HAROLD G. COFFIN, Membro do Geoscience Research lnstitute, Loma Linda, Califórnia. Doutor em Zoologia pela Universidade da Califórnia do Sul.
As ricas dimensões da vida humana, tanto fisicamente como nos aspectos que penetram na essência do que é a vida, revelam algo acerca do Projetista. Ninguém esteve presente na origem da vida; portanto, todas as teorias a seu respeito não são suscetíveis de comprovação. Podemos encontrar, porém, evidências das diversas ideias sobre as origens. A Criação por um Criador divino é a única teoria que leva em consideração tudo que a vida é.
A criação da Terra e dos seres vivos foi uma série de atos singulares. Conquanto a verdadeira obra da criação não possa ser observada nem reproduzida no laboratório, existem muitas evidências dessa atividade criadora; evidências essas que podem ser manejadas pelos métodos científicos.
Os objetos criados transmitem informações sobre o seu criador. Até a ponta de uma flecha ou uma raspadeira, por mais rústicas que sejam, denotam planejamento e revelam alguma coisa sobre o seu fabricante. Os organismos vivos, com uma complexidade quase infinita, revelam muito mais.
Dentre o grande número de evidências de planejamento que poderiam ser escolhidas, este artigo trata só de algumas que se relacionam com o simples mas grandioso relato da Criação no primeiro capítulo de Gênesis.
Primeiro Dia
“Disse Deus: Haja luz.” Gên. 1:3.
Quando Deus ordenou que aparecesse a luz, as trevas recuaram e se desvaneceram. Desde a Semana da Criação, a luz nunca deixou de existir. Toda manhã, se o céu está claro, o horizonte se expande, e passa do carmesim, para o amarelo, até que todo o oriente assume um aspecto glorioso. O Sol está prestes a começar sua trajetória pela abóbada celeste. Sempre há esperança, mesmo nas regiões polares, de um novo nascimento do Sol, e do retorno da luz, como há também sempre esperança e expectativa de outra primavera. A luz é o veículo pelo qual nos chega a maioria das informações. Ela permite que sejamos tridimensionais, transponhamos o espaço, coloquemos a distância ao nosso alcance, e alonguemos a percepção além de nosso círculo imediato.
As trevas constituem o abrigo do medo, do engano, do pecado e da morte. Luz é confiança, revelação, justiça e vida. Deus é luz. Mas essa luz veio ao mundo, e o mundo não a compreendeu (veja S. João 1:5).
Segundo Dia
“E disse Deus: Haja firmamento.”Gên. 1:6.
Respire profundamente. Que é essa substância essencial e invisível chamada “ar”? Ela se compõe principalmente de nitrogênio e oxigênio. Pequenas quantidades de outras substâncias, como vapor de água, bióxido de carbono e argônio também se acham presentes. Teríamos de respirar menos vezes ou não tão profundamente se o oxigênio, que agora constitui 21% do ar, se elevasse para 50%. Mas, com este excesso de oxigênio, a Terra se tornaria um isqueiro. Qualquer chama queimaria furiosa e explosivamente. Os raios incendiariam florestas inteiras com tanta rapidez que ninguém conseguiria escapar. Com menos oxigênio, as pessoas acampadas teriam muito mais dificuldade para acender o fogo do que já têm agora numa manhã fria e úmida! Grandes modificações na concentração de bióxido de carbono no ar também desfariam o delicado equilíbrio e teriam consequências negativas, de longo alcance, tanto para os animais como para as plantas. O planejamento que se vê na composição do ar é outra evidência de que houve um Criador.
Terceiro Dia
“E disse: Produza a Terra… árvores frutíferas.” Gên. 1:11.
Uma árvore incomum, que é quase um objeto sagrado e tem sobrevivido em virtude de cuidados especiais, é o ginkgo ou nogueira-do-japão, que existe em jardins de templos, na China e no Japão. As folhas dessa árvore são diferentes das folhas de outras árvores, e altamente diagnosticas. Assemelham-se a pequenos leques japoneses. Tanto os fósseis como as árvores ginkgo vivas têm essas folhas características. Desconhecem-se antepassados dessa árvore com folhas intermediárias entre a referida espécie e outras árvores.
Tal ausência de formas intermediárias é comum às plantas em geral. No terceiro dia Deus ordenou que viessem à existência diversas espécies de plantas, e elas têm permanecido distintas desde então. Só tem havido variações dentro dessas espécies básicas.
Quarto Dia
“Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus.” Gên. 1:14.
Recentemente saí de casa numa fresca e agradável manhã primaveril e meditei sobre a origem da beleza e ordem ao meu redor. Será que o Sol nascente, o ar fresco e as verdejantes encostas das colinas apenas constituem o resultado do acaso? Por qualquer razão, essa explicação não é satisfatória; ela não soa bem. Todo o meu senso comum se avoluma para refutar essa ideia.
