(Documento aprovado pelo Concilio Ministerial Consultivo e pela Comissão da Divisão Interamericana.)

Os pastores reunidos no primeiro Concilio Ministerial Consultivo da Divisão, constrangidos pela solenidade dos tempos finais em que vivemos e pela tremenda tarefa que resta cumprir, de pregar o evangelho “até aos confins da Terra”1 e de preparar uma igreja “sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito”2, sentiram a enormidade da responsabilidade e reconheceram a futilidade dos esforços humanos sem a habilitação do poder divino. Ao mesmo tempo, recordaram as maravilhosas promessas de ajuda através do Espírito Santo, que conferirá poder para terminar gloriosamente a pregação do evangelho e a preparação da igreja.

Fazem chegar, portanto, a todo o ministério um urgente chamado para efetuar uma profunda rededicação e reconsagração, em forma de uma entrega total da vida a nosso Senhor Jesus Cristo que dê como fruto um ministério que siga “o exemplo e os passos de Jesus”3, pois “quando Cristo habita o coração, a alma de tal modo se encherá de Seu amor e do gozo da comunhão com Ele, que a Ele se apegará; e em Sua contemplação será esquecido o próprio eu”.4

Aconselhamos estudar com oração os seguintes assuntos, que merecem cuidadosa reflexão e cuja cabal compreensão e prática conseqüente produzam no ministério o necessário e urgente reavivamento de que necessitamos.

Artigos Gerais

1. O Ministério é Uma Obra Sagrada

O ministério não é outra profissão, não é uma maneira de ganhar a vida, não é a forma de alcançar comodidades, posições ou fama. O ministro é chamado por Deus,5 escolhido por Cristo.6 É constituído ministro.7 Recebeu seu ministério de Cristo.8

O Espírito de Profecia salienta o caráter sagrado do ministério:

“O ministro, como coobreiro de Cristo, terá profundo sentimento da santidade de sua obra”.*

“O ministro ocupa em face do povo, o lugar de porta-voz de Deus, e tem de representar o Senhor em pensamento, palavra e ação”.10

“Vós sois embaixadores de Cristo, para proclamar Sua mensagem de salvação”. 11

“O ministério evangélico não deve sofrer apoucamento. … A mais elevada de todas as obras é o ministério, em seus vários ramos. … Não há obra mais abençoada por Deus do que a do ministro evangélico”.12

“Os ministros de Cristo são os guardas espirituais do povo confiado ao seu cuidado”.13

Em todo momento e em todo lugar, o ministro recordará que é um subpastor, representando com suas palavras, conduta, aparência pessoal e comportamento o “Supremo Pastor”.15

2. Os Verdadeiros Motivos

Convém analisar-se com honestidade e perguntar a si mesmo: Por que estou no ministério? A atividade e o êxito aparente não provam nada, pois “o Senhor não vê como vê o homem”. 16

Quais são os motivos corretos? Em primeiro lugar, a profunda convicção de haver sido chamado por Deus, O qual levou Paulo a dizer: “Paulo, apóstolo, não da parte de homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo .. .”17 Em segundo lugar, a divina compulsão que levou Jeremias a exclamar: “Quando pensei: Não me lembrarei dEle e já não falarei no Seu nome, então isso me foi no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos; já desfaleço de sofrer, e não posso mais”.18 Esse mesmo senso de santa obrigação e urgência foi expresso por Paulo: “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação, porque ai de mim se não pregar o evangelho!”19. O grande motivo deve ser o profundo amor a Cristo: “Pois o amor de Cristo nos constrange”.20 “Os que se sentem constrangidos pelo amor de Deus, não perguntam quão pouco deverão dar para satisfazer às exigências de Deus; não indagam qual a mais baixa norma, mas aspiram à perfeita conformidade com a vontade de seu Redentor. Com um sincero desejo renunciam a tudo, manifestando um interesse proporcional ao valor do objeto que buscam. Uma profissão de Cristo sem este profundo amor, é mero palavreado, formalidade vã, pesada e desagradável tarefa”.21

