas mensagens de esperança. Algumas equipes atuam em programas de saúde nas diversas igrejas, durante os fins de semana.
Contudo, com o “Projeto Esperança”, o trabalho tem se tornado agradavelmente intenso. Desde a primeira investida, em 2008, com a experiência adquirida a cada participação, os servidores desse ministério têm se envolvido no projeto, com disposição, eficiência e criatividade, a fim de cumprir seus ideais. Exibição de DVDs institucionais e contendo orientações sobre saúde, exposição de outdoors, distribuição dos livros e revistas contendo a mensagem da bendita esperança são algumas das formas de participação.
Neste ano, todos estiveram unidos ao projeto “Tempo de Esperança”, utilizando os mesmos recursos audiovisuais e distribuição de literatura contendo mensagens específicas a respeito do sábado, como tempo especial de esperança dentro do plano de Deus para que o homem possa desfrutar comunhão plena com Ele.
Os resultados estão aparecendo. Pessoas têm se mostrado dispostas a estudar a Palavra de Deus e os capelães se mobilizam para estabelecer classes bíblicas. Em alguns hospitais, elas já estão em pleno funcionamento, alcançando servidores não adventistas, pacientes e respectivos familiares. Batismos numericamente expressivos também têm sido realizados.
Não há dúvida de que Deus está concedendo às instituições adventistas de saúde da Divisão Sul-Americana, oportunidade áurea de participar de um projeto que oferece, de maneira simples, atraente e eficaz, um convite de esperança e salvação a pessoas que delas necessitam. Isso está bem de acordo com o conselho de Ellen White: “Em todos os seus departamentos, nossos sanatórios [hospitais] devem ser monumentos a Deus, instrumentos Seus para semear a semente da verdade no coração” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 225, 226).
Sob a direção e o poder de Deus, e a inspiração do Espírito Santo, a missão será cumprida para Sua honra e glória.