Método estrutural

O método crítico-histórico estudava a Bíblia com uma aproximação crítica racional, ajudado por um paradigma histórico. Os seguidores desse método viam o texto bíblico como um agrupamento de fontes, úteis apenas para reconstrução de “algum tipo de processo histórico”.

Antes de 1970, foi desenvolvido um novo paradigma na literatura e nos estudos sócio-antropológicos. Nesses estudos, o nome de Claude Lévi-Strauss surge com maior destaque. Seu livro Structural Anthropology foi lançado em 1963. Na área dos estudos linguísticos houve nomes importantes tais como o suíço Ferdinand de Saussure, cujo livro foi traduzido para o inglês, em 1966, sob o título Course in General Linguistics, e o estruturalista francês Roland Barthes que publicou, em 1970, o livro Writing Degree Zero and Elements of Semiology. Depois desses livros, desenvolveu-se uma visão do homem, baseada na filosofia materialista de Kari Marx (1818-1833) e na psicanálise de Sigmund Freud (1856-1939).

O novo paradigma ou expressão em linguagem – tomado como categoria fundamental para se compreender o texto – ajudou a desenvolver uma cada vez mais humanista e profundamente sociológica aproximação dos estudos da Bíblia, na Europa e nos Estados Unidos, durante os anos setenta.

A cultura contemporânea, centralizada no homem, necessitava de um método que pudesse derivar da Antropologia, melhor do que de uma Teologia revelada ou mesmo de qualquer tipo de visão do mundo. Nada fora da pessoa humana poderia ser bom o suficiente, por si mesmo, para a compreensão do texto bíblico, apenas uma moderna “visão do homem”.

Essa compreensão dialética diz que o ser humano é ao mesmo tempo um criador de expressões (símbolos, valores culturais, entidades expressivas) e um ser condicionado – as expressões lhe são impostas. Ele é mais “condicionado” que “criador”. Dessa concepção de um homem dialético surge uma outra pressuposição – a “natureza ontológica” da linguagem.

Influência cultural

O homem expressa significados através da linguagem usada, mas esses significados não são vertidos por ele para a linguagem. Pertencem a ela. Portanto, quando uma pessoa estuda o texto bíblico deve conhecer a “natureza ontológica” da linguagem. O significado ou conteúdo que nós procuramos no texto bíblico não vem de Deus, mas da própria linguagem.

A linguagem em um determinado texto é uma linguagem morta. Se qualquer pessoa desejar tirar uma mensagem desse texto, deverá conduzi-lo à vida através de um diálogo. Mas não um diálogo no qual a pessoa ouve o texto e recebe a mensagem de Deus. Esse é um diálogo com um texto que age como um espelho fixo. A coisa viva que é vista no espelho não é o que ela vê em si, mas é sua própria imagem formada pela cultura particular à qual essa pessoa pertence.

De acordo com essa pressuposição – visão dialética do homem, natureza ontológica da linguagem e leitura cultural do texto – o criticismo estrutural não vê qualquer significado vivo ou mensagem de Deus no texto bíblico, mas um significado imposto sobre a estrutura do mesmo pela cultura dos leitores. Uma vez que é necessário trabalhar com a estrutura do leitor, não deve haver preocupação com o que o autor do texto quer dizer, mas com a estrutura deste. No máximo com o conteúdo cultural, mas nunca com a estrutura pessoal divina contida nas Escrituras.

O autor bíblico pode até ter trabalhado conscienciosamente com uma estrutura literária em mente, mas sempre com uma estrutura linguística. Sua única preocupação era com a estrutura pessoal divina contida, ou com a mensagem que Deus lhe dera para transmitir. Embora o criticismo estrutural não pretenda negar a existência desse conteúdo, ele o considera insignificante para a exegese estrutural. O único significado de um texto, reconhecido pela crítica estrutural, é sua estrutura linguística como seu verdadeiro conteúdo.

Eu penso que qualquer método humanístico para estudo da Bíblia jamais deveria ser capaz de tirar da Escritura a comunicação de Deus para a humanidade. Por uma razão simples – esse método não pressupõe a existência de tal comunicação. Exatamente como alguém nem mesmo tentaria encher um balde com água “tirada” do leito seco de um rio, um cristão nada tem a ver com o método crítico-estrutural. Nem mesmo para realizar estudos. Quem sabe esse tipo de método possa ser útil para produções literárias humanas, mas nunca para revelações divinas. Agora estamos prontos para outras considerações.

