Temos analisado exaustivamente a relação do Movimento Nova Era com os eventos finais da História. Porém, assim como a Nova Era é maior do que imaginávamos, a sua rede de interesses e pretensões possui um alcance muito maior do que tudo o que foi até agora analisado. Esse movimento pretende alterar radicalmente o quadro atual do mundo, as relações sociais, econômicas e políticas entre os povos. Seu intento é amplo e inclui o domínio do mundo. Para que isso ocorra, inúmeros alvos são perseguidos. Eles fazem parte do grande “Plano” de diretrizes do movimento, que implica no estabelecimento de uma nova ordem mundial, de um governo mundial e de uma nova religião mundial.

Como “estações” intermediárias rumo a esses alvos, podem ser destacados os seguintes objetivos:

1. Um sistema universal de cartões de crédito.

2. Uma central mundial para distribuição de alimentos.

3. Um sistema de impostos unificado mundialmente.

4. Um serviço militar obrigatório, também em escala mundial.

5. Criação de um sistema econômico mundial.

6. Reconhecimento da necessidade de submissão a um controle mundial, com relação a assuntos biológicos, como a densidade populacional e os serviços de saúde.

7. Arianismo, ou seja, domínio da raça ocidental (movimentos neonazitas, por exemplo).

8. Iniciação planetária em massa (“iniciação luciférica”, noutras palavras, adoração a Lúcifer).

9. Extermínio de todos os que não concordarem com esses objetivos.1

Entendendo a profecia

Algumas pessoas ainda não se deram conta do perigo chamado Nova Era, e até ridicularizam, taxando de sensacionalistas todos aqueles que tratam seriamente o assunto. Outras o analisam superficialmente e acham infundadas as suas expectativas quanto ao estabelecimento de um governo mundial, evocando o conhecimento que pretendem possuir sobre a profecia de Daniel 2:43. Por isso, vamos considerar o que a Bíblia realmente tem a dizer a esse respeito.

Falando da grande estátua do sonho de Nabucodonosor, a passagem diz exatamente o seguinte: “Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro”.

“A profecia não declara especificamente que não. poderia haver uma união transitória de vários elementos, por meio da força das armas ou de uma dominação política. Sem dúvida, afirma que caso se intentasse ou se lograsse formar tal união, as nações que a integrassem não se fundiriam organicamente, e continuariam seus receios mútuos e hostis. … No fim Satanás poderá formar uma união transitória de todas as nações (Apoc. 17:12-18; 16:14; CS 682), porém a confederação será efêmera, e em pouco tempo os elementos que formam essa união se voltarão uns contra os outros (CS 714; PE 290).”2

É interessante notar que o texto diz que “não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro”. Há uma ênfase clara na similaridade entre o tipo das uniões que poderiam ser levadas a efeito e o tipo de união possível entre o barro e o ferro. Como sabemos, existem dois tipos de misturas: homogênea e heterogênea. Pelo primeiro tipo, temos como que uma fusão de dois ou mais elementos, formando um todo indistinto; desaparecem as diferenças entre as partes constituintes do todo.

A união entre o ferro e o barro jamais propiciará uma mistura homogênea e consistente. O que pode ocorrer é uma agregação entre esses elementos – uma mistura heterogênea – onde os elementos reunidos continuam mantendo as suas características peculiares e as “divergências” entre si. Consequentemente, como afirma o comentário, “as nações que a integrassem não se fundiriam organicamente, e continuariam seus receios mútuos e hostis”. Por ser instável, essa união será transitória e passageira.

Andamento do plano

A Bíblia afirma que os governantes estarão sendo reunidos por “espíritos de demônios, operadores de sinais”, com vistas à grande batalha final (Apoc. 16:13 e 14). Ela também fala de governantes que estarão no final da História tão afinados com a besta que emergiu do abismo, a ponto de terem “um só pensamento e oferecerem à besta o poder e a autoridade que possuem” (Apoc. 17:13).

