Como você responderia à pergunta: “Que fatores serão mais influentes em dar absoluta prioridade ao evangelismo total?”

Um pastor, respondendo a um questionário acerca do repto de MIL DIAS DE COLHEITA, escreveu uma resposta muito interessante: ”O único instrumento realmente eficaz são obreiros voluntários adestrados”, disse ele. “O alvo não é conquistar almas, mas adestrar ganhadores de almas.”

Minha primeira reação foi exclamar: “Desde quando nosso alvo como ministros evangélicos não é ganhar almas?!” Alguns dias mais tarde, viajando para o Oeste num avião a jato, passei a compreender melhor o que aquele pastor queria dizer — e a concordar com ele. Ao conversar com o cristão do outro lado do corredor, fiquei sabendo que ele tinha um curso universitário em administração urbana, mas há dois anos abandonou todas as frustrações de sua carreira pará vender produtos Shaklee (uma companhia de produtos domésticos semelhante à Amway, Avon e Fuller Brush, e especializada em vitaminas, detergentes e artigos de limpeza). Durante duas horas esse homem quase me deixou estupefato, demonstrando como funcionava a arremetida de vendas de sua companhia. A coisa mais importante que aprendi foi que sua principal responsabilidade não é vender produtos Shaklee! Ele recruta e prepara pessoas que o façam! Perguntei-lhe por que ele mesmo não vendia produtos Shaklee, e respondeu que costumava fazê-lo. Na realidade, é um perito e continuamente realiza vendas de sua casa, mas o seu verdadeiro êxito, tanto financeiramente como no âmbito empresarial, depende inteiramente de sua influência em recrutar pessoas que querem trabalhar por conta própria, e em adestrá-las para que sejam bem sucedidas. A companhia está organizada de tal maneira que uma parte do êxito desses indivíduos passa a pertencer-lhe, e assim, por meio de diligente recrutamento e preparo, ele está construindo um império que cada vez se torna mais amplo, até que afinal esse senhor possa tornar-se abastado e independente.

Antes que nossa conversação chegasse ao fim, discerni dois princípios muito importantes: 1. Esse homem era um mestre na arte de vender o produto; 2. Ele é bem sucedido em recrutar e adestrar a outros, reproduzindo neles sua própria fórmula para o êxito.

O pastor ao qual nos referimos escreveu: “O alvo não é conquistar almas, mas adestrar ganhadores de almas.” Contudo, acusá-lo de estar recomendando que não é nosso dever, como pastores, ganhar almas, é deturpar suas palavras. Acima de tudo, os pastores e administradores precisam ser “superganhadores de almas” e então transmitir habilmente essa proficiência, essa consagração e solicitude, e esse êxito, a membros de igreja que se ponham em atividade e multipliquem a colheita! Esse pastor compreende o plano inspirado exposto pela Sra. White em Obreiros Evangélicos, págs. 196 e 200: “Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o ministro deve não tanto buscar, a princípio, converter os incrédulos, como exercitar os membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa. Trabalhe com eles individualmente, tentando despertá-los para buscarem eles próprios experiência mais profunda, e trabalharem por outros. Quando estiverem preparados para apoiar o ministro mediante orações e serviços, maior êxito há de lhe acompanhar os esforços…. Ensinem os ministros aos membros da igreja que, a fim de crescer em espiritualidade, devem levar o fardo que o Senhor sobre eles pôs — o encargo de conduzir almas à verdade. Aqueles que não estão fazendo face a suas responsabilidades devem ser visitados, orando-se e trabalhando-se com eles. Não leveis o povo a descansar em vós como ministros; ensinai-lhes antes que devem usar seus talentos em comunicar a verdade aos que os rodeiam. Trabalhando assim, hão de ter a cooperação dos anjos celestes, e obterão uma experiência que lhes acrescentará a fé, tornando-os firmes em Deus.” — W. B. Quigley