Ao designar 1993 como o Ano do Pastor, a Associação Ministerial definiu claramente os seus objetivos:

“1. Reafirmar e fortalecer a importância do ministério pastoral na mente de cada líder, pastor e membro da Igreja, como a tarefa mais solene e significativa à qual o homem pode dedicar-se.

“2. Enriquecer a comunicação entre os líderes e o pastor. Para alcançar essa finalidade, os administradores devem usar toda sua criatividade e aproveitar as oportunidades no sentido de reconhecer e divulgar a importância do trabalho do pastor, assim como a influência positiva de sua família no contexto da Igreja e da sociedade contemporânea.

“3. Reafirmar a teologia do perfil do pastor na sociedade moderna.

“4. Ampliar o conceito de unidade do pastor com os diversos segmentos da Obra de Deus, sua lealdade com a Igreja e a missão.

“5. Contribuir, de todas as maneiras possíveis, para que o ministério pastoral seja uma experiência mais eficaz, uma fonte de felicidade, gozo e realização para o pastor e sua família.”

Tudo isso nos convida a uma reflexão. Estaria algum segmento da Igreja, ou mesmo algum ministro, perdendo de vista a excelência do ministério pastoral? Em caso afirmativo, não deveríamos nós, os ministros, buscar resgatá-la inicialmente dentro de nós mesmos, antes de tentar reafirmá-la através de programas, eventos, ou meras palavras, diante dos membros? A Igreja sempre teve e terá uma resposta positiva à liderança pastoral, na medida em que vivamos a altura da santidade e da grandeza da nossa vocação. O nível de esclarecimento dos membros da Igreja, nos dias modernos, lhes dá condições de avaliar com sabedoria e justiça o grau de lealdade e coerência das nossas atitudes diante dos postulados da Bíblia e do Espírito de Profecia relacionados com a nossa atividade.

Portanto, a oportunidade oferecida, a propósito do Ano do Pastor, para uma avaliação pessoal profunda e sincera, não pode ser desperdiçada por nenhum ministro da Igreja de Deus.

Por onde começar

Ouso da figura do pastor aplicada ao líder de uma comunidade espiritual, como sabemos, tem sua origem na Bíblia. Aliás, esse é um dos mais antigos e fascinantes simbolismos bíblicos. Antes que o homem falasse de Deus como seu Pai, mencionava-O como sendo seu Pastor. Os escritores hebreus falaram de Jeová como um Pastor. Miquéias a Ele se referiu como Aquele que congregaria Israel “como ovelhas no aprisco, como rebanho no meio do seu pasto” (Miq. 2:12), e profetizou a respeito do Messias dizendo: “Ele Se manterá firme, e apascentará o povo na força do Senhor…” (5:4; grifo suprido). Jesus falou de Si mesmo como sendo “o Bom Pastor”, Aquele que “dá a vida pelas ovelhas” (S. João 10:11)

Na verdade, de todos os títulos conferidos ao nosso Senhor, nenhum é mais significativo do que “o Bom Pastor”. Ele jamais apresentou-Se a Si mesmo como sendo bispo ou sacerdote, administrador ou pregador, mas sempre como pastor.

Muitos outros textos bíblicos transbordam inspiração à obra pastoral, como o Salmo 23, descritivo de um temo e cuidadoso pastor, guia e protetor, disposto a colocar sua coragem e diligência a serviço do rebanho; Ou S. Lucas 15:3 a 7, que fala do pastor disposto a enfrentar perigos sem conta, em busca da ovelha perdida. Tampouco deveríamos nos esquecer do pastor, alvo das admoestações feitas em Ezequiel 34.

A primeira tarefa de um pastor é pastorear. Evidentemente a Igreja cresceu e institucionalizou-se, suscitando a necessidade de líderes especialmente dotados pelo Espírito para gerir os vários aspectos dos negócios do Reino. Mas, não importa onde alguém esteja servindo – se à frente de uma congregação, promovendo algum departamento, administrando algum setor, numa sala de aula, ou no ambiente de uma redação, presidindo Mesas e comissões -, jamais deveria esquecer-se de que é um pastor. O grupo ao qual lidera é seu rebanho. Os assuntos que tem de tratar estão sempre diretamente relacionados com a exaltação de Deus diante dos homens, o crescimento e o bem-estar do rebanho, que é a Igreja. A mentalidade pastoral jamais deveria ser abafada ou substituída pelos maneirismos administrativos e gerenciais do mundo.