Nenhum outro motivo é digno na causa de Deus. “Eles não devem trabalhar por causa do salário, mas por não poderem fazer de outra maneira, visto compreenderem que há um ai sobre eles se deixarem de pregar o evangelho”.22

Oxalá se possa dizer de cada ministro: “O amor de Cristo… [é] a mola de … [suas] ações”!23

3. Limpos de Pecado

O pecado arruinou o glorioso destino de Adão e Eva. O pecado separa de Deus, escraviza e produz morte espiritual e eterna. Se o pecado produz graves conseqüências nos indivíduos, essas conseqüências são muito mais graves num ministro; opróbrio, ignomínia, fracasso e derrota são o fruto amargo. “Os homens podem ter excelentes dons, boas aptidões, qualidades esplêndidas; um defeito, porém, um pecado secreto nutrido, demonstrar-se-á para o caráter o que a prancha carcomida pelo verme é para o navio — completo desastre e ruína!”24

O ministro jamais deve depreciar o poder da tentação, mas estar constantemente de sobreaviso, porque “aquele que pensa estar em pé, veja que não caia”.25 “Muito homem brinca com o mal, julgando que o pode deixar quando lhe aprouver; mas é engodado mais e mais, até que se encontra dominado por uma vontade mais forte que a sua própria”.26

O ministro evitará os pecados comuns, mas estará constantemente de sobreaviso contra os pecados sutis do espírito: inveja, ciúme, amargura, ódio, discriminações, críticas mordazes, juízos precipitados. Também há os pensamentos pecaminosos e as perigosas quedas causadas pela lascívia, pelo amor ao dinheiro e pela deslealdade.

Cumpre lembrar que pequenas concessões e descuidos podem conduzir imperceptivelmente a grande quedas. Outro perigo é assinalado por Salomão: “Se caíste, foi porque te enalteceste”. 27

A mensagem aos ministros é: “Retirai-vos, retirai-vos . .., não toqueis coisa imunda; . .. purificai-vos, os que levais os utensílios do Senhor”.28 Não permitamos que o pecado habite em nós. Desempenhemos nossas sagradas funções “levantando mãos santas”, e “em todo tempo sejam alvas as tuas vestes”.30

Deve-se ajustar diariamente as contas com Deus. Não permitir que pecados de qualquer índole envenenem a alma e prejudiquem o sagrado ministério. Deve-se reconhecer humildemente os pecados, arrepender-se, confessar, e será obtida a doce segurança do perdão.

4. Relações Mútuas

As relações com o próximo influem sobre a vida espiritual. Seis dos Dez Mandamentos têm que ver com essas relações, e no “Pai Nosso” Jesus ensinou: “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores”.31 No Sermão da Montanha Jesus proclamou a famosa Regra Áurea: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a lei, e os profetas”.32

Ele proíbe julgar o próximo,33 e recomenda a reconciliação com os adversários.34 Várias vezes Jesus estabeleceu o dever cristão de amar a Deus e de amar o próximo.

Para o ministro, as relações interpessoais são vitais, não somente como medida de seu cristianismo, mas também como medida de sua capacidade profissional, pois as relações humanas constituem seu verdadeiro trabalho. O ministro se relaciona com seus familiares no lar, com os membros da igreja, com os inconversos, com os dirigentes, com os colegas de trabalho, com amigos da verdade e com oponentes da causa, com adultos, anciãos, jovens e crianças.

Muitos problemas difíceis e embaraçosos têm sua raiz na incapacidade de relacionar-se com os outros. Fazem-se custosas mudanças e transferências porque alguns não aprenderam a colaborar juntos e a resolver seus problemas pessoais.