Dois livros cruciais

Há dois livros escritos por eruditos alemães que se tomaram muito importantes e cruciais para o método crítico-histórico: The End of the Historical-Critical Method, publicado por Gerhard Maier em 1974, e Historical Criticism of the Bible: Methodology or Ideology? escrito por Eta Linnemann, em 1986.

Escolhi falar sobre esses dois livros porque seus autores não argumentam a partir de uma perspectiva evangélica conservadora, ou adventista, usualmente rotulada como tendenciosa ou intelectualmente ingênua. Maier e Linnemann são especialistas em estudos do Novo Testamento e pertencem ao crescente grupo de intelectuais, profissionais do método crítico-histórico, para os quais a erudição crítica histórica está morrendo, concordando perfeitamente com W. Wink, ex-professor do Seminário Teológico União, em Nova Iorque, que afirmou há vinte anos: “O criticismo histórico está falido.”

O fim do método crítico-histórico

Gerhard Maier inicia seu livro com duas importantes perguntas: É o método crítico-histórico adequado para ser usado com a revelação? Qual é o propósito desse método? Nos dois primeiros capítulos – que tratam da impossibilidade do método crítico-histórico e seu fim atual – Maier responde essas questões. O terceiro e último capítulo é uma proposição e uma justificação do método bíblico histórico.

A resposta à primeira pergunta feita por Maier é um inequívoco “não”. Por muitas razões, das quais nos ocuparemos a seguir:

Primeira, é impossível descobrir o cânon no cânon. O método crítico-histórico está tentando explicar a Palavra de Deus a partir das Escrituras, onde os críticos históricos crêem que ela está exposta. Mas a Bíblia não dá a chave para distinguir entre as duas.

Segunda, porque a Bíblia não se permite dividir entre uma “Escritura divina” e uma “escritura humana”.

Terceira, a revelação é mais que um assunto subjetivo. Para Marxsen, determinação de legitimidade canônica consiste em que os evangelistas “transmitam o assunto… a revelação” de uma maneira que ele possa ser preservado ou restaurado em outro ambiente, em tempos posteriores. Mas revelação é mais que conteúdo formal; é também pessoal, diz Maier. A Bíblia está repleta de sentenças como: “E disse Deus”, “Veio a mim a Palavra do Senhor”, “E Jesus, respondendo, disse”, “Assim diz o Senhor”, etc. Um método que trabalha com categorias de conteúdo-assunto, quando confrontado com esta estrutura-pessoa da Bíblia, não pode compreender seu tema corretamente.

Quarta, a conclusão é estabelecida anterior à interpretação. Em seu surgimento, o método crítico-histórico estabeleceu a conclusão segundo a qual, de acordo com as palavras de Kaesemann, a adesão por parte de alguém à impossibilidade de qualquer crítica para com as Escrituras, “conduz não apenas à multiplicidade de confissões, mas também à confusão entre fé e superstição”. Se não existe chave para distinguir entre uma Bíblia “humana” e outra “divina”, está, porventura, um método previamente submetido à essa crença capaz de resolver a questão sobre o que é inspirado e o que não é? Seguramente não.

Por tudo isso e muito mais, o método crítico-histórico não é apropriado para manusear as Escrituras.

O propósito do método crítico-histórico é encontrar o cânon dentro do cânon. Gerhard Maier mostra a impossibilidade de atingir esse objetivo lançando mão do conteúdo de um livro escrito por 15 autores, compilado por Ernst Kaesemann e publicado na Alemanha, em 1970, com o título Das Neue Testament als Kanon (O Novo Testamento como Cânon). Os artigos foram escritos entre 1941 e 1970, apenas por representantes do método crítico-científico. Na verdade, todo o livro é um testemunho de exegetas, teólogos sistemáticos e historiadores da igreja.

