O ministério adventista enfrenta um extenuante desafio em prover cuidados pastorais para nosso rebanho mundial. São exatamente 17 mil ministros habilitados para servir a mais de sete milhões de membros. Quando subtraímos aqueles que atuam em funções de caráter não estritamente pastorais, é possível distinguir rapidamente a extensão do vazio. Somente através do fiel ministério desenvolvido por anciãos locais pode a igreja sobreviver e prosperar. Em colaboração íntima com o pastor, eles podem prestar serviços úteis à congregação.

Este artigo analisará a responsabilidade do pastor como líder, e o papel do ancião. As recomendações nele contidas são direcionadas aos pastores que supervisionam um distrito composto de cinco, 25 ou mais congregações.

Os itens seguintes dizem respeito ao pastor, na qualidade de líder da equipe ministerial:

1. Delegação – Alguns pastores assumem uma postura excessivamente possessiva quanto ao seu trabalho. Devem, em grande parte, delegar funções aos anciãos e a outros membros. Os anciãos são, frequentemente, os mais talentosos líderes há congregação, completamente capazes de assumir responsabilidades. O pastor necessita incumbi-los com tarefas específicas.

2. Treinamento – Uma das mais importantes tarefas de um pastor distrital é o treinamento. Além de equipar toda a irmandade para a conquista de almas e conservação de novos membros, o pastor deve dar prioridade ao treinamento de anciãos em todas as suas igrejas. Isso pode ser feito em reuniões convocadas mensal ou bimensalmente, com todos os membros da equipe. A agenda desses encontros deve cobrir todas as necessidades do distrito, desde a pregação até o cuidado da propriedade da igreja.

3. Calendário homilético – O pastor deve desenvolver um plano homilético de assuntos a serem pregados semanalmente. Assim, evitará que os pregadores falem somente sobre seus temas preferidos, ou coincidam sobre um mesmo tema. Isso além de prevenir contra a pregação de assuntos controvertidos e heréticos. Um calendário homilético dará à congregação alimento balanceado, agradável e nutritivo.

4. Evangelismo – Juntamente com os anciãos e as comissões das diversas igrejas, o pastor deve desenvolver um plano de evangelização para todo o distrito, e para cada congregação em particular. Testemunhei um exemplo efetivo desta sugestão na União Sul-Filipina. Durante uma visita ao lar de um pastor, verifiquei um mapa do distrito tendo assinaladas todas as igrejas. De cada uma delas saía uma fita ligando-as a uma área não-penetrada, a qual seus membros decidiram evangelizar. Os anciãos lideravam os esforços para a conquista de almas, com resultados fantásticos. Cada igreja deve ter designada sua área de trabalho, priorizando as cidades, vilas, e os bairros sem a presença adventista.

Outra experiência bem-sucedida de evangelismo coordenado por anciãos locais foi verificada na União Missão Leste da Indonésia. Uma congregação realizava um serviço especial de dedicação de oito casais que iniciariam o trabalho de casa em casa em uma vila sem adventistas. A igreja providenciava o apoio de que necessitavam esses missionários.

5. Conservação – O vigor do trabalho do pastor reside em sua habilidade para estabelecer um programa de visitação a todas as igrejas do seu território. Esse plano deve envolver anciãos, diáconos, diaconisas e coordenadores das Unidades de Ação da Escola Sabatina para visitação regular de membros ativos, afastados, enfermos e jovens. Nenhuma outra coisa fortifica a igreja e serve para fechar a “porta dos fundos” como um expressivo, constante e regular programa de visitação.

Ainda nas Filipinas, visitei, há alguns anos, um pastor que supervisionava 30 congregações, ajudado por estudantes do curso teológico e anciãos locais. Na semana que antecedeu a minha visita, foi organizada uma relação de membros afastados, e cada um dos anciãos foi designado para visitá-los e levá-los à Escola Sabatina. Assim, enquanto eu chegava à igreja percebi pequenos grupos caminhando por entre a plantação de arroz. Dois anciãos estavam trazendo seus visitados para a igreja, e tivemos um agradável dia de reconsagração. Outra igreja necessitou ampliar seu edifício para abrigar os irmãos que retomaram ao seu convívio, graças à “operação resgate”, desenvolvida sob a supervisão e com a participação dos anciãos.

6. Ordenação – Devem ser feitos todos os arranjos para que cada ancião seja ordenado. Em algumas áreas do mundo há relutância em fazê-lo, ainda que eles tenham sido testados durante longo tempo. Atualmente o Manual da Igreja sugere que a ordenação dos anciãos deve ocorrer imediatamente após a eleição de oficiais. Isso concede ao ancião total apoio da igreja e é um convite público ao Espírito Santo para abençoar sua liderança.

Espírito de equipe – O pastor fará tudo quando seja necessário para encorajar e manter um espírito de equipe entre os anciãos do seu distrito.

Os próximos passos representam as qualidades com as quais os anciãos podem contribuir para o fortalecimento da equipe ministerial:

1. Lealdade – Para ajudar a manter um forte senso de equipe, o ancião deve ser leal à mensagem adventista, ao pastor e ao Campo. O teste dessa lealdade acontece quando um recém-chegado pastor talvez não preencha as expectativas do ancião. Cada novo pastor traz novas e diferentes diretrizes para um distrito, e o ancião leal deve promovê-las e apoiá-las, jamais esquecendo-se de que o pastor é o líder geral da congregação.

2. Investimento de tempo – Um bom ancião separará tempo em seu programa pessoal para o trabalho de liderança. Ele necessitará disso para visitação, evangelismo e apoio às atividades dos vários departamentos da igreja. São responsabilidades pesadas, que devem ser partilhadas entre os outros membros da equipe local.

3. Pregação – Num distrito com muitas igrejas, os anciãos devem conduzir o maior ônus da pregação. Isso demanda tempo para estudo e preparo de sermões. A assistência aos seminários de treinamento promovidos pelos pastor, ajudará no alívio da carga. É importante ter mensagens espirituais e interessantes para fortalecimento e encorajamento dos membros da congregação.

4. Conservação — A Bíblia refere-se ao ancião como sendo um pastor. Essa imagem acentua os mais importantes aspectos do papel de um ancião de igreja. Ele é responsável diante do Senhor pela prestação dos seguintes serviços aos membros:

* Nutrição do rebanho com alimento espiritual.

* Proteção do rebanho contra erros doutrinários, encorajando-o a seguir as verdades bíblicas das quais está encarregado.

* Cuidado dos que estão espiritual e fisicamente feridos.

* Emprego de tempo em promover o companheirismo entre os membros.

5. Treinamento – O ancião deve assistir regularmente aos seminários de treinamento patrocinados pelo Campo e pelo pastor. Além do benefício das informações ministradas, terá também os materiais necessários ao desempenho de suas funções.

Enfim, ancião e pastor devem sempre estar conscientes da necessidade da posse do Espírito Santo em seu trabalho. O Espírito é seu guia, protetor, professor, ajudador e fonte de poder para o cumprimento de uma liderança efetiva para o bem da igreja.

J. H. ZACHARY, Secretário ministerial associado da Associação Geral da IASD