Por isso, como parte indispensável da reconsagração, é imperiosa a necessidade de endireitar toda desavença, mal-entendido, desafeto ou aversão. Para tanto, tem-se de aprender a perdoar, se necessário, “até setenta vezes sete”,35 sem guardar rancor, desejos de vingança, nem recordações das ofensas. Também é mister aprender a humilhar-se e pedir perdão quando se ofendeu a alguém.36

Cada dia devemos pedir graça e sabedoria em nosso trato com todos, recordando que, como obreiros, ninguém deve buscar “o seu próprio interesse; e, sim, o de outrem”37, e que o Deus a quem servimos “não é de confusão; e, sim, de paz”.38 Diz o Espírito de Profecia: “Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio-próprio, indulgência e simpatia. . .. Tão fraca, ignorante e sujeita ao erro é a natureza humana, que todos devemos ser cautelosos na maneira de julgar o próximo. … O que fazemos ou dizemos pode parecer-nos de pouca importância, quando, se nossos olhos se abrissem, veríamos que daí resultam as mais importantes conseqüências para o bem ou para o mal”.3’ Peçamos ao Senhor que “toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda a malícia” sejam afastadas de nós. “Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou”.40

5. Vida Devocional

Como representantes, embaixadores e testemunhas de Cristo, é indispensável que estejamos em íntima e constante relação com Jesus. A obra do ministro é de tal natureza que seus melhores esforços não são suficientes. Esta tremenda batalha “contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”,41 é travada, “não por força nem por poder, mas pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos”.42 Por isso, o ministro “compreende sua necessidade de forças de cima”.43 “Ao ativar o inimigo o ataque contra ele, volve à Fortaleza em busca de socorro”.44 “O Salvador tem de ser a eficiência [dele]”.45

Esta relação constante com Cristo, fonte de sabedoria e de força para a luta, é obtida mediante dinâmica e fervorosa vida espiritual e devocional. “O Senhor necessita de homens de vida espiritual intensa.”46

Isso é absolutamente indispensável porque a graça divina é “o grande elemento do poder salvador; sem ela, todo o esforço humano é inútil”.47

“Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Devemos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito. Se nos queremos salvar afinal, teremos de aprender a lição de arrependimento e humilhação aos pés da cruz. … Se somos de Cristo, nossos mais gratos pensamentos serão em tomo dEle. Teremos prazer em falar a Seu respeito; e ao falarmos uns aos outros em Seu amor, nosso coração será abrandado por influências divinas. Contemplando a beleza de Seu caráter, seremos ‘transformados de glória em glória na mesma imagem’”.48

A vida devocional se nutre em três fontes inesgotáveis:

a) O estudo da Bíblia. A Bíblia é a verdade. Contém poder para transformar o caráter. Indica o caminho para a vida eterna. É a espada para combater o erro. Declara o Espírito de Profecia: “Os ministros que quiserem ser obreiros eficientes quanto à salvação das almas, têm de ser estudantes da Bíblia, e homens de oração. É pecado negligenciar o estudo da Palavra, ao mesmo tempo que se tenta ensiná-la a outros”.49 Não existe melhor meio de habilitação espiritual e profissional, pois “a Bíblia é o melhor livro do mundo para comunicar cultura intelectual. Seu estudo ativa a mente, robustece a memória e aguça o intelecto mais do que o estudo de quantas matérias abrange a filosofia humana”.50

Por isso deve-se lê-la diariamente, tanto em forma devocional como estudando-a profundamente.

b) A oração. O ministro enfrenta diariamente perplexidades, problemas, dúvidas, enfermidades e todo tipo de dificuldades próprias e alheias capazes de quebrantá-lo física e psicologicamente. Necessita de, conselho, alívio e sabedoria. “A oração põe a alma em imediato contato com a Fonte da vida, e fortalece os nervos e músculos da vida religiosa. … A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual”.81 “Todos os que desejem ser obreiros eficientes devem dedicar muito tempo à oração. A comunicação entre Deus e a alma tem de manter-se livre, a fim de os obreiros poderem reconhecer a voz de seu Comandante”.82