Essas afirmativas apontam insofismavelmente numa única direção: haverá uma confluência de interesses dos governantes das nações, que os levará a trabalharem pelo estabelecimento de uma confederação mundial. À frente desse projeto estão os seguintes elementos: o dragão (Satanás), a besta (o papado), a “besta que emerge da Terra” (os Estados Unidos), a Nova Era e os demais poderes religiosos simbolizados pelos três espíritos imundos semelhantes a rãs (Apoc. 16:13). Que essa união está em processo, não existe a menor dúvida. Basta atentarmos para as seguintes declarações:

“Há anos quando a Europa Ocidental ainda não se tinha recobrado da terrível destruição causada pela Segunda Guerra Mundial, os chefes de governo da França, Alemanha, Itália, Bélgica e Luxemburgo reuniram-se e firmaram em Roma um tratado destinado a estabelecer as fundações de uma união permanente entre os povos da Europa e a garantir o progresso econômico e social de suas nações por meio de uma ação em comum, que teria como finalidade a eliminação de todas as barreiras que dividiam a Europa. Esse foi o tratado de Roma, de 1957.”3

“É tentador e até inacreditável, chamar a Europa que se desenha para 1992 de Estados Unidos da Europa. … Repassando-se o destino europeu de Júlio César e Adolf Hitler, com escalas em Carlos Magno e Napoleão Bonaparte, tenta-se a unificação do continente não pela dominação, mas pela aceitação; não pelo capricho da potência do momento, mas pela tranquila associação entre pares.”4

“Os presidentes da França e da URSS propuseram ontem a edificação de uma nova Europa, com novas estruturas que a longo prazo levem a uma aproximação maior entre os países ocidentais e do leste. … Isso deve ser feito, estabelecendo-se uma Confederação Europeia. .. Essa confederação será viável quando todos os Estados europeus adotarem a democracia. ‘Precisamos de novas instituições no interesse de todos’, disse Gorbachev. …‘É hora de mudarmos antigos hábitos já que não existe mais a ameaça de guerra, mas ainda não é o momento’, acrescentou.”5

O Movimento Nova Era está trabalhando em inúmeras frentes para que esse governo mundial se concretize. O próprio termo “Nova Ordem Mundial” faz parte do jargão da Nova Era. “Esse é um termo que a Nova Era utiliza para referir-se à unificação mundial, expressão encontrada em livros do Movimento já no início dos anos oitenta.”6

Segundo Marco André, na Organização das Nações Unidas, ONU, existem importantes adeptos da Fá Bahá’í – segmento da Nova Era que trabalha pela unificação mundial em todos os seus aspectos. Desde 1970, a Comunidade Bahá’í é membro consultivo do Conselho Econômico e Social da ONU.Em palestras proferidas na cidade de Tatuí, SP, nos dias 17 a 21 de maio deste ano, o Pastor Mário Veloso afirmou claramente que “a ONU está sob o controle da Nova Era, bem como o governo dos Estados Unidos da América”. Isso é facilmente verificado nos planos estabelecidos por esse organismo mundial, em seus projetos e nos grandes eventos que promove. A Conferência sobre o Meio Ambiente (ECO-92) é um dos exemplos mais claros. Paralelamente às discussões do Forum Global, houve programações religiosas de caráter místico dirigidas por adeptos do Movimento Nova Era.

Já faz algum tempo, o Jornal do Brasil declarava que “impulsionado pelo movimento ecológico, cresce na ONU um movimento federalista mundial de unificação do planeta… Os movimentos federalistas mundiais defendem a criação de uma autoridade planetária com gestão supranacional”.8

Comentando os esforços pela formação de um governo mundial, Marco André afirma que o processo de unificação tem caminhado rapidamente. Já em 1977, em assembleia mundial, realizada na Áustria, foi adotado o anteprojeto da Constituição da Federação do Planeta Terra. Em maio de 1991, em Tróia, Portugal, foram aprovadas emendas para essa constituição e atualmente ela está circulando entre as lideranças mundiais para retificações.

Essa Constituição deverá ser a carta magna do mundo unificado. Ela já traz em si o diagrama do governo mundial e determina que esse governo seja dirigido por uma Procuradoria Geral Mundial e por uma comissão de procuradores mundiais regionais. A Procuradoria Geral Mundial será composta por cinco membros, um dos quais será nomeado como procurador geral mundial e cada um dos outros quatro será nomeado como associado. Em outras palavras, esse documento confirma as profecias bíblicas sobre um governo mundial, dirigido por um grande líder mundial, identificado como o anticristo (Apoc. 13:3).’