Essa era a visão prevalecente na Igreja primitiva. Com o passar do tempo, no entanto, verificou-se uma mudança na maneira de encarar e avaliar o trabalho pastoral. A situação é quase trágica na época atual, tão científica e materializada, na qual a tendência da valorização das coisas, acima das pessoas, é cada vez mais crescente.

Diz Roy Allan Anderson: “A igreja adquiriu o espírito da época, e está fazendo seu trabalho hoje como uma instituição grandemente organizada. Mas a igreja do advento começou sob a liderança de profundos estudantes da Palavra. Os pioneiros eram um grupo de homens e mulheres sumamente espirituais. A oração, o estudo e os frequentes conselhos faziam parte vital de seu programa. Mas a tendência hodierna é dar ênfase a outras coisas. A capacidade de expor a Palavra e alimentar o rebanho, e a habilidade de confortar os contristados e de cuidar dos órfãos, até mesmo a piedade pessoal do obreiro, parece que necessitam ser negligenciados pela virtude do pesado programa desenvolvimentista colocado sobre os homens” (O Pastor Evangelista, pág. 485).

Quão necessário é que resgatemos urgentemente a excelência da vocação pastoral! “Estes dias são dias de rápido movimento. Tudo se mede pela velocidade. E se alguém tropeça e cai, antes de poder vir o auxílio é ele pisado a pés pela multidão que surge. Encontra-se o homem sem lar, em meio a uma floresta de máquinas e forças incontroladas, e milhões cogitam se vale a pena viver. Outros, procurando aliviar sua miséria, estão afundando na corrente da vida ante a música monótona, não sabendo para onde se dirigem, e julgam que ninguém disso se importa. Tais condições exigem pastores – fortes, sábios e bondosos, que possam simpatizar com as fraquezas do coração humano, e amar, pastores que não estejam tão ocupados que não possam gastar tempo deslindando problemas individuais e da comunidade. Por todas as partes há lares despedaçados e corações feridos. E estes exigem o cuidado de um pastor. Ao mundo não falta luxo, mas falta amor. Pastores eloquentes, organizadores minuciosos, e ocupados executivos, todos eles têm seu lugar na igreja de Deus, mas o rebanho cresce na graça e na piedade sob o dedicado toque do pastor” (Idem, pág. 481).

Tendo bem claro o elevado conceito do trabalho pastoral, precisamos exteriorizá-lo em nosso dia-a-dia.

Mostrando os frutos

A grandeza do ministério pastoral será evidenciada nas atitudes e na vida do ministro. Seu falar e agir farão justiça a sua vocação. E a propósito disso, faremos bem em rememorar alguns aspectos da nossa conduta pessoal, através dos quais a excelência ministerial será vista.

1. Convicção do chamado – Num sentido missiológico, sabemos que o Senhor chamou a todos os crentes para a tarefa de evangelização. É o exercício do “sacerdócio real” a respeito do qual falou o apóstolo Pedro (I Ped. 2:9). Privilegiou, no entanto, alguns com o dom especial de pastorear, chamando-os para a tarefa de conduzir o Seu povo e de fazer expandir a influência salvadora do Seu reino. “Ser chamado de Deus, e ser comissionado do Céu, como um arauto do evangelho, é ao mesmo tempo a honra mais elevada, e o desafio mais solene. Não existe trabalho mais glorioso, nem trabalho mais exigente”, já dizia Anderson.

A convicção inequívoca do chamado divino é, indubitavelmente, um dos pilares do êxito ministerial. Paulo a possuía muito clara: “Quando, porém, ao que me separou antes de eu nascer e me chamou pela Sua graça, aprouve revelar Seu Filho em mim, para que eu O pregasse entre os gentios, sem detença não consultei carne e sangue, nem subi a Jerusalém para os que já eram apóstolos antes de mim, mas parti para as regiões da Arábia, e voltei outra vez para Damasco” (Gál. 1:15-17). O chamado divino lhe era tão notório que ele não necessitou consultar a nenhuma outra pessoa para dirimir qualquer dúvida a respeito disso. Deus o tomara obreiro e ministro. E aí residia sua inquebrantável força.