c) O Espírito de Profecia. O Espírito de Profecia é a luz menor que conduz à luz maior. Em Seu amor, Deus concedeu a Seu povo e a Seus ministros conselhos inspirados que abrangem todos os problemas pastorais e evangelísticos enfrentados pelos obreiros. A melhor receita para todos os problemas pastorais e evangelísticos é: “Crede no Senhor vosso Deus, e estareis seguros; crede nos Seus profetas, e prosperareis”.83

d) Devoção Diária. A atividade devocional às vezes é esporádica ou tem sido sacrificada no altar da labuta, com o resultado de que “não pode o obreiro alcançar êxito enquanto se apressa em suas orações, e sai à disparada para tratar de alguma coisa que teme possa vir a ser negligenciada ou esquecida. . .. Logo fica cansado. Não sente a influência elevadora e inspiradora do Espírito de Deus. … O corpo exausto e a mente cansada não são refrigerados pelo contato pessoal com Cristo”.84Para o ministro, as relações interpessoais são vitais, não somente como medida de seu cristianismo, mas também como medida de sua capacidade profissional, pois as relações humanas constituem seu verdadeiro trabalho.

“Negligenciai o exercício da oração, ou a ela vos dediqueis de quando em quando, com intermitências, segundo pareça conveniente, e perdereis vossa firmeza em Deus. As faculdades espirituais perdem sua vitalidade, a experiência religiosa carece de saúde e vigor”.55

O estudo da Bíblia, o Espírito de Profecia e a oração devem ser a mais importante atividade diária do pastor. Necessita dedicar a melhor hora de cada dia para estreitar sua relação com Deus. “Os mensageiros de Deus devem demorar-se longamente com Ele, se querem ter êxito em sua obra”.56 “Precisamos de nos converter diariamente. Nossas orações devem ser mais fervorosas; serão então mais eficazes”.57 “Minha mensagem aos ministros, jovens e velhos, é esta: Mantende ciosamente vossas horas de oração, de estudo da Bíblia, de exame de vós mesmos. Separai uma parte de cada dia para o estudo das Escrituras e a comunhão com Deus. Assim obtereis força espiritual, e crescereis no favor de Deus”.58 “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disto vossa primeira tarefa. Seja vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti’. Esta é uma questão diária. Cada manhã consagrai-vos a Deus para esse dia. Submetei-Lhe todos os vossos planos, para que se executem ou deixem de se executar, conforme o indique a Sua providência. Assim dia a dia podereis entregar às mãos de Deus a vossa vida, e assim ela se moldará mais e mais segundo a vida de Cristo”.59

O obreiro recordará que além de sua devoção pessoal, como chefe espiritual de sua família, dirigirá diariamente o culto familiar, que é indispensável para que seu lar seja um exemplo e para que sua esposa e seus filhos tenham íntima comunhão com Deus.

6. Reavivamento e Reforma

A igreja necessita de reavivamento e reforma? É evidente que o povo de Deus não terminou sua tarefo de pregar o evangelho, nem está preparado para a trasladação. A igreja jaz em lamentável condição espiritual descrita na mensagem a Laodicéia. O Espírito de Profecia menciona os seguintes males existentes na igreja: paralisia espiritual, letargia espiritual, cegueira espiritual, sequidão espiritual e morte espiritual.** “É uma solene declaração que faço à igreja, de que nem um entre vinte dos nomes que se acham registados nos livros da igreja, está preparado para finalizar sua história terrestre. … Vivendo como pecadores e alegando ser cristãos!”61

O ministério necessita de reforma? A condição da igreja também inclui os ministros e obreiros. “Deus apresenta contra os ministros e o povo uma forte acusação de debilidade espiritual. . .. Em muitos corações parece haver apenas um bafejo de vida espiritual”.*2

Na realidade, Deus responsabiliza o ministério pela condição da igreja, ao dizer por intermédio de Oséias: “Como é o povo, assim é o sacerdote”.63

O Espírito de Profecia faz um apelo direto aos ministros: “Ministros, por amor de Cristo, começai a trabalhar por vós mesmos”.*4 “Quando os ministros reconhecem a necessidade de completa reforma em si mesmos, quando sentem que devem alcançar uma norma mais elevada, sua influência sobre as igrejas será soerguedora e purificadora”. 65

Urgência do Reavivamento e da Reforma

Tanto a Bíblia como o Espírito de Profecia e os dirigentes mundiais da igreja fazem urgentes apelos para reavivamento e reforma.

