Se levarmos em conta a grande influência da televisão no mundo, devemos ter interesse neste assunto. Uma pesquisa ordenada pela revista Newsweek e realizada pela organização Gallup, nos dias 6 a 10 de outubro de 1984, destaca que 81% das pessoas nos Estados Unidos têm grande confiança nas notícias que ouvem pela televisão. 62% obtêm toda a sua informação diária do televisor. E de todas as instituições da sociedade, americana, as igrejas são as que merecem a maior confiança do público. Se unirmos as mensagens religiosas com a televisão, notaremos quanta influência poderão exercer.
A clássica ilustração do evangelista falando de um púlpito à congregação tem variado bastante com o passar do tempo. Assim como Jesus pregava tanto dentro de uma sinagoga como de um barco, do alto de um monte como em casas particulares, agora os evangelistas modernos podem ser vistos com auriculares nos ouvidos, gravando programas de rádio, ou diante das câmaras de televisão, filmando programas que chegarão eletronicamente aos lares.
Como meios evangelísticos, o rádio e a televisão têm sofrido modificações revolucionárias. Os aparelhos de rádio inundam os lares e automóveis, e virtualmente cada família nos Estados Unidos possui pelo menos um televisor, ao qual muitos olham até seis horas seguidas por dia.
Embora se diga que as afirmações dos evangelistas da ‘‘igreja eletrônica”, como se chamam as pregações pela televisão, são exageradas, não se pode negar que a audiência de televisão e rádio para os programas cristãos é enorme: cerca de 412 milhões de pessoas em inglês, e 176 milhões em castelhano, segundo calcula a Enciclopédia Mundial Cristã.
Essa mesma fonte predisse que em 1985 haveria no mundo 1.840.000 centros de culto, formando-se umas 65 congregações cada dia. No começo do século havia 1.900 denominações diferentes, e agora há mais de 22.000. Cada semana formam-se cinco novas denominações! Este crescimento tão grande se deve em parte ao impacto causado pelos meios de comunicação das massas. Por exemplo, a mensagem de Jimmy Swaggart é transmitida por umas duzentas estações, chegando a centenas de milhares de lares (731.774 segundo Arbitron — American Research Bureau). Embora na época de Cristo não houvesse companhias que se encarregavam de fazer pesquisas, certamente esse número é muito maior do que o total de pessoas às quais Jesus pregou durante toda a Sua vida. Calcula-se que Robert Schüller está alcançando 1.100.000 lares, e, mesmo depois de 35 anos, Billy Graham produz programas especiais pela televisão que o mantêm entre os personagens mais admirados nos Estados Unidos.
Se levarmos em conta a grande influência da televisão no mundo, devemos ter interesse neste assunto. Uma pesquisa ordenada pela revista Newsweek e realizada pela organização Gallup, nos dias 6 a 10 de outubro de 1984, destaca que 81% das pessoas nos Estados Unidos têm grande confiança nas notícias que ouvem pela televisão. 62% obtêm toda a sua informação diária do televisor. E de todas as instituições da sociedade americana, as igrejas são as que merecem a maior confiança do público. Se unirmos as mensagens religiosas com a televisão, notaremos quanta influência poderão exercer.
Uma das maiores críticas a este meio é que muitos evangelistas dedicam até a quarta parte de cada programa para angariar fundos, dedicando relativamente pouco tempo a mensagens espirituais. Isso dá a impressão de que tudo que se deseja da televisão é ter lucro. Billy Graham, falando numa reunião da National Religious Broadcasters, assinalou que o uso extensivo da televisão para promover um reavivamento evangelístico tem possíveis falhas. Entre os perigos que citou, está o excessivo orgulho de depender de métodos humanos para sustentar os evangelistas preocupados em perpetuar sua organização.
Essa ânsia de arrecadar fundos é algo de que Satanás muitas vezes se aproveita para dar má reputação à religião. Algumas dessas organizações empregam dispositivos eletrônicos bem sofisticados. Por exemplo, os ouvintes podem chamar certo número sem custo algum, prometendo dar um donativo, ou para obter conselho espiritual. Os computadores estão preparados para enviar correspondência pessoal ao telespectador, com íntimas referências a alguns dos problemas mencionados pelo telefone. E essas cartas são destinadas a doadores em potencial.