Testemunho de exegetas. Maier toma de H. Braun, um adepto da escola bultmaniana, a seguinte conclusão sobre a pesquisa envolvendo o cânon no cânon: “Não mais que uma ideia subjetiva tem sido estabelecida”, acrescentando que “o método crítico-histórico – fundamentado na autoridade humana -logicamente conduz a isso, ou seja, que o próprio homem apareça como a norma no cânon real. O homem, que começa criticamente a análise da revelação, e descobre por si mesmo o que é normativo, encontra no fim da estrada a si mesmo”.

Testemunho de teólogos sistemáticos. Herman Diem afirma: “Não existem padrões permanentemente válidos para estabelecer um cânon no cânon”. W. Joest, leva em conta “a experiência espiritual da igreja” e define o cânon dentro do cânon – “aquilo que ensina Cristo” é canônico. Nesse ponto ele concorda com a compreensão exegeta de Kaesemann: “Nós mantemos que o conteúdo da proclamação reformadora e paulina da Justificação é a interpretação central da Palavra de Deus através de Jesus Cristo, para nós em nossa situação”. Por que é somente a proclamação paulina e reformadora da Justificação a norma de interpretação para nós em nossa situação? Joest não substancia essa visão melhor que Kaesemann. A Teologia Sistemática, segundo a exegese crítico-histórica, falha em “subjetividade” e em “uma sempre crescente tensão contra a experiência espiritual da congregação”.

O testemunho dos historiadores da Igreja. Em um historicamente pesado artigo, K. Aland enfatiza que cada denominação “desenvolve uma manipulação própria do cânon”. Juntamente com ele, Hans von Campenhausen acentua a experiência dos cristãos primitivos – e de outros tempos – para compreender o Novo Testamento. Tal experiência é “uma unidade espiritual” que ajuda a encontrar o “único significado” do Novo Testamento. Historiadores da Igreja também estão clamando pela mesma subjetividade que os teólogos sistemáticos conseguiram dos críticos exegetas. Eles buscam compreender a História com a ajuda de um cânon real que formou a experiência espiritual da Igreja, e ao mesmo tempo permanecem olhando o “cânon no cânon”, como definido pela moderna exegese crítica.

Em suma, as conclusões de Maier são as seguintes: 1) Os exegetas críticos não podem conceber a Escritura como uma unidade, mas como uma coleção de diversos testemunhos contraditórios com vários graus de validade. 2) Eles crêem que o cânon formal não pode ser igualado com a Palavra de Deus, que a Palavra de Deus e as Escrituras são duas coisas diferentes, e que existem contradições no Novo Testamento. 3) Depois de dois séculos de erudição crítica em exegese, Teologia Sistemática e História da Igreja, o método crítico-histórico falhou porque ninguém está em posição de convincente e significativamente definir um cânon no cânon. 4) Desde que cada teólogo tem uma ideia própria sobre o cânon no cânon, e desde que o cânon deve ser definido com a pressuposição de que cada um deles deve ser livre para escolher seu próprio caminho, “irrestrita subjetividade deve ter a última palavra sobre o que deve ser de autoridade divina”. 5) A impossibilidade de definir o cânon dentro da Escritura e a necessidade de manutenção da liberdade, forçam os teólogos sistemáticos a pesquisar a unidade das Escrituras fora da Escritura. Os católicos romanos refugiam-se nos ensinamentos dos oficiais da Igreja. Os protestantes, na experiência espiritual da congregação. Assim, a Igreja levanta-se acima da Escritura e coloca-se sob o domínio do método crítico-histórico.

A armadilha sutil, urdida pelo método crítico superior resultou em um novo Cativeiro Babilônico para a Igreja. Ela tomou-se mais e mais isolada das vivas correntes de proclamação bíblica, e portanto mais e mais desnorteada e cega em seu próprio curso, e também em relação à sua influência no mundo. Por outro lado, exegetas, teólogos sistemáticos e historiadores, uma vez que trabalhem dissociados da Bíblia e das congregações que consideram as Escrituras como a Palavra de Deus, por causa do método crítico-histórico, viverão semelhante experiência.

Metodologia ou ideologia?