O apelo de Deus na Bíblia:

“Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus”. **

“Tocai a trombeta em Sião, e dai voz de rebate no Meu santo nome; . . . porque o dia do Senhor, já está próximo. .. . Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a Mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, com choro e com pranto. Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus. … Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, reuni os filhinhos. … Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o pórtico e o altar, e orem: Poupa o Teu povo, ó Senhor”.*7

O apelo do Espírito de Profecia:

“Necessitamos de uma reforma completa em todas as nossas igrejas. O convertedor poder de Deus deve penetrar na igreja. Buscai ao Senhor com todo o fervor, abandonai vossos pecados. … Não adieis o dia do preparo”.*’ “A maior e mais urgente de todas as nossas necessidades é um reavivamento da verdadeira piedade entre nós. Buscá-lo deve ser nosso primeiro tra-balho. É chegado o momento para que se efetue uma reforma completa. … Tem que ter lugar um reavivamento e reforma, sob o ministério do Espírito Santo”.*’

O apelo dos dirigentes da igreja:

O presidente da Associação Geral, uma vez após a outra repete seu apelo a arrependimento, reavivamento e reforma. A Comissão da Associação Geral amiúde aprova apelos no mesmo sentido.

O Reavivamento

“Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual”.70

Disse S. Paulo ao falar dessa experiência:

“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.71

Reavivamento significa encontrar uma solução para os problemas de sequidão, letargia, cegueira e morte espiritual, que segundo a pena inspirada oprimem a igreja. Significa receber o colírio, o ouro e as vestiduras brancas que a Testemunha Fiel oferece a Laodicéia. Significa abrir a porta do coração e receber a Jesus como hóspede permanente. Para isso é mister erradicar o pecado e consagrar-se a Deus cada manhã até obter uma renovação da vida espiritual.

A Reforma

“Reforma significa reorganização, mudança de idéias e teorias, hábitos e práticas”.72

Que espécie de reforma necessitamos?

a) Em atividade missionária, muito maior participação da igreja na terminação da obra.

b) Na reforma pró-saúde, pôr em prática os conhecimentos que Deus nos tem dado a respeito do viver saudável.

c) Nos hábitos de recreação.

d) No vestuário e na aparência pessoal.

O Perigo das Falsas Reformas. Em todas as épocas, quando Deus produziu reavivamento e reforma na igreja, Satanás contra-atacou, realizando uma falsa reforma ou um falso reavivamento. O mesmo perigo existe agora:

“Desperte do sono o povo de Deus, e inicie com fervor a obra de arrependimento e reforma; investigue as Escrituras para aprender a verdade como é em Jesus; faça uma consagração completa a Deus, e não faltarão evidências de que Satanás ainda se acha em atividade e vigilância”.73

Notemos algumas características pelas quais se pode reconhecer um falso reavivamento e uma falsa reforma.

1. Um traço muito comum nos falsos movimentos de reforma é o espírito de discórdia e crítica destrutiva, especialmente dos dirigentes.

2. Os dirigentes desses movimentos procedem com astúcia e engano em seus labores.

3. Fanatismo que se manifesta em muitas maneiras. Tendência irracional de ir a extremos em coisas que são boas em si, porém se tomam más ao serem exageradas.

4. Ensino de doutrinas ou práticas estranhas, raras e até exóticas, que não estão em harmonia com a Bíblia nem com os Testemunhos; no entanto são apresentadas como nova luz.