No exemplar da revista Christianity Today referente a 14 de dezembro de 1984 apareceu um interessante anúncio de “Dominion Network”, um serviço de televisão via satélite que será inaugurado em breve. Com a compra de uma pequena antenadisco de 24 polegadas podem ser captados oito diferentes canais religiosos, de televisão. CBN, PTL e a nova cadeia Network serão transmitidos ali, bem como as mensagens de todos os evangelistas preeminentes, durante o dia todo.
Conquanto os programas mais populares nos Estados Unidos sejam os de Oral Roberts e Rex Humbard, ambos fundamentalistas que não usam influência política, diariamente se acrescentam programas novos de todas as religiões, e o campo da televisão está ficando saturado. A Igreja Católica tem sido uma das mais tardias em aproveitar as oportunidades. O Padre Anthony Scannell, de “Comunicações Franciscanas”, disse: “A Igreja (Católica) está começando a movimentar-se…. Guiada pelo sucesso dos evangélicos na televisão, a Igreja (Católica) está começando a tomar mais interesse na televisão e está passando a dizer: ‘Olhem o que estamos fazendo; temos que envergonhar-nos de nós mesmos, e realmente devemos fazê-lo.’”
Analisemos nossos próprios programas e vejamos o que podemos dizer da experiência dos adventistas no rádio e na televisão.
Um Desafio à Igreja Adventista
Segundo escreveu o Pastor George E. Vandeman na Adventist Review de 24 de janeiro de 1985, Arbitron revelou que o Ministério de Televisão Adventista, composto dos programas “Breath of Life”, “Faith for Today” e “It Is Written”, desfruta a mesma porcentagem de telespectadores que os programas de Jerry Falwell, Kenneth Copeland, “The World of Tomorrow” e “Day of Discovery”. Isso significa que se os adventistas tivessem fundos suficientes para comprar tempo no ar na mesma quantidade de cidades que esses outros, o total de audiência nos Estados Unidos seria o mesmo.
Arbitron também mostra que cada um dos programas adventistas atrai uma audiência nas cidades equivalente a 75% da de Rex Humbard, a 69% da de Jimmy Swaggart e a 50% das de Oral Roberts e/ou Robert Schüller, e isso sem fazer a propaganda que devia ser feita.
Em Nova Iorque, por exemplo, os programas religiosos começam, aos domingos, às 6 horas da manhã, e até às oito horas da manhã são apresentados 19 programas em vários canais. Há, porém, uma estação — WorTV, Canal 9 — que tem programas religiosos no resto do dia e durante a noite, e entre esses afortunados, há um adventista. Por umas doze horas, cada semana, residentes na área metropolitana de Nova Iorque podem sintonizar um programa produzido por adventistas. Treze estações de rádio e televisão estão apresentando um número cada vez maior de programas locais, em vários idiomas, bem como nacionais.
Devido, porém, ao crescente acúmulo de programas religiosos durante as primeiras horas da manhã e tarde da noite, tem sido difícil conseguir bons horários. As palavras escritas tantos anos atrás por Ellen G. White tomam novo significado: “O trabalho que a igreja tem deixado de fazer em tempo de paz e prosperidade terá de realizar em terrível crise, sob as circunstâncias mais desanimadoras, proibitivas.” — Test. Seletos, vol. 2, pág. 164.
Cada vez é mais difícil e mais caro conseguir tempo no ar. Quanto mais esperarmos, mais difícil será. Outras denominações, que pregam o erro, se apoderaram dos melhores horários. Nós adventistas temos ficado para trás. A experiência de nossos irmãos de fala inglesa, nos Estados Unidos, é a mesma de nossos irmãos em qualquer parte do mundo.