Eta Linnemann foi aluna dos melhores professores que a Teologia crítica-histórica poderia oferecer – Rudolf Bultmann, Ernst Fuchs, Friedrich Gogarten e Gerhard Ebeling. Como erudita do Novo Testamento, tornou-se professora de Teologia e Educação Religiosa na Universidade Técnica Braunschweing, Alemanha, e professora honorária de Novo Testamento na Faculdade de Teologia da Universidade Philipps, em Marburg, Alemanha. Membro da Sociedade de Estudos do Novo Testamento, ela escreveu dois importantes livros sobre crítica histórica – um deles traduzido para o inglês: Jesus of the Parables. O outro está em alemão. Também escreveu muitos artigos.

A conclusão básica de Linnemann, depois de uma vida inteira dedicada à Teologia crítica-histórica, como ela mesma diz, é dupla: 1) Nenhuma “verdade” poderia emergir deste trabalho científico sobre o texto bíblico, e 2) tal atividade não serve para a proclamação do evangelho. O método crítico-científico destrói a doutrina e a missão.

Buscando provar o que diz, ela divide o livro em duas partes: uma, intitulada Christianity and the Modern University, dedicada à moderna universidade ocidental, uma instituição dedicada ao “paganismo” (Aristóteles, Platão e outros filósofos) e ao “humanismo”. Isso era verdade no início, quando a Universidade de Atenas foi fundada em 529 a.C., e continua sendo verdade com o reestabelecimento das universidades europeias – Universitas Magistrorum et Schlarium, de Bologna, e a Universidade de Paris – e com as muitas filosofias humanísticas e o método crítico-científico baseado nas universidades modernas.

A segunda parte do livro trata da Palavra de Deus e a Teologia crítico-histórica. Essa parte ela denomina de “chamado para arrependimento”.

Dois capítulos são especialmente relevantes: o sexto e o oitavo. O título do capítulo seis é The Study of Historical-Critical Theology e é dedicado à explanação do que é esse método e quais são seus principais problemas. Não vamos nos deter aqui, porque seu conteúdo é muito semelhante ao que já foi tratado sobre o livro de G. Maier. Não é que Linnemann tenha se baseado naquele livro, mas qualquer discussão ou descrição sobre esse método suscitará tais itens. O capítulo oito, The Mentality of Historical-Critical Theology, no entanto, conduz a uma definição do método, ajudando-nos a ver o perigo e os problemas decorrentes de se construir uma teologia baseada nele.

Linnemann vale-se de um livro escrito por Werner Georg Kümmel, eminente teólogo com tendências mais conservadoras do que críticas, portanto um moderado advogado do criticismo. Fundamentada no estudo de tal livro ela faz algumas observações. A primeira se refere a uma enganosa teologia. Kümmel diz: “Na segunda metade do século dezoito, junto com o movimento intelectual do Iluminismo, dentro da Teologia protestante começou a prevalecer que a Bíblia é um livro escrito por homens, e que, como qualquer produto da mente humana, pode perfeitamente ser compreendido em sua época e, portanto, apenas com os métodos da ciência histórica”. Esse é um conceito enganoso. Ele leva o leitor para a ideia de “que deve aceitar a Bíblia apenas como um produto da mente humana… e não pode ser manuseado diferentemente de qualquer outro produto da atividade humana.” Esse “fato” aparentemente estabelecido engana o leitor, fazendo-o crer que existe nele um “conhecimento” estabelecido “como resultado de pesquisas que ganharam o domínio e o reconhecimento geral” nas ciências em séculos passados.

O suposto conhecimento foi, na verdade, apenas uma decisão. Uma pequena minoria entre os membros da elite de intelectuais ocidentais decidiu considerar o homem como medida de todas as coisas (humanismo). Uma decisão feita por uns poucos, ganhou tal importância que “na Alemanha mesmo crianças… são doutrinadas com essa visão”.

A segunda observação feita por Linnemann é que a base dessa ciência é o engano. Se alguém quer ser um especialista em Teologia tem que cortejar o “ateísmo”. Tal indivíduo poderia reter seus “sentimentos piedosos”, mas seus “pensamentos” devem ser submetidos ao princípio “como se Deus não existisse”. Tanto a Teologia crítico-histórica como a Historiografia crítica têm suas bases no engano.