A certeza do chamado não impede o surgimento de provas e dificuldades. Mas, em meio a elas, mantém acesa a chama do entusiasmo, da motivação e da vontade de avançar. Quem quer que a possua não recuará diante das pressões. Tampouco sentirá paz ou prazer em qualquer outra atividade.

É assim, divinamente compelidos, que devemos nos atirar ao trabalho, confiantes em que Aquele que nos chamou vai à frente.

2. Comunhão com Deus – “Por isso, como é o povo, assim é o sacerdote…” (Oséias 4:9). Essas palavras nos impõem uma tremenda responsabilidade. Se o pastor possui uma rica experiência espiritual, sem dúvida ele a transmitirá a sua grei. Caso contrário, o povo dificilmente se elevará acima dele. Daí a necessidade de profunda comunhão com Deus. Ellen White afirma que “há necessidade de oração, de oração muito fervorosa e sincera, como em agonia”. E se todo ministro recorrer sempre a Deus em oração fervorosa, “como em agonia”, o Senhor certamente lhe revigorará o espírito e agigantará a fé.

Pessoalmente e em família, jamais deveriamos prescindir do privilégio de comungar com Deus.

O pastor deve partir da base e que é um ser humano, falível e exposto constantemente a perigos que espreitam em toda a parte. Conhecendo essa situação, devemos orar com mais fervor. Desconfiando de nossa própria força, deveríamos confiar mais plenamente em Deus.

“Quanto mais perto vos chegardes de Jesus, tanto mais cheio de faltas parecereis aos vossos olhos; porque vossa visão será mais clara e vossas imperfeições se verão em amplo e vivo contraste com Sua perfeita natureza. Isto é prova de que os enganos de Satanás perderam seu poder; que a influência vivificante do Espírito de Deus está a despertar-vos”, diz a Sra. White. E insta: “Consagrai-vos a Deus pela manhã; fazei disso vossa primeira obrigação. Seja a vossa oração: ‘Toma-me, Senhor, para ser Teu inteiramente. Aos Teus pés deponho todos os meus projetos. Usa-me hoje em Teu serviço. Permanece comigo, e permite que toda a minha obra se faça em Ti.’” (Caminho a Cristo, págs. 64 e 69).

É nos momentos de comunhão com Deus, através da oração, meditação e do estudo da Bíblia que o pastor recebe de Deus para transmitir ao povo, pelo falar e agir. Esses momentos são indispensáveis.

3. Paixão pelas almas – O fundador do Exército da Salvação disse uma vez à rainha da Inglaterra: “Uns têm paixão pelo ouro; outros pela fama; outros ainda têm paixão pelo poder. Minha paixão, Majestade, é pelas almas.” Mas isso não significa desenfreada corrida em busca do cumprimento de alvos numéricos. Sua expressão maior é o amor que trouxe Cristo ao mundo.

Paixão por almas é Paulo referindo-se aos gálatas como “meus filhos, por quem de novo sofro as dores de parto, até ser Cristo formado em vós” (Gál. 4:19). Ou Knox suplicando: “Dá-me a Escócia senão eu morro”. É David Brainerd tossindo sangue dos pulmões tuberculosos, quando sobre a neve orava pelos índios. É Jim Elliot e seus jovens companheiros manchando com sangue as areias de um riacho no Equador, em busca da ignorada tribo dos índios Auca para Cristo.

Deus ainda hoje necessita de homens impregnados com tal senso de missão, à semelhança do apóstolo Paulo: “Ai de mim se não pregar o evangelho” (I Cor. 9:16).