5. Tais movimentos, em geral, produzem controvérsia e divisão entre as igrejas, acerbas acusações, e quase sempre acabam dissolvendo-se, dividindo-se entre si ou nalgum lamentável escândalo.

Verdadeira Reforma

“O reavivamento das igrejas provém do sincero esforço de alguma pessoa em buscar as bênçãos de Deus. Essa pessoa tem fome e sede de Deus, e pede com fé, recebendo de acordo com ela. Põe-se a trabalhar com zelo, reconhecendo sua inteira dependência do Senhor, e almas são despertadas para buscar uma bênção semelhante, recebendo em seu coração um período de refrigério”.74

“Necessitam-se agora homens de compreensão clara. Deus está apelando para os que desejam deixar-se guiar pelo Espírito Santo num trabalho de completa reforma. Vejo uma crise diante de nós e o Senhor roga aos Seus obreiros que se ponham a postos. Cada alma deve agora colocar-se numa posição de consagração a Deus, mais sincera e profunda do que nos anos passados”.75

“A reforma não produzirá os bons frutos da justiça a menos que esteja ligada a um reavivamento do Espírito. Reavivamento e reforma devem fazer a obra que lhes é designada, e para fazerem essa obra têm de se unir”.76

Conclusão

Necessitam-se mais obreiros, mais templos, mais instituições, mais dinheiro. Mas “a maior e mais urgente de todas a nossas necessidades é um reavivamento da verdadeira piedade entre nós”.77

Por isso, fazemos novamente um fervoroso apelo a todos os obreiros para que se reconsagrem inteiramente a Deus, a fim de que representemos dignamente Aquele que nos chamou e terminemos rápida e gloriosamente a obra que nos foi confiada. Sejamos obreiros de êxito. Como obter êxito? “Para que um homem seja ministro de êxito, é essencial alguma coisa mais que o mero conhecimento adquirido em livros. O que labuta por almas, necessita de consagração, integridade, inteligência, operosidade, energia e tato. Possuindo esses requisitos, homem algum pode ser inferior; ao contrário, possuirá dominadora influência para o bem”.78

Talvez alguém exclame como Paulo: “Quem, porém, é suficiente para estas coisas?”79 O mesmo apóstolo responde: “O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades”; “Tudo posso nAquele que me fortalece”.80 Ellen G. White acrescenta: “Aqueles que consagram a Deus corpo, alma e espírito, receberão contínua provisão de forças físicas, mentais e espirituais. Os inexauríveis depósitos celestes acham-se a sua disposição. Cristo lhes concede o fôlego de Seu próprio Espírito, a vida de Sua própria vida. O Espírito Santo desenvolve a máxima energia para operar no espírito e no coração. A graça de Deus dilata e multiplica-lhes as faculdades, e toda perfeição da natureza divina lhes vem em auxílio na obra de salvar almas. Mediante a cooperação com Cristo, tornam-se perfeitos nEle, e, em sua fraqueza humana, são habilitados a praticar as obras da Onipotência”. 81

Recomendações

1. Convidar os obreiros a estudar este apelo com reflexão, oração e exame de consciência.

2. Usar este apelo como material de estudo em retiros espirituais para obreiros.

3. Que em 1979, ano de EXPLOSÃO EVANGELÍSTICA, reafirmemos os conselhos deste apelo mediante a leitura devocional dos livros: Caminho a Cristo, Obreiros Evangélicos, Evangelismo e Serviço Cristão.

4. Que o espírito de reconsagração e rededicação abranja os membros da família dos obreiros.

5. Que a bendita experiência de reconsagração e rededicação seja levada a nossas igrejas.

O ministério não é outra profissão, não é uma maneira de ganhar a vida, não é a forma de alcançar comodidades, posições ou fama. O ministro é chamado por Deus, escolhido por Cristo. É constituído ministro. Recebeu seu ministério de Cristo.