Prova disto é um artigo escrito pelo Pastor Victor Cooper, diretor de Comunicação da Associação Geral. Ele conta que a Universidade Andrews o convidou a apresentar um curso de 30 horas sobre “Perspectivas da Comunicação”, no México. Ele ficou surpreso ao ver que boa parte dos pastores nunca havia visitado uma estação de rádio ou de televisão, nem as dependências de um jornal. Para adquirir essa experiência, dirigiram-se às oficinas de “El Diário” de Monterrey, uma cidade de quatro milhões de habitantes. Como resultado dessa visita e de um artigo escrito, foi-lhes oferecida uma coluna semanal nesse periódico. A visita ao Canal 28, do Estado, também foi coroada de êxito. O diretor, Alberto Brunell, recebeu-os dizendo: “Esta é sua casa, e todo o equipamento é de vocês, pois foi pago por seus impostos.” Partilho as palavras do Pastor Cooper, quando disse que essa declaração foi “uma gentil censura aos adventistas, por todo o tempo desperdiçado”.
Em toda a parte há oportunidades que esperam ser aproveitadas. Se nós não o fizermos, elas servirão somente para disseminar o erro e ser instrumentos de Satanás. Devemos deixar de lado o medo da rejeição e sair em busca dessas oportunidades, no nome de Deus.
A Experiência de “Ayer… Hoy… Manãna”
Depois de 17 anos no ar pelo rádio e 10 anos pela televisão, “Ayer… Hoy… Manãna” (Ontem, Hoje, Amanhã) é um programa que se estabeleceu solidamente na área metropolitana de Nova Iorque, com uma audiência fiel, constante e crescente.
Rádio WADO, 1280 AM, começa sua transmissão dominical de “Ayer… Hoy… Manãna” das 9:00 às 9:15h. Ouvintes de todas as religiões a sintonizam — muitos deles antes de ir para suas respectivas casas de culto. Pela televisão, o programa é apresentado aos sábados, das 2:00 às 2:30 horas da tarde, no Canal 47. A aventura de introduzir-se neste setor sem ter experiência alguma foi abençoada por Deus de tal modo que hoje em dia esse programa possui seu próprio estúdio de televisão, situado nos escritórios da Greater New York Conference, e equipado para filmar os seus próprios programas e vários outros.
O fato de nós mesmos efetuarmos as gravações e filmagens não somente economiza muito dinheiro, mas nos permite apresentar os assuntos que se adaptam melhor à idiossincrasia espanhola. Esta vantagem se manifesta no êxito que “Ayer… Hoy… Manãna” tem ao ser apresentado em países de língua castelhana. Recentemente foi inaugurado um escritório em Santo Domingo, para atender o considerável interesse despertado na República Dominicana.
Reconhecendo que o povo espanhol, no mundo, se compõe de setores que variam grandemente quanto aos costumes e gostos, o programa desenvolveu uma diversidade de formatos que ajudam a manter sua popularidade entre todas as nacionalidades. Um deles é o de uma dramatização que finaliza com uma dissertação alusiva. Outros programas se centralizam em entrevistas, mesas-redondas, ou na apresentação direta da doutrina por meio de classes ou estudos bíblicos. Além de programas doutrinários, preparamos programas de saúde, sociais, musicais e para ocasiões especiais (Natal, Dia de Ação de Graças, Semana Santa, Dia das Mães, etc.).
Os últimos minutos de cada segmento são dedicados ao oferecimento de algum material: livros, cursos bíblicos, convites a conferências, etc. Este é o laço de união com o público. Quando o pedido é feito por telefone ou por carta, os nomes ficam registrados nos arquivos, prontos para serem convidados a reuniões evangelísticas ou para serem visitados, segundo o grau de interesse.
Na maioria das igrejas que visito encontro pessoas (muitas delas já batizadas) que se acham ali graças ao programa “Ayer… Hoy… Manãna”. Quer seja porque telefonaram ao nosso escritório, perguntando o endereço de uma de nossas casas de culto, ou porque reconheceram o programa como adventista e se dirigiram à igreja mais próxima, ou simplesmente porque o Espírito Santo as guiou, dão testemunho de que Deus pode usar o rádio e a televisão para tocar corações sinceros.
Estes são casos individuais, mas é no programa de seguimento organizado que mais temos visto a manifestação da mão de nosso Senhor.
JORGE GRIEVE, diretor do Programa de TV “Ontem, Hoje e Amanhã”, Nova Iorque