Russel Chandler associa o alvo de implantação do governo mundial, com a ideia de unicidade – “tudo é um; Deus é tudo e tudo é Deus” – ou Princípio Monista, também defendido pelo Movimento Nova Era. A ideia de que “tudo é um” aplica-se também às nações. De acordo com a visão mundial da Nova Era as fronteiras nacionais se tornariam obsoletas. Assim, a agenda da Nova Era requer uma emergente civilização mundial e um governo central, incluindo “impostos planetários”, e as Nações Unidas como a única agência central de governo.10

O veterano jornalista do Los Angeles Times, através de inúmeras entrevistas feitas com expoentes do Movimento Nova Era, deixa indicativos claros de que realmente existe essa pretensão e que as coisas estão se encaminhando nessa direção.

Num diálogo com Marilyn Ferguson, no início de 1988, afirma Chandler, “perguntei-lhe se a mudança de paradigma fazia parte da agenda. E ela, sempre otimista, replicou: ‘as coisas estão acontecendo, em muitos aspectos, mais rapidamente do que eu jamais havia esperado. … Em certo sentido, não há como retroceder… Estamos chegando ao ponto em que está sendo selada a nossa interdependência 11

A nova Europa

Em sua edição de 6 de janeiro de 1993, a revista VEJA, numa matéria sobre “A Europa da Nova Era”, descreve: “Com o toque de emoção e a cenografia espetacular dos grandes momentos da História, … estará sendo criado um mercado único de 360 milhões de habitantes, responsável por uma produção anual conjunta de 6,5 trilhões de dólares, maior que os 5,4 trilhões de dólares dos Estados Unidos. Isso significa que a Europa unificada terá 30% do PIB mundial, produzido em conjunto por Alemanha, França, Itália, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Espanha, Dinamarca, Luxemburgo, Irlanda, Portugal e Grécia.

“As alfândegas internas, entre um e outro país da Comunidade, desaparecerão. Um caminhão com sapatos italianos produzidos em Varese poderá chegar a Londres com um único documento, sem licença de exportação e sem pagar taxas aduaneiras. Nada impedirá um dentista espanhol de trabalhar em Paris, ou uma arquiteta holandesa de se estabelecer em Milão. … Já no segundo semestre, um passageiro vindo de Roma poderá desembarcar em Paris ou em Amsterdã e entrar num táxi como se estivesse em seu próprio país.

‘“Estamos dando um passo decisivo na unificação do continente’, comemora o primeiro-ministro alemão Helmut Kohl, um campeão do europeísmo. Até o final do século, a tarefa deverá estar praticamente concluída. A Europa terá sua moeda única, instituições políticas conjuntas e um sistema unificado de defesa, de acordo com o tratado de Maastricht, que traça os contornos da integração. … O tratado será a conclusão natural de um processo cujas raízes remontam ao Império Romano, primeira instituição realmente comum que os povos da Europa Ocidental compartilharam – nem sempre de espontânea vontade, como agora.

“Para o escritor italiano Mário Pirani, o projeto de união europeia, tal como se apresenta hoje, pode ter lá seus defeitos, mas as imperfeições se devem justamente à forma democrática como foi elaborado. ‘A Nova Europa não é obra de déspotas onipotentes’, observa Pirani. ‘Ela nasce de acordos dificílimos, obtidos depois de infinita mediação, entre doze Estados democráticos’. Não é preciso escarafunchar os livros de História para perceber como ele tem razão. Exceto talvez os Estados Unidos, no século XVIII, quando a federação se formou com a adesão voluntária de cada Estado à ideia da União, nenhuma instituição moderna nasceu e cresceu com espírito mais democrático do que a Comunidade Europeia.

“A união europeia, que nasceu do desejo da França e da Alemanha em criar uma espécie de antídoto contra novas guerras, poderá, num prazo muito mais curto do que qualquer visionário sonharia, se tomar uma realidade válida para todo o velho continente. Já estão em estudos, em Bruxelas, os pedidos de associação da Áustria, da Suécia, da Finlândia e da Noruega. Países egressos do comunismo, como a Polônia, a Hungria e as duas metades da Checoslováquia, também já estão batendo à porta. Segundo Ralf Dahrendorf, ex-diretor da London School of Economics, a salvação da Comunidade é seu alargamento. ‘Permanecer como um pequeno clube é ficar à margem da História’, afirma Dahrendorf, que também já exerceu o posto de comissário britânico da Comunidade.

