Não há coração tão seco que não possa ser reavivado pelo amoroso chamado do Espírito Santo.
Há mais de 40 anos, em uma escavação feita na isolada montanha de Massada, situada no deserto da Judeia, ao lado do Mar Morto, foi encontrado um punhado de sementes com mais de 2 mil anos de existência.
Duas décadas depois, uma pesquisadora e bióloga decidiu fazer uma experiência. Ela colocou uma dessas sementes na água quente, depois a mergulhou em um composto rico em nutrientes, enzimas e fertilizantes e a pôs dentro de um vaso. Seis semanas depois, viu surgir naquela terra um pequeno caule verde. A semente, que era de uma tamareira, recebeu o nome de “Matusalém”. Atualmente essa árvore tem mais de três metros!
Desde 2019, estão sendo plantadas muitas sementes de tamareira do deserto da Judeia, salvando a planta da extinção. Pelo fato de várias delas serem fêmeas, os pesquisadores estão utilizando os grãos de pólen de Matusalém para polinizá-las. Uma delas, chamada Hannah, chegou a dar tâmaras em 2021 (http://link.cpb.com.br/70afaf).
Existe vida latente em uma semente. Ellen White escreveu: “Toda semente tem em si um princípio germinativo. Nela está contida a vida da planta” (Parábolas de Jesus, p. 15). Esse princípio ativo é tão poderoso que é capaz de germinar mesmo após a semente estar enterrada durante mais de 2 mil anos em um dos terrenos mais áridos do planeta.
As parábolas de Jesus estão cheias de alusões às sementes. Observe, por exemplo, a parábola do semeador (Mc 4:1-20). A história descreve os desafios de alguém cujo trabalho é lançar sementes. Uma boa parte delas se perde por várias razões: as aves, os espinhos e o solo pedregoso – coisas familiares para quem mexe com o solo. Mas nenhum semeador deveria ficar desencorajado diante dos infortúnios da perda de sementes: ele precisa aprender a contar com isso. Com persistência e esforço, cada semeador pode conseguir uma colheita de sucesso.
A semente é a Palavra de Deus, que cai em diferentes tipos de solos, os quais representam o coração humano. Se o solo é árido ou cheio de ervas daninhas, provavelmente a semente não germinará imediatamente ou não dará muito fruto. Mas, se a semente cair em terreno fértil e propício, produzirá uma colheita abundante.
Uma outra parábola descrita em Marcos 4:26-29 ressalta ainda que o lavrador não precisa se preocupar com o que vai acontecer com a semente. Há tanta força nela que, na hora certa, produzirá seus frutos. O semeador faz a semente cair na terra e realiza suas atividades diárias, dormir e acordar, sem se preocupar com o crescimento da semente. Por que esse aparente descuido? Porque sabe que não há nada que ele possa fazer para a semente brotar. Há nela um poder latente que, finalmente, gerará a vida.
Caro pastor, não há coração tão seco que não possa ser reavivado pelo amoroso chamado do Espírito Santo. Existe vida na Palavra de Deus, que germinará se lhe dermos uma pequena oportunidade.
Onde estaria, então, uma das chaves do reavivamento tão almejado? A chave está em semear a Palavra de Deus no coração. Espalhe cada dia essa preciosa semente, de tal maneira que renda “a cem por um” e você verá que “a terra por si mesmo frutifica: primeiro aparece a planta, depois, a espiga,
e, por fim, o grão cheio na espiga” (Mc 4:28).
MARCOS BLANCO, editor da revista Ministério, edição em espanhol