Este Sol que está começando a aquecer-me com seus raios, se encontra exatamente na distância certa da Terra. Se estivesse bem mais longe, tudo ficaria congelado e a vida seria impossível. Se estivesse mais perto, o calor do verão seria intolerável. Todas as formas de vida seriam abrasadas e se transformariam em pó. Surgiríam os mesmos problemas se o Sol fosse mais quente ou mais frio do que é agora.
A Terra também se acha muito bem adaptada para receber o calor do Sol. Se ela girasse mais devagar sobre o seu eixo, ou mais depressa, os seres vivos achariam a vida difícil ou impossível. Imagine um dia muito quente dez vezes (ou mesmo duas vezes) mais longo do que nossos dias atuais, de vinte e quatro horas de duração! O que não fosse destruído durante o longo dia abrasador seria congelado durante a noite aparentemente interminável.
Quinto Dia
“Criou, pois, Deus os grandes animais marinhos.” Gên. 1:21.
As baleias são mamíferos que mantêm a temperatura do corpo, respiram o ar e amamentam seus filhotes. Sua singularidade não se restringe ao tamanho (maiores animais, no passado ou no presente), mas abrange maravilhosas adaptações ao ambiente marinho.
De acordo com a teoria evolucionista, os animais se deslocaram do mar (peixes) para a terra (anfíbios e répteis) e retornaram ao mar (mamíferos marinhos) durante seu desenvolvimento evolucionário. A quantidade de evolução necessária, dos antepassados terrestres para as baleias marinhas é incalculável. Seriam requeridas numerosas transformações. Se essa evolução realmente tivesse ocorrido durante vários milhões de anos, essas transformações seriam vistas no registro fóssil. Depois de mais de cem anos de intensa colecionação de fósseis em todas as partes do mundo, não há quase nada que possa ser usado para confirmar semelhante desenvolvimento evolucionário. As baleias são bem conhecidas no registro fóssil, e têm características peculiares. Elas não servem de elos de ligação com antepassados terrestres. A declaração em Gênesis 1:21 corresponde muito bem às evidências fósseis acerca das baleias.
Sexto Dia.
“Disse também Deus: Produza a Terra seres viventes, … répteis e animais selváticos.” Gên. 1:24.
A tartaruga tem costelas ampliadas e fundidas para produzir uma couraça óssea. Em todos os outros vertebrados (animais com coluna vertebral) o conjunto das costelas está situado entre os ombros e a cintura pélvica. Os membros anteriores e posteriores se prendem à estrutura do corpo fora do arcabouço das costelas. Na tartaruga, os ombros e a cintura pélvica estão, porém, dentro desse arcabouço.
De acordo com a teoria da evolução, deve ter havido uma série de evoluções intermediárias na história das tartarugas, que conduziram a essa formação esqueletal incomum. Tais formas intermediárias são, porém, desconhecidas no registro fóssil. Foram encontrados muitos fósseis de tartarugas, mas desde a primeira aparição, todas são tartarugas com sua estrutura óssea característica.
Este é apenas um dos numerosos exemplos que ilustram a falta de elos de ligação no registro fóssil — uma situação que fala em favor da criação das principais formas de seres vivos, e contra a evolução gradual dos organismos mais simples para os mais complexos.
“Também disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança.” Gên. 1:26.
O homem foi a obra-prima da Criação. A mente do homem é a parte inigualável que o coloca muito acima dos animais. Mas a magnificência da mente humana está acima de instrumentos ou da tecnologia. Ela se manifesta melhor naquilo que se encontra acima da necessidade. Por que apreciamos a glória do nascer do Sol ou a beleza de uma árvore? Os numerosos aspectos do amor-perfeito, os complicados desenhos das borboletas, o colorido do céu ao entardecer — tudo contribui para a nossa felicidade.
Ter a capacidade de perceber os estímulos sonoros e de mostrar-se sensível a eles é uma coisa, mas apreciar a música é outra coisa. Gostamos de sentir a maciez da pele de um gato quando ele passa roçando em nossas pernas. Nós nos deleitamos com a fragrância dos arbustos de lilás em nosso quintal, ou do refrescante aroma de uma floresta de pinheiros. Poderíamos sobreviver sem o sentido do gosto, mas perderíamos muita coisa! No mundo insensível e cruel da evolução e da sobrevivência dos mais aptos, onde há lugar para o humor? A vida é muito mais do que mera sobrevivência. É ver e compreender. É ouvir e apreciar. A maior parte da vida consiste no toque de u’a mão, num olhar de solicitude, num mundo de amor. Sim, a maior parte da vida é o amor.
“Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gên. 1:31.