“A crescente integração entre as economias está levando o mundo rapidamente para um futuro sem fronteiras. Na próxima virada de ano, ao final de 1993, será a vez de começar a funcionar a Área Norte-Americana de Livre Comércio, reunindo os Estados Unidos, o Canadá e o México num bloco de tamanho e força econômica iguais ao da Europa Unida. … A inevitável tendência mundial rumo à união e integração vai apressar a mudança dos 360 milhões de europeus da Comunidade. O acabamento vai ter de ser feito com a casa habitada.”

O Pastor George Vandeman, do programa Está Escrito, falando sobre a queda do comunismo e sobre o avanço da pregação evangélica na Rússia e demais países do Leste Europeu, afirmou que “os fatos ocorreram numa sucessão mais rápida do que qualquer observador atento pudesse prever”. Á voz profética, por sua vez, garante: “os últimos acontecimentos serão rápidos”. Todos os planos e projetos ideados estão sendo postos em execução sob a bandeira da união e do alcance da paz. A Bíblia, no entanto, assegura que “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a dor do parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão” (I Tess. 5:3).

O líder no governo mundial

Quando se fala em governo, a primeira ideia que nos vem à mente é a pessoa do líder e não o território em questão. A própria palavra pressupõe essa verdade, visto ser impossível haver governo sem governante ou governantes. Como vimos, na própria elaboração da Constituição do Planeta Terra, já está definida a forma de governo: uma Procuradoria Geral Mundial e uma Comissão de procuradores mundiais regionais. Isso posto, fica claro que haverá uma liderança visível à frente dessa confederação. A pergunta lógica a ser suscitada por qualquer pessoa é: Quem será o procurador geral mundial, e quais serão os seus associados? A segunda parte da pergunta possui um grau de dificuldade muito maior do que a primeira; no entanto, não é impossível defini-la. Quanto à identidade do líder principal, acha-se claramente apresentada no texto bíblico: “Têm estes um só pensamento, e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem” (Apoc. 17:13).

Vamos considerar essa afirmativa à luz das descrições que a História nos fornece a respeito desse poder, hoje.

“A iniciativa deve partir agora do polonês Karol Wojhtyla. E ao que tudo indica, nem mesmo as figuras mais poderosas do Vaticano estão preocupadas em esconder a nova estratégia papal. Acelerar o fim dos regimes comunistas, por exemplo, era a primeira missão de João Paulo II… O projeto que ele mesmo definiu como a segunda evangelização da Europa segue tão bem que João Paulo II já parece convencido de que poderá assumir um papel semelhante ao que foi exercido pela Igreja Católica na Idade Média.”12

Evidentemente, isso implica no papado exercendo forte poder político e, sem sombra de dúvidas, resulta em acérrima perseguição que culminará com a sanção de um decreto de morte aos seus opositores. Tudo conforme está claramente apresentado na revelação bíblica. Como as peças de um gigantesco quebra-cabeça, tudo está se encaixando e os contornos visíveis do cumprimento das profecias estão aí, diante de nós, pedindo para serem vistos e analisados. Como a famosa esfinge da lenda grega, estão a dizer: “Decifra-me ou devoro-te”.

No empenho de decifrar as profecias bíblicas, precisamos estar atentos ao que diz a própria Bíblia, aos escritos do Espírito de Profecia, aos acontecimentos ao nosso redor, não desprezando outras publicações denominacionais, ou mesmo seculares.