A verdadeira paixão pelas almas não se extingue quando elas são contabilizadas nos registros da igreja. Através de diligente e sistemático trabalho de visitação, o pastor continua a alimentá-las, nutrindo-as com o pão do Céu. Atendendo-as em suas necessidades, confortando-as em suas angústias. Animando-as nos momentos de provas. “Viva cada ministro como um homem entre os homens. Com bem regulados métodos, vá ele de casa em casa, levando sempre o incensário da fragrante atmosfera celestial do amor. Antecipe as tristezas, as dificuldades, as lutas dos outros. Penetre nas alegrias e cuidados tanto dos grandes como dos pequenos, dos ricos como dos pobres” (E. G. White, Carta 50, 1897).

4. Mentalidade de servo – Os princípios do reino de Deus são diferentes dos do mundo: “… Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será esse o servo de todos” (S. Mar. 10:42-44). Desta forma, a ideia de grandeza que encontramos nos ensinamentos e nas mensagens de Cristo, não combina com o que pensa o mundo sobre este assunto. Na Igreja, todos temos que assumir a condição de servos. Só Jesus Cristo é o Senhor da igreja. E nenhum ser humano pode ter a ousadia de ocupar essa posição.

Um homem chamado Diótrefes, que João menciona em sua terceira carta (UI S. João 9 e 10), tentou fazer isso e foi abertamente repreendido pelo apóstolo. Pode ser um pastor distrital, um departamental, administrador, ou qualquer outro líder, a mentalidade de Diótrefes não tem lugar no Corpo de de Cristo. Ninguém foi eleito, nomeado ou chamado para agir ditatorialmente na Igreja, mas para servi-la.

Evidentemente o pastor deve crescer para que possa prestar serviço, cada vez melhor, à Causa. Mas lutar para conseguir alguma “promoção”, contemporizando ou planejando através de conchavos, significa a própria antítese do verdadeiro cristianismo. Quem quer que enverede por esse caminho se apaixonará pelo poder e não considerará os meios que utilizará para alcançar seus objetivos. Adulará amigos, pisoteará os menos amigos, contanto que seja o primeiro a qualquer custo.

Lembre-se, pastor: no sistema de Deus só existe uma casta – a de SERVOS. Não importa onde uma pessoa esteja atuando, desde que execute um ministério de serviço. Onde seja tida e vista como alguém que serve. Que se dá. O que realmente importa é a atitude. Não o título.

5. Ética ministerial – Alguém definiu a ética ministerial como “ciência moral”. Trata-se de um elevado padrão de conduta humana que envolve consideração, respeito e cortesia pelos semelhantes. A Bíblia fala disso: “Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes…” (I S. Ped. 3:8). “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade…” (Gál. 5:22). O corolário de tudo o que se diz sobre a ética é: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (S. Mat. 7:12).

Esse tópico deve ser o tema de profunda meditação. O princípio que ele encerra deve nortear o tipo de relacionamento que devemos manter com nossos familiares, com os membros da igreja, com o colega antecessor ou sucessor, com aqueles que nos lideram ou aqueles aos quais lideramos. Como pastores, estamos lidando sempre com pessoas pelas quais Cristo deu a vida. Elas são mais importantes que quaisquer coisas. Seus sentimentos jamais devem ser desconsiderados, seja qual for o assunto tratado a seu respeito.

É certo, no entanto, que pode haver incompatibilidade de caracteres no relacionamento humano, mesmo entre ministros do evangelho. Isso aconteceu entre Paulo e Barnabé (Atos 15:37-40). Necessitamos possuir a especial graça do Senhor para aprender a solucionar, de modo cristão, todos os problemas que surgem. Atitudes e decisões incompreensíveis para nós, a respeito das quais nada podemos fazer para mudar, devem ser entregues “Aquele que julga retamente” (I S. Ped. 2:23). Ele Se encarregará de mostrar, no tempo oportuno, que “todas as coisas contribuem para o bem” (Rom. 8:28).

6. Atitudes para com o sexo oposto – Ainda não é exaustiva a repetição do alerta sobre o cuidado que o pastor precisa manter no trato com a figura feminina. Especialmente nestes dias em que, em nome da boa comunicação e de um relacionamento descontraído entre as pessoas, muitos tabus foram quebrados.

Do pastor, espera-se que seja simpático, atencioso, elegante e cavalheiro ao lidar com qualquer pessoa. Inclusive, claro, as mulheres, cuja colaboração lhe é indispensável. Elas não existem para lhe criar problemas, e grande parte do trabalho feito na igreja é realizado por elas. A maioria das mulheres cristãs demonstra possuir uma experiência espiritual elevada e exemplar.