Terceira observação: a Teologia crítico-histórica é uma cavilação demagógica. Uma vez que os críticos concluem que a Bíblica “é o produto da mente humana”, foi muito fácil para eles o estabelecimento de que ela somente poderia ser compreendida “com o método da ciência humana”. Linnemann comenta: “Esse tipo de cavilação demagógica é provavelmente a estrutura básica, não apenas da Teologia crítico-histórica, mas também de uma classe completa de disciplinas em humanidades. A linguagem de tal demagogia começa com expressões tais como: ‘como qualquer um pode ver…’, ‘cada um deve reconhecer…’, ‘a conclusão inescapável é…’, ‘não se deve passar por alto que…”’, etc.

Segundo a quarta observação feita, a consequência da consistente aplicação do método crítico-histórico é a atomização da Bíblia. Kümmel afirma: “Alguém simplesmente não poderia parar no meio do caminho; se a Bíblia deve ser investigada historicamente como a palavra de autores humanos, para compreensão do seu significado atual, então não se pode nem se deve aderir à pressuposição de que a forma do Velho e do Novo Testamentos, cada um por si, consiste numa unidade conceituai. Deve-se levar em conta as diferenças entre os dois Testamentos e o possível desenvolvimento de adulteração de ideias. Consequentemente a preocupação a respeito de uma Teologia do Novo Testamento encontra-se, desde o início, confrontada com o problema da diversidade e da unidade no Novo Testamento.” Linnemann comenta: “alguém acaba aceitando pedaços, sem reconhecimento do contexto vivo”. E, pior, considerando as declarações bíblicas como uma “adulteração” de ideias.

Na quinta observação, Linnemann diz que a Teologia crítico-histórica dissolve “a unidade da Bíblia”, por assegurar que “a Palavra de Deus não pode servir muito como seu próprio intérprete. Alguém pode até encontrar fatos e verdades nela, mas são apenas ‘pressuposições’ e ‘hipóteses”.

Em resumo, o testemunho de Linnemann pode ser estabelecido com dois conceitos que ela claramente expõe: aceitação de Jesus Cristo e rejeição total da Teologia crítico-histórica. “Por que dizer ‘não’ a essa teologia? Eu tenho sido confrontada com essa questão e quero estabelecer desde o início meu ‘não’ à Teologia crítico-histórica em oposição ao ‘sim’ para meu Senhor e Salvador Jesus Cristo, e à gloriosa redenção que Ele efetuou por mim no Gólgota.”

Em oposição a Kümmel que diz não haver “outro acesso” para a compreensão dos escritos do Novo Testamento além de uma aproximação crítico-histórica, ela diz mais: “Nenhum outro acesso? Ai de quem se levantar diante do julgamento de Deus com tal afirmação! Eu sou grata ao sangue de Cristo que lavou meus erros! Durante minha vida anterior fiz tais afirmações irresponsáveis também. E quem quer que se envolva com a Teologia crítico-histórica, estará em tal situação de perigo.”

A rejeição do método crítico-histórico não pode ser feita parcialmente. Quem guarda um pouco dele, guarda-o por inteiro. Quando Linnemann compreendeu que seus pensamentos anteriores estavam errados, desfez-se de seus dois livros, suas contribuições para jornais e revistas, escritos sob a perspectiva crítico-histórica. “Atirei-os ao lixo com minhas próprias mãos, em 1978”, disse. “E advirto sinceramente que as pessoas façam o mesmo com qualquer material semelhante que possuam em seus arquivos ou biblioteca.”

Conclusão

Meu testemunho é uma profunda convicção. Eu creio que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus. Nenhum método crítico científico ajudará um cristão adventista do sétimo dia a ter melhor compreensão das Escrituras, porque esse método trata a “Palavra de Deus” como um pedaço de literatura humana. Ele elimina a experiência espiritual real com Deus através das Escrituras. Eu não quero privar-me disso. Quero estar particularmente relacionado com Deus – um Deus vivo, pessoal, ativo, e sempre presente – a Cristo, ao Espírito Santo, à Igreja que Eles estabeleceram na Terra, e à verdade que Eles revelaram nas Escrituras à humanidade. Por isso eu rejeito totalmente qualquer método moderno, científico, humanístico e crítico para estudo das Escrituras.

MARIO VELOSO, Doutor em Teologia, é secretário na Associação Geral