O escritor Clifford Goldstein, falando sobre a suposta identidade daquele que virá a ser o líder máximo da Nova Era, afirma: “Se bem que existam vários outros aspirantes, um homem é quem tranquila e silenciosamente está assumindo uma posição estratégica para converter-se no líder dessa nova ordem: o papa João Paulo II”.13

Esse mesmo autor refere-se ao livro The Keys of this Blood (As Chaves deste Sangue), no qual seu autor, o ex-jesuíta Malachi Martin, declara que “João Paulo II está lançando o papado na arena política internacional como não havia sucedido em muitos séculos. Foi a primeira marca distintiva da carreira de João Paulo II, ele que se havia despojado da camisa de força da inação papal nos assuntos mundiais de maior transcendência. O papa não se vê a si mesmo como um dirigente mundial entre muitos, mas sim como o único que, em virtude de sua posição, deve possuir a autoridade preeminente no dia em que se estabelecer a Nova Ordem Mundial”.14

O parceiro ideal

A profecia bíblica afirma que chegaria um tempo em que todos os governantes mundiais se renderiam aos encantos do poder descrito como “a besta que emerge da Terra”. Tais prestígio e devoção serão patrocinados pela nação mais poderosa do planeta, os Estados Unidos da América (Apoc. 13:11 a 15). É interessante esclarecer que a Igreja Adventista do Sétimo Dia sempre teve essa visão da profecia, desde os seus primórdios. Ou seja, justamente desde quando nada havia naquele país que demonstrasse grandeza ou poderio político.

Outro dado importante a ser adicionado, é que esse país surgiria como resultado de um movimento de independência de antigas colônias britânicas. Seu povo e seus colonizadores eram religiosos protestantes que haviam fugido da feroz perseguição, por motivos religiosos, que a Igreja romana lhes movera em seu país de origem, na Europa. Torna-se fácil entender como seria difícil fazer qualquer prognóstico meramente humano, estabelecendo uma futura parceria entre aquele país e o papado. Seria o mesmo que esperar amizade entre um rato e um gato.

Para complicar ainda mais o quadro de uma futura aliança, temos a “vacina preventiva” que os americanos aplicaram na elaboração de sua carta magna. Tendo sofrido na pele a cruel perseguição religiosa patrocinada pelo Estado, eles estabeleceram em sua Constituição a clara e distinta separação entre Igreja e Estado, uma das maiores causas de sua paz interna.

“O Congresso não fará nenhuma lei a respeito da oficialização da religião, nem proibindo o livre exercício dela”, diz a Primeira Emenda, adotada com as outras partes da Declaração de Direitos de 1791.15

“A maior realização da Constituição americana foi a criação de uma nação com separação amigável da Igreja e do Estado. O mundo não tinha visto algo semelhante antes disso. Desde os tempos antigos, todas as outras nações haviam cobrado impostos do povo para sustentar a religião do Estado, e a maioria oprimira os dissidentes religiosos… Mas a América do Norte, com sua separação amigável da Igreja e do Estado, não pagou salário a clérigos nem cobrou impostos de alguma congregação. Permitiu que as denominações proliferassem e não sustentou nenhuma delas.”16

Indicativos atuais

Após termos assentado o alicerce profético, vamos deixar que a confirmação, através dos últimos acontecimentos, venha levantar as paredes da nossa construção histórica.

Comecemos por uma notícia veiculada pelo jornal Folha de S. Paulo, de 10 de abril de 1984:

“Ao receber ontem as credenciais do primeiro embaixador norte-americano em 117 anos, o papa João Paulo II alertou que a paz depende em grande medida de como os Estados Unidos exercem seu poder global. … A breve cerimônia ocorreu na biblioteca do palácio apostólico, e tanto o papa como o embaixador William Wilson a qualificaram de histórica. O embaixador Wilson já era representante especial do presidente Reagan junto ao Vaticano. João Paulo II nomeou seu embaixador em Washington, dia 26 de março. É o arcebispo Pio Laghi.

‘“Nesta ocasião não posso deixar de expressar minha convicção de que o mundo de hoje depende em grande medida de como os Estados Unidos exercem sua missão global a serviço da humanidade’, disse o pontífice. ‘Minhas preces, senhor embaixador, são para que a América não falhe em renovar sua identidade fiel à moral e aos princípios religiosos e a serviço de um mundo necessitado de paz e direitos humanos, um mundo faminto de pão, de justiça e de amor fraternal’, acrescentou.