Mas o inimigo da Causa de Deus pode valer-se daquela atenção dispensada a alguém em especial; daquele demorado aperto de mão; daquele olhar; ou daquela entrevista a sós, para lançar em desgraça duas ou mais vidas que poderiam ser empregadas a serviço do Senhor.

“Abstende-vos de toda a aparência do mal” (I Tess. 5:22), adverte o apóstolo. E se hoje lamentamos a perda de valorosos pastores do passado, é devido à minimização desse conselho.

Absoluta dependência de Deus e, Consequentemente, vigilância, prudência, discernimento cristão, bom senso e equilíbrio são indispensáveis ao ministro neste aspecto. Sem falar na proteção que representa uma esposa cristã, constantemente empenhada em manter-se atraente e sedutora para ele.

7. Equilíbrio financeiro – As difíceis condições de sobrevivência do mundo atual podem representar para muitos um convite à realização de sideline para engordar o rendimento familiar. A prática velada ou não desse expediente também contradiz a grandeza da vocação pastoral. Deus requer de nós irrestrita lealdade: “Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque seu objetivo é satisfazer Aquele que o arregimentou” (II Tim. 2:4).

“Todas as energias do ministro são necessárias a sua elevada vocação. O que há de melhor em suas faculdades, pertence a Deus. Ele não se deve meter em especulações, ou em qualquer outro negócio que o desvie de sua grande obra” (Obreiros Evangélicos, pág. 339).

Ao enviar os primeiros doze apóstolos, ordenou-lhes: “Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias nem de bordão”, o que não significa adotar um estilo de vida descontextualizado da época. O princípio implícito é o de simplicidade e não envolvimento pela febre consumista de nossos dias. Junto com a ordem, Cristo garantiu o sustento dos Seus servos: “porque digno é o obreiro do seu salário” (S. Mat. 10:9 e 10).

Ao serem colocados em prática princípios elementares de economia, o que parecer pouco, com a bênção do Senhor, será multiplicado e as necessidades serão satisfeitas. O sábio controle de um orçamento familiar cuidará para que as saídas não sejam maiores que as entradas, livrando assim o pastor do perigo das dívidas.

Sinta você mesmo, pastor, a alegria de ter sido escolhido e chamado. Se for necessário um sacrifício para manter-se dentro desse imenso privilégio, compensa fazê-lo. A recompensa virá. Seu chamado é nobre e altíssimo. Não o troque por qualquer outro trabalho no mundo.

Conclusão

Os dias atuais, os últimos e os mais difíceis da nossa história, exigem um ministério poderoso, de alto nível, composto de homens de mentalidade espiritual. Nossa luta é espiritual, a Causa de Deus é espiritual. Temos de ser homens espirituais. A Igreja espera ver pastores com o perfil traçado acima.

“A Causa de Deus encontra-se neste tempo, em necessidade de homens e mulheres possuidores da raras qualidades e boas aptidões administrativas; homens e mulheres que investiguem paciente e inteiramente as necessidades da Obra nos vários campos; que sejam dotados de grande capacidade de trabalho; que possuam coração fervoroso e bondoso, cabeça refletida, bom senso, juízo imparcial; que sejam santificados pelo Espírito de Deus, e possam dizer destemidamente Não, ou Sim, ou Amém, aos planos propostos; que tenham fortes convicções, entendimento claro, e coração puro e compassivo; que ponham em prática as palavras: ‘Todos vós sois irmãos’ (S. Mat. 23:8); que se esforcem por erguer e restaurar a humanidade caída.” (Obreiros Evangélicos, págs. 424 e 425).

Nestes dias decisivos, e a propósito do “Ano do Pastor”, a fervente súplica de cada ministro de Deus deve ser no sentido de que Ele lhe conceda ser um possuidor dessas “raras qualidades”. Somente assim, e através da ação do Espírito Santo, serão atingidos os propósitos deste ano especial e, sobretudo, os propósitos de sua excelente vocação.

ZINALDO A. SANTOS, Redator-responsável da revista Ministério.