“O ministério evangélico não deve sofrer apoucamento. … A mais elevada de todas as obras é o ministério, em seus vários ramos. … Não há obra mais abençoada por Deus do que a do ministro evangélico”.

Como representantes, embaixadores e testemunhas de Cristo, é indispensável que estejamos em íntima e constante relação com Jesus. A obra do ministro é de tal natureza que seus melhores esforços não são suficientes.

Muitos problemas difíceis e embaraçosos têm sua raiz na incapacidade de relacionar-se com os outros. Fazem-se custosas mudanças e transferências porque alguns não aprenderam a colaborar juntos e a resolver seus problemas pessoais.

Bibliografia

1. Atos 1:8.

2. Efésios 5:27.

3. I S. Pedro 2:21.

4. E. G. White, Caminho a Cristo, p. 45.

5. Isaías 6:1-8.

6. S. Lucas 6:13.

7. Efésios 3:7.

8. Atos 20:24; Colossenses 4:17.

9. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 16.

10. Idem. p. 20.

11. Idem, p. 35.

12. Idem, p. 63.

13. Idem, p. 14.

14. Idem, p. 131.

15. I S. Pedro 5:4.

16. 1 Samuel 16:7.

17. Gálatas 1:1.

18. Jeremias 20:9.

19. I Coríntios 9:16.

20. II Coríntios 5:14.

21. E. G. White, Caminho a Cristo, p. 45.

22. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 15.

23. E. G. White, Caminho a Cristo, p. 45O ministro jamais deve depreciar o poder da tentação, mas estar constantemente de sobreaviso, porque “aquele que pensa estar em pé, veja que não caia”.

24. E. G. White, Testemunhos Seletos, vol. 1, p. 479.

25. I Coríntios 10:12.

26. E. G. White, A Ciência do Bom Viver, pp. 91 e 92.

27. Provérbios 30:32.

28. Isaías 52:11.

29. 1 Timóteo 2:8.

30. Eclesiastes 9:8.

31. S. Mateus 6:12.

32. S. Mateus 7:12.

33. S. Mateus 7:2-4.

34. S. Mateus 5:23-25.

35. S. Mateus 18:22.

36. Colossenses 3:13.

37. I Coríntios 10:24.

38. I Coríntios 14:33.

39. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 473.

40. Efésios 4:31 e 32.

41. Efésios 6:12.

42. Zacarias 4:6.

43. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 16.

44 Ibidem

45. Idem, p. 14.

46. Idem, p. 64.

47. Idem, p. 70.

48. E. G. White, O Desejado de Todas as Nações, edição popular, p. 72.

49. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 99.

50. Idem, pp. 99 e 100.

51. Idem, pp. 256 e 255.

52. Idem, p. 76.

53. II Crônicas 20:20.

54. E. G. White, Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 194.

55. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 255.

56. Ibidem

57. Idem, p. 272.

58. Idem. p. 100.

59. E. G. White. Caminho a Cristo, p. 69.

60. A. G. Daniells, Christ Our Righteousness, pp. 118 e 119.

61. E. G. White. Serviço Cristão, pp. 40 e 41.

62. A. G. Daniells, Christ Our Righteousness, pp. 120 e 121.

63. Oséias 4:9.

64. E. G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 146.

65. Idem, p. 145.

66. Amós 4:12.

67. Joel 2:1, 12, 13, 16 e 17.

68. E. G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 443.

69. E. G. White, Serviço Cristão, pp. 41 e 42.

70. Idem, p. 42.

71. Romanos 12:1 e 2.

72. E. G. White, Serviço Cristão, p. 42.

73. E. G. White, O Grande Conflito, p. 396.

74. E. G. White, Serviço Cristão, p. 121.

75. E. G. White, Testemunhos Para Ministros, p. 514.

76. E. G. White, Serviço Cristão, p. 42.

77. Idem, p. 41.

78. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 111.

79. II Coríntios 2:16.

80. Filipenses 4:19 e 13.

81. E. G. White, Obreiros Evangélicos, p. 112.