‘“Nossas preocupações comuns devem necessariamente abarcar os problemas globais da fome no mundo, a corrida armamentista, a miséria humana, a opressão dos fracos, a odisseia dos pobres, a condição dos refugiados, a violação das consciências e o desenvolvimento integral dos indivíduos, das comunidades e das nações’, afirmou ainda João Paulo II. … Destacou que, devido a sua composição como nação, os EUA estão ‘eminentemente capacitados para tal tarefa’.

“O embaixador Wilson, que falou primeiro, agradeceu ao papa por seu ‘infatigável trabalho pela dignidade humana e a paz mundial’. E acrescentou: ‘os eventos mundiais nos trouxeram novas e globais responsabilidades. Nós as aceitamos com relutância, mas também com confiança’.”

Após o reatamento diplomático, só faltava a nação reconhecidamente protestante reder-se aos encantos do “homem de branco”. Isso também já passou para os registros da História.

“O presidente Ronald Reagan e sua mulher Nancy, voaram até Miami especialmente para recebê-lo aos pés do avião que o trazia de Roma – uma distinção jamais tributada a outros chefes de Estado que visitaram o país. As três redes de televisão, a CBS, a NBC e a ABC, registraram ao vivo a cerimônia de sua chegada, que se calcula tenha sido assistida por mais de 50 milhões de pessoas. Cada hora que ele permanecer nos Estados Unidos custará 98 mil dólares. Foi nesse clima de honrarias, publicidades e opulência que João Paulo iniciou, na quinta-feira passada, a sua segunda peregrinação pelo território americano”, informou a revista VEJA, de 16 de setembro de 1987.

Clifford Goldstein cita vários fatos comprobatórios de que João Paulo II está assumindo essa liderança mundial:

1. Ele tem sido um hóspede honrado pela Casa Branca e tem tratado familiarmente com os dirigentes mundiais.

2. Foi chamado de “santo padre” por George Bush e estabeleceu relações diplomáticas com os Estados Unidos e com a Rússia.

3. O ex-presidente soviético Mikhail Gorbachev se dirigiu a ele como “a mais elevada autoridade moral do mundo”.

4. É atribuído a ele, em maior medida que a qualquer outra personagem, o colapso do comunismo na Europa Oriental, um evento considerado como prelúdio da Nova Ordem Mundial.

“Agora”, afirma Goldstein, “com o colapso do comunismo, com a instabilidade da economia mundial, com o declínio moral do Ocidente, o mundo – unido graças aos meios de comunicação de massas – segue uma direção que poderá dar a uma figura tão reverenciada mundialmente como João Paulo D, uma autoridade política sem paralelo na História”.

Conclusão

As últimas profecias estão se cumprindo numa sucessão incrível, em uma forma vertiginosa. Como pastores e líderes à frente do povo de Deus, não devemos apavorar os fiéis – e nem precisamos. O pavor vem como fruto do desconhecimento total ou do conhecimento truncado das profecias, e da falta de relacionamento íntimo com Jesus. Devemos, isto sim, dar à trombeta o sonido certo, pregando e advertindo os membros de nossas igrejas com respeito à solenidade do tempo em que vivemos. Temos diante de nós a última e decisiva batalha (Apoc. 16:16). Necessitamos estar conscientes e conscientizar outros desse fato.

Referências

1. Sônia Gazeta, A Nova Era e os Últimos Eventos da História, pág. 9.

2. Comentário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, vol. 4, pág. 803.

3. V1SÃO, 20 de julho de 1988, citado no Jornal Profético.

4. VEJA, 18 de maio de 1988, idem.

5. O Estado de S. Paulo, 1º de novembro de 1991, pág. 7.

6. Marco André, Nova Era, Ed. Betânia, pág. 74.

7. Ibidem.

8. Jornal do Brasil, 26 de fevereiro de 1992, págs. 6 e 7.

9. Marco André, Op. cit., pág. 74.

10. Russel Chandler, Compreendendo a Nova Era, Bom Pastor Editora, pág. 38.

11. Idem, págs. 253 e 254.

12. Wanderlei de Paula, Jornal Profético, págs. 120 e 121.

13. Clifford Goldstein, Revista Adventista de Espana, maio de 1992, pág. 8.

14. Ibidem.

15. Maxwell, God Cares, vol. 1, págs. 341 a 343.

16. Ibidem.

ELIZEU C. LIRA, Redator na Casa Publicadora Brasileira